Obrigado pelos comentários e a todos que leram. Tenham um ótimo sábado e domingo. Vou responder o email que me mandou, ainda não o fiz porque estava ocupado, mas muito bom saber que você não está em perigo, hahaha, pq fiquei preocupado, mas estou mais tranquilo..Beijos e Abraços... :)
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Eu tinha saído pra resolver uns assuntos na rua e quando voltei, notei que o Matheua estava meio inquieto. Esperei os clientes sairem e o chamei. Ele entrou na minha sala sorrindo, mas era um sorriso falso, eu o conhecia o suficiente pra saber que ele não estava bem e não queria me preocupar. Pedi que se sentasse e ele veio até mim. Surpreendentemente, se sentou no meu colo e me implorou por um abraço. Eu o abracei, forte, apertado e senti seu corpo tremer em minhas mãos.
— nunca te vi nesse estado, o que aconteceu?
— minha mãe quer me ver. Estava chorando no telefone, disse que sentia minha falta e que nunca deixou de me amar. Cado, eu preciso de você.
— fica calmo, vem aqui.
Pedi que se deitasse no sofá que tenho na minha sala e apoiei sua cabeça no meu colo. Fiquei fazendo carinho em seu rosto e dizendo que tudo ia ficar bem. Disse que se quisesse, eu iria junto, nem se eu ficasse de longe.
— marquei de nos encontrarmos naquele restaurante que sempre vamos. O que você acha? Ela não te conhece, você se senta meio afastado, mas quero que vá comigo, você é muito importante pra mim.
— claro que vou, como vou te deixar sozinho num momento desses?
— eu sei que não me deixaria. Converse com sua mãe, ouça o que ela tem pra te falar, mas fique calmo.
— esta bem. Será hoje a noite, depois do expediente. Tudo bem pra você?
— está ótimo.
Ele se acalmou e voltamos ai trabalho. Não poderia deixá-lo sozinho num momento tão delicado. Por mais preocupado que eu estivesse, eu era seu porto seguro naquele momento.
Assim que o expediente acabou, veio até minha sala e disse que a mãe já o esperava no restaurante. Ele pensou em não ir, mas o encorajei, se era pra resolver qualquer mal entendido, que fosse naquele momento. Ele tremia e fui dirigindo segurando sua mão. Ele suava frio e quando chegamos, ele a apontou e me mostrou quem era.
— eu vou descer. Você desde daqui uns cinco minutos, pode ser?
— pode sim. Vai lá.
Ele me pediu um beijo. Buscou forças em mim e desceu. Eaperei um pouco e fui em seguida. Me sentei e pedi um chop, expliquei ao garçom, que sempre nos atendia, a situação toda, para que ele não desse mancada. Ele foi até a mesa do Matheus e anotou os pedidos. Ela estava de costas pra mim, mas vi que o Matheus chorava. Eles conversaram bastante, na verdade, conversaram muito. Fiquei de longe observando cada gesto e vi quando ela segurou a mão dele. Estavam se entendendo, pensei. Ela olhou pra trás e disfarcei pegando a carta de vinhos, gelei na hora. Meu celular vibrou e era o Matheus.
Ele:
Cado, você pode vir aqui, por favor?
Eu:
eu? Claro....que não! Você andou bebendo, Theus?
Ele:
amor, por favor.
Eu:
falou pra ela que estamos juntos?
Ele:
falei.
Eu:
por isso ela olhou pra trás. Que situação você me coloca, heim?
Ele:
Cado, vou aí te buscar então.
Ele nem esperou eu responder e se levantou. Quase tive infarto. Veio sorrindo, me pegou pela mão e me levou até a mãe dele. Eu queria me jogar em um abismo e ficar lá pra sempre, mas dei meu melhor sorriso amarelado e a cumprimentei. Ela se levantou e minha nossa, veio de encontro a mim. Eu estendi minha mão e ela me abraçou, me abraçou e começou a chorar. Me agradecia por ter cuidado do Matheus, me agradecia por ter dado a ele um emprego e me agradeceu por eu te-lo amado quando ele mais precisou. Minhas pernas tremiam, e ela segurava minha mão e dizia que estava feliz pelo filho não ter seguido o caminho errado. Pedi que se acalmasse e se sentasse. Nos sentamos todos e pedi ao garçom que nos trouxesse o jantar. Eu estava nervoso, mas o Matheus segurou minha mão, na intensão de me acalmar, mas não surtiu muito efeito, pois ela nos olhava e eu não sabia o que ela estava pensando. Disse:
— a senhora não precisa me agradecer, amo o Matheus, de verdade. Temos uma história parecida e isso nos aproximou, o resto, ele conseguiu com o esforço de seu trabalho.
— preciso agradecer sim. Você foi o único que lhe estendeu a mão. Eu deveria ter feito isso, mas não fiz. Talvez por ignorância e preconceito, mas conversei muito com uma amiga que também tem uma filha homossexual e ela abriu minha mente para muitas coisas. Eu demorei pra voltar a falar com o Theus, porque estava me divorciando do pai dele. Eu estava bastante abalada e fiquei com medo dele não querer me receber.
— mãe, agora está tudo bem. Vamos seguir daqui pra frente e deixar o passado pra trás.
Ela o abraçou e jantamos na maior calma do mundo. Perguntei onde ela estava morando e disse que estava na casa de uma irmã. Levamos ela até em casa depôs do jantar e como fiquei feliz em ver o Matheus feliz em ter feito as pazes com a mãe. Ela me deu um abraço de despedida e me agradeceu novamente. Entramos no carro e no caminho de volta, ele disse que queria passar a noite comigo.
— Cado, posso dividir minha felicidade contigo, hoje?
— meu Deus, e você ainda pergunta? Você sabe que aquele pedido que te fiz, ainda está de pé. Eu respeito sua decisão de não ir morar comigo, mas amor, quando achar que deve ir, estarei te esperando.
— eu sei que sim. Queria conversar algo contigo. Não quero minha mãe morando de favor na casa da minha tia, tem problema se a levar pra morar comigo?
— problema não tem, só não acho confortável pra duas pessoas. Eu tenho uma casa, está desocupando daqui uma semana, mando a imobiliária fazer uma boa faxina e vocês se mudam pra lá. Tudo bem pra você?
— tudo bem, mas vou pagar a porcentagem da imobiliária, pelo menos.
— não precisa, você sabe disso, mas não adianta eu falar, mesmo.
— hahaha, não mesmo. Falando em desobediência, hoje bem que você podia me obedecer, né?
— ahhhh não. Nem vem com aquele chicote de novo. Minha bunda ficou marcada uns quatro dias.
— hahaha, prometo ser bonzinho dessa vez...
— Theus, você nunca cumpre suas promessas.....mas eu te amo, então, te deixo usar o chicote, mas só quinze minutos.
— hahaha, já está bom.
Eu fui algemado, amordaçado e amarrado à cama. Ainda não sei porque eu deixava ele fazer tudo aquilo comigo. Pior era que ele batia no meu saco, ele batia bem de leve, mas dava pra sentir uma dorzinha. A dor maior era na bunda. Ele me virava de bruços e prendia minhas pernas pra eu não me mexer. Eu era surrado praticamente todo o fim de semana e/ou quando ele inventava de querer ir pra casa só pra me bater. Eu nem tinha mais argumentos, ele gostava e confesso que ficava excitado o tempo todo.
— hummm, Cadão, ta de cacete duro... ta gostando de apanhar, né? — ele falava e ria.
De um jeito ou de outro, eu gostava e muito.
Os dias foram passando e ajudei o Matheus se mudar com a mãe pra outra casa. A casa era mais espaçosa e tinha um quintal atrás, bem arborizada e segura. E o mais importante de tudo, ficava à duas ruas da minha casa. Quando disse que que era no Bairro Alto, ele me olhou e pulou no meu colo.
— safado...safado...você deu um jeito de me trazer pra perto de você.
— eu você não quiser, achamos outra.
— claro que eu quero, meu Cado. Não seja bobo. Eu só não quero ter que você conviva com minha bagunça todos os dias, você gosta das suas coisinhas em perfeita ordem, não gosta? E sejamos sinceros, estamos bem do jeito que estamos, ou não estamos?
— odeio concordar com você, mas acho que tem razão. E com você morando tão perto, não vou sentir tanto a tua falta e vai poder me visitar quando quiser.
— e te bater...
— hahaha, e me bater. Me diz uma coisa, o que fez sua mãe me aceitar?
— ai..ai..bom, eu disse que se fosse pra gente se dar bem de novo, ela teria que te aceitar, sendo você mais velho ou não. Eu disse que te amava e que você me amava mais ainda. Falei da ajuda que você sempre me deu, a troco de nada. Que se não fosse por você, eu estaria sabe-se lá onde. Ela te achou tão sério, hahaha.
— hahaha, mal sabe ela que você me dá uma surra quase todos os dias.
— bom continuar não sabendo, né?
Já fazia dois meses que o Matheus tinha se mudado e a oficina estava lotada. Ele estava ficando maluco com tanto serviço e disse que iria contratar uma pessoa que o ajudasse, pelo menos enquanto era temporada. Tomei um não como resposta. Ele era teimoso e orgulhoso, não queria a ajuda de ninguém e disse que se eu aparecesse com alguém, ele pediria demição. Não duvido, do jeito que ele era, era bem capaz de pedir mesmo. Enfim, nada de ajudante e ele passou a temporada toda saindo mais tarde, mas não deu o braço a torcer.
No sábado liguei pra ele e disse que o esperava às oito em casa, pois o levaria pra jantar. Quando abria a porta, o vi em um jeans justíssimo. Ele percebeu que eu olhava demais pra sua bunda e pegando em minhas mãos, me fez segurar.
— aperta Cadão... bem forte.
— rapaz... não brinca comigo.
— hahaha, aperta...só pra saber o quê te espera depois.
— você é muito malandro, Theus.
Dei uma pegada gostosa e o enfiei logo dentro do carro. Oi transaria com ele ali mesmo.
O restaurante estava lotado e antes de nos sentarmos, ele disse que precisava ir ao banheiro. Me sentei, pedi o cardápio e a carta de vinhos. Eu ia pedir ao garçom que trouxesse o melhor vinho da casa e ele ficou me olhando.
— me desculpe, eu sou novo aqui, mas o senhor não me é estranho. Por um acaso o senhor não é dono de uma oficina?
— sou sim. Ricardo, muito prazer.
— sim...sim, agora me lembro, levei meu carro uma vez e que belo serviço.
— muito obrigado.
Vi o Matheus vindo, mas ele voltou pro banheiro. Fiquei preocupado e disse que podia pedir o vinho, mas iria antes ao toilet. Entrei e o Matheus estava branco, como uma folha de papel. Perguntei se ele estava bem e disse que me viu conversando com o garçom.
— sim, ele me conhecer da oficina.
— eu quero ir embora. Me leva pra casa.
— como assim, acabamos de chegar.
— Cado, só me leva pra casa...
— ficou com ciúmes? Amor, não falamos nada de mais e ele nem é atraente.
— ahhh Cado, pare de besteira. Não estou com ciúmes, eu quero ir embora.
— vou pegar o vinho que tinha pedido e pagar. Tomamos em casa.
Ele saiu rápido do banheiro e fui pagar o vinho. O Matheus já estava no carro quando entrei e ele me disse pra não voltarmos nunca mais naquele restaurante. Achei uma bobagem.
— Theus, meu amor, é só um garçom. Que besteira é essa?
— Cado, aquele cara não é só um garçom...
— mas pra mim é...
— ele é meu pai.
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Continua...