Oi meus amigos leitores da Casa dos Contos. Desculpe gente pela demora a postar os capítulos mas eu acabei ficando sem tempo. Olha que os capítulos já estava escrito já faz muito tempo mas eu realmente Fiquei sem tempo para escrever. agora que eu já tenho mais tempo eu vou tentar escrever o capítulo seguinte e tô postando esse capítulo. Agradeço a vocês por terem lido, eu leio o comentário de todos vocês! Espero que continue gostando. E mais uma vez me desculpem mesmo pela demora
E agora vamos ao capítulo
Eu acordei com o raios de sol tocando o meu rosto. Na mesma velocidade em que eu despertava, as lembranças felizes da noite anterior enchiam a minha mente. Logo esbocei um sorriso.
Minhas mãos tatearam a cama, procurando pelo corpo do Ricardo, mas não o encontrei. Olhei para o lado para me certificar, mas realmente ele não estava aqui. Eu estava sozinho naquela cama!
Então me levantei e gastei uns dez minutos entre arrumar a cama, fazer minha higiene e me vestir. Peguei meu celular e vi de cara cerca de 30 chamadas perdidas do Alberto, mais uns SMS da Eliana.
Resolvi abrir os torpedos, e vi que Eliana queria falar comigo urgentemente. Mas aí eu pensei "Bom, eu já estou indo pra escola então quando eu chegar lá, ela fala comigo". Eu não retornei o contato pra ela. Eu estava curioso para saber o que o Beto queria falar comigo, mas o meu orgulho não deixava eu retornar o contato.
Eu cheguei na escola e vi que os alunos da minha sala me olhavam estranho, como se eu estivesse com algo errado.
EU: Miga, o que é que está acontecendo aqui? - foi a primeira frase que eu falei com Eliana assim que a encontrei na sala de aula - Por que todos me olham de um jeito estranho?
ELIANA: Eu não sei o porquê, mas o Rafael avisou aqui pra turma que no horário do intervalo ele tinha uma revelação para contar sobre você.
EU: Meu Deus! O que será o que Rafael sabe sobre mim.
Eu fui até o Rafael, tentar saber o que é que ele sabia, mas ele ficou fazendo suspense e não me disse nada. O tom de voz dele, meio malandro, me preocupou.
Eu não consegui me concentrar direito nas três aulas antes do intervalo. Me perguntava todo o tempo qual era a "bomba" que o Rafael tinha a revelar sobre mim. Notei que o Ricardo não me procurou; na verdade, ele nem apareceu hoje. Isso não é um bom sinal...
PROFESSOR: Bom turma, eu quero amanhã esse caderno de exercícios resolvidos. Podem ir pra o Intervalo.
O professor de foi, e alguns alunos também, mas logo voltaram pra sala. Na mesa do professor, Rafael e o Roberto estavam ligando a TV em um notebook. Logo logo meu inferno iria começar.
RAFAEL: Atenção turma... Vocês devem estar se perguntando o porquê de eu ter chamado vocês hoje. Eu quero mostrar umas imagens que vocês vão ficar chocados!
Quando ele reproduziu a primeira imagem, o pessoal ficou fazendo burburinhos e ficaram boquiabertos. Já eu fiquei estático ao olhar pra tela.
Rafael mostrou uma foto do Ricardo e eu nos beijando numa pose bem sensual.
RAFAEL: Olha esses viados se beijando! Hahaha! Logo você, Eduardo, um queima rosca!
E ele passou outra imagem, eu estava com a mão no volume do Ricardo.
RAFAEL: Olha pra isso! Eduardo você ta safadinho nessa foto! Esse aí poderia trabalhar como Garoto de Programa!
Eu estava chocado com o que Rafael e estava fazendo comigo. Eu estou sendo humilhado em sala de aula, e da pior forma possível, sendo exposta minha sexualidade em público.
Lágrimas começaram a cair dos meus olhos sem eu me dar conta. Eu estava em um misto de emoções tão forte que eu não sentia nada, não vida nada ao meu redor, somente aquelas imagens.
RAFAEL: Eu tenho muito mais dessas imagens que não posso mostrar aqui. Senão posso ser acusado...
EU: Como você pôde... - disse ainda incrédulo com a humilhação que Rafael estava me fazendo.
RAFAEL: Ah... Como eu fiz isso? - falava pra mim como se estivesse num show de stand-up - Isso não seria possível se não fosse a gentil colação de ninguém mais e ninguém menos do que o seu namorado, o, Ricardo!
EU: O QUÊ?
RAFAEL: Isso mesmo, o Ricardo. Foi o próprio Ricardo que teve essa ideia! Ele que planejou te seduzir, te levar pra cama, registrar essas lindas imagens - e apontou para a TV da sala - para mostrar quem realmente o você é: Um viado!
O Ricardo... O Ricardo fez isso? Por quê? Por quê? Eu me apaixonei por ele de verdade, me entreguei a ele e ele me humilha em público! Por quê? Por quê?
Eu ainda estava em estado de choque, ouvindo a turma falando em uníssono "viadinho, viadinho, viadinho, viadinho" quando a Eliana me pegou e me tirou da sala.
Eu estava chorando muito, e Eliana tentando me consolar. Ela me levou pra um banheiro, no último andar da escola, o que era pouco utilizado. Lá eu pude chorar mais.
EU: Por quê? Por que eu, Miga? O que eu fiz para merecer aquilo?
ELIANA: Você não fez nada de errado, migo. Eles que foram cruéis contigo.
EU: E sabe o que mais está doendo agora, Eliana? Foi saber que o idealizador daquilo foi o Ricardo! Eu amo tanto ele, eu realmente estou amando aquele filho da...
ELIANA: Eu sei, calma... Calma...
EU: Como ele pode? Como eles puderam....
ELIANA: Vamos pra casa, migo! Você não está em condições de assistir aulas depois do que aconteceu.
EU: Vamos sim...
Saímos do banheiro para ir embora. Eu fiquei calado durante o trajeto até uma mureta próximo à portaria. Quando estávamos perto da saída, ele aparece... Miserável!
RICARDO: Eduardo, meu amor! Me perdoe, por favor! - dizia ele, se aproximando de mim, com o rosto choroso.
Ele parou bem na minha frente, olhos com olhos, rosto a uns quinze centímetros dos meus, com lágrimas nos meus olhos. Eu só senti vontade de fazer uma única coisa naquele momento, e assim o fiz.
POU!
Ricardo andou um pouco pro lado, com o rosto virado para a esquerda, depois do soco que lhe dei. Eu não consegui falar mais nada, mas naquele momento, com aquele golpe, eu consegui lhe dizer o que estava entalado no meu coração.
Calado o encontrei, calado o deixei e segui o meu caminho, acompanhado da Eliana.
Como desgraça pouca é bobagem, eu encontrei ainda na escola o Alberto, que estava com seu olhar indecifrável. Seus olhos seguiram o meu trajeto para fora da escola até o momento em que pulei a mureta da escola.
A Eliana me levou pra casa dela porque os pais dela não estavam lá, só voltariam pela noite. Ficamos na sala, tomando sorvete e assistindo um filme que nem me lembro do título
EU: Ai miga, eu nunca pensei que passaria por isso hoje.
ELIANA: Pois é... A vida, infelizmente, tem dessas coisas. Aliás que belo gancho você deu no Ricardo
EU: Foi mesmo? Eu estava com muita raiva, mas com muita raiva que nem consegui falar, só dei aquele soco.
ELIANA: E ainda foi pouco pra ele! Você deveria ser vingar dele, fazer ele sentir um pouco da humilhação que você sentiu e...
EU: NÃO!!! Chega de maldade por hoje. Se eu me vingar dele, eu serei igual a ele, e eu não quero isso pra mim.
ELIANA: Tá certo...
EU: E o Beto, miga?! Viu como ele me olhou? Aquele olhar que não expressa nada e ao mesmo tempo expressa tudo.
ELIANA: Sei bem como é!
EU: Eu sinto como se ele dissesse" eu te avisei". E ele tinha razão! Eu que fui tolo em duvidar dele e acreditar num canalha como o Ricardo.
ELIANA: Mais do que você, migo, sou eu que tenho que pedir perdão pro Beto! Eu não dei credito pra ele e ainda o acusei de estar interessado em você!
EU: Verdade! Todos nós temos que pedir desculpas a ele. Só que hoje eu do quero chorar e afogar minha dor.
Passei o restante do dia sendo consolado pela Eliana. Meu celular recebeu dezenas de chamadas do Ricardo, e até mesmo de um número desconhecido - com certeza era o Ricardo ligando - mas não atendi.
Passei por muita humilhação nos dias seguintes ao acontecido. Por onde passava tinha algum moleque bradando "viadinho, viadinho" quando eu passava; as garotas cochichavam e davam risinhos olhando pra mim. O Ricardo tentava falar comigo todos os dias, mas eu o ignorava com a ajuda dos meus fones de ouvido.
Mas o tempo foi o melhor remédio para mim. Passado um mês, e, quase ninguém mais dava importância à minha humilhação, outros fatos e alunos ocuparam o foco da escola, e eu virei página virada dali.
Quando eu estava no refeitório, eu vi o Alberto sentado com alguns amigos próximos do lugar aonde estava sentado. Eu o estava observando até que seu olhar se encontrou com o meu. Eu percebi que tinha que falar com ele! Tinha que lhe pedir perdão e, quem sabe, voltar a ser amigo dele.
Então eu o esperei até o fim do intervalo e quando ele estava saindo, eu o abordei e o pedi para conversar. Ele aceitou e combinamos de nos encontrar na quadra de esportes.
EU: Que bom que você veio, Beto. - me aproximei dele e sentei na arquibancada, do lado dele.
Eu: Beto, eu te chamei aqui porque eu preciso te pedir perdão! Você estava certo esse tempo todo sobre o Ricardo, sobre essa aproximação dele. Sabe, eu fui tão humilhado ontem que só estou aqui com a ajuda de Deus e da Eliana.
Falei e ele ainda estava calado, com um olhar indecifrável. Isso me preocupou, pois o Beto nunca foi de ficar na dele, ao contrário, ele costuma ser muito sincero com seus sentimentos.
EU: E então, Beto?! Eu estou aqui, abrindo meu coração, te pedindo perdão. Você me perdoa?
ALBERTO: Já terminou? - eu assenti - Pois agora me escute! Você ser lembra quantas vezes eu te avisei que o Ricardo era uma furada? Muitas! E quantas vezes ele ficou te humilhando, te agredindo, e o que eu fazia? Eu te defendia, eu te apoiava, eu brigaria por você, mas você não deixava.
Eu tive que concordar com o Beto. Ele sempre esteve ao meu lado, como meu fiel escudeiro. Beto falava com uma certa raiva no seu tom de voz, e eu só ouvia
ALBERTO: Eu fui o seu melhor amigo, mais do que isso até, fui seu irmão! E você resolveu dar atenção ao cara que te humilhava só porque ele disse que te amava. E eu, que estive ao seu lado por toda uma vida, fui jogado pra escanteio!
Eu: Não foi bem assim...
ALBERTO: Me deixe falar! Eu te ouvi, agora me escuta. Agora que você tomou na cara, você quer me pedir perdão? Você foi muito mau comigo. Eu passo até te perdoar, mas nossa amizade acabou! Você perdeu o seu irmão aqui! Lembre-se de que um erro seu estragou toda uma história entre nós dois!
Eu ouvia calado, mas chorava muito. Já havia ultrapassado minha cota de lágrimas para um ano inteiro. Ser humilhado na escola, pela pessoa que eu amo já é péssimo, mas perder a amizade do meu melhor amigo por culpa minha foi pior do que eu imaginava!
ALBERTO: Agora eu já vou. Acredito que já falamos tudo o que tínhamos para falar...
Eu o vi partir para longe de mim com a certeza de que perdi uma parte de mim.
As semanas seguintes foram muito ruins! O miserável do Ricardo me procurava todos os dias, mas eu o rejeitava. O Beto fazia de conta que eu nem existia, o que me deixava mais triste. A minha salvação foi a Eliana,
A Eliana me dava suporte emocional durante todo esse período turbulento.
Esse clima desconfortável continuou durante muito tempo, e pra mim já tinha dado tudo isso. Eu precisava fazer algo e resolvi conversar com a Eliana, mas não a encontrava.
Eu a encontrei falando com o Alberto. Resolvi me aproximar sem eles de darem conta para ouvir a conversa.
ALBERTO: Diga Eliana o que você quer, porque eu não tenho o tempo todo.
ELIANA: Eu vim aqui te pedir perdão por tudo o que eu falei pra você. Eu deveria ter acreditado em você quando você disse que o Ricardo estava aprontando com o Eduardo.
ALBERTO: Deveria mesmo!
ELIANA: Mas fiz isso pela felicidade do meu amigo! Eu quero que ele seja feliz, e se ele estava feliz com o Ricardo eu não aceitaria aquela oposição sua.
Eu: Eu sei, eu também faria a mesma coisa, aliás o que eu fiz foi pela felicidade dele. Por isso que eu te perdoo.
Eliana: Ah, obrigado! Fico feliz.
Poxa! Até a Eliana o Beto perdoou, menos eu! Eu saí dali cara vez mais decidido que não queria mais continuar naquela escola.
Claro! Essa era a única solução que me restava: Me mudar de escola. Então eu agi na mais completa discrição, sem levantar suspeitas da Eliana, nem do Ricardo, que insistia em me mandar torpedos diariamente dizendo que ama e o quanto está arrependido do que fez.
Conversei com meus pais e os convenci a me mudarem de escola, a mais afastada dali. Depois de muita conversa franca com eles, meus pais conseguiram me transferir para outra escola, que ficava do outro lado da cidade. Ficaria somente essa semana.
Resolvi avisar apenas à Eliana da minha mudança, porque ela sempre esteve ao meu lado, inclusive nesse período de humilhação.
ELIANA: Eu não acredito, migo! Você vai sair do colégio mesmo?
EU: Pois é! Eu irei na segunda feira. Eu não aguento mais viver no mesmo local onde estão o Rafael e o Ricardo. A turma esta sempre falando de mim pelas costas, as investidas do Ricardo em cima de mim e ainda tem o Alberto me ignorando. Pra mim essa escola já deu!
ELIANA: entendi. Mas e eu, migo?! Como eu fico? Você vai me abandonar?
EU: Nunca! Eu não vou te abandonar. Você pode vir na minha casa quantas vezes quiser.
ELIANA: Obrigado, migo. Você tem certeza que quer sair dessa escola e abandonar toda essa situação aqui?
Eu pensei por alguns segundos na pergunta da Eliana. Eu iria abandonar escola, amigos, disciplinas e tudo por causa do que aconteceu comigo? Também pensei na possibilidade de recomeçar a minha vida escolar, fazer novos amigos, e esquecer a humilhação que sofri. Pensei, pensei e...
EU: Eu tenho certeza! Eu vou me dar uma nova chance. Eu vou sim, miga!
ELIANA: Ah, migo eu vou sentir tantas saudades de você! Mas se essa decisão for a melhor para ti, então vá! - Eliana se levantou e eu também - Eu quero te ver bem, então seja feliz!
Nós nos abraçamos. Esse abraço é uma despedida e não o é. Era o fim de uma convivência de mais de oito anos e a nossa amizade continuaria firme e forte, apesar da distância.
E quando estávamos saindo do pátio Eliana e eu, aparece de surpresa o Ricardo.
RICARDO: Eduardo, meu amor!
EU: Ai meu Deus...
RICARDO: Já tem meses que corro atrás de você ter pedindo perdão! Você não faz a ideia de quanto estou arrependido pelo que eu fiz! Eu sei que o que eu fiz pra você foi terrível, mas eu estou aqui, arrependido pelo que fiz, e te peço mais uma chance. Eu te amo!
Eu: Mas você se deu conta muito tarde! Agora sou eu quem não te deseja.
Ele me olhou triste, mas já era hora de tudo isso acabar agora.
EU: Talvez eu consiga te perdoar, mas minhas palavras são sinceras: Eu não te quero mais!
Eu segui o meu caminho, deixando de uma vez por todas o Ricardo e aquela escola pra trás. Ainda consegui ouvir a Eliana contando pra ele que eu sairia daquela escola.
Aquela seria minha última semana naquela escola, minha última aula com aqueles colegas.
Os primeiros raios de sol do domingo tocaram o meu rosto. Sabia que amanhã tudo seria diferente. E minha vida seria outra, mas eu aceitei mesmo assim essa mudança.
Estava na sala, assistindo TV, depois de tomar café, quando a campainha toca. Quando eu abro a porta, vejo a pessoa mais improvável que iria me ver.
EU: Beto?
ALBERTO: Eu mesmo. Posso entrar?
EU: Pode... - e liberei a passagem pra ele. Eu estava surpreso com a presença dele aqui. Ele seria a última pessoa que veria dos de tudo o que passei.
Ele se sentou num sofá e eu, no Puff em frente a ele.
Alberto: Eu fiquei sabendo que você vai sair da escola. É verdade?
Eu: É verdade. Eu sofri demais aqui e decidi recomeçar em uma outra escola. Recomeçar é tudo o que eu preciso agora. Como você soube que estou saindo da escola?
ALBERTO: A Érica me contou. Por isso que eu estou aqui.
EU: Não entendi. O que você quer dizer com isso?
ALBERTO: Eu vim aqui para pedir que você fique.
O quê? O Beto quer que eu fique, apesar de tudo o que eu fiz pra ele? O que ele quer com isso?
Eu: Você quer que eu fique? Mas por quê? Por que você quer que eu não vá embora da escola?
ALBERTO: Porque... Porque... - ele suspirou - porque eu gosto de você!
Num primeiro momento eu pensei que ele gosta de mim de amor, mas acho que é "gostar" como amigos.
EU: Eu também gosto muito de você, como somos amigos, eu nunca me esquecerei de você, mas...
ALBERTO: Você entendeu errado! - disse Beto, me interrompendo - eu gosto de você mas é maior do que a amizade. Eu sinto vontade de estar com você, de te proteger de canalhas como o Ricardo, de deslizar minhas mãos pelo teu corpo, de transar com você, de te amar intensamente e te dar amor. EDU, EU ESTOU APAIXONADO POR VOCÊ!!
Eu não tinha palavras de tão surpreso que fiquei ao ouvir o que ele me disse. A Eliana vivia me dizendo que o Beto gostava de mim, mas eu não dava crédito, pois ele namorou com a Márcia, e ele não tem nenhum trejeito de que curtia caras. Eu estava custando a acreditar no que acabei de ouvir dele.
ALBERTO: Edu... Ei, Edu! Está me ouvindo?
EU: Hã?! Ah, tô aqui sim... Eu estou surpreso, Beto. Você, apaixonado por mim parece mentira. Tem certeza disso?
ALBERTO: Absoluta! Na verdade eu já gostava de você desde o dia em que nos conhecemos, mas ainda não era paixão ou amor de namorados; tava mais para amor fraterno. Eu sempre vi em você um irmão que nunca tive. Você foi a melhor pessoa que eu conheci.
#FiqueiEmocionadoComIsso
ALBERTO: Eu comecei a olhar pra você com outros olhos, Edu, no ano novo deste ano. Você se lembra?
EU: Claro que eu me lembro! - risada tímida - A gente foi pro mirante, olhar os fogos, e quando acabou a contagem regressiva, a gente se abraçou. Eu me senti protegido naquele abraço, Beto.
ALBERTO: Já eu senti um sentimento diferente, uma vontade de ficar ali, naquele abraço, pelo resto da minha vida. Eu cheirei seu cangote e me arrepiei, igual ao que estou sentindo agora.
Alberto estava com os pelos do braço definido dele em pé.
ALBERTO: Eu queria tanto te dizer que gosto de você desde aquele dia, mas eu tinha medo: medo de te perder, perder tua amizade, teu sorriso, tua força de vontade. Eu não sei o que faria caso isso acontecesse.
EU: Eu nunca me afastaria de você, Beto! Você é o cara da minha vida, meu irmão. Mas nunca tinha te observado como um homem. Eu fico feliz que você tenha me dito isso.
ALBERTO: Então vamos nos dar uma chance? Uma chance ao nosso amor?
EU: Vamos sim!
Mas aí eu me lembrei que eu havia me transferido de escola.
EU: Mas Beto, eu me mudei de escola, e pra uma BEM distante daqui. Como ficaremos se não nos veremos com facilidade; e acho que os meus pais não me colocarão de volta na escola por causa do que aconteceu.
ALBERTO: Verdade... Mas continuaremos juntos. Falando nisso, a turma do Erre tem que receber uma lição, das bem dadas.
Eu: Ainda não, BETO! Eles merecem sim, mas sem envolver violência.
ALBERTO: Que tal Amor, fazer eles proverem do seu próprio remédio? Tipo descobrir um podre deles e espalhar pra geral lá na escola.
Eu: O problema é que nós seríamos iguais a eles. E isso eu não quero ser.
Alberto: Mas então... Vamos deixar eles impunes? Você acha isso justo?
Eu: Justo eu não acho, mas é o certo a se fazer agora. Vamos deixar que os dois se enrosquem com a sua propria corda.
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ELIANA: A cada dia que passa eu me surpreendo com você, Edu! – comentou Eliana após eu contar que Beto e eu estamos namorando – Eu desconfiava que vocês iriam se apaixonar, mas não pensava que seria tão cedo, ainda mais que vocês estavam brigados.
ALBERTO: É... Pra você ver como são as coisas...
EU: Pois é...
ELIANA: E como fica a sua situação aqui na escola? Isso quer dizer que você vai voltar pra nossa sala?
EU: Infelizmente não, miga. Eu conversei com Beto e expliquei que voltar quase depois que eu saí seria uma perda de tempo e causaria estranho aos meus pais. Por enquanto eu vou ficar na nova escola.
ELIANA: Ah...
EU: Vamos lá pra casa pra gente comecar a fazer o trabalho em equipe.
ELIANA: Mas pra quê? Você não vai estar mais na escola, não vejo necessidade de você continuar a fazer essa atividade.
EU: Mais aí é que está! Eu sou muito nerd, como você vivia me dizendo, e quero terminar esse trabalho para fechar com chave de ouro a minha vida nessa escola.
ALBERTO: Esse meu namorado, viu?! – riu com meu comentário – Não perde o jeito.
Seguimos para a minha casa Eliana, o Beto e eu.