O Destino - Parte 7

Um conto erótico de Vitor
Categoria: Homossexual
Contém 2928 palavras
Data: 03/02/2016 19:15:31

Cap. 7

Outra voz

Narrado por Bento

Estava voltando para minha cidade, acabava de me forma, eu não iria ficar mais em São Paulo, uma cidade que me decepcionou em várias formas, sempre tive a ilusão que viver numa cidade grande era algo maravilhoso, liberdade, lugares a onde ir, uma cidade que nunca para, muito diferente da minha cidadezinha, não vou negar que me diverti muito na Capital, mas chegou uma hora que me cansei, cansei de sair nas ruas e as pessoas nem olha na minha cara, de sempre que quisesse sair meus amigos que fiz lá, eles tinha algo a fazer ou não podia, cansei de ficar horas no engarrafamento. Mas tudo isso passou, agora estava voltando para minha cidade, minha alegria era enorme, finalmente iria ver minha família, meus amigos de infância e minha ex-noiva, ia de ônibus, pois tinha vendido meu carro por que em casa tinha outro.

Só que a vida não é como esperamos, no momento que vi aquele cara com o braço engessado, feição triste, olhar de abandonado, algo em mim se tornou diferente, nunca senti atração por homem, o máximo que tinha feito com alguém do mesmo sexo era aquelas brincadeiras de crianças, masturbávamos juntos, às vezes um para o outro, mas nunca tinha passado disso. Meu primo Diego me ajudava nessa parte, mas nunca senti vontade de beijar ou segui adiante nisso, e logo comecei a namorar a Lívia, e todos meus desejos que tinha era com ela, em São Paulo saia com as meninas, mas nunca voltei a namorar ninguém, acho que ainda gostava da Lívia ou me prendia no passado que tivemos.

Minha poltrona era ao lado do carinha de olhos tristes, tudo bem, ate gostei disso. Ele estava todo machucado, parecia sentir dor, olhava para janela, estava em marte, resolvi chama a atenção dele e o toquei.

-A briga foi feia em! - Ele me olhou assustado, ele era branquinho, mas ficou pálido quando virou para olhar para mim.

-Desculpa não quis te assustar. – Mas ele ficou quieto, assentiu com a cabeça e voltou a olhar para janela. O que tinha acontecido com esse cara, senti vontade de puxar mais conversa, mas decidi deixa ele em paz e tentei dormi, mas aquele rosto não saia da minha cabeça.

Quando já era de madrugada, sinto um peso cai sobre meu colo, acordei assustado e vejo que ele queria sair do lugar dele e teve que passar por mim, mas se desequilibrou e caiu no meu colo. Como ele tava machucado demorou uns segundos para sair, e com esses movimentos fiquei excitado, mas que merda, o que estava acontecendo comigo.

-Me Desculpe, eu tentei te acordar para me dar licença, mas... –Ele falava sem olhar para mim, ele tinha ficado muito vermelho, achei graça naquilo e sorrir.

-E achou que pula em cima ia me acordar? – Tentei fazer uma brincadeira, mas ele não achou graça, e fiquei mais excitado ainda, merda, rapidamente ajudei ele a sair de cima, antes que ele percebesse meu pau duro.

Depois que saiu ele tentou explicar o que tinha acontecido, mas eu o provoquei, o que deixou ele mais puto da vida ainda.

-Ver se da próxima vez arruma uma desculpa melhor. –Falei rindo, ele me fuzilou com os olhos, não ia tentar me bater por que estava todo machucado.

Ele falou para eu trocar de lugar, mas eu não queria, quis ficar do lado dele, sentia vontade disso, não sabia explicar por que, somente quis ele perto.

-Que tal então você pega suas coisas e ir para outro banco? – Eu não ia sair daqui, fechei os olhos e via que ele me olhava com muita raiva, virei o rosto e fingir dormi.

Ele resolveu trocar de lugar, fiquei decepcionado com isso, mas pela minha reação eu meio que agradeci, por que demônio estava me sentindo atraído por ele.

O Ônibus deu uma parada para tomamos café da manha, vi que ele tinha indo ao banheiro, eu também precisava fazer minha higiene matinal e fui atrás dele, ele estava tomando banho, sentir uma enorme vontade de ver ele pelado, e outra vez me amaldiçoei por ter esse desejo, resolvi ficar na minha e logo sair dali.

Não estava com fome, não sou de comer nada de manha, resolvi esperar na porta no ônibus ate dar o horário, ele veio, o cabelo estava molhado, pegava o olho dele, minha vontade era de pegar aqueles fios pretos acastanhados e colocar para o lado, ele ainda mantêm aquela cara fechada de poucos amigos.

Comentei sobre a aparência dele, ele só parou na minha frente e ficou quieto.

-Cara você é meu colega de poltrona, alias era. Mas nem sei seu nome. Eu me chamo Bento Oliveira Guimarães, e você? – Tentei fazer amizade, um costume da minha terra, estendi minha mão para ele, mas me deu um fora imenso só olhando para minha mão e subiu as escadas do ônibus.

Caralho, quem ele pensava que era para fazer isso? Entendi que ele não queria amizade, mas custava ser mais simpático, prometi deixar ele em paz. Agora era questão de honra, já estava fudido por ele despertar desejos tão diferentes em mim e o idiota ainda vem e me ignorar?

Fui para meu lugar, dessa vez não olhei para ele, deitei e fiquei ouvindo musica, ele devia está bem cansado, logo vi que estava dormindo. Depois de algum tempo tirei meus fones de ouvido e fiquei olhando para janela pensando na vida, e o motivo por que aquele cara me fazia agi tão eloquente assim.

Ouço alguém gritar, o ônibus agora estava praticamente vazia, faltava pouco para chegar a minha cidade, levanto da minha poltrona e vi que era o menino que gritava, parecia estar sonhando, ele suava muito, fazia careta, deu vontade de puxar ele para meus braços e esperar aquele sonho ou pesadelo acabar, mas resolvi acordar ele.

-Desculpe, você começou a gritar sem parar, achei melhor te acordar. –Ele estava com cara de assustado, os olhos dele era nítidos o medo que sentia.

Resolvi tentar outra vez amenizar a situação e perguntei com que monstro ele tinha sonhado.

-Desculpe se te incomodei, não vou voltar a fazer isso, e o único monstro aqui é você – Eita, nocaute, aquele cara era afiado, mas vi muita graça disso e completei.

-HUM, sou mal mesmo, meu sonho ao contrario do seu, era ótimo. –Deu uma piscadela para ele, ficou mais nervoso ainda.

-Você não se cansa de ser desse jeito? – Ele falou com raiva, senti o ódio dele me atingi outra vez, mas imitei o jeito dele falar e disse.

-E você não se cansa de me ignorar desse jeito? – E finalmente consegue tirar um sorriso tímido dele.

Vi uma brecha e tentei de novo, me apresentei e ele dessa vez aceitou. Falou que se chamava Vitor, e eu pedi para sentar com ele, me olhou feio e voltei a me sentar no meu lugar, vamos com calma, certo?

Começamos a conversa, ele me dava umas tiradas, e eu fingia não me atingi e voltava a conversa, brinquei um pouco com ele e às vezes ele ria, descobri que estava indo para Santa Agustina, a minha cidade natal, fiquei muito feliz com aquilo, e não sabia dizer o porque, eu quando chegasse ia me benze, ele com certeza estava fazendo algum feitiço para eu desejar tanto falar com ele.

Conversamos bastante, e falei que quando chegasse o avisava. Depois de uns minutos tínhamos chegando, avisei-o e nos descemos, quando senti a brisa da praia e a sensação de estar em casa, minha felicidade foi a mil, morri de saudade de tudo aquilo, e sempre que voltava nas férias sentia isso, só que agora vinha para ficar de vez.

O Vitor olhava perdido e encantado com a paisagem, a sensação que tudo mundo senti quando chega naquele pequeno pedaço de paraíso, mas sabia que ele não tinha para onde ir e tive uma idéia, toquei no ombro dele e na mesma hora vi que tinha feito besteira, ele se virou xingando e colocando a mão boa no ombro.

-Cara me desculpa. –Estava preocupado se tinha o machucado de verdade.

-O que você quer? –Ele perguntou com dor e raiva.

Falei da dona Marli, a avó da minha ex, chamava era de vó de consideração, era um doce com tudo mundo e sempre acolhia os perdidos e sem rumo, era muita bondade, que tinha medo de alguém passar ela para trás, mas o Vitor não parecia ser nenhum bandido.

Ele não falava nada, dei o meu cartão para ele, expliquei o que tinha que fazer e brinquei com ele outra vez e fui embora com o coração doendo, não queria deixar ele, mas sabia que ia tomar a decisão certa e pelo tempo logo iria chover.

Chegando em casa, meu pai já estava me esperando, abracei muito forte ele, quase chorei de emoção, era muita saudade. De noite encontrei mais parentes e amigos íntimos e voltei para casa, mas não conseguia tirar Vitor da minha cabeça, queria saber que decisão ele tinha tomado, para onde ele tinha ido, chovia muito lá fora agora, esperava que ele tivesse juízo na cabeça e aceitado minhas instruções, ele parecia tão desprotegido, estava muito magro, mas seu rosto ainda era belo, lembrei dos cabelos por cima dos olhos, sua boca parecia macia, não tinha barba, era lisinho, e a bunda... a aquela bundinha, toda empinadinha, na hora fiquei excitado, estava sozinho do meu quarto, estava sem roupa e pensei nele, me masturbei imaginado ele de todas as maneiros, depois do orgasmo me bateu a realidade, mas que droga estava acontecendo comigo? sou hetero porra, não gosto de macho, logo tentei tirar ele da cabeça e tentei dormir, depois de séculos consegui, mas o que não consegui foi esquecer ele.

Do outro dia fui dar uma volta na cidade, ver as pessoas que ainda não encontrei, passei no mercado, conversei com meu tio João, ele tinha um mercadinho na vila, eu adorava ele e a tia, logo perguntei do Diego, e ele disse que tinha indo ajudar um cliente, que tinha acabado de sair, ele como era muito fofoqueiro, coisa de cidade pequena mesmo, já foi falando do cliente e sabia que era o Vitor, o único forasteiro naquela cidade, que estava todo quebrado. Despedi-me do meu tio e fui quase que correndo atrás dos dois.

Consegui alcançá-lo, eles não faziam questão de ir tão rápido assim, estava conversando e rindo, quando vi aquilo sentir uma raiva enorme, e me xinguei por ficar nervoso com isso, que merda Bento, que merda.

Parei os dois e logo quis acabar com aquela conversa, não gostei nenhum pouco e logo chamei o Vitor para sair mais tarde, ele ficou com pé atrás, mas logo aceitou. Diego estava com cara feia, sabia que ele pegava homem de vez em quando, já tinha me falado, e se quisesse o Vitor eu não podia fazer nada, pois não podia e nem queria ficar no meio daquilo, mas queria saber o que tinha acontecido com o Vitor.

Mas tarde fui buscá-lo na pensão, vi Dona Marli, ela me abraçou tão forte, aquele abraço sempre me ajudava, mesmo sem ela saber disso, me sentia muito confortável, pedi autorização e levei o Vitor para almoçar.

O almoço ocorreu normal, ele estava mais susceptível com minhas perguntas, ele tinha conseguindo um emprego na pensão, tudo estava bem, resolvi falar sobre minha vida, ele era um ótimo ouvinte, perguntou sobre algumas coisas e respondia de boa, alguns assunto tentava fugir, como da minha mãe e da minha ex. Só que ele fazia o mesmo com o passado dele. Existi muito em pedi para ele confia em mim, que queria ser amigo dele.

-Você é gay? –Ao ouvi aquela pergunta levei um susto, quase engasguei com minha comida, claro que não era gay, e nunca ia ser, mas que porra é essa? Porque ele estava pensando nisso? Será que era tão evidente minha atração por ele? Caralho, resolvi consertar as coisas, sabia que ele era gay, mas não queria levar a impressão que eu também era e não era mesmo.

-Não sou gay, não que tenha nada contra, mas como falei quero ser seu amigo, sem segundas intenções. –Acho que ele acreditou, mesmo falando que era estranho meu interesse em ser amigo dele.

Tentei volta à conversa para ele, falar que a falta de confiança das pessoas era culpa dele, que ele que não tinha interesse, ate que ele parou de me olhar desconfiado, queria fugir daquela situação rápido e propus ir à cidade vizinha fazer compra, ele não aceitou na hora, mas como sempre no final foi comigo.

Passei em casa, ele ficou encantado com a beleza dela, eu às vezes também fico, deixei ele na sala e fui trocar de roupa, quando voltei, ele me olhou, dessa vez sentir seu olhar em mim que me queimava por dentro, os segundos que se passou foi um sacrifico para não ir até ele e o beijar, ele queria aquilo, dava para ver e minha lutar interna para isso não acontecer estava quase no fim, mas me controlei, tentei disfarça minha ereção, e acredito que ele não percebeu, saímos, entramos no carro e peguei a rodovia.

Divertimos-nos muito, ele estava mais solto, mas ainda era muito tímido, a maioria das conversas eu que puxava, e ate que gostava disso, de estar no comando, resolvi levar ele no hospital, meu pai era medico ortopedista e podia ajudar ele.

Chegando lá ele foi atendido, meu pai fez vários exames, raio-x, e no final mandou o Vitor esperar um pouco em outra sala e veio falar comigo.

-Filho, esse rapaz não sofreu acidente nenhum, olha essas imagem. –Ele me mostrou um raio-x do braço dele. –Isso é um trauma feio de forma brusca, de um tombo ou uma pessoa que quebrou, com certeza não foi acidente, fica de olho nesse rapaz, parece ser gente boa, mas nunca se sabe em quem podemos confiar. Cuidado.

Devido esse alerta do meu pai, fiquei mesmo com um pé atrás, sabia que ele estava mentindo sobre varias coisas, e eu tinha que saber qual era a história dele.

No carro ele me perguntou no carro por que eu estava tão quieto, então dei um ultimato nele, se ele era gente ruim queria saber logo.

-Meu pai disse que seus ferimentos e fratura nunca que poderia ser feito por um acidente de carro, ele pode está enganado, mas não gosto de mentira e não quero estar enganado com você, então, por favor, me diz quem te espancou e te machucou desse jeito Vitor?

Na mesma hora me arrependida, seus olhos estava arregalado, depois começaram a lacrimejar, e depois veio o choro, odiava ver gente chorar, não sabia o que fazer, tentei consolar ele, abracei, mas nada resolveu.

- Eu vou te falar a verdade.

Levei-o de novo para minha casa, levei para meu quarto, dei um corpo de água a ele e tentei acalmá-lo. Ele respirou fundo e começou a história.

Depois de ouvi tudo aquilo eu estava em choque, não conseguia acreditar naquilo, não podia ser verdade, minha raiva veio com tudo, queria socar qualquer coisa, quebrar algo, se aquele desgraçado tivesse na minha frente eu matava, juro que matava ele, como ele pode abusar de uma criança por tanto tempo assim, e por que maldição o Vitor não denunciava ele, a desculpa era por causa do irmão, mas aquilo não tinha lógica.

-Você vai a policia agora e vamos prender esse desgraçado. –Cuspi aquelas palavras com muita raiva.

Ele me olhou assustado, se levantou e falou que não, que não ia. O irmão dele estava em perigo se ele fizesse isso.

-Porra Vitor, se não entende que ele não pode fazer nada contra seu irmão, acorda, vamos, por favor. –Eu tentava me acalma, pois via que o medo dele estava voltado, eu tinha que recobrar a consciência e pensar em um jeito de mudar isso.

-Não Bento, não. Ele vai matar meu irmão, ele sempre falou isso, quando eu ameaçava em fugir ou denuncia, ele me mostrava os vídeos e fotos que tinha do meu irmão, ele sabia tudo sobre a vida dele.

Que merda, aquilo só complicava mais, ele chorava de novo, estava desesperado e com medo, não me contive e abracei-o, o senti no meu braço, todo desprotegido e tremendo de medo e só fez eu o abraçar mais forte, mas contive um pouco por causa do braço dele.

-Por favor, não faz nada contra ele não, me deixa seguir minha vida agora, quero esquecer meu passado, quero superar isso, por favor. –Ele suplicou isso, eu ia deixar quieto por enquanto, ele me olhava, querendo minha resposta.

-Por enquanto eu não vou fazer nada, mas vamos conversar sobre isso depois. –Eu também o olhava, sentia o coração dele bater sem parar, o meu já estava a mil. Ele era mais baixo que eu, mas sua boca estava muito perto da minha, sentia seu cheiro, o cabelo cheirava a shampoo, sua pele a camomila, eu estava começando a ficar excitado de novo, e dessa vez não me contive e o beijei, minha boca encostou com a dele, seus lábios era macio, começou com um selinho, tentei beijar ele, mas sua boca não mexeu um cm, com o braço que não estava machucado ele me empurrou, sua cara era de raiva, estava vermelho.

-Você está doido? Que merda você ta fazendo?

Continua...

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Gente esse Bento magia, ta lindoooo adorei escrever para ele

Destination, CrisBR1, Helloo, mari garcia ♥, shay16, esperança, Rafa_B, HenriqueeRjj , VALTERSÓ obrigados meus amores

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Comentários

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Quando é que vc vai postar de novo? Aí continua por favor

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eita que estou muito feliz que vc boltou a posta. Espero que não demore muito para o proximo cap

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