Gente, estou de volta. Tenho essa estória em minha mente há muito tempo. Eu precisei mudar algumas coisas, fazer uma adaptação, mas espero que gostem.
É muito fácil seguir por trilhas e destinos já traçados, mas precisamos mudar de rota, às vezes, e ir em busca de um novo rumo, de outros caminhos. Se jogar no desconhecido é fundamental. É preciso ganhar experiência e aprendizado. Arriscar faz parte da vida de um aventureiro. Algumas escolhas que fazemos podem nos custar caro. Abrir mão de um grande amor, por exemplo, em troca de uma vida fácil, de dinheiro, pode ser, para muitos, um absurdo. Mas nem todos pensam da mesma forma.
- Aqui está, senhor! Se precisar de algo é só chamar... - Entreguei o coco ao cliente.
Meu nome é Lucas. Sou estudante de psicologia e estou no segundo ano do curso. Eu tenho dezoito anos muito bem vividos. Sou amarelo, mas bronzeado do sol. Eu ajudo meu pai numa pequena pousada que temos na praia. Sou alto, magro, mas definido. Meus olhos castanhos que parecem pretos de longe. Tenho os cabelos pretos ondulados. Sou bonito, mas tenho uma beleza comum.
Minha mãe morreu no meu parto. Eu me sinto culpado pela morte dela, mas meu pai, Alexandre, sempre me conforta. Ele me ama.
Eu sou gay desde que me conheço por gente. Eu só me envolvi com um homem uma vez na vida, mas ele me largou e foi em busca de uma vida fácil. Eu me senti usado por ele. Isso aconteceu um ano atrás. Eu tinha dezessete anos.
- Estou acabado, Clara! Ainda preciso estudar... - Falei colocando a bandeja no balcão e me sentando num dos banquinhos.
- Isso é o resultado dessa novidade do seu pai: abrir o bar cedo.
- O pior é que tenho minha última prova amanhã. Estou precisando muito estudar. Não quero pagar nenhuma cadeira novamente.
- Vai lá. Eu o Bruno seguramos as pontas. Seu pai deve voltar logo.
- Pode ser que ele demore... Ele foi no mercado. Esqueceu que ele sempre demora nas compras? Graças a Deus, a pousada tem sido bastante frequentada.
- Vai estudar, Lucas. Você sabe que fico preocupada com suas notas. Sou sua irmã mais velha.
- És um amor, Clarinha! Tô indo mergulhar de cara nos livros. - Dei um beijo em Clara e saí.
A Clara têm vinte e dois anos. Ela é formada em hotelaria e é nossa gerente. Ela namora o Bruno que têm vinte e três anos e também trabalha conosco.
A pousada do meu pai não é grande, mas tem um bom faturamento mensal. Não sou rico - longe disso -, mas vivo uma vida confortável.
- Fundamentos da fenomenologia e existencialismo, chegou sua hora! - Pensava alto.
Eram por volta das quinze e trinta da tarde quando comecei a estudar. Eu precisava passar nessa cadeira. Eu tenho muito medo de reprovar e atrasar meu curso.
Estudei mais ou menos duas horas. Meu pai já tinha chegado, e o bar da pousada estava lotado. Os funcionários da noite já haviam chegado. Eu estava me arrumando, pois precisava ir para a faculdade. Levanto às seis horas da manhã todos os dias. Somos quatro funcionários apenas pela manhã. À noite temos cinco funcionários, pois o bar da pousada bomba. Temos dois bartenders e os nossos luais noturnos são sempre um sucesso.
Às dezoito horas em ponto estava na recepção da pousada. Precisava me despedir do meu pai e ir para a faculdade.
- Pai, estou indo. Talvez dê uma ajuda no luau quando eu chegar.
- Tá certo, meu filho. Toma cuidado.
- Já estou bem crescido, Pai.
- Boa aula!
- Preciso mesmo... - Abracei meu pai e fui embora.
Naquele dia quase não tive assunto na faculdade. No dia seguinte seria a prova de encerramento do semestre; tivemos apenas uma revisão.
Eu cheguei em casa e logo troquei de roupa. Eu precisava aproveitar aquele luau maravilhoso. Em plena quinta-feira, os bartenders da pousada conseguiam juntar muita gente no bar da pousada. Como a pousada ficava em frente ao mar, tochas eram acesas, tendas erguidas e a festa seguia até o dia seguinte.
Eu adorava morar na praia. Minha cidade apesar de ser praiana, é muito desenvolvida. Temos faculdade, grandes lojas de departamento, muitos hotéis e pequenas pousadas. Uma cidade muito próspera.
Estava adorando aquele luau. Tinha tanta gente bonita, muitos hóspedes da nossa pousada, e até de outras também. Uma linda festa.
Eu bebi uns drinks, dancei muito ao som da playlist maravilhosa do nosso DJ. Eu não fiquei com ninguém e nem queria. Meu término com o Álvaro foi muito traumático. A gente pensava de forma muito diferente.
Cansei de ficar na festa. Estava cansado, mas queria aproveitar o fim de noite pra arejar a mente, desestressar. O semestre na faculdade estava chegando ao fim. Eu poderia viajar, aproveitar minhas férias... Não queria pensar em mais nada; apenas cair naquele marzão que tanto amo.
Fui para uma parte deserta da prainha e comecei a tirar a roupa. Entrei no mar como se não houvesse amanhã. Aquela água quentinha me fazia tão bem, tão revigorado.
Acredito que tenha passado uns quinze minutos no mar. Quando estava saindo da água sinto minha visão ofuscada por um flash.
- O que significa isso? Está tirando fotos minha pelado? Quem você pensa que é?
Continua...
Estou relutando em postar essa estória. Acabei de terminar Irresistível Força e temo por não escrever outra estória tão boa quanto ela foi. Espero a opinião de vocês. Esse conto vai ter alguns temas fortes na trama. O protagonista é forte, mais jovem que o Renan. Desculpem o capítulo curto, mas é só pra saber se vocês gostaram.
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