Fechei os olhos, sentindo os dedos de Malacki sobre meus cabelos, alisando os fios, enquanto ia mergulhando na escuridão, nas profundezas sombrias de meus sentimentos. Numa época em que perdi completamente o juízo, quando estava tomado pela fúria cega.
Havia sido nocauteado com um único golpe de BIG BOSS, foi tão duro, tão brusco, um golpe tão poderoso que me deixou desacordado durante toda a noite. Mas estava acordando, desorientado e com a forte dor em minha cabeça, onde ela havia batido, na madeira dura do alojamento na floresta. A dor não era o pior de tudo isso e sim aquela leve sensação de desgosto.
A humilhação.
Fui tão facilmente vencido e sequer pude defender meu caçula.
MEU CAÇULA!
MEU CAÇULA!
NÃO!
Não pode ser! Senti o odor que estava impregnado no quarto e era o odor de cópula. Odor de quem andou acasalando. Meus sentidos se aguçaram no mesmo instante. Quando me dei conta, estava de pé ao lado da cama de Galick.
Ódio! Puro ódio começou a aflorar em meu peito, sim, era evidente, Galick cedeu, ele cedeu.
TRAIDOR!
A palavra não saia de meus pensamentos. Ele é um traidor, ele cedeu a BIG BOSS.
Como ele pode fazer isso conosco?
Como ele pode?
Galick dormia ainda, todo esparramado em sua cama, com sorriso de satisfação no rosto e totalmente relaxado. O cheiro em sua cama era o pior. Aquele cheiro de quem acasalou. O aroma insuportável que entrava em minhas narinas e fazia meu sangue entrar em ebulição. Minha respiração estava densa e meus músculos tensos de ódio.
Fiquei transtornado a ponto de a cegueira me tomar e passar a enxergar os acontecimentos em flashes. Minhas mãos se fecharam no pescoço de Galick com tanta força que o moleque acordou no mesmo instante, enquanto segurava em meus pulsos tentando me afastar dele, e eu estava tão tomado, com tanta raiva, com tanta tensão, que não movia um músculo sequer a não ser para aumentar a pressão sobre seu pescoço.
Via claramente seu desespero aumentar enquanto se esforçava para respirar, seu rosto contorcido de dor. Era questão de tempo até partir-lhe a garganta, eu sabia disso, mas não conseguia parar. Tudo o que eu queria era acabar com aquilo de uma vez por todas.
Mas fui acertado com uma pancada tão violenta na boca do estômago, que fui jogado ao chão. Enquanto ouvia Galick respirando pesadamente, recuperando o fôlego, recuperando o ar que antes vinha impedindo de entrar em seus pulmões.
Fiquei momentaneamente confuso.
Até olhar para a expressão apreensiva de Malacki.
TRAIDOR!!! – Ele está do lado de Galick. Traidor maldito. Traidor maldito. Estava ainda mais transtornado e cego de ódio, só me dei conta do quanto estava descontando minha fúria sobre ele também. Porque devia estar do meu lado. Maldito!
TRAIDOR!!!
TRAIDOR!!!
TRAIDOR!!!
O chutava repetidas vezes, no peito, nos braços, na cabeça, onde pudesse lhe acertar, e ele estava apenas encolhido no chão tentando bloquear meus golpes e quanto mais ele se defendia, mais o golpeava, --- COM MAIS FORÇA AINDA --- porque era o que ele merecia. Era o que merecia.
REPETIDAS VEZES!
COM MAIS FORÇA AINDA!
COM MAIS ÓDIO AINDA!
Estava tão cego em meu ódio, que não notei quando BIG BOSS segurou em minha camisa de caça e me ergueu no ar com facilidade, ia me debater para tentar me soltar, mas com um único movimento, ele me jogou contra a parede oposta.
Bastardo maldito! Como ele pode fazer isso conosco? Como ele pode fazer isso conosco? Não conseguia pensar em mais nada, até BIG BOSS me segurar novamente pela camisa e me lançar porta a fora.
EU ODEIO VOCÊS!
EU ODEIO VOCÊS!
Eu disse ainda no chão, tão irado, tão machucado, e tudo o que BIG BOSS fazia só servia para fazer eu me sentir ainda mais perdido, e tudo o que eu tinha agora era o meu ódio cego por BIG BOSS. Esse maldito!
Ódio tão profundo que me fez ignorar meus arranhões, meu corpo dolorido, e apenas alimentou a adrenalina que corria em minhas veias, me fazendo levantar do chão.
Ele acha que acabou?
Não acabou mesmo.
Ele acha que pode se livrar de mim assim?
Eu estava tremendo já, mas não era de medo, não era de medo, nunca teria medo de BIG BOSS, porque ele não me dá medo mesmo, nunca me sentiria intimidado, estava tremendo de nervosismo, estava tremendo de raiva, estava tremendo de humilhação, por ser jogado de um lado para o outro, com tanta facilidade por esse maldito BIG BOSS.
Mas não tinha medo.
Não tinha mesmo.
Eu o encararia quantas vezes fossem necessárias. Sempre me colocaria a sua frente e o desafiaria e foi o que fiz, me coloquei de pé, completamente ereto, estufei o peito a sua frente o olhando com ódio. Ele é o centro de todo o meu ódio, de toda a minha fúria.
VOCÊ NOS DESTRUIU! – Eu berrei pra ele mesmo.
VOCÊ NOS DESTRUIU! – Não consegui me conter.
VOCÊ NOS DESTRUIU! – Gritei em fúria ainda mais alto. Ele não podia ter feito isso conosco e foi um movimento tão rápido que meu rosto virou para o lado com o impacto de sua bofetada. E foi como uma marretada na minha cara, mesmo de mão aberta e só então entendi. Era como uma demonstração de força. Eu era tão insignificante que ele nem precisava me acertar com os punhos fechados.
Meu coração doeu! Doeu muito! Porque só então pude realmente entender o quanto eu era insignificante. Mas estava com tanto ódio dele e meu orgulho me impediu de dar atenção a aquela fisgada em meus olhos, aquele prenuncio, aquela umidade inicial que nos indica que as lagrimas estão ameaçando a surgir.
Voltei a encara-lo nos olhos e estava pronto a gritar de novo a todo pulmão, mas BIG BOSS me impediu com mais uma bofetada, tão forte, tão potente quanto a anterior, fez meu rosto virar novamente e o deixou ardido com o impacto das costas de sua mão na minha pele.
Desta vez fiquei momentaneamente desorientado. Desorientado e me sentindo humilhado. Ainda mais podendo ouvir o barulho ecoar pela floresta. Meu coração doeu ainda mais e a fisgada em meus olhos se tornou mais presente, eles já estavam se umedecendo rapidamente. Estavam prestes a escorrer e sabia ainda mais, ainda mais, era por demais humilhante, muito mesmo, porque era inevitável, que se continuasse ali, não só tomaria outro tabefe forte na cara, não que isso importasse, mas ia acabar chorando na frente de todos eles e ai sim, me sentiria ainda mais humilhado BIG BOSS.
Mais do que já estava me sentindo.
Não tive escolha.
Mais alguns segundos e acabaria chorando.
Corri para a floresta.
Corri mesmo.
A toda velocidade. Ignorando as dores no rosto. Ignorando as dores no corpo. Ignorando a humilhação, e ainda mais forte, ignorando a dor em meu peito, que fazia o ar entrar com dificuldade e parecia pressionar meus órgãos internos a ponto de achar que ia desfalecer a qualquer momento, mas tinha de me afastar dali, antes que algo assim acontecesse.
Então eu corri.
Corri por horas seguidas, e seguidas. No final, tão esgotado, sem um pingo de forças para continuar, acabei apoiando as costas sobre o tronco de uma árvore gigantesca no meio de floresta, e fui lentamente deixando meu corpo deslizar sobre a casca dura, até, me deparar na mais completa solidão. Sentado com as pernas flexionadas, os braços apoiados nos joelhos.
Respirava tão pesadamente e a cada folego que recobrava, a cada batimento cardíaco acelerado, via que era inevitável agora. Eu estava completamente destruído, completamente deprimido, completamente acabado.
Estava desmoronando e as respirações foram se transformando em soluço, para logo sem seguida as lágrimas começarem a rolar pelo meu rosto, e só então comecei chorar mesmo.
Chorar muito. Feito um lobinho que não entende as coisas. E como um lobinho chorão, como um lobinho em completa solidão. Chorava ainda mais.
- Eu quero a minha mãe! – Eu resmunguei chorão. Senti-me ainda mais humilhado. Mas não pude evitar.
- Eu quero a minha mãe! – Chorei ainda mais após me repetir nas palavras. Por que estava realmente abalado demais para me importar com meu orgulho.
- Eu quero a minha mãe! – Disse soluçando. Precisava da minha mãe. Mas papai e mamãe nos deram as costas, quando rejeitamos os costumes de Ganupi. Quando fomos deixados de lados. – Mas...
- Eu quero a minha mãe.
***
Havia passado aquela noite chorando, e o dia seguinte também, até não ter mais lágrimas para chorar, só a amargura no coração, a solidão na alma e o ódio por BIG BOSS, ainda pior, era o ressentimento pelos meus irmãos, eles que deveriam ficar ao meu lado, eles que nunca poderiam cometer esse tipo de traição.
Mas eu jamais esqueceria, jamais perdoaria, mesmo que eles viessem de joelhos implorar o meu perdão, sabia que não havia mais volta, sabia que jamais os teria de volta, justamente porque eu não os queria de volta, eles poderiam se ferrar com BIG BOSS, que não estava nem ai, ia viver a minha vida sozinho, e mesmo se fosse exilado de Bardus, melhor, ia viajar pelo espaço e ia me virar sozinho.
Ia ficar sozinho, sempre sozinho e não confiaria em mais ninguém. Se com meus irmãos, com quem havia um laço sagrado, haviam me traído, isso só significava que não havia confiança no universo. Todos eram capazes de traição, todos poderiam lhe enfiar uma faca nas costas quando você se sentisse confortável o suficiente para baixar a sua guarda.
Nos dias seguintes, vivi como um animal, era inevitável e antes que pudesse notar, já estava sobre as quatro patas, caçando e comendo a carniça crua dos animais que abatia pela floresta.
Era um lobo certo?
Então viveria como um lobo!
Passei o restante do tempo sem voltar a forma humana, não voltaria mais. Estava com os sentidos ainda mais aguçados e com o ódio mais vivo do nunca e o meu lobo, compartilhava desse sentimento comigo. O que nos deixava ainda mais selvagem, ainda mais feroz a ponto de fazer com que a minha área de caça, ficasse exaurida, porque em determinado momento, passei a caçar por esporte, passei a caçar por podia, e não me alimentava mais da caça, dos animais mortos que saia deixando para o caminho e comecei a notar isso, que as presas estavam cada vez mais distantes e quanto mais as perseguia. Não reparava que estava ficando cada vez mais próximo do alojamento onde havia estado com meus irmãos.
Meu único objetivo era agir feito como um predador.
Ignorava a familiaridade daquela parte da floresta.
Só quando sentir o cheiro de carne sendo assada na fogueira, é que finalmente me dei conta de onde estava. Contra o vento, sabia que não seria notado, já que meu odor não seria levado até eles. Fiz meu logo recolher seu Kanda, para que não alertassem da energia do meu lobo e fui sorrateiramente em direção ao acampamento.
Furtivamente.
Silenciosamente.
Um lobo perigoso e selvagem.
Prestava atenção contra a direção do vento, para sempre manter a minha presença despercebida.
O lobo feroz!
Bastava encontrar algum dos meus irmãos para cravar minhas presas em seus pescoços e lhes dar o remédio para seu próprio veneno.
Eles se veriam comigo!
Basta apenas um deslize da parte deles.
Depois esperaria.
BIG BOSS seria o próximo. Quando ele estivesse desacordado, quando ele estivesse com a guarda baixa, atacaria sua jugular, gravaria minhas presas num golpe certeiro.
Acabaria com tudo!
Mas o que vi me deixou abalado.
Galick e Malacki estavam rindo e se divertindo com BIG BOSS. Eles brincavam de lutinha, tentando enfrenta-lo enquanto ele fingia que eles conseguiram acertar alguns golpes, caindo no chão com meus irmãos sobre seu peito. Para logo em seguida ele afagar lhes as suas cabeças carinhosamente.
MALDITO!
Meu ódio, puro como água cristalina ameaçou tomar conta de mim, iria avançar contra eles em total estado de pura insanidade.
Mas meu lobo me fez recuar, manter os olhos aguçados em seu prazer por estarem juntos, enquanto eu vivia miseravelmente.
Traidores!
Traidores da própria espécie!
Eles riam e se divertiam, como nunca havíamos nos divertido juntos. Porque nunca nos divertimos assim? Eu não era tão duro com eles, tudo o que fazia era para o nosso próprio bem, já que não podíamos contar com ninguém além de nós mesmos. Ganupi havia nos virado as costas, mas enfrentaríamos tudo e a todos sozinhos. Seria sempre assim. Mas estaríamos sempre unidos.
Meu peito!
A cada risada de felicidade.
Sentia o aperto insuportável em meu peito.
Eu estava vivendo miseravelmente. Mas que droga, e eles estavam se divertindo. Eu também quero me divertir. BIG BOSS se levantou repentinamente e jogou meus irmãos nos ombros, cada um de um lado, como se estivesse carregando dois grandes sacos de raízes rocha. Daquelas que assamos na fogueira, e eles riam e esperneavam com diversão nos olhos.
Estava tão deprimido em apenas observar, que havia me deitado sobre as quatro patas, choramingando no meio dos arbustos. Eles estavam tão entretidos que nem notaram a minha presença.
Que absurdo!
E se eu fosse um tubarão a espreita, pronto para o ataque? Que chance eles teriam?
Estava me sentindo ignorado, machucado, com o peito apertado e com o ódio ainda mais vivo por tudo o que havia visto. Resultado: Acabei me afastando, sentia aquela terrível vontade de esmagar alguma coisa, sentia aquela terrível vontade de sair destruindo tudo em meu caminho.
EU ODEIO BIG BOSS!
EU ODEIO MALICKI!
EU ODEIO GALICK!
Quero que todos eles sofram, pelo que fizeram comigo. Estava com sentimentos tão humanos, a dor era tão profunda, e me surpreendi quando senti as folhas no solo sobre meus pés. Havia saído da forma de lobo. Completamente nu, andando pela floresta, farejando o local onde poderia ter perdido as roupas.
Não tem mais espaço para mim.
Em lugar algum.
Havia recuperado as minhas calças, mas ainda faltava a minha camisa de caça e as minhas botas de couro enegrecido. O estranho é que os farejei até o lugar onde deviam estar, mas haviam desaparecido.
Havia um odor diferente, agachei sobre um dos joelhos, e peguei um punhado de folhas do chão a fim de sentir melhor esse cheiro.
Não estou sozinho na floresta.
Comecei a rosnar apreensivo. Era um cheiro distante, um lobo, outro Ganupi, um lobo que pode reduzir o próprio odor. Mas estava ali, distante, quase imperceptível. Fiquei parado por um instante, tentando captar mais um pouco dessa essência, tentando ouvir mais apuradamente, qualquer sinal de movimento.
- Garuda mandou encontra-lo. – Virei o rosto na direção da voz no mesmo instante. Sobre um galho, no alto de uma árvore, exatamente sobre aminha cabeça.
Que ódio, ele poderia ter me surpreendido o momento que quisesse e eu não saberia de onde viria o golpe, e era apenas um garoto de fala macia, que saltou do alto e caiu na minha frente com desenvoltura. Com experiência, com segurança. Era mais novo que eu e mesmo naquela idade, um jovenzinho cheio de segurança em seus movimentos.
Garoto irritante.
Estava segurando a minha camisa de caça e as minhas botas em suas mãos, cheias de cicatrizes.
O garoto era praticamente da minha altura, seus cabelos ondulados, num castanho clarinho, sua franja chegava a quase ocultar seus olhos expressivos. Tinham um tom tão claro, que quase chegava ao dourado, mas estava cheio de bom humor. A pele era mais pálida para um Ganupi e o corpo, era forte para a sua idade. Fez-me lembrar de BIG BOSS e isso me encheu de ódio.
- Me devolva! – Disse sério, sem desviar de seu olhar, ele estava me avaliando. Olhou-me de cima a baixo para logo em seguida deixar escapar um sorrisinho maldito. Vestia roupas de bom corte, camisa num azul claro, com cordões na altura do peito, mas estava aberto, o que revelava uma musculatura peitoral bem desenvolvida por baixo do tecido. Mais forte do que eu. Como BIG BOSS, e tão novo. As calças também pareciam ser produto de luxo e as botas encheram meus olhos. Fiquei com inveja.
Maldito!
Jogou minhas coisas no chão, sobre os meus pés e percebi suas intenções, estava esperando minha reação. Mas não estava com paciência com isso.
- Pode pegar! – ele disse divertido. – Não vou fazer nada. – Concluiu colocando as mãos espalmadas para o ar, enquanto ostentava um sorriso largo no rosto. Lábios bem formados, cheios e rosados, que revelavam uma dentição perfeita. Mesmo que meio amarelados, tinha dentes bonitos.
Mas não consegui confiar em seu olhar.
Olhar de predador!
De quem espera qualquer movimento em falso para atacar.
- O que você quer?
- Eu já disse. Garuda mandou-me encontra-lo. – Sorrisinho largo no rosto, dizia até mesmo com tom inocente e brincalhão na voz.
- O que Garuda quer?
- Não precisa ser tão chato. Vamos. Não vai se vestir? – Ele perguntou ao mesmo tempo em que seus olhos focavam as minhas coisas no chão.
Fui me abaixando sem desviar de seu olhar, e quando, numa fração de segundos, desviei minha atenção de seus olhos, ele avançou com tudo, me empurrando para o chão e caindo em sobre mim. Tentou imobilizar meus braços, mas o segurei na gola de sua camisa e não me importei com o tecido fino, meti os pés sujos dela, e o virei de costas contra o chão. O pedalei numa cambalhota, para logo em seguida saltar sobre o seu peito e o imobiliza-lo, segurando em seus pulsos enquanto mantinha meu peso, sentado sobre seus quadris.
Ele se remexeu um pouco embaixo de mim.
Depois suspirou.
- Habilidoso! – Disse, esbanjando seu sorriso largo. – Mas tem força o suficiente?
- Pode tentar se livrar! Mas você está bem preso.
- Vamos apostar?
Excesso de confiança pode ser uma mistura perigosa, mas não gostei do tom desse garoto. O pior, é que meu orgulho já foi tão ferido, que não podia dar o braço a torcer.
- O que você quiser. – Murmurei repreensivo.
- Certo.
O garoto de uma hora para outra, começou a demonstrar uma força brutal nos braços, a ponto de fazer meus próprios braços irem recuando aos poucos, até ele segurar em meus pulsos e apertar com uma pressão tão esmagadora, que achei por um momento que iria parti-los, fui obrigado a soltar seus pulsos e agora era ele quem estava me segurando. Pude notar claramente como, toda sua musculatura estava trincada, saltando numa definição impressionante e vendo o quanto eu estava despreparado para esse tipo de embate.
- O que você pensa que está fazendo? – Eu rosnei. Sem me dar ouvidos, não demorou nada, fui uma questão de habilidade, quando ele ergueu seus quadris me levando ao ar, e a cair no chão ao seu lado, impulsionado por seus braços, para logo em seguida cair sentado sobre os meus quadris, da mesma forma com a qual o havia imobilizado.
- Te peguei! – Ele disse empolgado, vitorioso. – Tente sair agora? – Disse, posicionando meus pulsos sobre a minha cabeça, numa pressão monstruosamente forte. O garoto nem estava suando, diferente de mim.
- GAROTO IDIOTA! ME SOLTA!!! – Eu berrei em fúria.
- Não precisa ser mau perdedor. – Ele disse parecendo ofendido. – Não estou aqui para ser insultado. – Soltou meus pulsos, para logo em seguida se por de pé.
- Foi sorte! – Eu disse, não querendo assumir a derrota, quando me levantei, retirando a sujeira do chão de meu corpo.
- Tá bom! Tá bom! Só queria me divertir um pouco. Sabe que Garuda nunca deixa eu me divertir? É sempre sério e chato, sempre com lições, que eu tenho sempre que aprender. Pelo menos você se diverte com seus irmãos. Comigo não, ele é sempre linha dura.
- Corta o papo furado! O que você quer de verdade?
- Certo! Certo! Todo irritadinho, só porque perdeu! – Ele suspirou. - Bem! Eu vim aqui porque Garuda que falar com você. Você e os outros, sabe? Seus irmãos no acampamento.
- Eu vou na frente!
- Certo! Ai é com você!
Já ia lhe dar as costas e seguir meu caminho com as minhas coisas em mãos, quando ele me chamou.
- Kaéle! O seu nome né? – Ele perguntou curioso.
- Isso mesmo!
- Eu sou Barrara! – Declarou dando uma forte batida no peito com as duas mãos, todo orgulhoso de si mesmo enquanto esbanjava o sorriso largo no rosto.
- Que ótimo! Bom pra você Barrara!
- Não está se esquecendo de nada Kaéle?
- Do que? O que você quer afinal de contas?
- A nossa aposta!
- A nossa aposta?
- Sim! A nossa aposta!
- Mas não apostamos nada!
- Bem! Nós apostamos! Só não chegamos a dizer as condições da aposta!
- Mas o que você quer agora?
- As suas roupas!
- As minhas roupas?
- Sim! Eu ganhei! Agora você me paga a aposta com as suas roupas!
- Mas que absurdo! As minhas roupas não!
- As suas roupas sim! Não seja mau perdedor! Eu quero as suas roupas!
- Mas como vou chegar a Garuda, sem as minhas roupas?
- Acho que isso não é problema meu! Certo? Afinal de contas, você sempre pode voltar ao Lobo, pra perambular por ai. Não precisa tanto assim das suas roupas.
- Não vou te dar as minhas roupas!
- Ou me dá as suas roupas por bem, ou eu as pego a força! Você escolhe!
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CONTINUA...
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flor de lis - Muito obrigado lindona, e fico muito feliz por estar lendo "ICA" - Na época foi muito divertido, tanto quanto penoso escrever essa história....heheheehehe....momento de provação....mas tudo fluiu tão gostoso, durante o processo, e o envolvimento dos leitores, foi uma experiência muito gratificante, como está sendo com BIG BOSS, e a cada dia que passo meu tempo digitando. fico cada vez mais empolgado, espero que curta esse capítulo...bem...muito obrigado pelo comentário e mais ainda por continuar a acompanhar a história....bjão e até a próxima...
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Helloo - Acho tão legal, quando dizem que estão se prendendo a leitura....porque acho que a minha intenção, acho que na maior parte do tempo, é tentar passar uma situação, em que as pessoas possam mesmo mergulhar na história, e ler seu comentário é gratificante, porque alguma coisa certa tenho conseguido fazer....heheehehe...espero continuar sempre assim e não desapontar você....Bem, é coisa de ciume né....dificil controlar quando gostamos de alguém e nos encontramos numa situação em que podemos perder alguém que gostamos tanto para outra pessoa....mas ai é esperar para saber como cada uma das partes vai se comportar...bem, muito obrigado pelo comentário e mais ainda por continuar a acompanhar a história...bjão e até a próxima...
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Haryan - E ainda vai demorar um pouquinho mais pra chegar em Cianbará....porque com Kane, eu vou destrinchar mais a história....heheheehehe, tem uns pontos ainda com Garuda que eu quero passar, e pra isso devo demorar um pouco mais para desenvolver a história...talvez mais um capítulo acredito....e só então rumo a cianbará....desde já obrigado pelo comentário e mais ainda por continuar a acompanhar a história...bjão e até a próxima...
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gong minji - Sabe que fico imaginando como seria pegar alguém assim? tipo um brucutu....hauahauhaauha.....assim, não sou um homem violento, mas acho que sempre fui meio intenso na cama, pelo menos me considero né....heheheehe...nunca fui muito paciente, heheheehehee....o negócio mesmo, é pegar de jeito e pimba....hauahauahuaa....brincadeira....mas nunca estive numa situação inversa, do tipo em que sou usado e abusado....heheehehe...sempre usei e abusei....ai fica a imaginação de como seria encontrar um gênio tão irritadiço quanto o meu.....hauahauahuaha....em relação ao cameron, é por causa disso mesmo, ele é mais sensível que os irmãos, por isso ele tende a sentir as coisas por um outro prisma....o Jordan é o meu sonho de consumo, hauahauahauaha....digo de personalidade hehehehehe....adorei essa expressão....hoje eu to pro crime....hauahauahauhaa....ainda vou usar ela em alguma história....hauahaauhhu...cheguei até a tomar nota...srsrsrs...desde já obrigado pelo comentário e mais ainda por continuar a acompanhar a história....heheheeheh...bjão e até a próxima...
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elioph - Cara fico tão feliz por ver seu comentário, assim, vc foi um dos primeirões, e sempre que um de vcs, sumidões voltam a comentar, fico ultra mega feliz, cara, porque de alguma forma, me sinto intimo de vocês....Acho muito legal, quando apresento características na história com as quais os leitores se identificam, eu gosto muito da casa dos leões, mas me identifico mais com a casa dos lobos, sempre tive fascínio com os lobos e acho que é um dos motivos de gostar tanto dos gêmeos....mas tem uma surpresa pra você então no próximo capítulo. O kane é realmente meio instável, tem um instinto passional pela forma como sente as coisas, ai por isso pra ele, amor é mais profundo, tanto quanto o ódio. O Jordan ele se magoa mais facilmente e o Cameron tem o coração maior dos três..agora paro por aqui, pra não ficar falando demais e acabar criando amarras na história...hauahauahau....muitíssimo obrigado pelo comentário e mais ainda por continuar a acompanhar a história...bjão e até a próxima...
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Vini_Sp - huahaauhaauhaua...será se vai haver surubão? hauahauhaua.....acho que não, assim, já basta o BIG BOSS, hauahuhua...mas tipo, penso que não haverá mais por causa daquela sensação de não querer transformar a história numa grande putaria...srsrsrsrs, já basta a relação dos lobos com BIG BOSS, mas prometo que não vou deixar a possibilidade fechada, vou manter a mente aaberta, se caso a história pedir por algo assim, então que seja. Agora, sou péssimo detetive...srsrsrsrs....não entendi o que quis dizer, e realmente olhei os comentário anteriores e havia jurado que havia deixado o numero lá...srsrsrsrs...bem....então ai vai....e para qualquer um que ler e quiser realmente manter contato, podem adicionar numa boadesde já obrigado pelo comentário e mais ainda por continuar a acompanhar a história...bjão e até a próxima...
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Ru/Ruanito - Obrigado pelo presença ruanino, pelo dez, e mais ainda por continuar a acompanhar a história....bjão e até a próxima.
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Isztvan - Sempre compreensivo, muito obrigado mesmo cara, fico muito feliz com a sua presença, desde já obrigado pelo comentário e mais ainda por continuar a acompanhar a história...bjão e até a próxima.
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Nara M - Puts, fico muito feliz, por estar comentando, se não me engana, você é uma novata nos comentários certo? Quer dizer que conquistei mais uma leitora importante...hauahauahua...brigadão mesmo....fico muito feliz, quando ai BIG BOSS, saiba que ele tem um coração gigantesco, heheeheheeh...tem sempre espaço para mais um....então vamos ver como ele vai administrar isso....heheehehe....e pretendo introduzir em breve um personagem da casa da Coruja, porque eles são uma pessa central na história das casas espaciais, ai já viu....hauahauahau....desde já obrigado pelo comentário e mais ainda por continuar a companhar a história..
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Gunter - Já pensei nisso, mas realmente não sei como vou fazer a interação dele com o leozinho, eu tenho uma ideia pra seguir, um rumo pra história, mas estou com receio de fazer algo que não tenha volta, porque se seguir um determinado rumo, eu posso acabar entregando toda a trama logo de cara.....o pior é que estou de mãos atadas então vou ter que me virar nos 30 pra saber como contornar uma certa situação em relação ao tubarão, ao big boss e ao lobo.....hauahauahaua....bem...mas vamos esperar pra saber como vai ficar no final das contas....desde já obrigado pelo comentário e mais ainda por continuar a acompanhar a história....bjão e até a próxima...
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