Junior entra na cozinha com uma galera.
Junior – Galera, tá na hora de organizar quem vai ficar no quarto com quem. O quarto principal é meu, os outros quatro ficam pra vocês. Quem quiser dormir na varanda, tem umas redes no guarda-roupa, é só armarem.
Geral ficou conversando sobre isso.
Junior vem até mim e fala:
Junior – Você dormir lá no quarto comigo, né?
Eu – Não... Não é necessário. Eu me viro em um dos outros quartos.
Junior – Nada disso. Você vai dormir comigo sim.
Xande – Ele falou que não é necessário.
Disse Xande entrando na conversa.
Junior – Mano, pode deixar que eu e ele resolvemos isso. Fica na tua.
Xande – Escuta aqui filho da...
Eu – Para com isso os dois! Que droga! Quatro dias, será que vocês não podem tentar se dar bem por quatro dias!
Digo um pouco alterado.
Xande – Desculpa.
Junior – Sinto muito.
Xande – Eu sinto mais.
Eu – Xande.
Xande – Foi mal, é reflexo.
Junior – Mas e aí? Você vai dormir comigo ou não?
Eu – Junior, tá cheio de gata aqui. Te conhecendo bem como eu conheço, vai ser uma delas que vai acabar dormindo com você lá em cima.
Junior – “Dormindo”.
Ele diz sorrindo.
Eu – Você entendeu. Melhor eu procurar outro canto pra dormir. Fora que, o Xande não conhece ninguém aqui, não vou deixar ele sozinho.
Junior – Como ele não conhece ninguém aqui? Só tem gente da faculdade aqui. Ele ver eles todos os dias!
Xande – Mas não tenho amizade com eles!
Junior – Se você é estranho, isso já não é comigo.
Ele sorrir.
Xande – Será que você consegue soltar essas piadinhas sem os dentes?
Junior – Você não é homem o suficiente pra me bater Alexandre.
Eles ficam se encarando.
Eu – Gente para! Eu só topei vim porque queria que vocês fossem amigos, não pra vocês saírem no braço.
Xande – A culpa é desse idiota que fica me provocando!
Junior – Minha culpa? Pobre Alexandre, tão precioso e indefeso. Não pode passar a noite rodeado de estranhos... Por quê? O bebezão chora quando fica longe do papai?
Xande fica calado.
Eu – Porra Rafael! Se você não parar, eu vou embora agora!
Junior – Não. Tá bom, relaxa. Eu vou ficar de boa.
Ele diz saindo.
Eu – Xande, desculpa por isso.
Xande – Você falou alguma coisa sobre meu pai pra ele?
Eu – Não Xande, claro que não! Eu nunca contaria nada pessoal seu pra ninguém.
Xande – Nem pro seu melhor amigo?
Eu – Ele é um grande amigo. Você é meu melhor amigo!
Xande – Luke, eu não vou agüentar ficar os quatro dias ao lado desse babaca. Ele é seu amigo, desculpa, mas não dá. Está alem da minha capacidade. Ele fica me provocando, eu não tenho o sangue de barata, você sabe disso. Não quero brigar com ele e acabar te magoando.
Eu – A gente fica, ao menos tenta, se não estiver dando certo pra você, se você não se sentir confortável, nós vamos embora. Tudo bem?
Ele suspira.
Xande – O que eu não faço por ti?
Eu sorrio.
Eu – Obrigado.
Renata volta até onde estamos.
Renata – Alexandre, já estou há um tempão te esperando! Você vem ou não?!
Xande - ...
Eu – Na verdade, não. É que nós decidimos chegar lá na praia.
Renata – Maravilha! Eu vou também!
- Pra onde?
Disse outra garota que eu não conheço.
Renata – A praia. Vem também.
- Sim.
A galera toda se agitou pra ir. Botaram as cervejas em coolers e fomos. Parecendo um bando de farofeiros.
Assim que chegamos começou a exibição de corpos e a disputa de egos. Quem era a mais gostosa, quem chamava mais atenção. Mas só tinha uma pessoa ali que merecia minha total atenção. E ele estava ali, só de sunga, bem ao meu lado.
Xande – Vamos mais pra lá.
Ele me chamava pra um canto mais afastado dos outros. Perto de uma formação rochosa, onde tinha alguma sombra.
Eu – Adoro essa praia, já estava até com saudades.
Xande – Aqui é lindo mesmo. Quando você quiser, nós podemos voltar de novo. Só nós dois!
Eu – Claro amor, vai ser ótimo...
Ele sorrir pra mim.
Eu – Você tá bem Xande?
Xande – Sim... Quero dizer, você tá aqui comigo. Isso é o que importa. Quero aproveitar o feriado com você, não vou deixar coisas insignificantes me abalarem novamente.
Ele diz olhando fixamente pro Junior, que estava dançando com as garotas.
E por falar em garotas, Renata estava caminhando em nossa direção.
Eu – E por falar em “coisas insignificantes”... Lá vem sua fã.
Digo ríspido.
Xande – Eita... Eu vou mergulhar enquanto ela não vai embora. Vem comigo?
Eu – Não, não. Vai lá, vou ficar olhando nossas coisas.
Xande – Tá bom.
E ele vai pra água.
Renata – Oi Lucas.
Eu – Oi...
Renata – E o Alexandre?
Aponto pra ele.
Renata – Obrigado Deus pela existência de tudo aquilo e obrigado a você por ter trazido ele junto contigo.
Dou um sorriso “amarelo”.
Renata – Lucas, me fala, como ele é?
Eu – Ham?
Renata – Me fala sobre o Alexandre.
Eu – Acho melhor você perguntar direto pra ele, não acha?
Renata – Não, tipo, não quero que pareça que eu estou dando em cima dele.
Ahh tá! Porque até agora não ta parecendo nada disso, né linda?
Eu – Huum.
Renata – Ele é tão na dele. Não sei se tá interessado, se vai me dar outra chance.
Oi? “Outra chance”?
Eu – “Outra chance”?! Ehhh... Já teve uma “primeira chance”? Vocês já ficaram?!
Gaguejei muitas coisas, mas no fim ela acabou entendendo.
Renata – Sim! Mas já faz muito tempo. Foi no Oktoberfest em Santa Catarina, dois anos atrás. Eu tinha ido com uns amigos, ele tinha ido com os primos. A gente acabou ficando nesse dia, mas ele tava tão bêbado que não lembra.
Eu escutava aquilo com ódio.
Renata – Fiquei surpresa quando vi ele na faculdade. Tipo eu tinha ficado com ele em outra cidade, nunca esperei que fosse ver ele de novo.
Eu – Você já falou com ele sobre isso?
Renata – Já. Como disse já te disse, ele falou que aquele dia ele ficou tão bêbado que não se lembra de nada.
Eu – Quando vocês conversaram sobre isso?
Renata – Uma vez, que ele sentou perto de mim, resolvi puxar assunto. Depois ele se ofereceu pra me deixar em casa e lá aconteceu.
Eu – O QUE?! ACONTECEU O QUE?!
Eu quase grito.
Renata – Eu perguntei a ele.
Eu – Ahh sim. Pensei que tinha acontecido outra coisa.
Renata – Bem que eu queria que essa outra coisa tivesse acontecido, mas nada. Eu até tentei beijar ele, mas ele recusou. Disse que estava enrolado com outra pessoa.
Eu - ...
Renata – Mas como ela tá aqui, não to vendo essa outra pessoa com ele. Quer dizer que não deu certo e ele está solteiro. Então é minha vez, não é?
Eu - ...
Não sabia nem o que dizer.
Renata – Bem, vou voltar pras meninas, mas já volto aqui.
E saiu.
Logo Xande vem até mim.
Xande – Pensei que ela não fosse mais embora.
Ele diz sentando ao meu lado.
Xande – Que cara é essa amor?
Eu – Então... Você e a Renata, não é?
...
Continua.
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