Olá, como estão?? Obrigado pelos e comentários e a todos que acompanham. Espero que gostem dessa continuação. Vou voltar a postar só na semana que vem. Tenho uns trabalhos pra fazer e ta osso. Me formo fim de ano e preciso terminar meu TCC. Além de dividir meu tempo com meu JP. Ótima semana pra vocês e tudo de bom....bjs :)
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Depois de uma noite maravilhosa com o Cado, onde eu me entreguei a ele de corpo inteiro, mente aberta e sorrisos sinceros, acordei bem cedo e colocando apenas uma bermuda cargo em tom pastel, fui caminhando até minha casa. Queria espairecer um pouco as ideias e tentar esquecer as mazelas da minha jovem vida.
Depois da condenação de meu pai, por tentativa de homicídio, decidi que esquceria de vez toda aquela quase tragédia-grega-familiar e buscar meu ponto máximo de equilíbrio no homem que eu acabara de salvar a vida; e é certo que salvaria quantas vezes fosse preciso. Queria focar mais na minha vida com o Cado e mesmo não morando juntos, queria dar mais atenção a ele, ele merecia.
Cheguei no portão e já estava destrancado. Minha mãe certamente já teria ido buscar alguma coisa pro café da manhã. Eu deveria ter avisado que chegaria cedo, mas acabei esquecendo.
Entrei e chamei minha mãe umas duas vezes, mas nada da velha aparecer. Então, ouvi conversas vindo do fundo do quintal e fui pé por pé, tramando um susto, mesmo sabendo que ela não gostava, mas eu me divertia. Conforme fui me aproximando, ouvi a velha dizer meu nome em alto e bom tom. Decidi parar e pela primeira vez, ouvir conversas alheias.
" o Matheus está melhor agora. Vive uma vida de rei, precisa ver. Nem sei porque ele trabalha o dia todo se não lhe falta nada..., ah sim, ele está na mansão do cara que ele jura de pés juntos que não sustenta ele de jeito nenhum. Imagina, qual o homem que não bancaria um garoto, cheirando a leite que nem ele? ...claro!...menina, as vezes eu tenho nojo dos dois. Você tinha que ver no hospital, só chamava o Cado, Cado pra lá, Cado pra cá..."
Não consegui ouvir o resto da conversa. Eu estava assustado, atónito e senti meu celular vibrar no bolso da bermuda. Era o meu Cado, o meu amor, com uma voz medonha de sono, brigando comigo por eu ter saído sem acordá-lo, mas eu disse que voltaria rápido, que só fui pra casa pegar uma toca de roupa limpa, já que as roupas que estavam na casa do Cado, estavam meio velhinhas. Disse a ele que me esperasse na cama, pois queria tomar um banho com ele, mas seu sexto sentido macho, perguntou se eu estava bem e se eu estava chorando. Caralho, esse homem me conhece de cabo à rabo.
— talvez eu esteja.
— amor... vou aí te pegar.
Ele desligou o telefone e fiquei na rua, sentado no meio fio. Ele estacionou o carro e não aguentei quando o vi apenas de samba canção no meio da rua, logo ele, um homem tão sério. Corri até ele em gargalhadas, mas acabei em seguida caindo num choro de profunda decepção. Ele, sem dizer uma só palavara, me segurou em seu abraço-cura-todas-as-dores e me colocou no carro. Ele dirigiu até a praça e parou com o carro embaixo de uma cerejeira. Me abraçou e disse no meu ouvido que tudo ficaria bem..
— Cado, me ama?
— amo!
— amaria minha bagunça, meu modo de dormir entre almofadas no chão da sua sala?
— sim! Acho que temos que nos acostumar com nossos defeitos, Matheus. Amor também é sacrifício e liberdade. Eu não posso deixar minha rabugisse te afastar de mim. Sei que não quer interferir no meu modo de viver, mas eu não consigo ficar longe de você. Te quero na minha cama, no chão da minha sala, na minha cozinha; preparando nosso café da manha e fazendo aquela bagunça horrível que só você consegue fazer. Vem morar comigo, vem morar com o homem que te ama acima de tudo nessa vida, vem?
Ainda no hospital, pensei sinceramente em me mudar pra casa do Cado. Mesmo ele dizendo que eu estava certo em manter nossa relação há duas ruas de distância e que estava dando certo, eu sentia em seu cuore, que ele me queria ao seu lado pra sempre. Eu não queria incomodá-lo, sua rotina, seu sossego, mas percebi que sua vida já estava ligada a minha. Seu carinho de homem, seu amor de macho e o respeito que ele tinha a mim, nunca acabaria, mas eu tinha medo de uma relação paternal. Eu queria ele, homem, dono do meu corpo, mas dono dos meus sentimentos.
— sim, eu vou. Eu aceito dividir aquela cama gigante contigo, mas nunca, em momento algum, mude o modo como me trata. Quero ser teu homem, teu amante, teu macho, teu amor e não mais que isso.
— entendi o recado. Eu estou muito feliz, juro, mas agora me diz de verdade o que está te matando por dentro. Por que eu sabia que mais cedo ou maia tarde, você dividiria sua vida por completo comigo. Estamos ligados pra sempre, meu amor. Só que seu homem aqui, sabe das coisas e esse seu choro, não é por aceitar um pedido meu...me fale, o que te fizeram?
Contei a ele o que eu ouvira da boca de minha própria mãe. Ele me abraçou, me beijou e prometeu que ninguém, nunca mais, iria me machucar.
— vamos pra nossa casa. — ele disse.
— vamos. Me leva pra nossa casa.
*
*
*
Meu garoto estava magoado. Também pudera, a mãe havia o decepcionado e eu, mesmo já sabendo o que a velha havia dito, não confirmei, pois não queria lhe causar mais dor. O levei pra nossa casa e ele se jogou em seu refúgio — o colchão.
Fui até a cozinha e só então me dei conta que desci do carro de samba canção. Que mico. Preparei um café pra nós dois e quando fui chamá-lo, o vô enrolando o tapete Persa da sala.
— vai tirar o tapete? Pensei que gostasse dele...
— amor, eu gosto, é lindo e muito caro. Como eu adotei esse espaço como meu, prefiro que o Persa fique la no seu escritório, porque lá eu não me atrevo a entrar...
— hahaha, tudo bem. Depois arrumamos isso aí. Matheus, o que pensa em fazer em relação à sua mãe?
— eu não sei, Cadão. Me sinto destruído duas vezes, mas nunca fui uma pessoa ruim, sabe? Ainda não sei o que fazer, mas na casa ela não pode mais ficar, é muito luxo pra uma pessoa sem consideração, então, se ela ainda quiser ter onde dormir, vai voltar pro kitnet.
— faça o que achar justo. Bem, quero que saia dessa tristeza. Venha tomar café comigo...fiz aquelas panquecas doce que você gosta.
— você não existe. — ele pulou no meu como e me beijou.
Na semana seguinte, o Matheus fez como havia me falado. Disse a mãe que mudaria de vez pra minha casa e que, se ela quisesse, poderia ficar no kitnet.Eu estava lá, ela tentou dar um chilique, mas o Matheus não aguentou tamanha falta de consideração e despejou sua decepção em cima dela. Ele disse que havia ouvido ela no celular e a velha não sabia onde enfiar a cara.
Depois de muita discusão e lágrimas, ela decidiu voltar para a casa da irmã.
A cada dia que passava, o Matheus se dedicava ainda mais ao trabalho, mas eu queria que ele terminasse a faculdade. O movimento estava tranquilo, era quase horário de almoço e o chamei no meu escritório. Ele entrou, com um sorriso que me contagiava, fechou as persianas e trancou a porta.
— o quê meu chefe deseja? — se sentou no meu colo e eu massageava suas costas.
— então, eu queria que você terminasse sua faculdade. Eu sei que você gosta de trabalhar aqui, mas agora, você não está passando pelas dificuldades que estava antes.
— tem certeza? Não quero deixar você na mão.
— não precisa se preocupar. Você fica meio período e contrato outra pessoa.
— uma mulher de preferência...
— hahaha, uma mulher... como queira.
— bom mesmo. Vou lá, preciso lançar as ordens de serviço no computador. Almoça comigo hoje?
— almoço. — ele beijou meu pescoço e assanhou meu cabelo.
Depois que almoçamos tive que ir ao banco. Assim que cheguei na oficina, o Matheus disse que alguém me esperava. Perguntei quem era e disse que era um tal de Marcos, e que eu o conhecia. Que merda, pensei.
— o que ele te disse? — perguntei, já com medo da resposta.
— nada, ele chegou e disse que precisava falar muito contigo e se podia te esperar. Ele não é cliente nosso, isso eu sei. Falou que era teu amigo e que precisava falar urgente. Quem é esse cara?
— promete que não vai dar uma de louca?
— não prometo nada. Mas não vou matar ninguém e nem fazer escândalo, mas pelo teu jeito, só pode ser àquele que ressussitou dos mortos, é ele não é?
— é! Matheus? Fica aqui...
— eu vou lá...
— vai nada...fica aqui. Esse problema é meu e não seu. Agora, se acalme aí que eu vou lá falar com aquele cara de pau.
— você ainda gosta dele?
— Theus, eu amo você, só você, e não gosto mais dele. Já gostei e muito, mas acabou. Meu coração está contigo agora. — ele me beijou e eu o abracei, forte.
Entrei no meu escritório e ele estava sentado no sofá, me esperando. Ele se levantou, estava feliz e veio me abraçar, mas eu dei um passo atrás e estendi minha mão. Ele ficou um pouco sem graça e me sentei. Perguntei o que ele queria.
— voltei, não definitivo, mas vou ficar uma semana. Queria muito ter ver, como você está?
— bem, obrigado. E você?
— estou bem também. Senti muito a sua falta. Quem é o carinha que me recebeu? Bonito ele, novinho...
— baixa a tua bola, cara. Não te mete com o "carinha", entendeu? Outra coisa, eu não tenho nada pra falar contigo. Fico feliz que você esteja bem, mas sua vida não me interessa mais.
— calma, não precisa ficar na defensiva comigo. Você e o rapaz estão juntos, é isso? Você sempre teve bom gosto...
— se veio só pra saber como eu estou, já tem sua resposta. Eu preciso trabalhar....
Apontei a saída e ele se levantou, disse que esperava uma melhor recepção e a vontade que eu tinha era de jogar o grampeador na cabeça dele, ainda mais por ter falado do Matheus. Ele foi saindo e perguntou se a gente podia se encontrar outro dia para conversarmos melhor. Eu disse que não e ele teve a cara de pau de apertar o cacete antes de sair.
Fui logo atrás e vi ele se despedindo do Matheus. Meu garoto apenas se despediu com um "xau" mais seco que o deserto do Saára. Assim que ele me viu, veio todo emburradinho. O abracei e arrastei ele pro meu escritório. Tranquei a porta e o beijei.
— se ele voltar aqui de novo eu pego uma chave inglesa e arrebento a cabeça dele. — ele estava bravo, de verdade.
— ei, calma. Não precisa tudo isso. Ele só vai ficar uma semana, não se preocupe. Confia em mim, quando te dei motivos pra desconfiar?
— nunca. Olha, eu já conheci alguns dos caras que você já ficou, e os atendo aqui na oficina também, mas eles conhecem nossa história e nos reapeitam, mas esse cara aí, não fui com a cara dele. É do tipo que joga sujo.
— fica tranquilo. Provável que ele nem apareça mais aqui. Vamos pra casa?
— só vou fechar o caixa. Heim?
— diga, amor...
— tô irritado...— ele disse fazendo careta.
— hahaha, eu sei amor. Vai la fechar o caixa e te espero no carro.
Eu ri do jeito dele, mas estava meio preocuoado, ele não estava brincando e rezei pro Marcos não me procurar mais. Nunca vi o Matheus tão irritado com algo, mas confesso que fiquei com meu ego nas alturas vendo ele com ciumes, mas não podia deixar o Marcos interferir. a minha felicidade. Não queria mais nada com ele, mas seu olhar estava diferente, mais decidido e eu teria que tomar cuidado.
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Continua...