Eu tinha 99% de certeza de que, o que eu estava sentindo não era paixão, e sim amor. Douglas agora tomava conta da maior parte de meus pensamentos. O buraco em meu peito estava se fechando aos poucos e eu não pensava mais tanto em meu irmão, e as lembranças já não me faziam sofrer como antes, agora elas já não passavam de lembranças felizes. E eu estava muito feliz por isso, porque eu estava bem comigo mesmo, eu me conhecia, e tinha controle sobre minha vida.
Eu agora só precisava ter alguém com quem dividi-la.
Estava sentado no sofá de minha casa cutucando meu celular, o dia estava sendo tedioso e monótono. Eu não tinha nada para fazer, a não ser ficar jogando. Passei praticamente toda à tarde no celular. Quando o sol já estava quase se pondo, ouvi a campainha tocar. Fui atender.
– Oi! - Douglas falou sorrindo.
– Oi! - Respondi. - Que surpresa! - Sorri. - Entra!
– O que está aprontando ai? - Perguntou.
– Nada. - Respondi.
– Sério? Poxa, está com a casa só para você, e não aproveita? - Perguntou surpreso.
– Diga o que eu iria fazer aqui? - Indaguei.
– Ah sei lá. - Falou. - Tem tantas coisas.
Douglas passou por mim e se sentou no sofá. Sentei-me ao seu lado.
Douglas me encarou com seus lindos olhos.
– E como você está? - Perguntou.
– Bem melhor. - Respondi.
– Que bom, continue assim! - Falou. - Está gostando da escola? - Perguntou ainda me encarando.
Fiquei meio encabulado com a pergunta, não tinha amizade com ninguém além dele, então não tinha certeza ao certo do que achava dá escola. Mas menti.
– Tem sido bem legal. - Respondi.
– Que bom. - Seus olhos pareceram duvidar de mim. - Vamos lá para o terraço? Amei aquele lugar. - Falou entusiasmado.
– Ah claro. - Respondi.
Ao chegarmos no terraço Douglas logo se sentou nas cadeiras e encarou o céu quase nublado daquela tarde.
– Acho que nunca vou me cansar de vir aqui! - Falou me encarando. Sorridente.
– Pode vir sempre que quiser! - Falei. Retribui o sorriso.
– Olha que eu venho em! - Sorriu.
Sentei-me na cadeira ao lado e ficamos os dois encarando o céu e tentando desvendar o desenho e formato das nuvens.
– Veja aquela, parece um. Um!
– Coelho! - Respondi.
– É isso mesmo! - Me encarou sorrindo.
– Sabe, eu acho que estou me apaixonando. - Falou me encarando.
– Sério? E por quem? - Senti meu rosto esquentar.
– Eu acho que a pessoa já deve saber. - Ele continuou a me encarar.
Eu só queria me enterrar nesse momento.
Eu sabia que ele estava falando de mim, mas eu simplesmente fiquei quieto. Burro, burro, burro! É o que eu definitivamente sou. Burro! Você só precisa reagir, sua paca!
Sorri.
- Mas eu não sei se ele gosta de mim da mesma maneira! – Ele me encarou.
Mantive-me calado, simplesmente não soube como reagir, mas o que dizer nessa hora? Senti sua mão quente tocar minha face e o vi se aproximar de mim, meu coração disparou e senti o sangue passar por cada artéria do meu corpo. Nunca havia ficado tão nervoso antes. E finalmente senti seus lábios tocarem os meus, foi mágico, nossos movimentos foram sincronizados, foi um encaixe perfeito, encerramos o beijo e Douglas me olhou com seu olhar terno.
- Eu amo você. – Falou tocando meus lábios.
Eu o encarei, certo de que desta vez responderia, toquei sua face.
- Eu também amo você. – Ele sorriu.
- Não sabe como é bom ouvir isso. – Falou.
- Para mim também! – Sorri.
Beijamo-nos novamente, a sensação foi incrível não havia me sentido tão feliz desde aquele dia, era como se tivessem retirado um caminhão das minhas costas. Sentia como se o vento fosse me carregar a qualquer instante. Seu toque, seus lábios seu sabor, eu estava lentamente me viciando.