Olá meninas. Tudo bem com vocês? Rsrs'
Vamos a mais um capitulo 😁😜
CAPITULO 12: JULIA
Depois da visita da Alexia eu fiquei bem mais disposta a seguir com o meu tratamento. Eu não conseguia conter a minha alegria. Ter a Alexia perto de mim era simplesmente maravilhoso. Saber que eu podia contar com ela era essencial pra mim. Eu estava contando as horas para o próximo dia de visita. Meu coração saltava de alegria só de pensar na minha amada.
A doutora continuava com suas indiretas, que com o tempo já não eram mais tão discretas. Eu como sempre ficava indiferente, não dava a mínima para ela.
O dia tão esperado por mim chegou. O dia de visita. A família toda apareceu. Cumprimentei a todos com um beijo na bochecha e um abraço. Até o chato do meu cunhado eu cumprimentei. Fui até a Alexia, mas quando fui beija-la ela desviou sua boca da minha. No momento, pensei que fosse só por está com vergonha dos meus familiares, mas com o tempo percebi que alguma coisa havia acontecido.
- Maninha, eu estava morrendo de saudades de você. Você me irrita, mas faz muita falta. -- Disse minha irmã.
- Também estava com saudades de você, sua chata. -- Falei tentando esboçar um sorriso.
Eles iam falando, mas eu já não conseguia prestar atenção em mais nada. A mudes da Alexia estava acabando comigo. Vi uma oportunidade de ficar a sós com ela quando ela se levantou para ir ao banheiro. Chamei meu pai no canto e perguntei:
- Pai, sabe me dizer se aconteceu alguma coisa com a Alexia? Ela ta estranha!
- Deve ser TPM. Vai se acostumando, pois além de lidar com a sua terá de lidar com a dela também.
- Será? De qualquer forma vou lá falar com ela.
- Boa sorte!
Entrei no banheiro e ela estava encostada na pia como se estivesse me esperando. Tentei me aproximar, mas ela me impediu com um gesto.
- Por que não me contou?
- Contei o que?
- Sobre a Fernanda! Eu estive com ela a alguns dias atrás.
Merda. Me xinguei mentalmente.
- O que ela te falou?
- Disse que te ama e que já se declarou pra você. Porque não me disse?
- Não achei necessário.
- Você ta brincando comigo, né?! Só pode! Não achou necessário? Eu não escutei isso...
Acho que ela iria me matar. Suas veias pulsavam muito e seu rosto já estava avermelhado. Era nítido que ela estava irritada.
- A única coisa que foi necessário pra você foi mentir pra mim, né? Sinceramente, estou decepcionada. Como um relacionamento que já começa com mentiras pode dar certo. Você não confia em mim, é isso??
Não sabia aonde essa conversa iria dar, mas eu não estava gostando do rumo que ela estava tomando. Impossível descrever o medo que eu estava sentindo.
- Não, não é isso. A Fernanda é passado e eu te juro que nunca tive nada com ela. Só não te falei nada porque pra mim é como se ela nem existisse. Eu estou com você Alexia e é com você que quero ficar.
Ela ficou me encarando como se estivesse me avaliando.
- Eu te amo. -- Falei
Ela arregalou os olhos e diante daquelas três palavrinhas o seu semblante ficou mais sereno.
- Não me deixa. -- Falei me aproximando e a beijando. De inicio não ofereceu nenhuma resistência para logo em seguida empurrar meus ombros delicadamente para que eu me afastasse.
- Olha só Julia, vou deixar uma coisa bem clara pra você. Eu odeio mentiras. Eu gosto de você, mas nem por isso vou aceitar certas coisas. Então espero que você tenha aprendido a lição porque não haverá uma terceira chance.
Aonde eu me meti? Não disse nada. Apenas balancei a cabeça em afirmação. O clima ficou tenso.
- Amor? -- Disse ela depois de alguns longos minutos em silêncio.
- Oi...
- Você poderia repetir aquela frase de novo?
- Qual? Ahh... Eu te amo, Alexia.
Os olhos dela brilharam na hora. O sorriso que ela deu foi perfeito. Ela me beijou. E ao contrário do beijo anterior, esse não tinha nada de calmo. Pegou em minha cintura e me pôs sentada na pia. Encaixou seu corpo no meio de minhas pernas e começou a me beijar ferozmente. Com a mão direita agarrou o meu cabelo e com a outra começou a alisar meu seio direito por cima da blusa. Eu fiquei totalmente excitada, dava pra sentir a minha calcinha totalmente molhada. A Alexia parecia ter perdido o controle. Ela alisava o meu corpo inteiro com aquelas mãos ágeis. Veio descendo beijando o meu pescoço até chegar... Em lugar nenhum. A minha irmã e a doutora chegaram na hora e nos flagraram. Que ódio! A Janaína ficou nos olhando sem reação.
- Ai meu Deus. Me desculpe gente. Eu não sabia que vocês estavam... -- Ela fez um gesto com as mãos.
- Tudo bem, Janaína... -- Falei.
- Meninas, me desculpem mais esse não é o local mais apropriado para fazer esse tipo de coisa. -- Disse a doutora.
Alexia que até o momento estava imóvel, reagiu.
- E eu acho que você não tem nada a ver com a nossa vida!
- Alexia! -- Falei olhando-a surpresa. -- Me desculpe doutora.
- Tudo bem, Julinha. Eu sou madura o suficiente para entender que isso é só ciúmes.
- O que você quis dizer com isso? Que eu sou imatura?
- Entenda como quiser... Criança!
A Alexia ameaçou avançar em cima dela, mas se conteve. Peguei em sua mão e saí puxando ela para fora do banheiro.
- Eu odeio essa doutora!
- Calma Alexia.
- Calma? Ela fica me provocando o tempo todo. Fica dando em cima de você na minha cara. Como posso ter calma?
Eu não disse mais nada. Fiquei com medo de falar alguma coisa e acabar piorando a situação. Ela fechou os olhos por uns segundos e respirou fundo. Ela ficou me olhando e depois começou a rir. Não entendi nada.
- O que foi? Não entendi a piada.
- Nada demais. To rindo de mim. Da minha crise de ciúmes. Me desculpa, ta?! O que sinto por você é uma coisa nova pra mim... Estou aprendendo a lidar com isso ainda... Prometo que vou passar a me controlar mais.
- Tudo bem.
Ela me beijou e eu retribuí. Fiquei acesa na hora. Ela percebendo o meu estado se afastou e saiu me puxando pela mão.
- Vocês demoraram. -- Falou meu pai assim que nos aproximamos.
- Gustavo deixa as meninas. -- Falou mamãe.
A conversa ficou animada. A Janaína chegou e começou a participar da conversa.
- Alexia amanhã eu te espero lá em casa para jantar. -- Intimou mamãe.
- Desculpe-me, Dona Sandra. Não vai dar. Meus irmãos estão em minha casa. Tenho que ficar com eles.
- A Kamille e o Júnior estão aí? -- Perguntei.
- Sim. E o Elias também.
- Porque eles não vieram?
- Porque eu tinha algumas coisas pra resolver contigo. Lembra?
Nem ousei falar nada. Novamente fiz apenas um sinal afirmativo.
Quando eles foram embora ainda fiquei sentada em um dos bancos admirando a paisagem. Eu queria sair daquele lugar e poder ir embora com eles. Eu estava esperando ansiosamente por esse dia.
Depois de um certo tempo fui caminhando em direção ao meu quarto afim de me deitar um pouco. Quando abri a porta do meu quarto meu coração veio parar na minha mão. Sentada ali na minha cama estava a última pessoa da face da Terra que eu imaginava ver ali.
- Não vai me cumprimentar Julia? Pensei que ficaria mais feliz em me ver.
- Realmente é um desprazer enorme ter você aqui!
- Você deveria ser mais educada, pois não é assim que se fala com sua futura esposa.
- Nunca será! O que você veio fazer aqui Fernanda?
- Vim conferir de perto esse teu patético namoro. O que aquela garota tem que eu não tenho? É mais bonita? Mais inteligente? Fale Julia. Eu quero saber!
- Porque você não me deixa em paz? Vá viver a sua vida e me deixa viver a minha.
- Te deixar em paz? Pra você viver com a Alexia? Você só pode está louca!
Fiquei olhando pra ela, tentando entender a cabeça daquela mulher. Ela pegou em meus braços com força, estava me machucando. Cheirou o meu pescoço e tentou me beijar. Eu desviei.
- Olha bem para mim Julia. Eu não vou deixar você ficar com aquela garota. Se você não ficar comigo, não ficará com mais ninguém. Vou fazer da sua vida um inferno.
Antes que eu respondesse alguma coisa a doutora Sara chegou. Nunca fiquei tão feliz em vê-la.
- Algum problema Julinha?
A Fernanda me soltou e sorriu debochadamente.
- Espero que você tenha entendido tudo que eu falei. Na próxima vez eu não serei tão cordial. -- Ameaçou-me Fernanda.
Eu estava acuada. Ela tinha acabado de me ameaçar. Eu estava visivelmente incomodada.
- Desculpe moça, mas o horário de visita já acabou a muito tempo. -- Falou Sara percebendo o meu incômodo.
- Tudo bem. Tudo que eu tinha pra resolver com a... Julinha, eu já resolvi. Até mais, amor. -- Falou se retirando do meu quarto.
Eu estava pálida, meu corpo tremia muito. O meu coração estava a mil. A Sara saiu e depois retornou com um copo de água com açúcar. Olhei para os meus braços que agora continha a marca das mãos daquela psicopata e quase chorei.
- Toma aqui Julinha. Beba.
Bebi, mas aquela sensação ruim que eu estava sentindo não passava. Comecei a andar de um lado para o outro. Minhas mãos trêmulas anunciavam o que meu corpo queria.
- Doutora, aquela sensação voltou. Eu preciso cheirar, fumar ou qualquer outra coisa.
- Você não pode! Seja forte! Não retroceda Julia!
- Eu não sei se vou conseguir.
- Você precisa conseguir... Pela... Sua família!
Parei... Pensei no meu pai, na minha mãe, na minha irmã, na Alexia... Lembrei do sorriso deles. Da felicidade em me ver se tratando. Me acalmei, mas não o suficiente. De repente meus olhos começaram a ficar pesados.
- Doutora, o que tinha na água? -- Perguntei-a apoiando minha cabeça em seu colo.
- Nada demais. Só relaxe. Eu estou aqui com você.
E a imagem da Lara fazendo-me cafuné foi a última coisa que eu vi antes de adormecer.