05° CAPÍTULO
Querido diário no decorrer de um percurso são varias as situações que surgem pra nos fazer desistir, e em muitos casos por não ser da forma que esperamos nos frustramos, mas o que importa e acreditar sempre que possamos melhorar e que sempre as coisas vão mudar.
Aquela noite estava longe de acabar, os ventos estavam fortes o que me fez ficar arrepiado.
- Acho que vai cair outra tempestade cara.
Marcelo veio correndo todo encolhido e eu comecei a sorri dele, colocava a mão na boca tendo um ataque e ele ficou sério.
-Tá rindo do quê? Posso achar graça também?
-De você? (Risos).
-De mim o que?
-Tá parecendo um pintor molhado. Falei rindo.
-Hehehe muito engraçado. Vamos logo nos abrigar.
- Mas onde vamos nos proteger? Perguntei nervoso.
- Vem vamos procurar um lugar seguro.
Ele se aproximou me dando apoio pra segurar nele. E com as mãos em volta do pescoço conseguir um forte apoio, ele estava meio molhado mas já vestindo a calça.
-Eu não faço a mínima idéia de onde vamos passar a noite.
-Tem uma gruta mas ali na frente, podemos ficar la, até a tempestade passar.
- Gruta? Estranhei. - Como sabe?
-Ontem antes de você cair eu achei ela, atrás de umas árvores, podemos ficar la.
Entramos e lá era bem úmido e o frio que fazia era tremendo. E a chuva parecia um furacão, os ventos pareciam que derrubariam toda ilha.
-Eh muito úmido aqui... Falei trincando os dentes de frio.
-Claro tu queria que fosse quente?
-Sim queria sim.
Eu me apoiei numa parte mais estreita onde sentia mais Calor.
-E se tiver algum bicho aqui?
-Frescura.
-Tá me chamando de fresco eh?
-Mas tu é mesmo o que em?
-Olha eu não quero discutir agora, só quero descansar, tive um dia cheio.
-Eh eu também, vamos descansar...
Me deitei de costas pra ele e a tristeza que sentia era muito grande, lágrimas desceram minha face e eu comecei a chorar baixinho.
-Também num precisa ficar assim. O que eu fiz agora?
-Nada, eu só estou com saudades da minha tia e da Cléo, não queria tá nessa situação. Tudo o que eu queria era desfrutar da viagem dos meus sonhos, mas isso tá sendo um pesadelo.
Ele se aproximou se sentando do meu lado. E passou a mão nas minhas costas.
-Calma cara, a gente vai sair dessa. Fica calmo.
-Como?
-Cedo ou mais tarde eles vão nos encontrar.
-Deus te ouça...
Passamos a noite lá e choveu muito e mesmo com muito frio, conseguimos dormir.
Quando o dia surgiu o som de tranquilidade era presente ao ser pelo simples cantos dos pássaros ou o cheiro de frescor das árvores, os raios solares iluminavam já todo aquele úmido ambiente.
Com um pouco de dificuldade eu me levanto, e ao me virar Marcelo ainda estava dormindo, ali todo lindo.
-Como ele é lindo!!
Sorri ao olhar pra ele dormindo, fui me aproximando lentamente dele, sentia vontade de tocar seu rosto, e aquela oportunidade não iria perder. Assim que toco minhas mãos eu seu rosto ele começa a se mexer devagar, tento tirar mas num impulso ele a envolve a prendendo e um sorriso lindo brotava nele dormindo, fiquei muito mais nervoso.
- Droga !!! E agora o que vou fazer? (Pensando).
Ele continuava envolvido com minhas mãos, bem devagar eu comecei tirar e assim que puxo de uma vez ele acorda assustado me assustando mais ainda.
- Que foi isso seu doido? Perguntou ele demonstrando reação de susto.
Eu mal sabia o que dizer.
- Bem eu...Eu tava tentando tirar um bicho da tua cara é tu me assustou e acho que assustou o bicho também....
- Bicho? Que bicho cara? (Serio).
- Uma aranha caranguejeira daquelas bem peludas...Mentir.
Ele sorriu.
- Que estranho eu não sentir pico algum, na verdade sentir macies diria...
- Estava sonhando Marcelo, sonhando por quer não existe aranha macia. (alterado)
Eu dei as costas a ele.
- Verdade. (Se levantando) mas existem mãos né? E diria bem suaves.
Eu continuei de costas.
- Bom eu... Eu preciso tomar um banho comer algo? ( me virei). Pode me ajudar a procurar algo pra comer?
Ele respondeu com um belo sorriso.
- Claro vamos, eu também tou morrendo de fome... Eu te ajudo a andar.
Ele me ajudou fazendo me apoiar em seus ombros.
- Ainda sente muita dor?
- Ainda sinto mas estou melhor hoje. Graças a Deus.
Fomos caminhando em direção a mata.
-Eu não sei nada sobre você Pedro.
-Por que tu quer saber de mim?
-Ah cara tá só eu e você é eu gosto de saber das coisas.
-Humm tipo?
-Se você namora? Faz o quê da vida? Essas coisas do tipo.
Por que ele estava interessado em saber da minha vida?
-Tudo bem. Eu nunca namorei com ninguém.
-Fala sério?
-Sério? A minha vida toda foi muito privada, eu sempre tive poucos amigos e sempre me dediquei pra passar pra Medicina e já tem dois anos que tou tentando uma vaga.
-Teu sonho é ser médico?
-Sim Marcelo eu quero muito cusar medicina e ajudar as pessoas, sempre foi meu grande sonho.
-Que massa...
-E você tem algum sonho?
-Eu detesto estudar cara, faço Administração na maratona por quer meu pai quer que eu administre a empresa dele, mas nunca quis nada disso.
-Porrw que chato viver assim.
-Isso é uma foda sem prazer.
-Comecei a sorri e ele também.
-Você tem um sorriso meigo.
Eu fiquei vermelho com o elogio dele.
-Sério??
-Aham...
-Obrigado Marcelo. Você também tem um sorriso muito bonito.
-Valeu.
- Será que estão preocupados com a gente? Perguntei.
-Acho que já devem tá nos procurando, Afinal as câmeras devem ter registrado todo o momento em que caimos no mar.
- Como será que minha tia e a Cleó tão?
Cruzei os braços entristecido.
- Bom acho que muito preocupadas contigo agora meu pai tá nem aí pra mim.
- Num diz isso. Ele é seu pai deve tá sim muito preocupado.
Ele abaixou a cabeça.
- É um egoísta não tá nem aí pra mim ou pra ninguém a não ser pra aquelas drogas de negócios dele, com isso ele se preocupa.
- Deve ser muito ruim isso. Mas olha o lado bom você tem pais e eu não.
Falei aquilo com uma tristeza muito grande.
- Seus pais já morreram?
-já sim!!! Eu os perdir num acidente de avião quando era criança ainda.
-Nossa cara eu sinto muito...
Ele ficou sem graça.
- Obrigado.
- Não deve ter sido fácil pra você.
- Não foi nada. Mas minha tia Marlene me ajudou a enfrentar tudo isso, e hoje sou o que sou graças a ela.
- Eh eu...
Ele é interrompido pelo som vindo do alto.
- Não acredito nisso!!! Marcelo vibrou de alegria.
- Eh um helicóptero... Falei sorrindo ainda não acreditando.
-Estão procurando a gente!! Só pode ser.
- Precisamos chamar atenção deles. Agora como?
- Perai fica aqui eu vou sair daqui...Vou pra praia...
- Então corre (serio).
A gente tava afastado da praia. Naquele meio de mata ninguém iria ver a gente. Marcelo saiu correndo em direção a praia gritando.
- Seja o que Deus quiser.
Fiquei nervoso com a situação. Se seríamos salvos? Isso eu não poderia ter certeza.
CONTINUA.