Ola pessoal, queria agradecer as visitas no conto e os votos, esse ultimo capitulo recebi muitos comentários e votos positivos de vocês.
Esse capitulo ficou enorme, quer saber se vocês preferem mais resumido ou posso continuar assim?
E pra terminar, quero saber se deu pra odiar muito o Rodrigo? Agora será hora de transforma-lo num anjo, rsrs
TRenattoZ, pois é, fica difícil defende-lo, não a justificativas pra tentar defender o que ele fez. Bom, acho que ele já será humilhado bastante nesse capitulo. Acho que agora a ficha dele cai. Não sei ainda se a Stela é uma mulher ma, vamos ver no que vai dar.
Stark01, mas porque quer que ele morra? Vou fazer você se apaixonar pelo Rodrigo. Kkkk, Será que consigo?
Tay Chris, também acho, enquanto ele fazia as maldades com os outros, dava até pra tolerar, mas agora ele passou de todos os limites. Bom, acho que você anda lendo meus pensamentos, quando o Carlos voltar de viagem, imagina o que ele vai fazer? E ainda tem os avós dos meninos, que pelo visto não gostam nada do Rodrigo. Aj e tem mais, a Maria vai descobrir umas coisinhas do Rodrigo, acho que vai ficar ruim pra ele, rsrs
Helloo, eu também fiquei morrendo de dó do Rafa, olha ele vai ter que rebolar, se virar mesmo pra apagar tudo isso, e de quebra sofrer um pouquinho né, pq não mata ninguém, rsrs. Obrigado pela visita.
Luk Bittencourt, não só vc como outros aqui deram essa ideia, mas fique relaxado, pq não é nada tao relevantes, será apenas pra reforçar algo do conto, pra justificar, num determinado momento, relaxe. Cara, você ficara de quatro pelo Rodrigo, vai desejar ter um na sua vida, rsrs e ainda levar caé na cama pra ele. Kkkk, Acho que no final desse capitulo já deu pra ver que o Rodrigo começou a ser dar conta que ele é todo errado né? Cara, agora estou de férias, quero ver quando volta a rotina, que horas vou escrever? Cho que vou fazer igual nas séries, encerro uma temporada e volto no ouro ano, kkk.
CrisBR1, obrigado pela visita, Grande abraço.
Martines, pois é, fica difícil defende-lo mesmo, o que ele fez com o Rafa não tem perdão. Você anda lendo meus pensamentos? Kkk, o Rafa vai fazer outro desenho sim, e terá o Antônio sim, rsrs, mas umas coisinhas a mais. Ah e outra, ele nem trepou, brochou, escutou um monte, esta se sentindo culpado, acho que ele já esta sofrendo, ou não? O Rafa vai fazer uma coisa bem pior que não colocar ele num desenho.
R.Ribeiro, pois é, o Rodrigo não tem sido um bom pai, acho que o que ele fez com o Rafael é pior do que ter deixado eles na rua sozinho. O Rafael é o mais velho, e apesar de ser ainda bem criança ele e o Arthur são bem unidos, apesar de brigarem tb, de aprontarem, mas na hora do aperto são irmãos mesmo.
Guiiinhooo, sim, ele até agora se comportou como um monstro, mas ele ainda irá fazer o Antônio muito feliz. Será que ele merece mais uma chance?
Ru/Ruanito, bom, pobre isso eu garanto que ele vai ficar, kkk
sonhadora19, hahahaha, estou adorando esse ódio que vocês estão sentindo pelo Rodrigo, só espero não ter exagerado demais, agora será hora de vocês se apaixonarem pelo Rodrigo. Pois é, o Antônio apesar de bom, já jogou a toalha, agora cabe o Rodrigo correr atrás. Fique tranquila, no próximo capitulo a Maria vai descobrir o que o Rodrigo foi capaz de fazer com o Antônio. Beijão minha querida. Obrigado pelo carinho.
Geomateus, pois é, ele ainda não fez nada pra merecer o Antônio, mas ainda acho que da tempo dele correr atrás. Mas será que o Guilherme fugiu? Acho que ele apenas não quer ou tem medo de conhecer o irmão.
CDC✈LCS, foi mais que irresponsabilidade, foi falta de amor, de atenção, de tudo. Acho que agora esta na hora de fazer você se surpreender de maneira positiva ne´. Valeu Lucas, grande abraço meu caro.
Ninha M, pois é, ele passou dos limites mesmo, tem pais que esquecem os filhos trancados no carro, mas nesse caso o Rafa e o Arthur seriam bem capaz de fazer uma ligação direta e sair guiando com o carro, rsrs. O Rafael tiraria tudo isos de letra, mas ele esta ferido pelo que o pai fez com o desenho dele, por isso esta fraco assim. Vamos ver se ainda da tempo do Rodrigo recuperar tudo que perdeu,Beijao minha querida.
robinhuu19-87, kkkk, mas quem é Alexandre? Não tem ninguém com esse nome na historia.
Drizo, ola rapaz, fico feliz por ter ficado feliz com meu retorno, rsrs. Espero que esse conto supere ou que pelo menos se iguale ao anterior. Espero que continue gostando e seja bem vindo, bom te-lo por aqui. Abração.
mathsxd, ola meu querido, fico feliz que esteja gostando. Abraços.
Anjo Sedutora pois é, acho que o Rodrigo já aprontou, todas, agora só falta matar, rsrs. Também fiquei morrendo de dó do Rafa, ele pegou pesado demais. Obrigado, um ótimo ano pra você também.
Monster, esse é homem pelo qual você vai se apaixonar, vai querer ter um em sua vida, rsrs, Sera que consigo fazer você mudar de opinião? Ele vai pagar um pouco sim, acho que já começou a pagar.
Drica (Drikita), pois é, ele superou todos os limites da falta de noção, pra não dizer outra coisa. Bom a Stela é outra que precisa acordar, sai do mundinho que ela vive, mas ainda não sei se ela é ma ou apenas sem noção. Beijão.
Chele, que bom que esta por aqui.kkk, isso mesmo, pode comentar, que saber o que você esta achando da historia, Mas sempre gosto mesmo de deixar um gancho para o próximo capitulo, pra vocês ficarem se perguntando ou imaginando o que vai acontecer. Pois é, acho que o Antônio jamais deixaria o Rodrigo sozinho numa estrada, ferido. Hehehe, a intenção é essa mesmo, fazer vocês odiarem o Rodrigo, agora terei o trabalho de fazer vocês o amarem de paixão. Pois é, o Rodrigo tem algum problema mal resolvido com o pai e ao invés de fazer diferente com os filhos, esta fazendo pior ainda., Espero que continue gostando do conto, Beijão.
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Maria - Já estava quase ligando em seu celular.
Rodrigo - Vou tomar um banho e dormir, nem quero jantar.
Rodrigo abriu a geladeira enchendo um copo d´agua.
Rodrigo - Vou tomar um remédio, estou estourando de dor de cabeça.
Maria - Eu estava preocupada, o Seu Sidnei já ligou três vezes querendo saber dos meninos.
Maria - Que horas você deixou eles lá?
No mesmo instante Rodrigo ficou branco, derrubando o copo no chão, arregalando os olhos.
Maria - O que foi?
Maria olhou assustada para o rapaz e agora com o tom de voz sério, voltou a perguntar?
Maria - Rodrigo, cadê as crianças?
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Capítulo 12
Maria - O que foi? Que cara é essa?
Maria - Rodrigo cadê o Rafael e o Arthur?
Rodrigo ficou gelado e com o coração disparando começou a passar as mãos na cabeça, andando de um lado ara o outro.
Rodrigo - Meu Deus!!!
Maria - O que foi? Estou ficando nervosa.
Rodrigo - Eu preciso sair, eu...
Stela - Filho, ainda bem que chegou.
Stela - O Sidney acabou de ligar novamente, você trouxe os meninos de volta?
Stela - O que esta acontecendo? Que caras são essas?
Rodrigo - Foi um acidente, foi sem quer, eu...
Maria - Eu o que Rodrigo?
Com o rosto vermelho e suando, Rodrigo não conseguia esconder o nervosismo e seu olhar de pânico.
Rodrigo - Eu perdi eles.
Maria - Você o que?
Rodrigo - Eu esqueci eles na rua.
Antônio só pensava em cair na cama, mas Cris mandou uma mensagem em seu celular, dizendo estar desesperada. Sem conseguir retornar a ela, se vestiu e pegou o primeiro ônibus até seu bairro.
Antônio - O que foi, cadê sua irmã?
Bruno - Esta lá na cozinha.
Bruno - Toma ai cara?
Bruno já ofereceu uma cerveja pra Antônio, que não entendia nada.
Antônio - Cris, o que foi?
Cris - Toninho, você veio mesmo.
Cris já deu um abraço no amigo, o deixando confuso.
Cris - Bruno, termine de cortar aquelas cebolas, já vou preparar a massa.
Antônio - Aguem pode me explicar o que esta acontecendo? Você não estava cortando os pulsos?
Bruno - Relaxa Tonio, senta ai, toma uma.
Cris - Se eu te chamasse pra vir beber uma cerveja, você não viria.
Antônio - Logico que não viria, andei o dia todo atrás de emprego.
Cris - Então, por isso tenho que mentir, só assim pra vc sair de casa.
Antônio ficou furioso, mas Cris e Bruno estavam pouco se importando e abrindo mais cervejas, foram beliscando alguns aperitivos.
Antônio - Vou embora, vocês dois estão de palhaçada comigo.
Cris - Vai mesmo? Estou preparando um nhoque tão gostoso.
Antônio - Nhoque?
Nem precisou muito para convencer Antônio a ficar, o cheiro que vinha da cozinha o deixou de quatro.
Bruno - E ai, arranjou trampo?
Antônio - Ainda não, mas amanhã tenho uma entrevista de manhã e outra a tarde. Estou confiante.
Bruno - Bebe mais uma.
Antônio - Nem pensar, sou fraco demais pra bebida.
Antônio - Cris, e o Romeu? Tem alguma novidade sobre meu irmão?
Cris - Não, ele teve que viajar a trabalho, mas chegando dou uma cobrada nele.
Bruno - Vocês ainda estão indo na onda desse cara?
Cris - Larga a mão de ser chato Bruno, o Romeu é maravilhoso e ainda por cima é um gentleman.
Bruno - E ele já lhe contou porque saiu da policia? Ou foi saído?
Os três conversavam animadamente na varanda, mas logo tiveram que ir para dentro. Começou um temporal com raio e trovoes, parecendo que ia cair o mundo.
Há algumas horas antes...
Rodrigo - Surpreso em lhe encontrar por aqui.
Carol - Estava resolvendo algumas coisas aqui perto.
Rodrigo - Faz tempo que não lhe vejo, esta cada vez mais gata.
Carol - Você também, esse seu visual!!! Ficou bem essa barba em você.
Rodrigo sorriu e se aproximando da mulher, disse algo próximo ao ouvido dela, passando a barba de leve eu seu pescoço.
Carol começou a sorrir, se insinuando e sem perder tempo Rodrigo já estava com os braços em sua cintura.
Carol - Porque não me leva pra dar uma volta? Podemos ir pra um lugar mais sossegado.
Rodrigo deu um sorriso sacana e no mesmo instante já estava abrindo a porta do carro para a amiga.
Enquanto isso a alguns metros dali, Rafael e Arthur se distraiam no meio de outras crianças, vendo o Papai Noel e outros personagens infantis.
Rodrigo parou no primeiro motel que encontrou e pedindo a suíte mais cara, começou a beijar a mulher ainda dentro do carro.
Carol - Calma, teremos a noite inteira só pra nos.
Rodrigo - Vai dar conta? Gostosa.
Ao entrar no quarto Rodrigo já tirou a camisa, exposto seu peito largo e sarado. Carol começou a provoca-lo, tirando suas peças de roupa de maneira bem excitante, mais pra vulgar mesmo.
Rodrigo a agarrou, beijando sua boca, e em seguida já estavam nus, rolando pela cama.
A noite prometia ser maravilhosa, mas minutos depois Carol já estava sentada na cama, tomando uma bebida.
Rodrigo - Desculpa, não sei o que aconteceu.
Carol fez um ar de impaciência e não disse nada.
Rodrigo - Nunca aconteceu isso comigo, sei la, deve ser...
Carol - Relaxa cara, essas coisas acontecem.
Carol - Sempre existe a primeira vez.
Carol começou a rir, debochando de Rodrigo.
Carol - Bom, pelo menos essa foi minha primeira brochada.
Rodrigo mudou a expressão, ficando sério.
Rodrigo - Acha que eu não dou conta? Vem aqui!!
Rodrigo segurou a cabeça da mulher, a beijando, mordendo seus lábios.
Carol começou a ceder, mas logo cortou ao ver que o rapaz ainda negava fogo.
Carol - Chega, tenho que ir embora.
Rodrigo começou a ficar nervoso e logo começaram uma discussão.
Carol - Me solta, quero ir embora.
Rodrigo - Vai me deixar na mão.
Carol - Quando você for homem pra mim, dai me procure.
Rodrigo - Então vaza daqui vadia.
Carol - Vadia que você não vai comer porque é frouxo, brocha.
Rodrigo partiu pra cima dela e a segurando pelo braço, a colocou pra fora do quarto.
Carol - Me larga, vai me deixar aqui? Seu covarde.
Rodrigo - Se vira.
Carol - Idiota, canalha, brocha.
Rodrigo - Fica ali na esquina, logo aparece um pretendente e de quebra você ainda ganha uma graninha.
Carol cuspiu no rosto dele, que a enxotou pra fora do quarto, se trancando lá dentro sozinho.
Rodrigo ficou mais alguns minutos no quarto, limpou o rosto e muito irritado foi direto para casa.
Arthur - Rafa, o que você vai pedir pro papai Noel?
Rafael - Eu ainda não sei.
Arthur - Você ainda esta triste?
Rafael abaixou o rosto e não disse nada. Arthur o abraçou e logo voltaram a ficar olhando as luzes de natal.
Rafael - Vamos embora?
Arthur - Vamos, o papai esta esperando.
Os dois foram caminhando até onde estava o carro de Rodrigo mas não acharam nada.
Rafael - Ué, cadê o carro?
Arthur - O papai não está aqui.
Rafael - Onde que ele foi?
Os dois ficaram alguns minutos ali, mas logo ficaram inquietos. Totalmente inocente, Rafael parou o primeiro homem que viu na rua, perguntando pelo pai.
Rafael - Moço, cadê meu pai?
O homem passou por ele sem dar bola.
Arthur - Ele esta demorando.
Arthur - Papai!!!
Arthur começou a chamar pelo pai, como se tivesse em casa. Rafael ficou olhando para todos os lados, achando que o pai estava próximo a eles.
Com a praça esvaziando e cansados de esperar, os dois resolveram sair dali.
Rafael - Vamos procurar ele.
Andando por uma extensa avenida, os dois foram se afastando, sumindo naquela cidade.
Não demorou e logo a noite caiu e a essa alturas o meninos já estavam nervosos e aflitos.
Arthur - Irmão, estou com frio.
Rafael - Cade sua blusa?
Arthur - Deixei no carro.
Seguindo o extinto de irmão mais velho e protetor, Rafael tirou seu casaco e deu para o irmão, mesmo sentindo aquela friagem em seus braços.
Com o comércio fechado, só haviam bêbados e pessoas estranhas na rua. Aquelas alturas já estavam com muito medo.
Arthur - Irmão, estou com medo.
Rafael segurou na mão do irmão, apertando forte.
O que já estava ruim, sempre poderia piorar. Naquela rua sem muito movimento e pouco iluminada, foi possível ver os clarões dos raios e trovoes que caiam. Se protegendo da chuva, Rafael e Arthur ficaram embaixo de uma marquise, enquanto o céu desabava.
Arthur - Estou com fome.
Rafael - Eu também.
Arthur - Porque o papai deixou a gente sozinho?
Arthur - A gente ainda é neném.
Sem responder para o irmão, Rafael ficou com os olhos marejados, ainda lembrando a cena do pai rasgando seu desenho.
Vendo a chuva cair, os dois levaram um tremendo susto quando um homem sujo, mal encarado e aparentemente bêbado apareceu em sua frente.
- O que os rapazinhos fazem sozinho aqui?
O homem foi tocar em Arthur, mas Rafael o Puxou, o defendendo.
Rafael - Não põe a mão nele.
O homem ficou nervoso e com aquele cheiro de cachaça saindo de sua boca, deixou os meninos assustados. Antes que fizesse algo, Rafael puxou Arthur pelas mãos, e saíram correndo pela chuva, sumindo das vistas daquele homem.
Deixando Stela e Maria sem muitos detalhes e muito nervosas, Rodrigo pegou seu carro e foi até o local onde havia deixado os meninos, mas a aquela hora não havia mais ninguém naquela praça.
Andando como um louco pelas ruas, ficou mostrando as fotos dos filhos para alguns ambulantes que trabalham ali e para algumas pessoas que circulavam, sem obter muito sucesso.
Sentado no banco do motorista, começou a bater no volante, tentando extravasar sua raiva, mas ao lembrar-se que deixou seus filhos por causa de uma transa, seu peito apertava e a culpa lhe corroía.
Com aquele temporal do lado de fora, Rodrigo ficou perdido, sem saber como agir, enquanto seus filhos estavam sozinhos, a própria sorte.
Stela - Rodrigo, achou eles?
Rodrigo - Não mãe, já procurei eles por todos os lugares.
Rodrigo - Não sei o que eu faço.
Alice - Mãe, o Sidney esta de novo no telefone insiste em falar com o Rafael e o Arthur.
Stela - E ainda em esse insuportável enchendo o saco.
Maria - Eles ainda estão perdidos?
Rodrigo - Não sei mais o que faço. Não sei onde procurar.
Stela - Temos que manter a calma.
Rodrigo - Eu vou no quarto, vou ligar pra segurança do escritório, vou pedir ajuda para uns amigos que tem contatos.
Rodrigo parecia em transe, andando de um lado de outro.
Maria - Vou ligar para a policia.
Stela - Não.
Maria - Como não?
Stela - Isso seria um escândalo. E Imagina se cai no ouvido do Sidney e da Telma? Eles iriam aproveitar a situação.
Maria - Mas Dona Stela, as crianças estão na rua, não é hora...
Stela - Por favor Maria, o Rodrigo esta lá no quarto, ele tem contatos, amigos, logo os meninos estarão conosco.
Antônio - E essa chuva que não passa?
Cris - Chuva de verão.
Bruno - Esta com cara que vai ficar assim a noite toda.
Cris - Qualquer coisa você dorme aqui.
Antônio - E Esse nhoque sai ou não sai?
Cris - Calma, estou procurando na internet como faz aquele molho de ervas.
Antônio - Pelo visto acho que vamos ter que pedir um hambúrguer Bruno.
Antônio - Já sei quem pode nos ajudar.
Com o pretexto de salvar seu jantar e matar a saudade de Maria, Antônio ligou para a amiga.
Antônio - Fale com a Maria Cris, ela entende tudo de cozinha.
Antônio - OI Maria, sou eu o Antônio.
Antônio já ia passar o celular pra Cris, mas sua expressão foi mudando conforme a mulher falava do outro lado da linha.
Antônio - Como assim?
Antônio - Meu Deus, mas onde eles estão?
Cris - O que foi Tonio?
Antônio - Fique calma, por favor.
Antônio - Eu estou indo pra ai.
Bruno - O que foi?
Antônio - Ela estava chorando muito mas disse que o Rafa e o Arthur saíram com o Rodrigo e estão desaparecidos desde a tarde.
Cris - Meu Deus, coitados.
Antônio - Até agora não acharam eles, e essa chuva!!!
Antônio estava visivelmente agoniado e se sentindo impotente.
Antônio - Cris, me empresta seu carro, tenho que ir até lá, não vou conseguir ficar aqui sem ajudar.
Cris - Claro, ou melhor, vamos todos juntos.
Bruno - Sim cara, vamos juntos e se for preciso saímos pra encontrar os garotos.
Bruno guiava o carro enquanto Antônio ficava o tempo todo em silencio. Vendo a chuva cair do lado de fora, imediatamente as lembranças de sua infância vieram a tona.
Correndo sem parar, Rafael e Arthur foram parar em baixo de um viaduto. Todo ensopado e com muito frio, Rafael não parava de tremer, enquanto Arthur chorava sem parar.
Arthur - Eu quero ir embora.
Vendo um vulto e um barulho, os dois voltaram a correr, atravessando as ruas sem se importar com os carros que buzinavam sobre eles.
Bruno - Acho que chegamos.
Os três entraram pela área de serviço. Ao ver Antônio, Maria deu um abraço forte, recebendo um beijo do rapaz.
Antônio - Fique calma, vamos encontrar eles.
Antônio apresentou rapidamente os amigos e começou a fazer perguntas.
Maria - O Rodrigo saiu pra levar os meninos pra casa dos outros avós.
Maria - Eu não entendi ainda, ele parou o carro pra comprar alguma coisa, os meninos saíram e ele os esqueceu numa praça.
Antônio - Como é que é?
Cris - Que absurdo.
Antônio - E ele já deu noticias?
Maria - Ele foi até lá, mas não conseguiu nada.
Bruno - E a policia?
Maria - A Dona Stela achou melhor não chamar, porque..
Antônio - Mas como assim? São os netos dela, são duas crianças.
Com os olhos cheios de lágrimas, Antônio não conseguiu conter a emoção. NO mesmo instante lembrou-se da noite que seu pai atacou sua mãe
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- Sai daqui moleque.
Antônio - Não bate nela.
Ana - Volta pro quarto filho, leve seu irmão.
Antônio - Vocês estão brigando. Não machuca a mamãe.
- Já mandei sair daqui sua peste.
Guilherme correu chorando para o quarto enquanto Antônio, sem ação, olhava nos olhos do pai, que estava prestes a lhe espancar também. Mesmo sentindo fortes dores, Ana levantou-se, jogando-se contra o marido, defendendo o filho como uma leoa defende seus filhotes.
Ana - Foge Antônio, corre meu filho.
Antônio correu e parou na porta da casa e antes do pai golpear a mãe, tapou os olhos e debaixo daquele temporal correu sem parar, deixando suas lagrimas misturar-se com a água da chuva.
Ficou horas andando na escuridão, debaixo daquela chuva, conforme, com medo, frio, sem ter ninguém a recorrer, ninguém pra lhe ajudar.
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Cris - Fique calmo Antônio.
Antônio - Nenhuma criança deveria passar por isso.
Cris sabia por que o amigo estava assim a tratou de conforta-lo.
Antônio - E onde o Rodrigo esta agora? Ele ainda continua naquela região?
Maria - Não, ele esta aqui?
Antônio - Aqui1???
Maria - Ele voltou, esta no quarto.
Antônio levantou-se no mesmo instante e sem dizer nada, foi como um touro para dentro da casa.
Atravessando a sala, passou por Stela e Alice, sem olhar para trás.
Stela - Que invasão é essa?
Stela - Saia da minha casa agora.
Antônio nem deu ouvidos e subindo as escadas foi abrindo todas as portas que encontrou pela frente até encontrar o quarto de Rodrigo.
Rodrigo andava de um lado para o outro com o celular no ouvido e levou um susto quando a porta do seu quarto foi aberta com toda força.
Antônio - Então você esta aqui?
Rodrigo - Por favor, saia daqui.
Rodrigo - Meus filhos...
Falando mais alto que Rodrigo, praticamente gritando, Antônio explodiu como nunca havia feito na vida.
Rodrigo - Eu quero entender que espécie de pai, que espécie de homem é você?
Logo apareceram Stela, Alice, Maria e Cris.
Stela - Já mandei sair da minha casa.
Antônio - Que você não vale o chão que pisa isso eu já sei, mas dai expor os próprios filhos dessa maneira?
Stela - Saia daqui.
Antônio virou-se para a mulher.
Antônio - A senhora cale essa boca e não me faça esquecer que é uma mulher e velha.
Antônio - Não me obrigue a joga-la pra fora desse quarto com minhas mãos.
Todos ficaram espantados com aquela cena e assustada, Stela recuou, enquanto Antônio voltava sua atenção para Rodrigo, que ficou o tempo todo em silencio.
Antônio - Eu já tive raiva de você, ódio, pena, mas hoje tenho desprezo.
Antônio - E pena mesmo eu tenho dos seus filhos, pois eles não puderam escolher o pai que tem e terão que atura-lo até crescer.
Antônio - Porque você... Você é um lixo de ser humano, um lixo de pai, um lixo de filho.
Maria - Antônio!!!
Antônio - Você é um parasita.
Antônio - E juro que não entendo Maria. A senhora uma mulher tão boa, morar nesse covil.
Antônio - Seu merda, você tem ideia do que é ser criança e estar sozinha na rua? Com medo, com frio, debaixo dessa chuva.
Antônio - Você consegue imaginar o que é ser uma criança e ter que passar por isso?
Rodrigo ouvia tudo aquilo sem mover um único músculo, olhando para Antônio.
Cris - Vamos Antônio!!!
Antônio limpou os olhos, mas antes de deixar o quarto, se aproximou ainda mais de Rodrigo, falando próximo ao seu rosto.
Antônio - Tem mais uma coisa.
Antônio - Torça, reze, mas reze muito mesmo.
Antônio - Pois se acontecer alguma coisa com os meninos eu juro que acabo com você.
Cris puxou o amigo para fora do quarto. Stela foi até o filho, falando, amaldiçoando tudo e a todos.
Stela - Meu filho!!!
Rodrigo - Sai daqui.
Rodrigo - Me deixem sozinho, saiam daqui.
Maria - Se acalme.
Cris estava chocada, pela primeira vez via o amigo perder o controle daquela maneira. Maria não entendia o motivo de Antônio ficar daquela maneira, mas ficou muito preocupada.
Bruno - Pelo visto o clima esquentou la em cima.
Bruno - Cris, chamei um táxi, vamos comigo e nós dois procuramos os meninos e você vai no carro dela Antônio.
Antônio - Obrigado, já estou bem.
Antônio se recompôs, mas antes de sair percebeu que havia esquecido seu celular no quarto de Rodrigo.
Maria - Eu pego pra você.
Antônio - Deixe que eu volto lá. Não vou mais brigar, fique tranquila.
Rodrigo ainda estava em pé. As palavras de Antônio ainda ecoavam pelo quarto, entrando pelos seus ouvidos. Na verdade ele queria mesmo era que Antônio o agredisse que batesse muito como forma de diminuir a enorme culpa que estava em sua consciência.
Sentando-se numa poltrona, Rodrigo levou as mãos até a cabeça, sem saber o que fazer. Olhando para o chão viu um pedaço de papel picado e no mesmo instante lembrou-se de Rafael e do momento que rasgou o presente que o filho queria lhe dar.
Se ajoelhando no chão, Rodrigo desamassou as folhas e as juntou, vendo o desenho que o filho havia feito.
Era um desenho todo desajeitado, com um homem de mãos dadas com duas crianças.
Pela primeira vez em muitos anos, Rodrigo começou a chorar, ajoelhado ao chão, olhando aquele desenho.
Rodrigo - O que eu fiz meu Deus!!!!
Rodrigo - O que fiz da minha vida???
Rodrigo - Meus filhos queridos.
Rodrigo - Me perdoe meus filhos.
Rodrigo - O papai ama vocês.
Chorando de soluçar, Rodrigo nem havia se dado conta que não estava mais sozinho.
Agachado diante daquele desenho e chorando sem parar, Rodrigo viu um par de tênis a sua frente a no mesmo instante ergue a cabeça, olhando para Antônio.
Antônio não disse nada, de joelhos, Rodrigo praticamente suplicou.
Rodrigo - Por favor, me ajude!!!
Continua....