Brise do Amor – Capítulo 07
Ao olhar a mensagem, Benjamim esboçou um sorriso de felicidade. Ele estava experimentando, pela primeira vez na vida, o que era se sentir desejado.
A quinta-feira chega sem pedir licença. E com isso, quase a primeira semana de aula de Ben já havia se passado. Ao acordar, o garoto se depara com uma mensagem de bom dia, de Gabriel, no seu celular que, imediatamente, responde. Clara ficou de passar na casa de Benjamim, como de costume, para os dois seguirem rumo à uma aula de “Matemática I”. Ben, ao entrar no carro, já começa a ouvir as piadinhas de Clara.
Clara – É hoje que tem gente que não vai sair desse celular. Bom dia, possível bicha desencalhada! – riu a garota.
Ben – Bom dia, recém desencalhada – riu o garoto.
Clara – Como tá a conversa com o Gabriel? Aliás, que boy bonito, hein.
Ben – Ele é bonito mesmo. Ah, Clara... a conversa está muito agradável. O Gabriel é muito fofo comigo. – dizia Ben encantado.
Clara – Que bom, bee! Fico feliz pela senhora.
Após algum tempo, os dois chegam à universidade. A aula de “Matemática I” começa e com ela, a apresentação do professor da disciplina e o conteúdo de Números Racionais. Ben, além da vocação para a arquitetura, também gostava muito de matemática, fazendo com que a aula passasse voando. Durante um almoço, o garoto recebe uma mensagem de Gabriel combinando um futuro encontro.
Gabriel>> Ben, quero muito encontrar você. O que acha de combinarmos algo?
Ao ver a mensagem, Ben pensou por alguns instantes antes de dar uma resposta e decidiu pedir conselhos à Clara.
Ben – Clara, o Gabriel acabou de mandar uma mensagem querendo marcar um encontro comigo. O que você acha disso?
Clara – Eu acho que você deve combinar alguma coisa bem legal com ele. Não é todo dia que aparece um BM na vida da gente, gata.
Ben – BM?
Clara – Ai eu sempre me esqueço que você é uma bicha iniciante e não sabe das gírias das gays. BM significa Boy Magia.
Ben – Boy magia. Que engraçado! – riu o garoto.
Ben – Mas por que “boy magia”?
Clara – Porque ele é bonito, legal, fofo.
Ben – Hum! Entendi. Vou responder ele.
Clara – Pensei que já tivesse respondido, viado.
Ben – Calma! Não foi você mesmo quem disse que tem que deixar o boy esperando? Então...
Clara – Nossa! Você aprende rápido, bee. Tenho uma discípula gay muito esperta. – riu a garota.
E então, Ben responde.
Ben>> Sim, claro. O que você sugere?
Gabriel>> Bom, tava pensando de você vir aqui em casa, para nós assistirmos a um filminho, comer uma pipoca. Tudo bem para você?
Ben>> Tudo sim. Que dia seria?
Gabriel>> Pode ser hoje às 19:00? Eu te busco.
Ben>> Sim, claro que pode.
Gabriel>> Mal posso esperar a hora.
Ben>> hehe.
Após ter combinado o encontro, Ben decide marcar de estudar com Clara na biblioteca pela tarde. Ao chegar na sala de estudos, o garoto se depara com Filipe que também estava estudando com Alfredo. Ben, ao passar por eles, faz menção de cumprimentar somente Alfredo. Clara decide conversar com Alfredo, mas Benjamim decide ir para a mesa estudar. Diante de um dia bastante produtivo, a tarde se encerra, dando lugar a noite. Uma noite que prometia grandes expectativas para Ben, que teria um encontro logo mais.
Ben – O que achou dessa roupa, Clara?
Clara – Essa não. Você vai ficar parecendo uma virgem bobona nela.
Ben – E essa?
Clara – Essa, sim. Ai, amigo... tô tão feliz por você que acho que tô mais ansiosa.
Ben – Eita! – riu o garoto.
Clara – Eu já vou indo, porque daqui a pouco, o boy chega e não quero atrapalhar.
Ben – Ah tudo bem, então.
Clara – Quando chegar em casa, corre para o celular. Quero saber de todos os babados.
Ben – Pode deixar – riu o garoto.
O relógio marcava 19:00, quando Gabriel chega e buzina em frente à casa de Ben.
Gabriel – Olá, é aqui que mora o garoto mais especial da cidade?
Ben – Bobo! – riu de forma tímida.
Gabriel – Nossa! Que cheiroso que você está – ao dizer isso, o rapaz dá um cheiro no pescoço de Ben, o deixando todo desconsertado.
Ben – Vamos? – disse o garoto para disfarçar a sua vergonha.
Gabriel – Sim, claro.
Ao chegar na casa de Gabriel, os dois começaram a conversar sobre amenidades e, enquanto isso, Gabriel prepara uma pipoca de micro-ondas.
Gabriel – Ben, pode ir se sentando lá no sofá que vou buscar o blu-ray que está no meu quarto e já volto.
Ben – Ok.
Enquanto Gabriel não voltava, Benjamim decidiu olhar uns livros que haviam na estante, quando de repente ele se assusta com o que vê. Gabriel estava a poucos metros dele, pelado e com uma cara de safado.
Ben – O que significa isso? – pergunta o garoto todo assustado.
Gabriel – Oras! Eu peladinho e pronto para tirar o seu cabacinho. Como foi difícil te enganar e te trazer até a minha casa. Mas valeu a pena. Principalmente, quando você disse que era virgem. Nessa hora, quase gozei. Adoro descabaçar viadinhos iguais a você – falava com a voz excitada.
Ben – Gabriel, eu não estou entendendo. Até agora a pouco, você estava sendo tão fofo comigo. – dizia incrédulo em meio a tudo aquilo.
Gabriel – Era tudo armação. Desde quando te vi naquele barzinho que fiquei louco para te comer.
Ben – Eu quero ir embora.
Gabriel – Você vai embora, mas não antes de eu gozar nesse cuzinho apertado.
Benjamim tentou correr até a saída, mas foi em vão. Gabriel conseguiu alcançá-lo, prendendo-o contra seu corpo. Em uma tentativa incessante de escapar, o garoto pisou com força no pé de Gabriel, fazendo o rapaz ficar furioso.
Gabriel – Sua bichinha cretina. Você vai me pagar por ter feito isso. Primeiro vou te dar uma surra e depois, eu te como bem gostoso – falava com ódio.
Dito isso, o rapaz começou a agredir intensamente Benjamim. Eram chutes nas costas, no estômago. O garoto já estava sem forças, quando conseguiu alcançar um peso de porta que estava há poucos centímetros e desfigurou nas partes íntimas de Gabriel, fazendo com o que o rapaz caísse ao chão, quase chorando de tanta dor. Benjamim aproveitou esse momento e correu para a saída da casa.
Como Gabriel morava em um condomínio fechado de casas, Benjamim correu sem direção o mais longe possível de todo aquele momento assustador. Depois de muito tempo, avistou ao longe um portão eletrônico de uma casa se abrindo. Então, o garoto teve a ideia de correr até o lugar, para pedir ajuda. Ao chegar perto, o motorista não viu o garoto entrando em frente ao carro e acabou o atropelando.
Continua...