MULHER QUE NÃO FAZ ANAL, THAU !
.
Dona Analu veio para meu consultório após uma tentativa frustrada de suicídio, quem a trouxe foi uma nora.
Ela que conta sua história.
“Me casei com vinte anos praticamente intocada sexualmente falando, nem aquele que foi meu noivo e namorado (único alias) e se tornou meu marido teve liberdades comigo.
Durante o namoro e o noivado ele bem que tentou mas eu soube resistir até o casamento.
Quando estávamos com quatro ou cinco meses de casados tivemos nossa primeira relação anal.
Apesar da minha quase inocência não vi nada de mais em fazermos esse tipo de sexo.
Ele também deve ter sido habilidoso porque eu voltei a consentir outras e outras vezes.
Sexo anal virou usual em nossas relações, as vezes eu achava que doía e algumas vezes eu achava gostoso.
Sempre que íamos viajar, e nós viajamos bastante, nós também fazíamos sexo oral, tudo iniciativa dele.
O comum era ficarmos de ladinho mas, as vezes, nós dois sozinhos em casa, eu ficava de joelhos, de quatro, no sofá.
De ladinho era mais confortável e a penetração era menor, de quatro, no sofá ou na beira da cama ia fundo e doía.
Lembro que eu gostava quando ele punha de ladinho, no sofá, e ficava dentro sem movimento.
Nessas horas, mesmo de ladinho, entrava bastante.
Ele se apertava contra mim e com a mão me masturbava e eu chegava a ter vários orgasmos.
Nossa vida era um mar de rosas apesar das dificuldades para nos firmarmos economicamente.
Passamos, sem exagero, mais de vinte anos sem uma única briga, nossa harmonia causava admiração entre nossos familiares e amigos.
Tivemos duas filhas e um filho, e a vinda deles atrapalhou um pouco nossa vida conjugal.
Diminuímos nossas viagens, nossos momentos a sós também diminuíram muito.
Para evitarmos nova gravidez nosso contraceptivo sempre foi o sexo anal e nunca falhou.
Sempre seguimos a tabelinha e, uma semana antes e uma semana depois do dia “D” (meu dia fértil), ele fazia parte “normal” e parte anal. Sempre terminava “atrás”.
Só ocasionalmente a gente conseguia fazer sexo completo, ou seja, sexo oral como aperitivo, sexo vaginal como principal e, de sobremesa, sexo anal de quatro.
Mas nossa vida seguiu em paz, sem brigas e pouquíssimas discussões.
Perto dos meus cinquenta anos fui acometida de umas dores nos rins ou próximos deles.
Essas dores, disseram os médicos, era uma consequência do fato de todos os meus partos terem sido naturais e parte dos órgãos internos perderam sua sustentação.
Por orientação médica fui submetida a uma operação chamada de “perínio”
As dores acabaram de fato mas sobrou uma sequela :
Essa operação mexe com a vagina que sofre uma diminuição de calibre, fica mais estreita.
Quando voltei a fazer sexo com meu marido doeu mais do que na minha primeira vez.
Doeu tanto que tivemos de interromper a relação.
No dia seguinte nova tentativa, desta vez com auxílio de lubrificantes.
Doeu muito mas eu aguentei e chegamos ao fim (ele chegou aos “finalmentes” dele, eu nem pensar).
A terceira vez após a operação tentamos de lado, começou doer, pedi para ele tirar e “mudar”.
Eu pedi !
A partir daí esse comportamento foi se repetindo, se repetindo.
A vagina foi se dilatando novamente aos poucos mas cópula anal se tornou preferencial, pelos dois.
Na vagina doía sempre, não importava qual a posição, eu por baixo, eu em cima, até de quatro tentamos.
Atrás incomodava um pouco mas não doía mais ou, quando doía, era pouco.
Anal, de lado passou ser o nosso “arroz com feijão”.
Nosso relacionamento continuou muito bom.
As crianças cresceram, se formaram, dois casaram e foram embora.
Ficou só o mais novo.
Voltamos a ter momentos livres, voltamos a ficar a sós em casa e as brincadeiras no sofá foram recomeçadas.
Como antigamente, ele brincava um pouco antes, fazia um esfrega-esfrega que me deixava com alguma vontade.
A penetração com uso de lubrificante ficou menos pausada, mais rápida e com uma duração menor.
O sexo anal ficou ainda mais fácil por causa do uso de lubrificante, se tornou mais profunda e mais agradável para mim.
Voltamos a ter momentos sós muito gostosos.
Mas a saúde, o preparo físico, a disposição eram menores.
Deitados de lado era mais fácil e cômodo para os dois.
Tudo corria bem até resolvi frequentar sessões de reza com um grupo de mulheres.
Esse grupo tinha uma líder e ela começou a pregar contra o sexo, indiscriminalizadamente.
Dizia que sexo só tinha razão se fosse para fins de reprodução, fora disso era pecado.
Me convenceu, achei que ela tinha razão.
Comecei a pensar, eu, além ter chegado a menopausa, fazia sexo anal e, as vezes, sexo oral, com meu marido, então eu estava triplamente errada.
Como consequência dessa minha nova maneira de pensar eu primeiro comecei a fugir dele (do meu marido) até que um dia fui confrontada por ele,
Eu então disse que não iríamos mais fazer sexo nenhum.
Ele falou apenas isso :
“Tudo bem, você é dona de seu corpo e vou respeitar, não vou te forçar a nada, não vou te estuprar masss, “Não tendo comida em casa, eu vou comer fora””.
Não entendi seu recado.
Ele parou imediatamente de conversar comigo, me falava só o estritamente necessário e só me respondia com monossílabos.
A principio achei que isso era uma forma de pressão dele mas ele prosseguiu.
Nunca mais me abraçou, beijar então: Nem pensar.
Veio a separação de camas seguida da separação de quartos.
Ele, que era um sujeito caseiro, começou a sair mais de casa e a ficar mais tempo no computador, na internet.
Tentei várias vezes uma reaproximação, sempre sem resultado.
Um dia, a meses atrás, voltando de um passeio com nossa filha, encontrei uma folha de papel sobre a mesa da sala de jantar onde estava escrito simplesmente :
“TCHAU”
No seu quarto gavetas vazias e malas desaparecidas.
.
Chamei as filhas e convoquei o filho, ninguém sabia de nada.
Uma semana sem notícias, ida à polícia e ocorrência registrada.
Depois de oito dias ele ligou e disse que tinha saído de casa e não ia mais voltar, ele continuaria a pagar as despesas fixas e obrigatórias (Plano de saúde, condomínio e prestações já assumidas) o resto que eu me virasse com as filhas e filho.
Disse que não o procurassem.
Soube depois que ele estava morando com outra mulher, um pouco mais nova (ou menos velha) do que eu, viúva ou divorciada.
Ele tentou, através de advogado, que eu lhe desse o divórcio, me neguei e pretendo continuar negando.
Um casamento com mais de trinta e cinco anos de duração não pode acabar assim.
Saí do grupo de reza e cortei relações com aquela que me fez fazer a cagada que fiz.
Procurei aconselhamento com um desses padres em evidência.
Com muita franqueza, me respondendo através do rádio, ele disse, com palavras dele, que eu estava errada.
Na internet, no Facebook, encontrei uma frase que dizia :
“Mulher que não faz anal, não segura homem”.
Eu acrescento : “Mulher que não faz analTchau!
FIM