MINHA VIDA
CAPÍTULO 04
O jantar que Patrick tinha me convidado na casa dele, não era apenas um jantarzinho entre família e amigos. Era uma mega festa com a presença de membros da família dele, amigos e empresários, políticos e funcionários da Solar.
Assim que cheguei eu adentrei os portões da grande mansão que pertencia a Patrick, uma grande construção moderna de três andares que tinha a cor branca, tinha um enorme jardim e uma piscina na frente da casa, a festa estava acontecendo ao redor da piscina.
Quando Patrick me viu parado perto da piscina com um copo de suco na mão, ele veio até mim com largo sorriso e deu um tapa em minhas costas.
- Você veio - disse ele perto de mim.
- Sim, pensei que seria somente um jantar - comentei olhando para festa.
- Seria, mas sabe como é Emily, convidou metade da cidade, contratou buffet e tudo.
- Ficou muito bonito - disse abrindo um sorriso amarelo, não estava me sentindo confortável naquela festa.
- Patrick - disse uma mulher loira se aproximando da gente.
- Patrícia, o que foi? - ele perguntou a ela e depois me olhou - Essa daqui é Patrícia, minha irmã gêmea.
- Irmã Gêmea? - fiquei assustado, pois não sabia que ele tinha uma irmã gêmea.
- Sim, bobinho - disse ela me dando um abraço e um beijo no rosto - Sou Patrícia.
- Prazer em te conhecer - disse.
- A Emily está te chamando na cozinha - ela disse antes de sair de perto da gente.
- A Emily esta me chamando - ele me olhou - Divirta-se na festa, não quero ver você parado.
- Obrigado.
- Disponha - disse ele antes de sair.
Fiquei olhando para aquela enorme piscina em frente a casa de meu patrão. Fiquei alguns minutos ali, depois resolvi andar um pouco pela festa, já estava perto de um pequeno jardim, quando um homem esbarra em mim, tanto ele como eu, caímos no chão.
- Desgraça! Estou molhado - ele me olha - Tu não olha por onde anda, Caralho?
- Eu? - disse me levantando - Foi você que esbarrou em mim.
- Tanto faz - ele ergueu a mão - Vem! Me ajudar a levantar.
- Não mesmo - disse saindo de perto do rapaz.
Fui caminhando para o outro lado daquela enorme casa, onde a festa rolava solta, fiquei atordoado naquele lado da festa, pois eu não gostava de muito barulho.
- Está perdido, bonequinho - disse uma voz grossa ao pé de minha orelha.
- Você? - disse quando me virei e olhei o cara que tinha me derrubado a poucos minutos.
- Eu mesmo - disse ele esboçando um sorrisinho de canto.
- Andou me seguindo?
- A festa é para todos, então posso vir onde quiser - disse ele sorrindo e esticando a mão - Prazer, meu nome é Joel.
- Prazer para você - disse saindo de perto dele.
Olhando Joel mais de perto, pude ver que ele era alto, tinha corpo atlético, olhos e cabelos castanhos e pele bronzeada. Fui caminhando até a piscina, Joel estava me atrás de mim. Caminhei mais rápido e fui até um local afastado da festa, em um local onde tinha várias árvores, naquele local, comecei a correr e Joel também começou a correr.
- Te peguei - disse Joel me abraçando por trás perto de um pé de manga.
- Me solta - disse - Ou vou gritar.
- Tá bom - disse ele me soltando - Só quero conversar.
- Eu não quero conversar - disse saindo, mas ele me puxou.
- Como é seu nome? - disse ele rindo e segurando meu braço.
- Não te interessa! - disse - Agora larga meu braço.
- Não, só quando você dizer seu nome - disse ele.
- Não, me larga ou eu vou gritar.
- Não vai não - disse ele tapando minha boca - Como é seu nome, coisinha?
- Fernando - disse quando ele tirou a mão de minha boca - Agora me solta.
- Tá bom - disse ele gargalhando - Fernando, seu nome é muito bonito, assim como o dono.
- O que você quer, em? - perguntei.
- Isso!
Joel me agarrou e me beijou, em seu beijo tinha força, tinha malícia, pois ele pegou em minha bunda, tinha tesão. Quando eu dei fé, já estava com meus braços em volta de seu pescoço. Então o empurrei com toda força.
- Sai! - disse quase gritando.
- Eu pensei que tu tinha gostado - disse ele gargalhando, mostrando aquele sorriso cafajeste.
- Mais é claro que não - disse arrumando meu cabelo e minha roupa - Se toca!
- Tem certeza!
- O que?
Ele veio para cima de mim novamente, me jogou com força contra o tronco da árvore, ele beijava com intensidade e precisão, o beijo dele era forte, quente e enlouquecedor. O empurrei novamente.
- Me solta! - disse e sai correndo de perto dele.
Fui para dentro da casa, cacei um banheiro e me arrumei, estava com os lábios vermelhos, por causa dos beijos, meu cabelo estava um bagunça e minha roupa toda amassada.
- Droga! - disse.
Sai do banheiro, e consequentemente da casa, peguei meu carro e fui embora para minha casa, lá tomei um banho, vesti uma roupa qualquer para dormir e cai em um sono profundo em minha cama.
No dia seguinte, acordei cedo, vesti um terno cinza e fui trabalhar, quando adentrei minha sala, não demorou muito, para Patrick entrar em minha sala, ele parecia irritado.
- Bom dia, senhor Patrick - disse rindo para ele, mas ao olhar sua cara, parei de rir.
- Péssimo dia - disse ele se sentando em uma poltrona da minha sala - Eu mandei você me esperar lá na festa, porque você não me esperou?
- O senhor demorou demais, então fui embora - disse.
- Que pena - disse ele parecendo triste - Queria te apresentar para minha família.
- Família?
- Não - ele pareceu nervoso - Só para minha mãe mesmo - disse ele rindo.
- Ahh - aquela história toda de bondade para cima de mim, já me intrigava.
- Senhor Patrick - chamei sua atenção - Desculpe perguntar, mas o senhor tem esposa e filhos?
- Tenho duas filhas - ele disse suspirando - Minha esposa morreu há quatro anos.
- Oh Meu Deus! Desculpe-me senhor, não queria ser tão intrometido em sua vida - disse vermelho de vergonha.
- Não, foi difícil, mas superei a perda de Rúbia.
- Rúbia era o nome de sua mulher?
- Sim - disse ele rindo - Ela era fantástica, um amor de pessoa, doce, amorosa, simples...
Patrick ficou falando de Rúbia por muito tempo, soube que ele e ela tinham gêmeas: Lisandra e Laís. Ela morreu aos 29 anos em um acidente de carro, quando fora visitar a mãe em outro estado. Suas filhas tinham 08 anos. Patrick e eu ficamos conversando por quase um hora, até que ele precisou sair para uma reunião com acionistas da empresa. Naquele dia, trabalhei pouco, pois tinha pouco para fazer, depois que terminei, fui embora para minha casa, naquele dia, a Emily não tinha aparecido para me atormentar. Graças a Deus!
Chegando em casa, já estava começando a anoitecer, vi um carro prata parado em frente a casa, logo fiquei alarmado, entrei em casa com raiva e gritei.
- O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTA FAZENDO AQUI?
- Calma amor, só estava te esperando, para conversar - disse ele levantando do sofá.
- Paulo seu ordinário, eu não mandei você sumir da minha vida! - disse com raiva - Como você entrou aqui?
- Esqueceu que eu ainda tenho as chaves - disse ele mostrando o molho de chaves.
- Estou vendo que vou ter que trocar as chaves daqui de casa - disse.
- Amor, mas essa casa também é minha - disse ele se aproximando de mim.
- AMOR É O CARALHO - disse empurrando ele - Essa casa é minha, meu pai deu ela de presente para eu morar.
- Pois então vamos conversar, chuchu - disse ele.
- Não e sai da minha casa - disse apontando para a porta.
- Mais a amor... - interrompi ele.
- Nada de amor, você me traiu, perdeu, acabou - disse - Agora sai da minha casa, some da MINHA VIDA!
- Pois deixa eu pegar pelo menos minhas coisas - disse ele.
- Estão lá no quintal - disse começando a rir.
- O que?
- Isso mesmo, estão lá no quintal - disse rindo mais ainda - Botei fogo em tudo.
- Fernando você só pode ter ficado louco - disse ele - Diz que isso que você esta dizendo é mentira - ele suplicou.
- Louco eu fiquei em não ter dado uma surra em você e no seu amante quando os encontrei em minha cama - disse apontando o dedo para ele - Peguei o colchão, suas roupas, coisas e tudo e coloquei fogo.
- Jesus! - disse ele aflito.
- Vai lá no quintal olhar - o desafiei.
Ele partiu como louco em direção a cozinha, abriu a porta e andou pelo quintal até onde estava as cinzas do que um dia foram as coisas pertencentes a ele. Eu estava rindo da cara de pânico dele.
- Minhas roupas - ele me olhou aflito - Você sabe quando custou todas elas?
- Claro, meu bem - disse com um sorriso cínico estampado no rosto - Afinal, eu estava com você, quando você comprou a maioria.
- Droga Fernando, o que você fez - disse ele apontado para as cinzas - Cadê os documentos da empresa de papai, não vai me dizer que você colocou fofo também - perguntou ele, só que dessa vez, demonstrando medo.
- Está por ai, nesse monte de cinzas - disse ao descaso.
- MALUCO! - ele gritou comigo, seu rosto estava vermelho, foi nesse momento que ele olhou ao redor do quintal e viu a casinha do cachorro vazia - CADÊ MEU CACHORRO? - perguntou ele com fúria e chorando - CADÊ MEU CACHORRO? - perguntou ele mais um vez, vindo para cima de mim e me pegando pelos ombros - CADÊ ELE? - disse ele me balançando pelos ombros.
- Está na casa do vizinho? - disse com pena do filho da mãe - Esta com o filho da Solange e do Roger.
- Droga, Fernando - disse ele me soltando - Era apenas um cachorro, você poderia ter destruído tudo, nossa casa, meu carro, minhas roupas, documentos, dinheiro, tudo - disse ele se ajoelhando no chão e chorando mais ainda - Mais o cachorro não, era apenas um animal indefeso, que não tinha nada a ver com minha traição.
- Tá bom, confesso que vacilei um pouquinho - disse com pena do homem Paulo.
- Vacilou um pouquinho? - disse ele me olhando com raiva - ERA APENAS UM CACHORRO, SEU PORRA, FILHO DA MÃE. EU O AMAVA, ASSIM COMO AMO VOCÊ. DE TODAS AS COISAS, ESSA ERA A QUE VOCÊ NÃO DEVERIA TER FEITO - ele se levantou e me olhou com fúria - VOCÊ NÃO SABE AMAR, VOCÊ NÃO...
Antes dele terminar de falar, dei um tapa no rosto dele.
- Nunca diga isso - disse começando a chorar - Eu sei o que é o amor, até mais do que você - disse olhando raiva para ele - Eu te amava, enquanto você me traia com um garotinho feioso e desgraçado - disse indo para cima dele e o empurrando - SAI DA MINHA CASA, SOME, DESPARECE, CAI FORA!!!
Paulo saiu com a cabeça baixa e chorando, eu fui para meu quarto chorar mais ainda, chorei copiosamente por quase duas horas, quando parei de chorar, chamei um rapaz que morava ao lado para trocar as fechaduras da casa, quando ele terminou o serviço, o paguei, fui a geladeira, peguei uma maçã, que seria meu jantar naquela noite, pois estava sem disposição para encarar o fogão. Tomei banho e fui me deitar, esperando que o sono viesse, até que ele chegou tarde da noite.
CONTINUA???
Geomateus: pode se dizer que Patrick é apenas uma bela amizade, que será construída aos poucos ao decorrer do conto, vai rolar algo entre os dois, mas não passará disso, será apenas amizade mesmo.
Marcos Costa: É obvio que Patrick se sente atraído por Fernando, mas não passa disso. Kkkk e infelizmente o conto não é verídico, é tudo tirado de minha linda cabecinha. Kkkk. Cheiro no umbigo e continue lendo.
Martines: como disse logo em cima para Marcos, Patrick está atraído por Fernando, mas rolará nada sério entre os dois. O conto irá focar em um relacionamento sim, mas só para frente, eu também sou romântico e acredito que amor deve ser vívido e escrito. Kkk. Sobre os amores de Fernando, vamos dizer que eu me refiro aos homens que ele irá pegar durante o conto, um desses homens será sua alma gêmea, vamos dizer que ele vai ficar rodado até encontrar o feliz cidadão que irá roubar seu coração, pois afinal é difícil trocar algo de nove anos por outro em poucos meses.
Bem, gente! Dentre todos os capítulos já escritos, esse foi o que mais gostei de escrever, não postei no dia primeiro, por causa das festas de ano novo. Venho desejar também um feliz 2016 para todos. E dizer que estou amando o comentário de todos. Estou também com dengue em pleno período de férias (É gente! Sou professor de ensino médio em escola pública, não contém isso a ninguém. Kkk). Se vocês quiserem saber. Bernardo e eu estamos felizes, já paramos com nossas brigas e com meus ataques de ciúmes. Kkk, só para deixar informado, próximo capítulo, só será postado dia 04, na segunda-feira, um beijo no rosto para todos os meus amados leitores.