Cap.11
- Aquilo o que ? - perguntou, tentando desconversar e revirando os olhos.
- Aquilo que você fez aqui na cama... - falei, continuando a massagear o pescoço dele. Durante alguns segundos, o silêncio reinou no quarto. Porém, logo ele falou novamente.
- Eu... Eu não sei. É que, apesar de você ser 6 anos mais jovem, nós temos gostos parecidos e... Eu estou tão carente... - ele estava se atropelando nas palavras - e tive muita vontade de fazer aquilo... Espero que você não tenha se chateado comigo.
- Se eu tivesse ficado chateado com você, não teria deixado você continuar... - falei, fazendo ele me olhar
- Então... Você gostou ?
- Gostar eu gostei... Mas... Eu sou do tipo saudosista e... Não gosto de beijar pessoas com que eu não vejo um futuro...
- E quem disse que no não podemos ter um futuro ?
- Morando 2000 km longe um do outro ? - ele ficou quieto durante alguns segundos.
- Mas...
- Não me dê falsas esperanças Bruno... Eu sei que é difícil acontecer algo entre nós agora...
- Eu prometo que vou provar que você está errado... Um dia... Afinal, não é fácil encontrar alguém que goste de aviação, que seja educado, espontâneo e bonito nos dias de hoje - falou, colocando a cabeça no meio do meu peito.
- Se você morasse perto de mim pelo menos...
2 DIAS DEPOIS
O vôo dele partiria pela madrugada. Aquela seria a primeira noite em que ele não estaria dormindo perto de mim. E eu estava triste com isso. Já estava me arrumando para leva-lo ao aeroporto quando ele entrou no quarto, apenas de toalha e cueca.
- O que está fazendo ? - ele perguntou.
- Passando creme no cabelo - vi ele pelo espelho, vestindo uma calça. Sentiria falta daquele corpinho branco desfilando pelo quarto.
- Essa calça é bonita ?
- É sim - falei, limpando os dedos, meio que cabisbaixo. Já estava pensando no quanto iria sentir falta dele.
- O que foi ? Porquê está assim, monossilábico ? - perguntou, me abraçando ainda de peito nú.
- Ah... Porquê você vai embora...
- Ah... A gente se fala no Whats ora...
- Mas é porque você fez as minhas férias saírem da monotonia. Agora tudo vai voltar a ser o que era antes... - ele riu
- Não será porquê você vai ficar sem gente dormindo colado a você.
- Também... É que... Apesar do pouco tempo em que estivemos juntos, você foi muito marcante para mim... - ele sorriu, beijando o meu rosto.
- Que bom ! Fico feliz... E espero que nós dois continuemos nos falando. Eu não quero de forma alguma perder contato com você.
- Se depender de mim, não vai - falei, sorrindo... Eu realmente não queria perder contato com ele.
MINUTOS DEPOIS
Coloquei um fone no ouvido, e durante todo o caminho até o aeroporto não nos falamos. Era nítido o quanto estávamos tristes. Foi algo avassalador. Porém, o tempo não nos deixou continuar. Chegamos no aeroporto, ele fez o check-in dele e durante aqueles momentos apenas nos olhamos. E o ápice de tudo aquilo foi o momento em que ele foi embarcar.
- Bem, está na hora de ir - falou, vindo na minha direção. De repente então, ele me abraçou. Com uma força descomunal, aquele foi o melhor abraço que eu já tive. Me fez arrepiar todos os pêlos do corpo - tenha cuidado. Se comporte, e siga os seus sonhos... E... Não esqueça os seus sonhos e... Nem de mim - falou, beijando singelamente o meu rosto, de um modo que não parecesse... E então me soltou, me deixando desnorteado... Logo ele cumprimentou a minha tia e se pôs na fila para o embarque. Durante todo aquele momento, ele me olhou. Andava e me olhava, como se quisesse pular aquela fama e voltar correndo para os meus braços. E não nego, durante alguns minutos eu torci para que aquilo acontecesse. Obviamente, não aconteceu. O fiscal checou o boarding pass dele, e a última imagem que eu tive foi ele acenando, se despedindo. Não tinha jeito. A minha paixão de férias terminou.
Continua
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