Oiiiiiiiiiiiiii, amores! Mais um capitulo! Não irei comentar, pois hoje é o dia da minha princesa. Eu estou o dia inteiro assistindo filmes, SIM ela também gosta muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito. Agora, eu estou assistindo pela terceira vez, só hoje, Procurando Nemo. Melhor carnaval que esse não tem! Kkkk O que a gente não faz por um filho. Eu a deixei um instantinho para publicar, mas ela já está me chamando, então, amanhã publico mais um capítulo e comento, ok?
Como está sendo o carnaval de vocês? Como é o carnaval na cidade de vocês? Falem aí!
Beijoooooooooooooooooooooooooooos em todos!
*****
Eu passei mais 10 dias no hospital, Antonio queria que eu ficasse mais, mas eu me recusava a passar mais tempo ali. Eu estava me sentindo bem. Após mais de um mês dentro daquele hospital, eu enfim pude ir para casa. Bruno dificilmente ia para casa, na vez que eu pedi para ele ir junto com o Dudu, ele foi, dormiu, comeu, tomou banho e tirou, graças a Deus, a barba e de noite ele já estava de volta no hospital.
Todos estavam bem, o clima estranho de pavor tinha diminuído. Todos já falavam comigo sem chorar, o que eu achava maravilhoso, pois eu não sabia mais o que falar as pessoas. Maman, depois que eu fui para um quarto normal, sempre trazia a Sophie para eu ver. Eu estava louco para voltar para a minha vida. Eu não queria mais saber de hospital e exames.
- Eu te vejo aqui daqui a dois dias, hein? – Antonio disse ao me dar alta
- Sim, senhor!
- Antoine, tu sabes que ainda terás que fazer a quimio, não sabe?
- Sei sim, Antonio! Eu não passei por tudo isso para morrer, literalmente, na praia. Eu farei todo o tratamento!
- Muito bem! Assim que eu gosto de paciente! Bom, levando em consideração que tu moras com meu chefe, eu não vou ficar aqui te falando o que tu podes e o que tu não podes, pois eu tenho certeza que ele vai cuidar de ti muito de perto.
- Pode apostar que ele vai mesmo!
Antônio terminou de assinar minha alta e foi embora ver outros pacientes. Eu fiquei no quarto esperando o Bruno que tinha ido em casa pegar roupas para mim, o que demorou bastante.
- Cheguei! – Ele disse ao entrar no quarto
- Caramba, amor, que demora!
- Culpa do transito!
- Antonio já me liberou! Vamos! – Eu realmente estava louco para sair daquele hospital
- Tá aqui tuas roupas. Quer que eu te ajude?
- Acho que eu consigo! Pode deixar!
- Tudo bem, qualquer coisa me chama.
Eu fui para o pequeno banheiro que tinha no quarto, tomei um banho rápido e depois tentei me vestir, mas eu não consegui colocar a calça de jeito nenhum, eu ainda não conseguia movimentar minha perna.
- Bruno? – Eu disse saindo do banheiro
- Oi!
- Me ajuda?
- Claro, amor!
Eu sentei na beirada da cama e ele pegou minha calça e colocou na minha perna, era uma calça leve, eu estava proibido de vestir calça jeans. Só podia vestir calças leves, pois ainda estava com curativos em quase toda a perna. Depois de já estar pronto, Bruno pegou minhas sacolas e eu peguei minhas muletas. Eu não quis sair do hospital de cadeira de rodas. Os enfermeiros e os médicos vieram se despedir de mim e me dar as últimas instruções. Todos ficaram felizes com a minha saída do hospital, menos as Luana. Ela era a enfermeira que cuidava de mim mais de perto, nós acabamos nos tornando amigos.
Quando eu sai do hospital, Thi e Dudu estavam esperando por nós. Eles tinham pegado o carro de Papa que era bem espaçoso. Thi correu e ajudou o Bruno a carregar as sacolas, o que eu achei bem bonitinho. Eles estavam se dando super bem. Dudu e Bruno me ajudaram a subir no carro e o Thi foi para o banco do motorista, uma vez todos acomodados no carro, nós fomos para a minha casa.
Quando eu cheguei em casa, Maman, Papa, Anne, Gui e Sophie estavam lá nos esperando. A Jujuba não estava, pois ela tinha começado a trabalhar.
- Manooooooo!! – Gui veio correndo para cima de mim como ele sempre fazia, mas Papa o puxou pela camiseta.
- Calma, Gui! Tu não podes abraçar teu irmão assim, ainda.
Após o ralho de Papa, ele veio falar comigo mais calmo.
- Tu já estás curado? – Ele perguntou me abraçando calmamente
- Mais ou menos, Gui!
- Mas tu não vais mais morrer, né?
- Não! – eu disse sorrindo
- Oi, mano! – Anne também me abraçou
- Oi, maninha!
- J’suis super heureuse ! Tu es ici avec nous tous !
- Oui, Maman ! J’suis là !
Todo mundo estava me abraçando e me cumprimentando, mas eu queria mesmo era ver a minha filha. E eu sabia que eu só poderia fazer isso quando eu entrasse em casa e sentasse. Eu fui andando e eles vinham falando comigo, eu dava respostas monossilábicas e ia entrando em casa. Quando eu cheguei na sala de casa, eu sentei com a ajuda do Bruno. Ele sabia o que eu queria e ele logo pegou a Sophie e colocou no meu colo.
- Oi, meu amor! – Ela sorriu para mim – Oi, princesa! Papai voltou pra casa! É, papai voltou!
Como ela era gostosa. Ela estava bem grandinha, já estava bem diferente. Estava até mais gordinha, o que a deixava ainda mais irresistível.
- Todos aqui e ele só queria ver a Sophie! – Dudu disse
- Bien sûr! Ela é filha dele! Quando nós temos filhos, eles vem primeiro que qualquer pessoa, primeiro que qualquer coisa. – Maman disse
Naquele dia, todos almoçaram lá em casa. Dona Cacilda ficou muito feliz em ver a casa cheia de gente novamente. Ela cuidava da minha alimentação como minha mãe. Ela fazia tudo o que o nutricionista tinha orientado com perfeição e ainda brigava comigo quando eu queria comer alguma coisa que eu não podia.
Os dias foram passando aos poucos, eu sempre ia no hospital. Eu fazia e refazia os exames, eu nem precisava fazer tantos exames, mas o Bruno fazia questão. Após uma semana de espera, o Pi finalmente chegaria naquela madrugada. Eu estava tão feliz, mas tão feliz com a vinda do meu primo. Ele ficaria em casa, então, nós preparamos um quarto especialmente para ele. Eu queria que ele se sentisse tão à vontade como eu me senti na casa dele.
Eu não fui busca-lo no aeroporto, pois eu tinha que ficar com a Sophie que estava dormindo. Bruno e Thi foram busca-lo. Quando eu vi meu primo entrando em casa, eu tive vontade de correr e abraça-lo, só não fiz isso por que eu ainda não podia.
- Oi, primo! – Ele falou em um português horrível
- Oi, Pi! – Eu abracei ele forte - Eu não acredito que tu estás aqui!
- Eu tive que vir te ver, né? Eu fiquei muito preocupado contigo! Como tu estás?
- Tô bem, agora!
- O Bruno e o Thi me contaram tudo o que tu passaste.
- Pois é, mas isso é passado! Não vamos nem falar sobre isso, agora. A gente tem que comemorar a tua vinda para cá. O que a Tata falou?
- Vou falar que nem tu: Não vamos falar sobre isso, agora. Vamos comemorar minha vinda para cá.
- O que tu aprontaste Pierre Guimet?
- A gente conversa sobre isso depois. Cadê minha sobrinha? Eu quero vê-la!
- Ela está dormindo, mas se tu quiseres dar uma olhadinha nela, o Bruno pode te levar até o quarto dela.
- Ah, eu quero vê-la mesmo assim.
- O Bruno te leva lá, por que até eu chegar lá ela já até acordou. – Eu sorri
Bruno e ele foram para o quarto da Sophie e o Thi ficou comigo na sala.
- O que será que ele aprontou pra lá?
- Não sei! Mas foi algo grave, para ele não falar aqui, foi grave. Ele só vai falar quando estivermos só eu e ele.
- Eu sempre sou o excluído da história!
- Oooooh meu Deus, tadinho desse menino! – Eu sorri
- Palhaço! Ei, eu já vou indo. Teu marido e ele já estão entregues.
- Fica mais um pouco, Thi. O Bruno separou uns vinhos e fez uns aperitivos para vocês.
- Eu tenho que acordar cedo amanhã, tenho uma entrevista de emprego, lembra?
- Ah, mas não vai ainda não.
- Eu tenho que ir, Antoine! Deixa eles descerem que aí eu me despeço de todos só de uma vez.
- Tá, né?
- Ei, tu não vais ficar chateado, não né?
- Vou, sim! Mas eu entendo!
- Que bom! Antoine, eu estava pensando, sabe?
- Em que?
- Bom, não sei, mas eu acho que não tem mais nada para mim aqui em Macapá... Agora que tu estás melhorando, eu pensei em me inscrever para o mestrado.
- Que bom, Thi!
- É! Mas, tu sabes que não tem mestrado aqui em Macapá pra gente, né?
- Sei! Espera, isso quer dizer que...
- Isso! Eu estou pensando em fazer mestrado para a França.
- Para a França, Thi?
- É, na nossa área seria melhor pra lá, né?
- Mas, Thi, é na França. Na Europa. Do outro lado do mundo, praticamente.
- É!
- É muito longe!
- Eu sei! Antoine, pensa bem, o que eu tenho em Macapá? – Ele estava sentando no sofá, na minha frente e falava olhando para as mãos - Eu não tenho nada! Olha pra ti, tu tens teu marido, tua filha, tua casa, uma vida toda estruturada. Eu não tenho nada, Antoine. Nada acontece para mim aqui. Eu quero encontrar alguém. – Ele parou, respirou fundo e continuou - Eu quero te esquecer, Antoine.
Eu fiquei sem reação. Eu sempre suspeitei que ele ainda sentia algo, mas ele nunca tinha me dito.
- Desculpa, Thi! Eu não posso te pedir nada...
- Não, tudo bem! Eu fico feliz em saber que tu me queres por perto, mas com tudo o que aconteceu eu percebi que eu ainda sinto algo muito forte por ti, e eu não quero estragar o que tu e o Bruno tem. Ele é o cara certo pra ti. Ele te ama. E eu respeito isso. Agora, eu também quero algo assim. Eu quero amar quem me ame também e eu acho que eu não vou encontrar isso em Macapá.
Eu definitivamente não estava preparado para isso. Não esperava ele me falar todas aquelas coisas.
- Desculpa te falar tudo isso, eu prometi para mim mesmo que não ia falar mais sobre isso. Droga!
- Tudo bem, Thi!
Bruno e Pi desceram as escadas.
- Ela é linda, Antoine! – Pi disse sentando ao meu lado no sofá
- É mesmo! – Bruno disse
- Mas é muito bobão mesmo, viu?
Eu fiquei com o que o Thi falou martelando na minha cabeça.
- Pessoal, eu tenho que ir agora! – Ele disse se levantando – Pi, seja muito bem-vindo, cara! – Ele foi até o Pi e estendeu a mão
- Obrigado, Thi!
- Ei, Thi, fica mais aí, meu. Vamos abrir uns vinhos!
- Eu bem que queria ficar, Bruno, mas amanhã eu tenho uma entrevista de emprego bem cedinho.
- Poxa, eu pensava que tu ias ficar aqui com a gente.
- Fica para a próxima, vamos marcar para apresentar o Pi para a galera toda.
- Isso mesmo! Boa ideia! Bom, já que não tem jeito, obrigado por ter ido comigo lá no aeroporto. – Bruno disse abraçando o Thi
- Precisando, estamos aí! Falow, galera!
- Tchau, Thi! – Pi disse
- Falow, Thi! – Bruno falou
- É... tchau, Thi!
- Tchau! – Ele me abraçou – Desculpa, tá? – Ele falou no meu ouvido
- Unrum!
Ele foi embora e eu fiquei ali meio atordoado com tudo o que ele tinha falado.
- Primo, ela é linda demais! Que coisinha mais gostosa!
- Ela é mesmo, Pi!
- Eu vou abrir o vinho, me aguardem aqui. – Bruno se levantou e foi até a cozinha
- Ei, psiu!
- Oi! – Pi sorriu
- Nós temos que conversar, rapazinho!
- Temos? – Ele me olhava com uma cara sacana
- Sim, temos!
- Agora?
- Não, eu deixo pra gente conversar amanhã.
- Ufa! Melhor assim!
- Pelo visto o que tu aprontaste foi feio, hein?
Ele só fez rir.
- Tá tudo bem entre o Thi e tu?
- Tá! Por que não estaria?
- Percebi um clima estranho entre vocês.
- Não, tá tudo bem. Ele só me contou algumas coisas que eu não esperava...
- Ele deu em cima de ti? – Ele colocou a mão na boca fazendo aquele drama
- Não, engraçadinho! Ele não faz mais isso, tá?
- Ele e o Bruno estão se dando bem, né? Se eu me lembro bem, eles se odiavam.
- Pois é, menino, essa foi a única coisa boa que essa doença nos trouxe. Eles ficaram amiguinhos durante minha estadia no hospital.
- Que coisa!
- Pois é... Mas me conta, como está Paris?
- Tá a mesma de sempre, né Antoine? – Ele sorriu
- Não é bem sobre a cidade que eu quero saber, Pi. É óbvio que ela continua a mesma! – Eu o abracei e o apertei, ele só fez rir – Eu quero saber de ti...
- Eu estou super bem, ué? Não tá vendo? Eu continuo lindo e irresistível! – Ele fez careta para mim
- Mas tá muito saidinho, viu? O que foi isso? Baixou um espirito brasileiro aí, foi?
- Eu já estou todo trabalhado na brasileiridade, querido.
- Tô vendo! – Eu ri dele – Tu vieste para passar quanto tempo?
- Eu vim para ficar, primo. O Bruno não te contou, não?
- Não, ele não me contou! Aaaaaah, mas deixa ele vir dali! Realmente a coisa foi feia, e a Tata o que ela falou sobre isso?
- Bom, é claro que ela não deixou, né? Ah, e por falar nisso, ela disse que tu irias ouvir poucas e boas quando tu te recuperares, ela pensa que foste tu quem me trouxe para cá.
- É, ela com certeza é irmã da minha mãe! – Eu cai na gargalhada – Até nas loucuras elas são parecidas, gente.
- São mesmo! Amanhã eu vou poder ver a Tata, né?
- Claro que sim! Te prepara, pois amanhã de manhã cedinho eles estarão aqui.
- O Tonton também vem?
- Vem! Eles estão loucos para ti ver também!
- Eu não os vejo há muito tempo! Os meninos devem estar enormes, né?
- Estão! O Gui tá imenso!
- A última vez que eu o vi, ele tinha 3 anos.
- Ele cresceu bastante.
- E a Anne?
- Ah, ela já está uma mulher, Pi. Andou até dando uns probleminhas aí uma época.
- Tá na fase do namoro?
- Exatamente!
- Lembra como a gente deu trabalho para os nossos pais? Eu, tu e o Thi aprontamos bastante!
- Verdade!
- Meninos, olhem só o que eu preparei! – Bruno veio com uma bandeja nas mãos.
Ele colocou a bandeja na mesinha de centro.
- Essa aqui é pra ti, Pi. – Ele ofereceu uma taça com vinho para o Pi – E essa é pra ti, amor. – Ele me ofereceu uma taça com suco de abacaxi com hortelã, que ele sabia que eu amava. – Vamos brindar a chegada do Pi, que ele possa ser muito feliz aqui no Brasil.
- Tim tim! – Nós falamos juntos.
Na bandeja havia alguns pratinhos com alguns petiscos. Ele já tinha deixado tudo pronto, o combinado seria que ele, o Pi e o Thi fariam uma noite de vinhos, mas ninguém esperava que o Thi não fosse ficar.
Nós ficamos bebendo e conversando até tarde. Em um determinado momento, Bruno teve que ir até o quarto da Sophie, pois ela tinha acordado. Ele voltou e nós ficamos lá embaixo até as 4h da manhã, o que não era muito recomendável para mim. Na manhã seguinte, quando eu acordei, ou melhor, quando eu fui acordado por Maman, o Bruno já não estava mais em casa. Ele já tinha ido trabalhar.
Nós descemos as escadas, Maman e eu, após eu fazer minha higiene matinal, com cuidado. Eu ainda sentia dores na minha perna, então, eu sempre andava com muletas. Subir e descer as escadas era um sacrifício. Por isso, eu só subia à noite quando eu já ia dormir, fora isso raramente eu ia no meu quarto durante o dia. Quando chegamos na sala de jantar, a mesa estava uma festa só. Pi estava todo feliz falando com Papa e meus irmãos. Ele amava meu Papa!
- Ange, tu viste como esse menino cresceu? Olha pra ele, tá um homem!
- Chéri, tu já olhaste para nós? Nós estamos velhos, meu bem! – Ela sorriu
- Velhos? Quem? Nós? Nem pensar! Estamos na melhor idade, meu amor!
Nós rimos bastante dos dois. Papa não suportava quando alguém falava que ele estava ficando velho. Ele queria ser um garotão sempre. Nosso café da manhã foi super divertido, Pi, graças a Deus, estava se sentindo em casa. Na verdade, eu achava até que ele estava se sentindo melhor aqui do que em Paris.
Nós passamos o dia inteiro juntos, meus pais e meus irmãos almoçaram conosco. Bruno veio rapidinho em casa para almoçar e logo em seguida voltou para o hospital. Nós só nos víamos a noite. Pi se apaixonou por Sophie, ele viva com ela pra cima e pra baixo. Ele ficava todo preocupado comigo, para onde eu ia ele vinha atrás para ver se eu não precisava de ajuda, o que eu achei bem fofo.
- Eu acho que nós teremos que ir ao shopping. – Eu disse a noitinha, meus pais já tinham ido embora
Nós estávamos sentados na sala onde assistíamos filmes.
- Eu também acho! – Pi disse
- Tu só trouxeste roupa de frio, Pi. O que tu tinhas na cabeça? Em Paris faz calor pra caramba no verão, então, tu tinhas roupas mais leves.
- Bom, na verdade, Maman confiscou duas malas minhas. Eu só consegui trazer essa. – Ele caiu na gargalhada
- Eu não acredito que a Tata roubou tuas malas.
- Pois acredite! Foi um sacrifício eu viajar.
- Que bom que a gente tocou nesse assunto, agora tu vais me contar o que realmente aconteceu...