EGEU - 2º Episódio

Um conto erótico de Lord D.
Categoria: Homossexual
Contém 2512 palavras
Data: 14/01/2016 21:48:04
Última revisão: 14/01/2016 21:48:32

PESSOAL, CALMA, EU NÃO ESTOU PIRANDO. SE VOCÊ ESTÁ LENDO UM TEXTO NADA HAVER, VOLTE MAIS TARDE, ATUALIZE A PÁGINA DO SITE QUE VOCÊ VAI ENCONTRA O CAPÍTULO CERTINHO. COMO EGEU JÁ FOI PUBLICADO, SE EU COLOCAR DE PRIMEIRA O TEXTO, O SITE VAI REJEITAR, POIS CONSIDERARÁ PLÁGIO, ENTÃO EU PRECISO POSTAR OUTRA COISA PRIMEIRO, QUANDO SITE ACEITAR ENTÃO EU EDITO E COLOCO O TEXTO DO CONTO. ESPEREM. PACIÊNCIA.

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2.

Christian olhava para uma figura masculina, que usava um boné sob o capuz de uma camisa branca de moletom. O seu rosto estava envolto em sombras, sendo impossível reconhecer quem era.

- Qual é mermão? Esse aqui já tem dono, vai cantar em outro terreiro.

- Senão... – o encapuzado desafiou.

- Quer pagar para ver?

- Quero. Mas só depois que você acordar – o encapuzado lhe deu um soco seco, fazendo com que o outro desabasse no chão. A força do soco somada ao excesso de bebida, já consumida, levaram o importuno a nocaute.

- Você matou ele? – Christian se assustou.

O encapuzado, em silêncio, puxou Christian pelo braço boate a fora.

- Pra aonde você tá me levando?

- Há essa hora, lugar de neném em casa, dormindo na caminha – disse secamente o encapuzado. Ele falava, como se quisesse disfarçar a voz.

- Eu conheço você? – Christian se chocava com as pessoas, quase não vendo o encapuzado, que mantinha o rosto sempre voltado para frente, escondido pelo boné.

Do lado de fora, ainda com a mão de Christian presa na sua, o encapuzado fez um sinal para um taxista, que estava livre.

- Leva ele para o Colégio Santa Clara. – o encapuzado instruiu o taxista, lhe pagando adiantadamente.

- Sim, senhor – respondeu o taxista, ligando o carro.

- Como você sabe... – Christian foi praticamente empurrado para dentro do carro.

Sem responder, o salvador de Christian apenas fez uma reverência e saiu andando na direção oposta. Saber que um estranho se preocupava com ele, era uma sensação muito interessante. A curiosidade o corroía. Com certeza se fosse dia, ele teria visto o rosto do cara.

Quando o carro parou em frente à escola, Christian viu Suzana do lado de fora, olhando para todos os lados, acompanhada de uma morena alta e muito bonita. A mesma garota que Pedro Miguel estava pegando.

- Aonde você se meteu com a Gisele? – exigiu saber Suzana. – Papai já ligou dizendo que vem nos pegar.

Gisele! Christian nem se lembrou da amiga, em meio à confusão em que se metera. Mas também, se sentiu bem por largado ela sozinha lá. Pois se não tivesse sido convencido por Gisele, não teria passado pelo ocorrido. É, mas o ocorrido lhe trouxe uma grata surpresa. De qualquer forma, Gisele conhecia bem a noite.

- Olha, Suzana, eu só fui dá uma volta com Gisele, mas não conta para os nossos pais – pediu Christian.

- Não tenho tanta certeza. Mas vou pensar no seu caso – disse Suzana, erguendo uma das sobrancelhas. – Vai ficar me devendo uma.

- Você é demais, maninha – comemorou Christian.

- Eu sei! – Suzana falou toda convencida.

- Por um acaso, você não viu o Pedro Miguel por aí, Christiano?

- É Christian! – corrigiu o garoto, irritado. – E o Pedro Miguel sumiu?

- Pois é. Ele disse que ia falar com um amigo, e não voltou mais – explicou a morena.

- Sabe, Fernanda, na minha terra isso se chama toco – Christian saboreou o momento.

- O Pedro Miguel não ia...

- O que é que eu não ia? – perguntou um voz masculina, abraçando Fernanda por trás.

- Aonde você se meteu? E cadê sua fantasia de índio.

Pedro Miguel estava com roupas comuns, e um boné voltado para trás. Ele de fato era um fenômeno da natureza. Seu porte atlético de jogador de futebol, era um casamento perfeito com seu rosto bem desenhado e olhos cor de âmbar. Ele parecia que tinha passado dez vezes na fila da beleza.

- Ah, gatinha, eu não curto muito aquele ventinho passando por entre as pernas – explicou ele. – Então fui trocar de roupa.

- E perdeu restante do baile – disse Fernanda – Pior. Me deixou sozinha.

- Mil beijos, pelo seu perdão – ele a beijou.

Christian olhava os dois, como um cão abandonado diante de um frango de padaria. Como ele desejava estar no lugar de Fernanda, recebendo toda aquela atenção e carinho.

- Tudo bem com você, Christian? – Pedro Miguel voltou-se para o seu admirador.

- Sim – Christian, abriu um sorriso.

Pedro Miguel ficou encarando o outro, com um sorrisinho enigmático e malicioso. Christian teve a impressão de que ele falava por códigos, através do contato visual.

- Vou avisar para minha irmã que já vou indo – disse Fernanda para o namorado. – Volto em um instante. Não saia daí.

- Pode deixar general – Pedro Miguel deu um último beijo na namorada, antes de ela voltar para dentro da escola.

O pai de Christian e Suzana chegou, buzinando para os dois. Suzana correu em direção ao carro, mas o irmão, ao tentar fazer o mesmo, foi retido pelo braço por Pedro Miguel.

- O que foi? – Christian olhou para ele, surpreso.

- A escola agradece à equipe de atletismo – Pedro Miguel olhou para as pernas de Christian, desnudas por conta da fantasia indígena.

- Como? – Christian, não acreditava no que havia dito.

- Vai para casa, e nada de desviar do caminho – Pedro Miguel soltou a mão dele, e foi atrás de Fernanda, olhando para trás.

O carro de Arnaldo buzinou mais uma vez, despertando Christian de suas fantasias. Ele atendeu ao chamado do pai, e entrou no carro, sob os protestos da irmã, que estava irritada por querer continuar no baile.

Mais tarde, em casa, enquanto se vestia para dormir, depois de um banho demorado e cheio de reflexões, Christian ouvia uma música, bem baixinho, pensando. Não. Sonhando com a possibilidade de o encapuzado ser Pedro Miguel. Havia coincidências, com certeza, e a última frase do admirado fora bastante sugestiva. Contudo, era quase certo que Christian usaria o rosto de Pedro Miguel na oculta feição do encapuzado, mesmo que nenhum indício apontasse para isso.

- A equipe de atletismo fica honrada com o agradecimento e reconhecimento, e disponibiliza um de seus atletas para constatação de condicionamento físico – dizia para si, Christian. Imaginando as mãos grande de Pedro Miguel, deslizando sobre suas coxas.

Ele se jogou na cama, abrindo os braços totalmente. Aquela sexta à noite, já virando para o sábado, foi quase o conto da Cinderela. Christian, distraído pelos seus pensamentos, tomou um susto quando seu celular sinalizou o recebimento de um SMS. O rapaz pegou o aparelho, que estava em cima do criado-mudo, imaginando que se tratava de William, querendo saber algo de importante sobre a festa. Christian abriu a mensagem que dizia:

“Apaga a luz. Já passou da hora de neném ficar fora da cama”. A mensagem era de um número desconhecido.

Christian sentiu o coração acelerar, e a súbita vontade de ir até a sua janela, que estava com as vidraças abertas, e somente fechada pelas cortinas. O rapaz caminhou lentamente, erguendo as pontas dos pés, para ver se enxergava a rua, sem ter que se aproximar tanto. Seus olhos, no entanto, só alcançava a rua deserta, pouco iluminada pela iluminação pública precária. Continuou a caminhar, até sentir a cortina, ondulando com a leve brisa, tocar o seu corpo. Christian afastou os dois lados do cortinado, e segurou nas folhas da janela. E foi lá, que ele o viu novamente. Encostado próximo a um poste, o dito cujo encapuzado, encarava a janela de Christian. O rosto totalmente ocultado pelo boné, e as sombras da noite. O encapuzado fez uma reverência, e um sinal com as mãos de que Christian deveria ir dormir. O rapaz riu, pedindo com um gesto de mãos, que o outro revelasse sua identidade. O encapuzado, fez um sinal de que depois faria isso, lançando um beijo no ar, e desaparecendo na esquina. Christian ainda ouviu um barulho de motor moto. Não deduziu de imediato que fosse o encapuzado, até porque era comum motoqueiros àquela hora. Mas se fosse ele, era mais um pista que inclinava na direção de Pedro Miguel, pois o mesmo possuía uma moto.

Um casaco branco de moletom com capuz, um boné, um porte atlético, e mais, o conhecimento sobre Christian. Pois se ele tinha o seu número, era porque se tratava de uma pessoa do seu convívio social, ou pelo menos ligado a uma. Era um delicioso mistério que Christian queria desvendar, mas estava sob uma grande chance de cair em profundo desapontamento, pois o que ele queria, na verdade, era que Pedro Miguel emergisse de debaixo do capuz, e declarasse o seu amor por ele. Ingenuidade? Sem dúvida. A adolescência é cheia dessas coisas.

Não é difícil de imaginar, que os sonhos de Christian tivessem sido dominados pela imagem de Pedro Miguel, naquela noite. Sim. Músculos, tendões rígidos, roçar de pernas, suor, e muito, muito sexo. É bem provável que os gemidos de Christian tivesse sido ouvidos por Suzana, que dormia a uma parede de distância, no quarto ao lado.

- Então um cara de capuz te resgatou? – perguntou William, fazendo uma cara de incrédulo.

- Exatamente – confirmou Christian. – Tudo aconteceu como eu te disse.

Era sábado de manhã, e Christian estava no quarto de William, relatando tudo que acontecera na noite anterior. A mãe de Christian, resolveu relaxar um pouco o castigo, pois ela não fazia ideia que o filho havia saído para uma balada, no meio do baile. No momento, só pesava um incidente com o cachorro da vizinha.

- E onde ele deixou? – perguntou William.

- Onde ele deixou o quê?

- O cavalo branco – riu William. – É sério Christian, essa história tá muito conto de fadas.

- Se você não quer acreditar? – Christian deitou na cama de William, que estava sentando na cama de seu irmão. – Mas veja bem. Ele conhecia o meu número.

- Isso é muito doido, cara – William, jogou-se na cama – E... a Suzana.

- O que tem ela? – quis saber Christian.

- Como era ela estava?

- De índia, obviamente. – ele riu.

- Você sabe muito que não foi isso que eu perguntei.

- Cara eu acho que você deveria falar para ela o que você sente – aconselhou Christian.

- E você poderia me ajudar nisso...

- Vamos negociar essa questão – Christian se levantou, e foi em direção a um cômoda muito bonita. – Que frasco bonito. Ele pegou um vidro de perfume, azul marinho, com o designer bem exótico.

- Christian, não...

Christian borrifou um pouco da fragrância no punho, e levou ao nariz.

- Nossa! Que perfume cheiroso – Christian procurou o nome no frasco. – “Meu Egeu” – ele leu.

- Você não devia ter mexido nesse perfume. O cheiro vai espalhar pela casa. Eu tô ferrado – William havia tomado o frasco da mão de Christian e tampado rapidamente, recolocando na cômoda.

- Por quê? – Christian não tinha entendido a reação do amigo.

- Esse é o perfume do Érico. Ele vai arrancar o meu coro quando sentir o cheiro dele espalhado pela casa. Quase fico sem minhas orelhas quando mexi nele uma vez.

- Nossa, isso tudo por causa de um perfume? É tão caro assim?

- Não é uma questão de preço – começou William. – A nossa mãe era perfumistas, e preparou essa composição com as melhores especiarias que ela conhecia. O nome “Meu Egeu”, é por conta da paixão do Érico pelo mar Egeu. É a última lembrança que ele tem dela, antes do acidente. O Érico tem a fórmula do perfume, que ele manda fazer sob encomenda, regularmente. Você entende? Além de ser algo da nossa mãe, esse perfume é único. É a marca dele.

- Puxa! Agora fui eu que fiquei com medo.

- VOCÊ MEXEU NO MEU PERFUME DE NOVO, MOLEQUE?!!!

Um rapaz alto, de cabelo castanho claríssimo, com um corte social, entrou no quarto aos berros. Christian e William ficaram paralisados diante da entrada súbita.

- Érico eu... – William gaguejava.

Érico o típico homem feito. Tinha as sobrancelhas grossas, o maxilar duro e viril, que tinha uma sombra de barba. Ele era forte, mas não com músculos de academia, inflados. Suas definições eram naturais, como as de alguém que realiza um trabalho pesado, repetindo vários movimentos. Seu corpo tinha aparência marmórea, e contrastava com os olhos doces, amendoados.

- Não adianta se justificar, seu sem-vergonha – Érico segurava uma pasta de couro, finíssima. – Será que eu vou ter que te dar uma surra?

- Fui eu que mexi, Érico – assumiu Christian, sentindo o estômago revirar. Ele e Érico eram quase da mesa altura, só que a robustez desse último, dava impressão de Christian ser mais baixo.

Érico encarou Christian com os olhos um pouco assustados. Ele não havia se dado conta de que o rapaz estava ali. Sentiu o cheiro do seu perfume lá da garagem, e subiu furioso, disposto a dar uma lição em William, seu irmão mais novo. A irritação o havia cegado, o que o fez ignorar a presença de Christian.

- Não está tentando proteger o William, está? – Érico quis saber.

- Não. Eu sou totalmente culpado. – respondeu Christian.

- E você gostou do perfume?

- Como é que é? – William não acreditava no que ouvia.

Érico preocupado em saber sobre o gosto de Christian, sendo que quase matava o seu próprio irmão, segundos atrás. William estava boquiaberto.

- É muito bom – disse Christian.

- É o meu cheiro. – afirmou Érico. – É sempre inesquecível.

- Legal – Christian se sentia muito estranho.

Não que ele não conhecesse Érico. Sempre o cumprimentava quando vinha a sua casa. Sua amizade mesmo era com William, mas achava Érico um cara legal. Além de ser muito bonito.

- Bom... eu vou voltar para o que e estava fazendo – Érico saiu, encarando Christian até fechar a porta.

- Que porra foi essa? – William se irritou. – O meu irmão não ficou irritado contigo? Cara, eu sou um desgraçado mesmo. Você sempre se dá bem em tudo.

- Deve ser o meu charme.

- O Érico é um buceteiro. Nem vem.

- É uma pena, porque ele é gostoso, pra caralho – riu Christian. – E tem mais consideração por mim do que por você.

- Se não calar a boca, eu te quebro a cara – avisou William.

Christian começou a dançar, descendo até o chão, enquanto cantarolava:

- “O seu irmão gostosão, me dá mais atenção do que pra você.”.

- William... – Érico entrou novamente no quarto, ainda vendo o rebolado de Christian. Ele conteve o riso.

Christian sentou-se rapidamente na cama, ficando vermelho com um tomate.

- A tia Laura disse para não esquecer de comprar o presunto para o jantar – disse Érico.

- Tudo bem – disse William.

- Pode continuar a música, Christian – Érico deu um sorrisinho e saiu.

Christian e William caíram na risada, na ausência de Érico.

- Quem fez aquele desenho? – Christian apontou para um quadro na parede.

- Foi o Érico – respondeu William – Ele usou uma foto em que a mamãe está com nós dois.

- Ficou perfeito! Muito real – admirou Christian. – Tem até um leve traço de mangá.

- É. Muita gente faz encomenda com ele desses desenhos. Rendem uma boa grana – disse William. – Mas a minha maior curiosidade, é saber no que ele trabalha tão secretamente.

- Como assim?

- Naquela pasta de couro, que ele trazia na mão, contém desenhos que ele não deixa ninguém ver de jeito nenhum. Já até me ameaçou de morte se eu mexer na pasta. Acho que é algo relacionado a nossa mãe. Ele nunca superou a perda dela.

- Mistérios no ar...

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Comentários

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Desse eu me lembro kkkk. Muito ansiosa esperando o próximo

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