Solar - 2

Um conto erótico de Thonny
Categoria: Homossexual
Contém 881 palavras
Data: 10/02/2016 01:20:24

- Sou fotógrafo. Estava admirando a paisagem e resolvi tirar umas fotos.

- Tenho cara de paisagem por acaso? E quem te deu o direito de me fotografar pelado? - Falei enquanto vestia a roupa.

Fiquei sem camisa e esperei a resposta dele.

- Cara, eu te vi lá no luau, achei você legal e pensei: "ah, hoje eu tô pro crime".

- Ainda assim, isso não te dá o direito de sair por aí clicando as pessoas. Não vou ficar com você por ficar. Agora, você vai apagar essa foto, e eu vou esquecer essa cena patética.

- Tá bom... Desculpa ter causado uma má impressão. Aqui, ó... - Me mostrou a foto e apagou em seguida.

- Já estamos acertados. Tenho que ir...

- Espera! Eu vou com você! - Falou me seguindo.

- Eu não vou ficar com você.

- Mas vamos para o mesmo lugar... Me hospedei na sua pousada.

- Como sabe que tenho uma pousada?

- Vi um retrato seu e do seu pai na recepção. Te achei muito gatinho. Eu cheguei hoje de viagem. Vou ficar hospedado na pousada duas semanas. Meu estúdio ainda está em reforma.

- Qual o seu nome?

- Ítalo. O seu é Lucas, né?

- Em carne e osso. Vai abrir um estúdio de fotografia aqui?

- Sim, essa cidade tem sido muito frequentada. Sem contar que tudo aqui é lindo e tranquilo. Aqui também têm pessoas muito lindas. - Falou piscando pra mim.

Agora eu pude ver melhor o seu sorriso. Um sorriso lindo e encantador. Ítalo é bonito. Ele é moreno claro, têm olhos verdes, alto. É definido, mas nada exagerado. Não é um deus grego, mas tem seu charme.

- Ih... Lá vem você com suas cantadas.

- Peço desculpas mais uma vez. Eu estou muito carente. Faz três meses que não tenho ninguém.

- Não sou válvula de escape. Aqui têm muitos garotos de programas. Basta procurar.

Meu ex-namorado é garoto de programa. O Álvaro partiu para São Paulo em busca de uma vida fácil. Quando ele tomou essa decisão, eu fiquei em frangalhos, num estado deplorável. É difícil você se entregar a alguém, se dedicar, dar amor, e ser trocado pelo dinheiro. O Álvaro acha que por ser bonito, gostoso, ele pode viver nessa vida comigo. Eu nunca iria concordar com tamanho absurdo. Então ele foi embora. Já fazia um ano.

- Eu não preciso pagar pra ficar com ninguém. Não vale a pena.

- Não vale a pena cantar os outros também...

- Quando você vai esquecer?

- Nunca.

- Nossa, como as aparências enganam... Achei que você era frágil, sensível.

- Não sou frágil. Sou sensível, mas não sou besta de cair na lábia de qualquer um. Você deve ter achado que por eu ser gay, por ser jovem, gosto de curtição; mas ficar por ficar não é minha praia.

- Como posso me desculpar, Lucas?

- Não precisa fazer nada. Fica no seu canto, e eu fico no meu.

Havíamos chegado a pousada. Meu pai estava na recepção.

- Por onde andou, filho?

- Estava na prainha, pai. O novo hóspede me encontrou lá. Parece que tem alguém me seguindo. - Apontei para ele.

- O que você quer com meu filho? - Meu pai falou sério.

- Vi ele indo pra lá e acabei resolvendo fazer companhia a ele.

- Acho bom que tenha sido só isso mesmo. Sua mala já está no quarto.

- Qual o quarto, senhor?

- Dez. Se quiser posso lhe acompanhar até lá.

- Eu levo ele, pai.

- Tem certeza?

- Claro. Eu deixo ele no quarto. Vou me recolher em seguida.

- Tudo bem... Dorme bem. Vou deitar daqui a pouco.

- Tchau, paizinho. - Beijei o meu pai.

Levei o Ítalo até o quarto.

- Aqui está a chave do quarto. Sinta-se bem. - Entreguei a chave a ele.

- Que quarto bacana! - Falou ao entrar.

- Nossa pousada é pequena, mas é muito confortável.

- Gostei desse lugar. Sua gerente me explicou tudo sobre a cidade.

- A Clarinha é maravilhosa. Ela é um amor.

- Ela diz a mesma coisa de você. Foi por causa dela que fui atrás de você.

- Como assim? - Me sentei na cama.

- Ela viu que eu fiquei admirando sua foto na recepção. Gosto de pessoas mais novas.

- Quantos anos você tem?

- Vinte e dois. Minha ex-namorada tinha dezenove.

- Namorada?!

- Sim, namorada. Eu sou bissexual.

- Ah... Pensei que fosse mais um "hétero" que se alivia com gays. Conheço um monte assim... - Fiz um gesto de muitos com a mão. Já ia te bater!

- Não, Lucas... Eu comecei de maneira errada. Você acredita em amor à primeira vista?

- Sei lá... É melhor não encanar com isso. Outra hora a gente conversa melhor. Vou precisar dormir. Tenho minha última prova amanhã na faculdade.

- É melhor eu descansar também. Posso acabar fazendo besteira...

- Vou embora. Tenha uma boa noite.

Me levantei dando as costas e indo em direção ao corredor.

- Pode ficar melhor...

Ítalo me puxa e me beija. Por um instante eu me entreguei.

Nem sempre é fácil se desapegar das bagagens que temos. Lembranças nem sempre são boas. Muitas vezes carregamos pesos demais. Eu comparo minha vida a de um navio. Eu estava ancorado a um misto de sentimentos ruins. Talvez eu precisasse ir em direção ao oceano. Mas para isso eu preciso levantar minha âncora. Uma tarefa difícil de ser executada.

Continua...

Gente, mais um capítulo. Obrigado pelo carinho de vocês. Amo todos. Continuem comentando, votando, preciso da opinião de vocês. Estão gostando?

Meu email: thonny_noroes@hotmail.com

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