Corri pra casa, e cheguei em tempo de ver o Darren sair, com uma bolsa no ombro, por que? Ele ta indo embora? Não ele não pode, ele tem que ficar comigo, corri mais rápido e cheguei perto dele:
Eu- ei, pra onde vai a essa hora, e por que essa bolsa? – meu medo era mais do que palpável, minha voz esta rouca.
Darren- vou dormi na casa do Ian, Matheow – meu coração se estilhaçou, o meu nome dito por sua boca, pra mim, parecia que alguém tinha atirado com uma arma calibre trinta e oito conta meu coração, mas eu não posso morrer, sinto apenas a dor e não passa.
Eu- mas, mas, mas, mas, mas você não o conhece nem a um dia – não você não pode por que eu to com ciúme dele, por favor, volta pra casa e a gente pode dormi juntos, como antes.
Darren- mas parece que nos conhecemos a vida toda, e diferente de você, ele não vai me abandonar se uma periguete de saia curta chegar esfregando os peitos nele, boa noite Matheow – não eu posso deixa você ir pra ele assim, não sem lutar, mas eu não tinha armas pra isso.
Eu- você não pode – eu olhei, com meus olhos desesperados, ele não pode me deixar assim.
Darren- por que não Matheow – e novamente, aquela sensação da dor de um tiro contra meu peito, mas sem morte, apenas dor, ele não ver o quanto isso dói, será que sente prazer e me fazer sofre assim.
Eu- PARE, pare de me chamar de Matheow, por favor, você não vê que isso dói, por que você ta... – ta me torturando assim? Claro que eu não disse por saber o porquê.
O ultimo ano caiu sobre meus ombros, todas as vezes que eu o rejeitei quando ele ia na minha cama, as vezes, no meio da noite e pedia pra dormi comigo, e eu negava, as vezes que ele me chamava de amo, e eu simplesmente ignorava, mudava de assunto e começava falar como eu transava com a cadela que eu atualmente chamo de namorada, e por fim, todas as vezes que eu chamei o seu nome, no lugar de chama-lo de amo como eu sempre fazia, agora sei o que ele sente, a dor insuportável, Cristo, o que foi que eu fiz, ele correu pra dentro da casa e eu fiquei ali, parado, lembrando como eu fui um completo idiota no ultimo ano. Depois de um tempo eu voltei pra casa, e fiquei escrevendo no meu diário, ah tempos não faço isso, aqui tem tudo, o jeito como vejo o Darren, como eu sonho em sermos um casal, em uma casinha num campo, simples, olhando o tempo passar e nos amando de todas as formas, ou em um apartamento na cidade, olhando pela janela os carros e as luzes da cidade a noite e ele como sempre vestido com alguma de minhas camisas, nos abraçados trocando juras de amor, e etc... Mesmo sabendo que isso esta longe de acontecer. Deixei meu diário de lado e olhei pela janela, e lá estava ele, sorrindo, com aquele idiota fazendo cócegas nele, eles riam como loucos e naquele momento eu senti inveja. Fiquei olhando eles por mais de uma hora, e quando eu vi os dois correndo pra algum lugar meu coração afundou. Depois quase meia hora os dois voltaram e deitaram juntos, senti meu rosto ficar úmido, as lagrimas já tinha surgido e eu nem me dei conta, sai da cama e bem devagar fui saindo pela porta da frente, cheguei na janela e vi os dois dormindo, abraçados. Voltei pra casa com ainda mais dor no meu peito, deitei na cama do Darren e chorei a noite toda e peguei no sono. Acordei no outro dia cedo, deve ser por isso que o Darren sempre acorda cedo, olhei meu estado no espelho, lastimável, olhos vermelhos, cabelo bagunçado, nariz escorrendo e vermelho, tomei um banho que não ajudou muito, e me vesti, no momento eu tava vestindo uma camisa preta, foi quando eu senti um toque família, um abraço tão poderoso que sabia que era o Darren, ele me virou segurando meu rosto com as duas mãos os olhos dele brilharam ameaçando chorar, sua preocupação era palpável, ele estava desesperado, consigo senti isso através do seu toque:
Darren- pelo amor de Deus, amo, o que você tem? Ta doente? O que aconteceu? – ele me chamou de amo, mesmo assim, eu não quero vê-lo, não agora.
Afastei levemente as mãos dele do meu rosto, e sai do quarto, resistindo a vontade de olhar para trás, eu tinha que pensar. Já faz mais de duas horas que eu estou aqui sentado na sombra de uma arvore, esse e meu lugar favorito desse parque, eu e o Darren víamos aqui todo final de semana, mas dessa vez eu só consigo ver as crianças correndo felizes e rindo. Os casais se olhando com paixão, mas um casal em especial me chamou atenção, dois garotos, de no máximo quinze a dezesseis anos, eles se olhavam com paixão, com as mãos juntas e um deles tinha uma rosa atravessada no cabelo e o outro acariciando seu rosto, eles estavam felizes e não se importavam com o que os outros iam pensar. E tomei minha decisão, o Darren merece mais do que eu posso dar e o Ian e perfeito pra ele, vou embora. Há algumas semanas, minha tia que vive no rio de janeiro me disse que seu eu quisesse me mudar pra lá, pra fazer faculdade ou trabalhar ela me ajudaria e agora eu estou disposta a aceitar, quem sabe ficar longe do Darren me ajude a esquecê-lo.
Fui pra casa e pensei em dizer isso pro meu pai, mas resolvi deixar isso pro dia seguinte, comecei a arrumar minhas malas e escutei um barulho atrás de mim, o Darren estava parado, com os olhos arregalados, o medo no seu rosto era muito evidente, ele percebeu na mesma hora eu tava me aprontando pra ir embora, os olhos dele encheram-se de lagrimas.
Continua.