O desafio de Adair
Esta é a continuação do conto “Guiado por Adair” e de uma série de outros.
***
Naquela terça-feira, acordei um trapo, mas feliz. Comecei o dia como terminara o anterior: na cama, me masturbando furiosamente. Sentia o cu dolorido e um incômodo na altura do baixo ventre – sensações que já conhecia como ressaca de ser fudido forte por caras grandes. Mas, além disso, me sentia fraco. As articulações e toda a musculatura estavam doloridas, como quem está com uma gripe. Também sentia muita sede. Adair tinha mesmo me nocauteado.
Foi difícil trabalhar assim, tal como fora na véspera. Mas antes a razão não era física, mas sim a expectativa do encontro. Agora não: era mesmo pelo esforço de satisfazer aquele homem que não gozava nunca, que metia com força, que dispunha de um tesão que parecia nunca secar. Eu tinha adorado, mas o custo estava sendo cobrado no meu corpo.
Não via a hora de o dia acabar para que eu pudesse me jogar na cama e descansar – mas essa fadiga toda não me impediu de ir ao banheiro do escritório duas vezes para novas masturbações. E, em casa, após comer alguma coisa com muita preguiça e antes de desabar no travesseiro, mais uma. Eu me sentia pesado como uma pedra, mas minha libido ia às nuvens.
Na quarta, acordei mais disposto e, claro, pensando em Adair. Mas, apesar do tesão matutino, não quis fazer nada, pois meu pinto já estava ficando esfolado. Passei o dia me segurando para não telefonar, pois achava que ele era quem devia fazê-lo, já que eu é quem o tinha procurado da primeira vez.
Eu tinha certeza de que ele ficara tão impressionado comigo como eu por ele, e por isso tinha também a certeza de que bastaria esperar para que ele me procurasse, para repetirmos a dose. Mas ele não ligou nem na quarta nem na quinta. Na tardinha de sexta não me contive, de olho na possibilidade de podermos passar o fim de semana juntos.
– Ô, meu doce... Que bom você ter ligado – ele saudou.
Parecia realmente alegre em falar comigo. Mas não deu qualquer explicação do porquê não ter me ligado – e eu também não perguntei, para não parecer cobrança. Ele também não perguntou por que eu não o procurara antes.
– Nesse fim de semana não dá, meu querido... Tenho uns compromissos de família; não ia poder ficar contigo o tempo que você merece. Vamos deixar pro próximo, ok?
– Pro próximo...? – respondi, desanimado. – Só no próximo fim de semana...? Mas falta tanto...
– É que durante a semana fica difícil pra mim. Você sabe, eu moro longe, não tenho carro. E tem o trabalho... – fez uma pausa. – Mas vou fazer uma força, ok? Deixa que eu te ligo e conforme for a gente marca.
– Mas, olha – me apressei a explicar, já mais entusiasmado –, às vezes não dá pra falar aqui do trabalho. Se eu não der muito papo é por causa disso, tá?
– Tranquilo, Flavinho.
– Se der, o melhor é você me ligar mais pra noite.
Não conversamos muito mais, e desliguei o telefone excitadíssimo. Ele não tivera a iniciativa de me ligar, mas percebi que ficara feliz. Passei o fim de semana tentando não pensar nele, mas foi difícil. No domingo, fui a um shopping e comprei um depilador, destes que arrancam os pelos pela raiz. Tinha feito uma pesquisa na internet e concluíra que era o melhor método para poder tirar tudo e ficar com a pele macia por mais tempo. Seria doloroso, mas deduzi que não tanto assim, porque ao contrário de Adair meus pelos são bem finos, e também em menor quantidade. Experimentei no mesmo dia, seguindo todas as recomendações de uso, e confirmei que estava certo. Dava umas beliscadinhas, mas nada tão dramático.
Na segunda, fui a uma sex-shop grande e comprei o consolo mais grosso que havia. Tinha um bom comprimento também, mas era principalmente grosso. Eu já tinha um outro, de bom tamanho também, que comprara uns anos antes para me masturbar, mas não tinha gostado: qual a graça de eu mesmo enfiar alguma coisa em mim? Terminei por dar a ele outra função: a de me amaciar antes de um encontro. Eu tinha feito isso quando me preparava para o hotel com Adair. Era já um hábito para quando tinha uma trepada agendada.
Passei a semana toda pensando naquele homem, me acostumando com o consolo grosso e esperando por sua ligação, e consegui não me masturbar: dessa vez, queria estar totalmente zerado para recebê-lo.
Até a quarta-feira, não me preocupei. Mas na quinta acendi o sinal de alerta. Ele não me queria mais? Tinha sido só aquela vez mesmo? Falou que ia ligar só pra se livrar de mim? À noite, decidi que era melhor saber de vez se ele não me queria de novo mesmo.
– Ah, eu ia ligar pra você! – ele falou de pronto. – Vamos nos ver no domingo, então? Podemos marcar às três?
O domingo parecia muito longe ainda. Nem me dei conta disso: a rapidez com que ele estava marcando data e hora me desviou de qualquer pensamento ruim.
Perguntou se eu conhecia uma determinada sauna. Explicou que achava melhor do que irmos a um hotel, porque lá havia cabines privativas onde podíamos ficar pelo tempo que quiséssemos pagando apenas a entrada e uma taxa única, além de a sauna ter bar, sala de vídeo, terraço com espreguiçadeiras e tudo mais.
Quando falou nisso, foi como um balde água fria. Mas, à medida que ele foi explicando, eu me animei. Insisti para que marcássemos um encontro em algum outro lugar e chegássemos à sauna juntos, mas ele preferiu que nos encontrássemos já lá dentro. Disse que ele mesmo pegaria uma cabine para usarmos, e que eu não me preocupasse com isso. Mandou eu levar um lençol para que nos sentíssemos mais à vontade. Concordei com tudo.
Saunas não faziam parte do meu roteiro de caça. Eu preferia os banheiros de pegação e, ocasionalmente, cinemas de putaria, um ou outro parque ou praça e os quartos-escuros de boates. Ou seja: meu negócio era, antes de qualquer coisa, ver o cara com o pau pra fora e a postura que assumia ao se exibir (caras tímidos, por exemplo, podem até ser graciosos, mas me tiram o tesão). Feita essa checagem, aí sim, eu pensava na possibilidade de sair com o sujeito e transarmos (embora vez ou outra me comessem ali mesmo, em algum canto mais discreto onde ninguém nos chateasse). Havia sempre um risco de ser achacado ou assaltado e não havia garantia de higiene, é certo, mas eu me sentia mais à vontade nesses lugares.
Essas duas vantagens – a segurança e a higiene – as saunas ofereciam, mas em contrapartida elas exigiam o que, para mim, era uma exposição desconfortável. Para tomar banho, eu teria que me exibir nu, por exemplo – coisa que, como já comentei, eu não gostava. Além disso, são locais que atraem muito voyeurs, e eu não me sentia nada bem com a ideia de estar mamando ou dando a bunda com dois ou cinco punheteiros me observando.
E tinha ainda a parada da frequência... Como a entrada é paga e pressupõe-se que o frequentador vá ficar lá algumas horas e, portanto, vá consumir, o público tende a ser mais restrito, com um determinado nível econômico. E aí a chance de eu encontrar alguém do meu meio era maior – e eu não queria correr o risco de volta e meia flagrar um colega de trabalho ou quem sabe até algum parente, e muito menos ser flagrado por eles. Era menor a chance de isso ocorrer, por exemplo, num cinema malcheiroso – e menor ainda a chance de o sujeito espalhar que me viu, pois teria que assumir que frequentava esse tipo de lugar (imagina a vergonha, rsrs).
Além do tesão louco de reencontrar Adair, dessa vez a ideia de ir a uma sauna não me desgostou tanto justamente porque a companhia dele me fez de alguma forma me sentir protegido. Na verdade, não havia a menor lógica nisso, mas essa sensação me reconfortou. Por isso, desta vez a sauna por si mesma não me assustou tanto.
Mas, claro, menos ainda me entusiasmou – inclusive porque a que ele escolhera era conhecida por ser muito frequentada por homens casados e coroas barrigudos. Eu nunca tinha pensado em ir lá (só tinha conhecido três saunas até então, sendo que em apenas uma eu tinha voltado), mas até que essa fama me sossegou: afinal, não há maior garantia de sigilo do que a de um gay casado com mulher. E, imaginei sei lá por que, coroas barrigudos também deviam prezar muito a discrição. A chance de encontrar alguém do escritório era quase nula, eu achei. Lá não era lugar de “playboy” – como dizia Adair.
Claro que acordei excitadíssimo no domingo e não via a hora passar – mas os preparativos todos me ajudaram a me distrair: refazer a depilação, cuidar da dilatação, caprichar na higiene íntima, me encher de esfoliante, hidratante e não sei o que mais para garantir uma pele ainda mais macia etc. Até pedra-pomes passei nos pés e bicabornato nos dentes. E acabei quase me atrasando.
Só quando procurava vaga para estacionar me dei conta da armadilha na qual havia me metido: era fatal, por mais tempo que ficássemos a sós, que me vissem ao lado de Adair, aquele macho todo. E isso após ser visto no banho... Pelado e totalmente depilado!
Quando tirei a chave do carro, apoiei os braços no volante e baixei a cabeça, tentando avaliar a situação. Eu não tinha saída, a não ser que desistisse daquele homem – coisa que estava fora de questão. Não havia como desmarcar e insistir que fôssemos para um hotel, pois eu já estava em cima da hora. Ele também já devia estar chegando; talvez até estivesse passando neste momento pela porta da sauna. O máximo a tentar era pedir que me ajudasse a mais ou menos me esconder, a circular pouco – e que ele não me deixasse sozinho, especialmente na hora do banho. Pelo menos eu me sentiria mais seguro.
Notei o burburinho logo na portaria, quando pagava a entrada e recebia a chave do armário para guardar minhas coisas. A sauna devia estar cheia. Neste primeiro andar, mais ao fundo, ficava o bar – do qual dava pra ter uma pequena visão – e o vestiário ficava no segundo andar, acessado por uma escada de degraus vazados. Subindo nela, vi que eram três lances sucessivos, cada um para um andar. Tirei a roupa, ficando de costas para a circulação de pessoas e tentando em vão me proteger pela porta do armário. Um desgraçado chegou a me ver de frente quando eu ainda a enrolava, e creio que viu mesmo o meu pinto. Mas eu não o encarei.
Olhei o relógio. Três e quinze. Era capaz de ele já ter chegado, pois eu pedi que de jeito nenhum se atrasasse, porque eu não queria ficar lá sozinho (“playboy cagão”, ele falou, rindo). Retomei a escada, subindo para o andar seguinte. Nós não havíamos marcado um ponto de encontro lá dentro, e imaginei que seria tolice recorrer ao celular, pois ele certamente não o estaria carregando. Já havia planejado que, se ele ainda não tivesse chegado, eu iria ligar e marcar no bar, me posicionando numa mesa com visão para a portaria.
No andar seguinte ficavam as duas saunas e a sala dos chuveiros – que verifiquei rapidamente. Depois, olhei a sauna seca, que era grande e circundada por bancos de madeira em dois níveis. Estavam quase todos ocupados, tal como tinha visto os chuveiros. Nada do Adair.
Depois, procurei na sauna a vapor. Ela era quase em forma de corredor, mas com uma boa largura, bem maior do que a outra, e toda azulejada. Justamente por causa do vapor, não consegui ver direito os caras – também parecia cheia –, mas pelas silhuetas conclui que ele não estava lá.
Havia duas duchas dentro dela. Pensei como devia ser gostoso sentir a água gelada caindo no corpo em meio àquele calorão todo. O problema é que elas ficavam numa parede diante da outra que era toda tomada por uma espécie de arquibancada, também azulejada, onde os frequentadores se sentavam. Ou seja: era para um banho com plateia! Rs, tudo o que eu não queria...
Nesse andar avistei um corredor. Entrei. Havia uma sucessão de portas – a maioria delas fechada. Talvez Adair estivesse em alguma cabine, me aguardando. Então, fui olhando muito discretamente, pois imaginei a razão de algumas estarem abertas. Logo confirmei minha suspeita: nas abertas, os caras estavam quase todos nus à espera de parceiros. Alguns se punhetavam, outros ficavam simplesmente recostados na cama, meio enrolados nas toalhas, sempre com olhar atento a quem passava. Um sujeito me ofereceu o cacete, encostado no portal, e fez um sinal convidando-me a entrar. Não era de todo mau – e, se não fosse por Adair, eu muito provavelmente aceitaria.
Prossegui minha busca, já com uma opinião mais simpática do lugar. Não era uma sauna sofisticada – aliás, o preço da entrada nem era tão salgado –, mas também não era um ambiente simples como o daquele hotel. Os espaços eram razoavelmente amplos, tudo muito limpo e arejado (tinha um largo espaço aberto para circulação do ar, que passava por todos os andares). Havia canteiros e jardineiras com plantas ornamentais, paredes e pisos revestidos com granito, áreas com iluminação indireta etc. Nada verdadeiramente luxuoso, mas tudo muito cuidado e em geral com bom gosto, sem ostentações.
Os ambientes eram diversos. Eu descobriria depois que havia duas salas de vídeo (uma de pornôs e outra de filmes comuns), salas para pegação, áreas de relaxamento e de convivência (para as pessoas conversarem), um segundo bar no terraço. Lá ficavam as tais espreguiçadeiras, sob um caramanchão e junto a outro par de duchas (daquele tipo “chuveirão”, como há em piscinas). Eram quatro andares!
A frequência não era tão ruim como eu ouvira falar. Sim, a maioria tinha mais de 30 anos (como eu) e boa parte acima dos 40, com muitos coroas mesmo. Mas também havia jovens (claro que nenhum saradão) e mesmo alguns rapazinhos afeminados, desses deslumbrados que acabaram de descobrir o lado gay do mundo. No fim das contas, percebi que, fazendo uma boa peneirada, até que não era uma opção ruim para encontrar um macho.
Peguei um novo lance de escadas, mas tive que subir lentamente, pois à minha frente um cara mais velho ia com dificuldade. Ele não parecia ter qualquer problema físico, mas como estava todo molhado imaginei que temesse escorregar. A escada nem era tão estreita, mas se eu passasse a sua frente soaria indelicado – nós provavelmente esbarraríamos mais acima. Fui acompanhando os passos do sujeito e, olhando pra cima, vi que no lance seguinte da escada, que levaria até o último andar, havia uns caras sentados. Eu só via as pernas e as pontas das toalhas. E logo um daqueles pares de pernas me chamou a atenção: estavam bem abertas e do meio delas pendia um caralho que, ainda que flácido, era imponente. Tinha boas dimensões; era daqueles que enchem os olhos.
Desviei o rosto sem saber muito como agir. Em outra situação, meteria os olhos direto, mas ali vacilei. Não estava preparado para resistir a tentações, porque achei que elas não existiriam. Afinal, era uma sauna de velhos barrigudos, e além do mais um puta macho me esperava. Enquanto subia um ou dois degraus, decidi que não havia mal algum em olhar. Não tira pedaço nem compromete, né? Além do mais, seria muito azar se Adair estivesse atrás de mim e me pegasse no flagra!
Olhei com interesse, sem qualquer pudor, como faria se estivesse descomprometido. A vagarosidade do cara à minha frente me permitia observar atentamente. Que coisa maravilhosa... À medida que avançava nos degraus, podia ir vendo aos poucos os corpos, e vi que o dono daquele conjunto perfeito de pau e saco – de onde saíam dois bagos perfeitos, bem delineados – gesticulava animadamente. É claro que ele não estava com aquelas pernas abertas à toa, mas também não devia estar fazendo pose, já que parecia ocupado com uma conversa. E fiquei especialmente excitado com a ideia do dono de um caralho daqueles estar se expondo ao mesmo tempo em que conversava distraidamente. O tesão me subiu à cabeça e não via a hora de encontrar Adair pra resolver aquilo!
Os degraus foram sendo vencidos e então... Caralho, aquele era o próprio Adair! A sensação que senti foi a de “ter o macho certo” – sim, porque durante esse curto tempo em que admirei este desconhecido, lá no fundo meu espírito de puto lamentou que eu não estivesse vendo aquilo num outro momento, num outro local. Eu desejei aquele par de ovos, aquela pica pesada, aquele desconhecido que deixava as pernas abertas para que contemplassem a perfeição com a qual a natureza lhe havia abençoado. Eu desejei aquele outro cara que, na verdade, era o meu próprio macho!
Ele não me viu imediatamente, entretido com a conversa com o sujeito ao lado, mas quando me reconheceu abriu um sorriso.
– Esse é o Flavinho, que eu tinha falado – me apresentou.
Eu cumprimentei o outro cara, um bigodudo de cabelos grisalhos que me olhou de cima a baixo e fez uma expressão simpática.
– Vamos lá que vou te mostrar a cabine – e envolveu minha cintura.
Descemos. Ele perguntou se eu já tinha estado naquela sauna, se eu tinha chegado há muito tempo, e eu mal escutava o que falava. O que queria era seu cacete, aquele cacete que mais uma vez tinha me dado água na boca mesmo sem saber que era o dele. Assim que entramos na cabine, ele me agasalhou num beijo, mas eu me desvencilhei, ajoelhei e, afastando a toalha de qualquer jeito, abocanhei aquele caralho pelo qual esperara por tantos dias. Mamei com gosto, tentando sem sucesso chegar até os pentelhos.
– Não chupa, já te falei. Mama. Eu gosto mamando.
Não sei se influenciado pela minha ansiedade, pelo furor com que tomei seu cacete, mas o fato é que ele me levantou abruptamente e me jogou na cama, obstinado. Eu caí de bruços e ele me puxou, arrebitando minha bunda. Enfiou a cara lá e começou a me chupar. Eu não reprimi meus gemidos. Que saudade eu estava daquele homem.
Largou meu cuzinho e, pelos ruídos, percebi que abria a camisinha e a vestia. Encaixou a cabeça com cuidado mas, antes de chegar à metade da pica, deve ter percebido como eu estava macio. Então, enfiou logo até o fim – não tão violento como da primeira vez no hotel, mas ainda assim firme e rápido. Então, começou a bombar, apoiando seu corpo no meu.
Eu estava doido. Quem visse imaginaria que não transava há uma eternidade. Ele acompanhou meu ritmo. Socava com sofreguidão, enquanto eu agarrava o lençol, desfazendo a cama toda, e me perdia em gemidos, sem me importar se estavam altos ou não. Até que meu cu se retraiu e eu comecei a ter um orgasmo. Ele não parou – ao contrário, foi mais vigoroso. Aquele meu gozo parecia não ter fim, e meu corpo quase que se contorcia. Então, ele tirou a pica e me pôs de frente. Olhou bem no fundo dos meus olhos.
– Você é meu, playboy.
Jogou-se ao meu lado.
– Se eu continuar, vou gozar. Ainda é muito cedo pra isso – murmurou.
Ficamos os dois deitados, olhando pro teto, recobrando o fôlego.
– Bora pro chuveiro. E depois tomar uma cerva.
Ele já se levantava e pegava a toalha do chão. Eu permaneci imóvel, pensando no que falar.
– Vamo, porra. Daqui há pouco te pego de novo. Anda.
Levantei e olhei pra ele, meio temeroso.
– Vai você pro banho. Te encontro lá no bar. É aquele no primeiro andar, né?
– Você não vai tomar um banho?
– Vou. Depois.
– Qualé, Flavinho. Um cara com um cu desses não pode ser porquinho assim. Você tá todo suado.
– Eu vou depois.
Ele apenas me olhou. Seu caralho ainda inchado fazia um volume excitante na toalha branca.
– É que eu tenho vergonha... – capitulei.
– Vergonha? Vergonha do que?
Em menos de um minuto eu saía da cabine com ele, de cabeça baixa com a vergonha prevendo o que enfrentaria, rumo ao banho.
– Você tá comigo. É meu. Fica frio – ele dissera.
***
Este conto teve início com o texto “Admirando o calibre de Adair”.
A história completa se desenrola nos seguintes textos, em ordem cronológica
(Os links para cada um dos textos estão na página do meu perfil de autor, em
http://www.casadoscontos.com.br/perfil/:
1. “Admirando o calibre de Adair”
2. “No hotel, com Adair”.
3. “O preço para ter Adair”
4. “Guiado por Adair”
5. “O desafio de Adair” [você está aqui]
6. “Exposto por Adair”
7. “Sob o teste de Adair”
8. “Entendendo Adair”
9. “Entregue a Adair”
10. “Presença de Adair”
11. “Além de Adair”
12. “Adair, dono de mim”
13. “Um outro Adair”
14. “Marcado por Adair”