MINHA VIDA
CAPÍTULO 07
Quando Paulo tirou o cinto, eu sai correndo para a porta da minha casa, destranquei, mas não consegui fechar, pois Paulo empurrou a porta e entrou, ele deu outro tapa em minha cara, que me levou ao chão.
- Paulo, por favor, para, estou ficando com medo - disse enquanto me rastejava pelo chão.
Ele parecia não me ouvir, ele estava furioso e sua pele estava da cor de tomate. Ele veio em minha direção, me pegou pelo cabelo, rasgou minha cabeça e me jogou em cima do sofá.
- Agora você vai aprender a respeitar seu homem - disse ele vindo para cima de mim com cinto.
Ele pegou o cinto e com ele começou a bater em minhas costas, eu gritava por socorro, mas ele parecia apenas ficar cada vez mais furioso e com isso aumentava a intensidade das pancadas, quando cinto arrebentou em minhas costas, ele me pegou pelo cabelo e me jogou no chão.
- Para por favor, tá doendo - disse chorando, jogado no chão como lixo.
- Tira a roupa - disse ele autoritário.
- O que? - perguntei chocado.
- TIRA A ROUPA! - gritou ele irritado.
Paulo veio para cima de mim, tirou minha calça a força, enquanto eu me debatia no chão. Ele ficou zangado com minha resistência e socou meu rosto, fazendo sangrar perto do canto de meu olho esquerdo.
- MALUCO! - gritei com ele.
- ME RESPEITA! - ele gritou novamente e deu outro tapa em meu rosto.
- Me solta - disse choramingando - Não faz isso o que você quer fazer, Eu não quero, vai embora da minha casa.
- CALA A BOCA - outro tapa foi deferido em meu rosto - Vamos para nosso quarto, eu vou te usar - disse ele me pegando pelo cabelo e me levando para meu quarto.
Quando nós entramos lá, ele me jogou em cima da cama, subiu em cima de mim e tentou me beijar, mas eu recuava. Ele se irritou e deferiu outro tapa em meu rosto. Eu aproveitando a deixa, peguei o abaju que tinha em uma cômoda ao lado da cama e bate na cabeça dele com o objeto. Paulo caiu da cama desacordado no chão, sua cabeça sangrava.
- MEU DEUS! Eu matei ele - fiquei desesperado ao ver Paulo jogado ao chão de meu quarto.
Peguei meu celular que estava jogado no chão, próximo a cama e liguei para a primeira pessoa que me veio cabeça. Patrick. Não demorou muito para ele chegar em casa e entrar correndo em meu quarto, ele me olhou assustado e em uma mistura de raiva e susto olhou para Paulo, mas ao chão.
- Ele fez alguma coisa com você? - perguntou ele se aproximando de mim, que estava sentando na cama com o abaju nas mãos.
- Não.
- Que marcas são essas? - perguntou ele passando as mãos pelas minhas costas.
- Ele me bateu com o cinto dele - disse começando a chorar - Ele tentou abusar de mim, tentou me estuprar.
- Calma, eu estou aqui - disse Patrick me abraçando e depois olhando para Paulo - O que fazemos com ele?
- Não sei - disse saindo do abraço de Patrick.
- Ligo para a polícia? - perguntou Patrick.
- Não - disse apavorado - Paulo me fez muito mal, mas eu não poderia o ver preso.
- Então o que vamos fazer - disse.
- Não sei, mas não quero ver ele preso - disse chorando.
Paulo começou a se mexer, então eu me agarrei a Patrick, logo meu ex-companheiro se levantou meio zonzo e olhou em minha direção, e depois olhou para Patrick, seus olhos demonstravam fúria.
- SOLTA ELE! - ele gritou.
- NÃO - Patrick gritou de volta - SAI DAQUI, SEU VAGABUNDO!
Patrick empurrou Paulo para fora do meu quarto e pouco tempo depois ele volta sozinho. Se agacha perto de mim, passa as mãos em minha bochecha e enxuga minhas lágrimas.
- Calma, ele já se foi - disse ele tentando me consolar - Expulsei ele daqui.
- Eu odeio ele - disse chorando.
- Calma! - disse ele me abraçando outra vez, depois de um tempo, ele passou as mãos nas vermelhidões da minha costa - Ele te bateu muito.
- Bastante - disse voltando a chorar - Eu nunca pensei que ele teria coragem de fazer algo assim, está doendo tanto fisicamente quanto psicologicamente.
- Entendo - disse Patrick se levantou da cama - Tome uma banho, eu vou lá em baixo fazer alguma coisa para você comer.
- Está bem - disse.
- Volto já - ele depositou um beijo em meu rosto.
Patrick saiu do meu quarto, eu lentamente fui para o banheiro, entrei e ao me olhar no espelho, vi o estrago que Paulo tinha deixado em meu corpo. Meu rosto estava vermelho devido aos tapas, minhas costas e braços estavam marcadas por causa do cinto. Meus olhos estavam inchados de tanto chorar.
Entrei no box, liguei o chuveiro e fiquei minutos ali debaixo, quando sai, minha pele estava ardendo e sangrando em alguns pontos. Após tratar as feridas, vesti uma roupa qualquer, calcei meus chinelos azuis e desci para a cozinha. Onde encontrei Patrick concentrado no fogão.
- O que você está fazendo? - perguntei, pegando o de surpresa.
- Que susto! - ele começou a rir, mostrando suas covinhas - Fiz uma sopa pra você.
- Faz tempo que não como sopa - forcei um riso e me sentei a mesa que tinha na cozinha.
- Você parece não se alimentar direito, tive que sair para comprar legumes, pois aqui não tinha nenhum - disse ele concentrado com a sopa.
- Eu sempre almoço lá por perto do trabalho e quando chego aqui em casa, como apenas uma besteira - disse.
- Ah! - ele se virou e me olhou - Você tem que se alimentar direito.
Patrick serviu a sopa e jantou comigo, por alguns instantes eu me esqueci que ele era meu chefe, e que Paulo tinha acabado de fazer comigo, após terminar de jantar. Fui para meu quarto e dormi. Patrick ficou lá em casa, eu insisti para ele voltar para casa, mas ele quis ficar comigo. Ele passou a noite do quarto de hóspedes.
Ni dia seguinte, acordei e Patrick estava sentando a mesa, tomando um café preto com algumas coisas que ele tinha comprado, me sentei a mesa.
- Bom dia - disse pegando o suco.
- Bom dia - disse ele rindo.
- Foi você que fez tudo isso - disse apontando para a mesa.
- Só o café, o resto eu comprei.
- Ah, muito obrigado - disse rindo - E suas filhas, como elas ficaram, você passou a noite aqui em casa - disse olhando para ele aflito.
- Estão na casa de mamãe, pedi para a babá e deixar elas lá - disse ele - Você já estava dormindo quando eu liguei para casa.
- Que bom, já estava me sentindo culpado - disse forçando um riso.
- Não sinta - disse ele passando sua mão em meu rosto - Você não teve culpa, por o que aquele babaca fez.
Realmente, eu não tive culpa por que Paulo tinha feito e Patrick tinha me feito entender aquilo.
- Vou tomar banho e vou com você trabalhar - disse me levantando da mesa.
- Não - ele me olhou preocupado - Você precisa descansar, principalmente pelo o que aconteceu ontem.
- Mas eu quero trabalhar - fiz bico.
- Não senhor, vai ficar em casa - ele se levantou, veio até eu e deu um beijo em minha testa - É uma ordem, fique aqui em sua casa descansando.
Ele saiu pela porta de minha me casa e me deixou ali na cozinha com cara de cu.
CONTINUA???
Oi gente! Ainda estou em Fortaleza, mas consegui um tempinho para postar um capítulo de MINHA VIDA. Beijos na Omoplata de vocês.
CrisBR1: Fico feliz que você tenha gostado de meu conto, nem eu sabia que ele era cheio de possibilidades. Kkk, que bom que você gostou.