História de Amor Cap.2 de 2

Um conto erótico de Gustavinho
Categoria: Homossexual
Contém 2228 palavras
Data: 28/02/2016 03:54:01
Última revisão: 28/02/2016 06:25:48

Cap.2 de 2

- Vou fazer cócegas até você não aguentar mais - ele arregalou os olhos.

- Não, cócegas não, você sabe o quanto eu sou sensível ! - e era verdade. Ele sentia cócegas em qualquer lugar, não adiantava aonde eu tocasse. Ele ria. Desfilei os meus dedos pelo corpo dele só por alguns segundos, foi o suficiente - tá bom, eu dou ! - falou, fechando a cara - seu chato !

- Me chame mais uma vez de chato e eu farei você se mijar de tanto rir.

- Não, já chega ! - falou, me devolvendo o celular. Quase que naquele momento nossa amiga Cléo se aproximou.

- E aí ? Vão ficar de namorico até que horas ?

- Tens ciúme ? - ele falou, enquanto se levantava.

- Eu não... Mas é que já estamos atrasados - nos limpavamos antes de voltar ao banheiro para pegar as nossas coisas que havíamos deixado.

- Eu não sei como você consegue - dizia ele, me olhando.

- Te imobilizar ? É fácil ? Basta você olhar para mim - ele parou, e de repente me segurou.

- O que você quer dizer com isso ? - parei durante alguns segundos e fiquei pensando.

- Não, nada... - falei, partindo

HORAS MAIS TARDE

Voltava para casa sozinho, no ônibus pois ele morava no bairro ao lado do meu, então não podia me acompanhar. Eu não sei direito o que acontece comigo. Achei que o interesse pelas meninas iria surgir naturalmente, conforme eu fosse envelhecendo. Mas não. Cada vez mais aqueles penetrantes olhos azuis permaneciam na minha mente. Eu não sabia se era certo ou não era... Mas parece que tudo conspirava para aquilo. Nascemos juntos, crescemos juntos... Parecia que nada nunca iria me fazer esquece-lo... Desci no ponto em frente a minha casa. Abri o portão e fui entrando para dentro. A casa ficava sozinha naqueles momentos pois meus pais trabalhavam. Mas tínhamos três cachorros, então ficávamos mais tranquilos.

- Oi meus amores ! - dizia, vendo eles virem em minha direção - se acalmem, eu já Vou dar comida para vocês - abri a porta, entrei em casa. Quantas vezes já havia passado bons momentos ali... Subi as escadas, entrei em meu quarto e me joguei na cama. Adorava a minha cama... Ela também me trazia boas lembranças.

MINUTOS DEPOIS

Depois de dar comida aos bichinhos e pegar um copo de café, voltei para o quarto afim de arrumar as minhas coisas. Abri minha mochila, remexi e a primeira coisa que encontrei foi uma camisa. Mas não era uma camisa qualquer. Era a camisa.

FLASHBACK

Sentado na cama de Michel, esperando que ele saísse do banheiro, mexia no celular quando vi uma camisa linda jogada na poltrona ao lado da cama. Era Azul, estampada, de mangas compridas, cujo corte eu nunca havia visto.

- Michel ?

- O que ?

- Eu posso levar essa camisa Azul para a minha casa ?

- Ah não, eu gosto muito dela - falou, saindo com a escova de dente na boca.

- Eu não vou ficar. É só pra eu levar na costureira para ela tirar o molde e fazer uma pra mim.

- Tudo bem... Só me traga inteira...

FIM DO FLASHBACK

E cá estava eu com a camisa em minhas mãos. Busquei na memória e lembrei algumas vezes que eu havia visto aquela camisa nele. Ficava linda nele. Mas eu não costumava reparar na camisa. Sempre os olhos azuis me chamavam mais atenção. Mas agora ela estava ali na minha mão. Foi quase que involuntário. Acabei levando-a no meu nariz. Sim, eu queria sentir o cheiro daquela camisa. E o cheiro era maravilhoso. Era o cheiro dele...

NO DIA SEGUINTE

Quando acordei, mais uma vez estava sozinho em casa. Era quase 12hrs. Era sábado, eu não tinha obrigação de ir a escola. Chovia, então eu estava com mais preguiça ainda. Me levantei da cama quase que rastejando. Vesti um moletom branco e um short curto de ficar em casa. Fui ao banheiro e em seguida desci para comer. Os trovões eram fortes, chegavam a assustar em alguns momentos. Como sempre, mamãe deixava a comida pronta para que eu comesse. Começei a esquentar no fogão quando de repente o interfone tocou.

- Alô ?

- Lucas ? Sou eu, Michel ?

- Michel !? Meu Deus, o que está fazendo nessa chuva ?

- Depois eu te conto, agora dá para você abrir aqui ?

- Tá, já estou indo - peguei a chave e na chuva mesmo corri para abrir o portão. Como ele já havia vindo muitas vezes na minha casa, os cachorros não estranhavam sua presença. Abri a porta, ele entrou. Estava completamente molhado, com o cabelo todo desfeito - vamos, vá para dentro !

MINUTOS DEPOIS

Estava completamente ensopado. De cima a baixo.

- Meu Deus, mas porquê saiu de casa nessa chuva ?

- Quando eu sai de casa ainda não estava chovendo...

- E porquê não me avisou que queria vir a minha casa ? Eu teria pedido ao meu pai para ir buscar você.

- Porquê eu nunca faço isso esqueceu ? Me diz a última vez que eu avisei quando viria aqui ?

- É... Tens razão, nunca... - ele estava lá, na porta, todo ensopado - vem, vamos para o meu quarto.

- Mas eu vou molhar a casa...

- Não importa, depois eu passo um pano...

MINUTOS DEPOIS

Ao entrar no meu quarto, Fechei a porta. Ele carregava uma mochila.

- E não molhou o que estava dentro da mochila ?

- Não... Ela é impermeável

- Espera, vou pegar uma toalha para você... - fui até o banheiro, procurei uma toalha dentre várias, quando escutei um espirro - Ih, será se você vai se resfriar.

- Quem sabe ? Quase sempre quando eu pego chuvo fico resfriado.

- É, eu sei... - joguei a toalha sobre a cabeça dele.

- Bobo ! - ele começou a enxugar os cabelos, mas enquanto isso a roupa dele continuava pingando - e aí ? Não vai tirar essa roupa molhada ?

- Mas aqui, na sua frente ?

- E o que tem ? Você não precisa ficar pelado. Além disso, eu já vim tudo o que tem aí - ele arregalou os olhos.

- Quando ? - ri

- Quando você tinha 8 anos... Lembra que já tomamos banho juntos ? - agora foi a vez dele rir.

- É, eu lembro... Eu sempre saía do banheiro com água no ouvido.

- Você tinha um negócio bem pequenininho no meio das pernas - falei, rindo alto pois queria que ele ficasse envergonhado.

- Quer ver se ainda é pequeno ? - falou, jogando a camisa molhada em mim e rindo.

- Ai Michel ! Não se preocupe com a sua roupa... - eu parei de falar quando vi aquele corpo branco. Já havia visto diversas outras vezes, mas toda vez que via me tirava o ar. Me atraía como nada mais conseguia - ... Depois que estiver limpa eu entrego a você.

- Tudo bem... - ele então tirou o short e ficou apenas de cueca na minha frente. Molhada, era perceptível. Já não era mais tão pequeno assim...

MAIS TARDE

Comiamos sanduíches a noite enquanto assistíamos um filme naquele frio que fazia na cidade.

- Eu já vi essa cena... - ele dizia.

- Ah é ?

- Sim. Ela vai tentar matar ele...

- Jura ?

- Juro - de repente então meu pai entrou no quarto.

- Ah, oi meninos. O que estão fazendo ?

- Vendo filmes...

- Ah... Amanhã de manhã vou ao supermercado, vai querer ir Lucas ?

- Sim...

- Então trate de ir dormir cedo, não quero ninguém reclamando.

- Tudo bem... - esperamos o filme acabar e logo estávamos nos arrumando para dormir. Desliguei as luzes, me ajeitei por entre os lençóis... Já estava quase dormindo quando de repente senti ele vindo para perto de mim, e me abraçando - Michel ?

- O que é ?

- Vai querer dormir igual criança de novo ?

- Vou... Tô com frio ! - relevava toda vez que ele fazia isso, pois eu também gostava. Apenas o abraçava e espera o sono me agarrar de uma vez.

DIAS DEPOIS

Como sempre, chegava na escola sozinho. Como cheguei e não vi Ninguém, sentei-me num canto que costumava ficar conversando e ouvindo música com Michel. Coloquei os fones no ouvido e fiquei lá, quieto vendo o meu Facebook quando de repente um garoto se aproximou. Sentou-se ao meu lado. Estranhei pois eu não o conhecia. Era branco, pouca coisa mais alto que eu, tinha um corpo legal, mas eu realmente não reparei muito nele.

- Lucas ? - era a voz desse garoto. Apenas tirei o fone de ouvido e prontamente o respondi.

- Oi, quem é você ?

- Bem... Eu me chamo João Victor, já esperava que não soubesse quem sou eu.

- Prazer João Victor. E então, o que quer ?

- É... Que... Eu sempre olho para você e... Percebi que gosta de filmes de suspenses. Gostaria de convidar você para ir ao cinema comigo...

- Quando ?

- No sábado, talvez...

- Ah João Victor... - estranhei e imediatamente corei. Pois não era normal convidar assim sem nem conhecer. Não deu nem tempo de eu responder. De repente Michel apareceu, e parecia furioso - Oi Michel... Porquê chegou tarde ? - ele não me respondeu.

- Você não disse que não podia marcar nenhum programa para esse fim de semana ? - me levantei imediatamente para ve-lo, pois ele estava todo vermelho.

- Ei, calma aí ! Porquê está falando comigo desse jeito ?

- Porquê ? Desde quando você mente para mim ?

- E quando foi que eu menti para você ? - naquele momento o garoto se afastou, quase que inconscientemente.

- Ora, me disse que não podia sair e agora está aqui, conversando com... - eu o interrompi.

- E eu não posso sair ! Por acaso eu confirmei o passeio com ele ? - imediatamente ele parou e ficou quieto. Olhou para o chão , pareceu pensar e ficou envergonhado.

- Não... Mas é que... - o interrompi novamente.

- Deveria ter mais cuidado com o que diz. Eu nunca mentiria para você... Ainda mais numa coisa tão fútil quanto isso.

- Aí Lucas... Mas é que eu...

- Você está com ciúme ? Ciúmes de mim, é isso ? - cheguei mais perto dele. Podia sentir o nervosismo dele.

- É... - ele começou a gaguejar imediatamente. Olhou para o meu rosto, baixou novamente e então saiu correndo.

- EI, espera ! - eu ia correr atrás dele, mas ele fugiu pelo portão da frente me deixando com a maior cara de idiota, sem saber o que fazer.

HORAS MAIS TARDE

Quando a aula acabou, eu peguei o ônibus que não costumava pegar. Era o ônibus da casa dele. Tinha quase certeza que ele tinha ido para lá aquela hora. Desci em frente a casa dele, ainda confuso, me perguntando porquê ele tinha dado aquele xilique. E me perguntando também se iria querer saber o motivo. Por sorte, o pai dele estava chegando em casa, eu não teria que esperar.

- Olá senhor...

- Ah, Oi Lucas. O que está fazendo aqui ?

- Vim falar com o Michel, ele está aí ?

- Está... Chegou mais cedo hoje, disse que estava com dor de cabeça. Sua cara não é muito boa.

- Tudo bem... - entrei. Como já conhecia a casa, fui direto até o quarto dele. Bati na porta, e quando ia abrir, percebi que ela estava trancada - Michel, abre aqui, sou eu...

- Não, vai embora !

- Eu não vou embora ! Só sairei daqui quando abrir essa porta ! - ele não me respondeu. Mas bastou alguns segundos para que ele abrisse a porta. Eu entrei. Ele fechou a porta. Veio andando, de costas para mim. Mas assim que passou segurei o seu braço e fiz ele olhar nos meus olhos. Os mesmos estavam inchados - você estava chorando ? - ele apenas acenou com a cabeça, concordando - mas... Mas porquê ?

- Porquê... Eu estou com medo... - falou, me abraçando. Tão forte que quase me desequilibro.

- EI, não se esqueça que apesar de eu conseguir te imobilizar, sou menor que você...

- Não importa...

- Do que você tem medo ?

- De você me odiar...

- Odiar porquê ?

- Porquê... Bem... Porquê eu sinto ciúmes de você...

- E isso é motivo para te odiar ?

- Se você souber o verdadeiro motivo.

- Bem... Que eu saiba só existe um motivo para que tenhamos ciúmes de uma pessoa - ele me soltou e me olhou.

- E qual seria ? - ri. Respondi de uma forma apenas. Com um beijo. Eu estava nervoso... Não sabia direito o que estava fazendo. Mas sentia que devia fazer aquilo. E não demorou nem um segundo para ele retribuir. Ele também queria aquilo. Nós queríamos aquilo. Só então assumimos, amávamos um ao outro.

ANOS DEPOIS

- Não falta mais nada - falei, ajeitando o nosso porta retrato da foto que tiramos após aquele beijo. Tínhamos acabado de nos mudar para o mesmo apartamento. Como o casal inseparável, viver em casas separadas já estava ficando muito difícil morar longe um do outro.

- Ainda bem ! - falou, me abraçando - vamos viver juntos, enfim. Eu não consigo acreditar !

- Nem eu... Já planejei tanto isso, e agora enfim está realmente acontecendo.

- Mas não é só isso...

- Como assim ? - de repente então ele tirou do bolso uma caixinha vermelha.

- Mandei fazer para nós dois, para simbolizar o nosso amor - falou, abrindo a caixa. Dentro tinham duas lindas e singelas alianças, que me deixaram de olhos marejados.

- Aí que lindo ! Você mandou fazer alianças ?

- Mandei... Para sacramentar o nosso amor - falou, colocando a aliança no meu dedo - amor de criança, adolescente e agora adulto... - eu não conseguia acreditar. Coloquei a aliança nele, sorrimos. E mais uma vez ele me beijou - prometo para você que não decepcionarei você nunca. O nosso destino já está traçado. Nascemos para vivermos juntos, e isso vai acontecer.

- Sim... Vai ! - falei, o abraçando fortemente. Estava feliz. Me sentia completo. Enfim o sentido da minha vida estava completo. Eu nasci para viver ao lado dele. Nasci para viver "LuMichel"

FIM

E ai ??? Gostaram ?? Comentem e votem por favor. Só para lembrar eu não queria mostrar a realidade com essa história. E sim uma história de amor como muitos queriam, sem problemas, sem abalos, sem percalços. E como nós sabemos não é assim... Beijos :)

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive gustavinho132 a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Que fofo merece uma grande continuação

0 0
Foto de perfil genérica

Huuum, este amor , como diria Tetê Espíndola, "estava escrito nas estrelas"! Muito lindo e fácil de ler, pois não possui capítulos longos nem vários capítulos. Um abraço carinhoso,

Plutão

0 0
Foto de perfil genérica

Gostei, foi um conto bem leve e fofo. Abraços e bjs 😄 😘

0 0
Foto de perfil genérica

Amei a história *-* perfeita, parabéns Bjuus e até!

0 0
Foto de perfil genérica

bom se estao juntos os pais devem ter aceitado.

E mesmo se não tivessem eles iriam ficar juntos sem se importa com isso, adorei

0 0
Foto de perfil genérica

Foi otimo voce conseguiu fazer de uma historia resumida mais completa afinal cada autor tem sua maneira de escrita e cada historia nao precisa obrigatoriamebte ter o msm roteiro de aceitacao conflito brigas foi algo direto mais ao msm tempo que emocionou

0 0
Foto de perfil genérica

vc disse:"Só para lembrar eu não queria mostrar a realidade com essa história. E sim uma história de amor como muitos queriam, sem problemas, sem abalos, sem percalços.", e como resposta soh posso dizer ficou mto lindo esse seu conto de fadas...

0 0
Foto de perfil genérica

Estou com o Ru/Ruanito, faltou saber as reações dos pais, faltou saber como foi os primeiros meses de namoros e etc...

0 0
Foto de perfil genérica

Faltou lacunas... Pais... Como reagiram? Isso foi tão disney

0 0