[Virginia narrando]
Eu estava saindo do cemitério com a Eliane. Eu sempre visito o túmulo do meu marido, filho e nora. Eu gosto de levar flores e fazer orações. Apesar deles terem morrido, eu me importo e muito com o descanso eterno deles. O mausoléu da minha família é grande e chama atenção. Fica no cemitério São João Batista. Um dia eu morarei aqui também.
Quando eu e a Eliane saímos do cemitério, fomos surpreendidas por três homens armados que, com certa brutalidade, me colocaram à força dentro do carro e saíram em disparada.
Eles me ameaçaram durante todo o trajeto, não consegui falar nada. Eu só conseguia chorar. Sabia muito bem de quem era o culpado disso tudo. Eu não tinha nenhuma suspeita, eu tinha certeza.
[Eliane narrando]
Quando pegaram a dona Virginia eu fiquei sem ação, mas consegui ligar pra polícia.
Eu - Alô? Policial, minha patroa foi sequestrada! Salva ela, pelo amor de Deus! Salva ela!
Policial - Me fala onde ocorreu o sequestro. Mantenha a calma e me fala...
Eu - Aqui, em frente ao cemitério São João Batista. Eles renderam o nosso motorista... Eles renderam o nosso motorista e fugiram no carro dela. O carro tem rastreador.
Policial - Vou acionar às viaturas. Fique calma. Ligue pra empresa que rastreia o carro. Eles passarão o contato para os nossos agentes.
Eu - Já estamos ligando... Obrigada...
Eu estava muito nervosa. O Dimas, motorista da família, conseguiu entrar em contato com a empresa do carro. Eu liguei para o Renan e posso ter certeza que ele ficou desesperado.
[Virginia narrando]
Chegamos em uma estrada deserta e o meu carro travou. Eu tenho certeza que a empresa de segurança tinha sido acionada. Em breve, estaria em segurança, se eles não me matassem ou me levasse no carro deles.
Eles ficaram nervosos e me deixaram na estrada sozinha. Só pediram dinheiro e minhas joias. Eu tive que implorar para que não levassem minhas alianças. Eles concordaram. O sol estava muito quente. Eu estava desnorteada, sem celular, sem poder falar com ninguém. Eu avistei três viaturas vindo em direção ao carro. Os policiais me encontraram, perguntavam se eu estava bem, me levaram para casa.
A Eliane já estava em casa. Eu liguei para o meu neto e o tranquilizei.
Eu - Amor, não fizeram nada comigo. Foi só um susto.
Renan - Tenha certeza que foi o Afonso. Eu vou matar ele, vó!
Eu - Calma, meu amor, calma. Essa história está chegando ao fim.
Renan - Vou invadir aquela sala de reuniões... Ele vai me ouvir!
Eu - Estou indo aí... Você não vai fazer nenhuma besteira.
Renan - Vózinha, eu te amo. Descansa. Deixa que do crápula do Afonso cuido eu.
O Renan desligou o telefone. Estava preocupada com o que ele poderia fazer.
[Olívia narrando]
Eu tinha conversado com a Rosana. Estava muito triste por vê-la naquela situação. Eu lamentava o fato do meu filho ter se tornado um monstro, de ter um caso com o irmão... Nojo é a palavra que define.
Eu - Você me dá ânsia. Eu tenho nojo do meu próprio filho. O seu pai sempre odiou o Afonso. Eu também o odeio. Ah, por favor, não traga mais ele aqui.
Eduardo - Ele me ama, mãe! Ele me ama!
Eu - Ama o seu dinheiro! Será que você ainda não percebeu? Eu sei que você comprou ações do B. Health e deixou nas mãos do Afonso. Eu espero que ele não tenha roubado nenhum centavo seu, pois do contrário, eu te deserdo.
Eduardo - Não preciso do seu dinheiro! Vou embora atrás do meu amor!
Eu - Volta aqui, filho! Você não pode sair nesse estado...
O Eduardo saiu correndo de casa. Eu tentei impedir mais foi em vão.
Eu - Se está contra o meu amor, a senhora está contra mim. - Falou entrando no carro.
[Eduardo narrando]
Eu vou esperar o Afonso na porta do B. Health. Quando ele sair quero ir embora pra Angra com ele. Tô cansado de tanta gente contra nós. Sinceramente, qual o problema eu amar meu próprio irmão?
Comecei a falar sozinho dentro do carro.
Eu - Quem ela pensa que é? Me deserdar... O Afonso tem razão: temos que nos livrar dela. Eu a odeio! Odeio o fato dela odiar meu relacionamento! Com certeza a Rosana colocou muita coisa na cabeça dela. Preciso ver aquela morta-viva de novo...
Peguei outro caminho e fui ao hospital.
[Renan narrando]
Entrei naquela sala com uma certa fúria. Eu queria acabar com o Afonso de uma vez por todas. Vi quando o Celso jogou alguns papéis na mesa e disse ser o fim para a Lúcia e o meu amor.
Renan - "Fim" do quê? Você está do lado dele, Celso? - Apontei para o Afonso.
Celso - Como estava dizendo antes se ser interrompido... - Todos me olhavam agora. - É o fim dos desmandos do Afonso. Eu estou vendendo os meus oito por cento do B. Health para o Miguel Vinol. Esse são os papéis. Pode assinar, doutor Miguel. - Celso deu a caneta ao Miguel.
O Miguel pega e começa a assinar os papéis.
Miguel - Achei que fosse vender para o Afonso.
Celso - Você é desprezível, Afonso. Por mim você estaria bem longe daqui. - Olhando pra ele. - Eu sei que o Afonso gosta de jogos e eu joguei com ele.
Celso entrega os papéis ao Miguel. Ele vai até o Afonso e dá um soco nele.
O Afonso saca uma arma e começa a ameaçar todo mundo.
Afonso - Vou acabar com essa festinha ridícula de vocês. Todo mundo no chão! Agora!
Todo mundo se deita no chão, mas ele me pega pelo braço.
Afonso - Você não, bichinha! Você vem comigo!
O Afonso coloca a arma na minha cabeça. O que esse louco vai fazer comigo?
Afonso - Hoje somos só eu e você. Você é todo meu! - Falava passando aquela pistola no meu cabelo.
[George narrando]
Como alguém pode ser tão cruel? O Eduardo tinha dito poucas e boas para a Rosana. Eu teria feito uma loucura com ele se não estivesse em um hospital. Por sorte dele, os seguranças me separaram do pescoço dele.
Ele não tinha sentimentos. Como pôde dizer que tinha amado o suicídio do meu filho? Ele deixou minha esposa sem palavras. A Rosana precisou ser sedada, pois suas dores voltaram com uma intensidade maior.
[Eduardo narrando]
Após ter dito algumas verdades a Rosana, decidi que era a hora de ir atrás do Afonso. Acho que aquela altura, a reunião já tinha acabado e o meu amor estava com trinta e oito por cento do B. Health. Só a maioria das ações podia acabar com o contrato do Renan. A doutora Lúcia era dona de trinta e dois por cento, o Miguel de trinta, com mais trinta meu e oito do Celso. Se o Afonso for o maior acionista, adeus Garini Novaes Med.
Quando cheguei em frente a empresa vi o Afonso saindo com uma arma apontando pra cabeça do Renan. Ele estava beijando o pescoço do Renan. Como assim? O que está acontecendo? Resolvi seguir eles dois. Eu vou colocar um ponto final nessa história.
[Renan narrando]
O Afonso me colocou pra dirigir seu carro. Ele estava apontando uma arma pra minha cabeça. Ele é pior do que eu pensava.
Eu - O que... O que você vai fazer? - Estava tremendo e muito nervoso.
Afonso - Vou brincar bem gostoso com você. Hoje você vai ter um homem de verdade.
Eu - Vo... Vo... Você vai me estuprar?
Afonso - Vou fazer amor contigo, bichinha. Vou comer muito esse seu rabo gostoso. O Miguel tirou quase tudo de mim, menos você.
Eu - Te odeio! Maldito!
Afonso - Isso! Quanto mais você fala mais me excita!
Eu - Seu doente!
O Afonso estava rindo da minha cara. Nessa hora eu só conseguia pensar na minha avó. O que aconteceria com ela quando soubesse?
[Virginia narrando]
Estava com um pressentimento ruim. Resolvi ligar para o Miguel. Algo me diz que o meu neto está em perigo.
Eu - O Renan está com você?
Miguel - O Afonso pegou ele... Se acalma, dona Virginia. Eu vou salvar o Rê.
Meu peito começou a doer. Eu não lembro de mais nada. A dor era forte demais. Meu neto é minha vida.
[Eliane narrando]
A dona Virginia desmaiou e eu me desesperei.
Eu - Sara! Sara! Chama uma ambulância, pelo amor de Deus! Dona Virginia, fals comigo! Acorda! - Batia no rosto dela sem sucesso.
Dez minutos depois o socorro havia chegado. A dona Virginia tinha sofrido um começo de infarto.
[Renan narrando]
Chegamos num pequeno sítio. O Afonso estava muito agressivo. Eu tentei correr dele, mas ele atirou numa árvore próxima a mim. Lógico que eu fiquei assustado e então decidi esperar pra ver até onde aquilo ia dar.
Entramos naquela casa bonita, mas que tinha um clima pesado.
Eu - De quem é essa casa, seu... Psicopata! Você é um psicopata!
O Afonso veio pra cima de mim e começou a passar a arma no meu rosto.
Afonso - Que boquinha linda você tem! Eu te amo, bichinha! Eu te amo! Mama o seu macho! Bota essa boquinha na minha rola!
Eu - Eu não vou fazer nada! Você é doente! Me mata logo e acaba com isso, monstro!
O Afonso me obrigou a deitar numa cama. Eu relutei, mas levei uma coronhada, e ele me algemou na cama. Eu estava esperando o pior.
Afonso - Quero ver essa sua valentia agora! Você é só meu, Rê!
Eu - Não me chama assim! Eu te odeio! - Estava chorando muito.
Escutei o barulho de um carro e comecei a gritar.
Eu - Socorrooooo! Me ajuda! Socorrooo!
Afonso - Cala a boca! Não deu tempo de ninguém nos seguir... Só uma pessoa tem conhecimento desse lugar... - Afonso vira para a porta. - Edu, o que você está fazendo aqui?
Eduardo - Como você pôde fazer isso comigo? Me trair justo com ele?
Afonso - Eu não te traí...
Eduardo o interrompeu: - Ainda não... Juro que se demorasse mais um pouco, pegaria você na cama com esse orfãozinho! Tanto que eu me dediquei a você... Você... Você tem noção de tudo o que fiz pra estarmos juntos?
Olívia - Ele te roubou, meu filho. Encontrei um monte de extratos bancários que comprovam os roubos. - Disse a Olívia chegando de surpresa com vários papéis.
Afonso - Como você chegou aqui, desgraçada? Não se mete nisso se não eu te mato!
Olívia - O celular do meu filho tem um programa que me permite ver a sua localização. Esqueceu que já tentaram sequestrar ele inúmeras vezes? Ah... Eu me esqueci... Como pude me esquecer! Você estava dando golpe nas pessoas como sempre fez. Você sempre odiou o Edu, sempre quis ser filho único! Eu te odeio. Você desgraçou a vida dele!
O Eduardo olhou todos aqueles comprovantes bancários que comprovavam o desvio. O Afonso não tinha desviado muito, mas mais de quarenta por cento de tudo que o Eduardo tinha estava com ele. O Eduardo estava possesso de raiva.
Eduardo - Por que você fez isso? Eu quero saber o porquê disso. Você sabia que eu perdi o Arthur pra ele e eu perdi você pra ele também. Eu quero morrer! Mãe, eu quero morrer! - Falou abraçando a mãe.
Eu - Afonso, você é pior do que eu pensava. Seu próprio irmão...
Afonso - Vamos embora daqui, amor, por favor! Vamos ser felizes longe de tudo isso.
O Afonso colocou a arma em cima da mesa do quarto e corre pra abraçar o Eduardo. O Eduardo pega a arma e começa a ameaçá-lo.
Eduardo - Você disse que seria capaz de morrer de amor por mim, então vou realizar o seu desejo... Vou te matar!
O Afonso ia saindo do quarto, mas o Eduardo dá um tiro nas costas do Afonso e sai correndo, deixando-o caído lá no chão.
Olívia - Edu, volta aqui! Volta aqui, meu filho!
Edu - Me perdoa, mãe? Me perdoa por tudo o que eu fiz?
Olívia - Claro! Eu sou sua mãe!
Eduardo - Minha vida acabou. - Eduardo começa a olhar a arma. - Eu fiz o Arthur se matar, tentei me vingar do Renan, matei meu pai, atirei no homem que amo, quase matei a Rosana... Eu briguei com a senhora, mãe! Eu briguei com a senhora! Eu sou um infeliz... Ninguém vai sentir minha falta! - Eduardo aponta a arma pra cabeça.
Olívia - Não! Por favor, meu filho! Não!
O Eduardo atira na própria cabeça. A Olívia cai no chão aos prantos. Que cena horrível.
Alguns policiais adentram o imóvel e constatam a gravidade do Eduardo e levam o Afonso baleado para o hospital. Eu sou solto da cama e vou em direção a Olívia que estava em estado de choque.
Uma hora depois...
Chego ao hospital e me deparo com a Eliane.
Eu - O que aconteceu? Minha avó... Cadê minha avó, Eli?
Eliane - Ela teve um começo de infarto, mas está bem. Ainda não pode receber visitas.
Eu - Eu quero notícias da minha avó!
Encontrei o doutor no corredor do hospital e recebi duas notícias boas.
Doutor - Sua avó está sendo medicada e daqui a pouco estará recebendo visitas. Tenho uma notícia sobre a senhora Milano: ela está na sala de cirurgia.
Eu - Ela conseguiu o transplante?
Doutor - Sim. Uma senhora chamada... Deixe-me ver... Achei: Olívia Guerrijos. Ela doou os órgãos do filho dela. Ele teve morte cerebral.
Eu - O Eduardo era compatível? Que mundo pequeno, meu Deus!
Miguel - Te encontrei! Como você está, meu amor. - O Miguel me beijou.
Abracei o Miguel e só conseguia chorar: - Eu vivi essa semana toda entre o céu e o inferno.
Miguel - Agora acabou, meu amor! O Afonso está sendo operado, mas as ações perteciam ao Eduardo e agora são da Olívia.
Uma enfermeira chega e avisa que minha avó já pode receber visitas.
Eu - Vó, como a senhora está? Eu fiquei com tanto medo... - Minha avó bota o dedo na minha boca.
Vó - Não fala nada... Me abraça. Eu te amo! Meu maior medo é te perder!
Abracei minha avó e naquele abraço eu podia enfrentar tudo. Eu sentia muita segurança no abraço da minha avó.
Horas depois...
Minha avó estava em observação. A Eliane tinha ficado lá com ela. Eu fui quase sequestrado pelo Miguel. Ele me trouxe pra casa, disse que precisava descansar.
Eu - Amor, eu queria ter ficado com ela.
Miguel - Você precisa descansar... Tem noção de tudo o que passou hoje?
Eu - Tenho, mas minha avó é tudo pra mim.
Miguel - Vocês são tudo pra mim, mas precisamos de você saudável, tranquilo... De banho tomado! Que cheiro de suor!
Eu - Só tomo banho se você tomar comigo... Quero mais que banho...
Miguel - Nem precisa pedir...
Tomei um banho maravilhoso com o Miguel. Nós transamos muito no banheiro. Eu passei por muita coisa, mas o meu fogo é grande demais. Sou dessas, tá?
Duas semanas depois...
Minha avó teve alta dois dias depois, a Rosana teve alta na semana seguinte, o Rodrigo e a Stela decidiram se casar e lógico que o Miguel não perdeu tempo. Ele me fez um pedido durante o almoço de noivado do Rodrigo e da Stela.
Miguel - Dona Virginia, sogra amada, gostaria de pedir a mão desse seu neto em casamento. A senhora deixa?
Vó - Não só deixo como posso celebrar o casamento!
Eu - Ninguém vai pedir minha opinião?
Vó - E precisamos?
Eu - Eu aceito! Vó, para de dar corda ao Miguel. Eu sou muito difícil, e a senhora sabe disso.
Miguel - Tão difícil e já foi comigo pra cama na primeira noite.
Dei um soco no braço do Miguel que me abraçou por trás e beijou meu pescoço.
Eu - Pior que foi mesmo... Quando bebo fico molinha, molinha...
Rimos muito naquele dia. Minha avó me deu as alianças que eram dos meus pais. Eu mandei pra uma joalheria. Precisávamos alargar aquelas alianças. Nenhuma das duas servia pra gente.
Dois dias depois...
Os preparativos do casamento estavam a todo vapor. A minha avó estava gastando rios de dinheiro pra fazer uma festa de parar o Rio de Janeiro. Eu e o Rodrigo casaríamos mesmo dias.
Recebi um telefonema da Olívia. Ela queria conversar comigo e com o Miguel.
Fomos ao encontro dela. Não a víamos desde à cerimônia de cremação do Eduardo. Foi uma cerimônia simples, mas estávamos gratos pelos órgãos que ela havia doado.
Olívia - Vocês formam um lindo casal! Obrigada por aceitarem o meu convite! Sentem-se. - Apontou para a mesa próxima a piscina da sua casa.
Eu - Como você está se sentindo?
Olívia - Estou triste, mas o Edua escolheu tudo isso. Souberam do Afonso?
Eu - Não... Ele está bem?
Olívia - Ele ficou tetraplégico por conta do tiro. Vai passar o resto dos dias dele num hospital público. Ele não tem família, está sem dinheiro... Eu consegui recuperar o dinheiro do Eduardo. É sobre uma parte da herança dele que quero falar.
Eu - Ficou tudo pra você, certo?
Olívia - Sim, mas eu tenho uma proposta pra fazer...
Eu - Não consigo ouvir muito bem essa palavra... "Proposta" sempre me lembra o Afonso...
Olívia - Vou voltar pra Espanha, mas quero dar os trinta por cento do B. Health pra vocês.
Eu - Para nós? Como assim?
Olívia - Vou dar quinze por cento pra você e quinze pra os Milano. Não quero remediar todo o mal que passaram, mas eu não preciso de mais empresas, ações... Quero cuidar do que tenho. Eu sou jovem ainda, posso me casar, quem saber ter mais um filho... Quero viver, Rê. Quero te desejar tudo de bom. Vocês merecem ser felizes.
Um mês depois...
A Rosana estava tomando muitos remédios para não rejeitar o fígado novo, mas estava muito bem de saúde. Estava aproveitando muito o seu tempo. Assim como a Olívia, ela tinha cogitado a hipótese de ter mais um filho. Eu dei apoio total.
Dois dias depois...
O dia do meu casamento tinha chegado. Nós casamos no jardim da mansão Garini. Minha avó tinha preparado um casamento e uma festa dignos da família real britânica.
Primeiro Rodrigo e Stela se casaram. Eu e Miguel fomos os padrinhos principais. Depois chegou a nossa vez, e lá estavam eles ao nosso lado.
Fomos todos para Fernando de Noronha em lua de mel. Nós ficamos em quartos separados, obviamente, mas nos divertimos juntos.
Um ano depois...
Stela e Rodrigo já esperavam o primeiro filho. Eu e o Miguel adotamos duas crianças que tinha sido vítima de maus tratos dos pais. Dois lindos menininhos que receberam os nomes de Demétrio e Silas. Eu estava realizando o meu sonho de ser pai. Minha avó estava contente com os bisnetos. Eles tinham um ano e meio quando foram adotados.
Cinco anos depois...
A Rosana tinha tido uma filha. A menina se chamava Alice e me lembrava muito o Arthur. Rodrigo e Stela esperavam uma menina dessa vez. O primeiro filho deles, Hugo, já estava com cinco anos. Meus filhos estavam quase perto de completar os sete anos. Nossos filhos eram melhores amigos. Repetiram todo o nosso amor e irmandade.
A Olívia se casou novamente e teve um outro filho. Até fomos visitá-los durante uma viagem de férias. O Afonso estava até hoje em uma cadeira de rodas. A Olívia alugou uma casa simples para ele e ficou responsável pelo pagamento de uma pensão mensal. Ele tinha se apaixonado por um enfermeiro do hospital e estavam morando juntos. Ele fazia fisioterapia, mas o caso dele era irreversível. Ao menos, ele encontrou alguém que o ame de verdade.
Infelizmente, naquele ano eu perdi a minha avó. Essa era a segunda lápide que tinha visto em meu sonho. Minha avó foi sepultada no mausoléu da minha família.
Eu escrevo essa história pra vocês com uma enorme alegria. Por muitas vezes na vida a gente acha que o mundo, que as pessoas e que o amor não fazem mais sentido, mas quando a gente abre uma brecha, o amor faz um estrago. Eu sempre fui forte. Ou melhor, sempre tentei ser forte, mas o amor me venceu. Quando eu achei que tudo tinha perdido o sentido, o Miguel apareceu na minha vida. Em uma semana eu vivi as melhores e as maiores emoções de toda a minha vida. Eu me entreguei ao amor. Essa irresistível força me tomou de uma maneira inimaginável. Posso te contar uma coisa: não há nada melhor que um amor de verdade. E você? Até quando vai resistir à força do amor?
Fim.
Gente, muito obrigado por me acompanharem durante esses quinze capítulos. Eu me doei ao máximo para escrever essa estória. Peço desculpas pelos erros, afinal essa é o meu primeiro conto, mas agradeço cada voto, cada comentário, cada email. Enfim, amo vocês.
Eu não sei se voltarei a escrever outro conto, mas sou grato a todos. Quem sabe eu volte a escrever... Isso só o tempo dirá.
Obrigado do fundo meu coração.
Meu email: thonny_noroes@hotmail.com