Once in USA - Capítulo 13

Um conto erótico de OnceUpon
Categoria: Homossexual
Contém 4106 palavras
Data: 13/02/2016 23:38:42
Última revisão: 13/02/2016 23:54:49

Capítulo 13

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Tiffany me levou pra sala de informática e encontramos uma televisão com cabos soltos. Ela ligou a câmera na TV e se apressou a trancar a porta. Na filmagem a câmera tremida filmou o lado de dentro do depósito de equipamentos. Estava meio escuro, mas de repente a luz acendeu e Regina estava ali, sentada sobre uma mesa de canto. Sua saia colegial levantada e a calcinha rosa nos joelhos. No meio de suas pernas uma cabeça desconhecida que, pela cara da garota estava trabalhando bem.

Olhei pra cara de Tiff, ela ergueu a mão direita em pedido para que eu esperasse. Olhei pra tela e vi quando o cara levantou. Era Nick! NICK! Minha cabeça tonteou. Ele abriu as pernas dela colocando seu mastro pra fora. Vestiu uma camisinha rápido e meteu sem dó. Regina arranhava as costas dele e mordia o punho para não fazer barulho. Nick meteu rápido e gozou em menos de dois minutos. Eu ainda estava em choque.

- Nick? – falei – Regina e Nick? ... Regina e Nick. – a ficha estava caindo.

- Isso é tão óbvio, cara... – Tiff ria para si mesma – Esse cara é o maior invejoso da face da terra. Ele sempre quis tudo o que era do Ben. Ele compra as mesmas roupas, os mesmos óculos... Ele quer ser o capitão do time. Hahaha

- Ok, Tiff, isso sujaria a rainha da Boa vontade e santa do clube católico e também traria a fama de corno pro Ben. Mas isso não prejudicaria Nick. Na verdade acho que até o beneficiaria.

- Pode ser... mas a gente pode usar de uma outra forma. – respondeu ela.

- Você tá muito suspeita Tiff. Conta qual a sua ideia.

- Não vamos expor. Vamos usar pra obrigar a Regina a prejudicar o Nick. Ela faria qualquer coisa pra salvar sua reputação. Inclusive apunhalar o amante pelas costas.

- Ai Tiff, onde nós vamos chegar com isso? As vezes nossos planos me assustam.

- Pra derrotar esse povo. Temos que usar todas as armas que encontrarmos, Guilherme. Você já esqueceu o que eles fizeram com você?

- Ok... – suspirei – Faltam dois então.

- Que dois?

- A.J. e Ben.

- Ok... porque combinamos de não usar a fita do beijo. – falou ela reconsiderando a ideia.

- Isso, Tiff.

- Sabe, Gui. Às vezes eu acho que suas escapulidas com o capitão estão te amolecendo. Eu sinto que você cede a qualquer pressão dele.

- Isso não é verdade. É que... – não tinha como enganar Tiff - ... Eu não tenho controle sobre isso. Desculpe.

- Tudo bem, Guilherme. Eu vou ficar por perto pra te impedir de fazer qualquer besteira. Você sabe que quando a coisa pegar ele não vai pensar duas vezes antes de te jogar na fogueira pra sair limpo, né? Você tem noção disso?

- huhum. – assenti.

- Ok. Agora vamos esconder essa fita.

Voltamos à aula, já estávamos meia hora atrasados e tivemos que inventar que Tiff passou mal. Sentado no meu canto mergulhei em meu silêncio. Não queria ficar maquinando vinganças hoje. Eu estava me sentindo tão vazio sem Noel, mas principalmente sem perspectiva de vida, que não queria me perder em nenhum pensamento.

No fim do dia ao sairmos da escola vi que o time estava junto conversando enquanto Todd arremessava uma bola de basquete pra um rapaz de fora da escola. Ben estava encostado em seu carro. Ele falou alguma coisa pros rapazes e correu na minha direção. Eu estava me despedindo de Tiff carregando os meus livros quando ele esbarrou em mim e os livros caíram no chão.

Ele se abaixou pegou um e colocou sobre o outro – Cuidado aí, novato! – E entrou correndo na escola como se nada tivesse acontecido.

Tiff abaixou pra me ajudar a pegar os livros, eram só cinco. Eu os juntei e percebi dentre eles um papel que não estava ali antes. “Sala de sempre. 10 min”.

“Esse cara não desiste”. Pensei comigo. “Ele deve estar armando alguma coisa.”

Eu precisava colocar um ponto final naquela história que já estava ficando chata e repetitiva. Pedi pra Tiff segurar meus livros e disse a ela pra me procurar na sala de teatro se eu não voltasse em 15 minutos.

Atravessei os corredores da escola até a sala que ficava no segundo bloco, quando virei o corredor pra ir pra sala Bem estava ali, ele me pegou pelo braço e saiu me puxando. – Que isso, Ben? Me solta!

Ele parou e olhou pra mim. Nos seus olhos eu vi confusão e contradição. Ele estava se deixando levar por seus impulsos, mas eu via que ele racionalmente jamais faria o que quer que estivesse pensando em fazer. – Vem comigo, por favor. – Ele pediu numa voz quase sumida.

- Ok. – assenti – Ele desceu o braço soltando o meu e segurando minha mão. A escola estava já quase deserta. Ele me levou até o banheiro masculino do segundo andar. Ele fechou a porta e me envolveu imediatamente em um beijo intenso me apertando contra a parede. Senti suas mãos no meu rosto e aos poucos o resto dele se encostando em mim. Seus peitos fortes contra os meus. Sua barriga contra a minha e seu pau contra o meu. Eu não queria me entregar pra ele, mas aquele toque, aquela intimidade, aquele lugar, me deixaram sem resistência.

Ele olhou nos meus olhos. Sentia seu volume crescido roçando no meu. E suas coxas nas minhas forçando uma esfregação. – Ben, a gente não devia mais se ver. Você sabe.

- Eu sei, Guilherme. – ele me olhava ainda confuso e seus olhos pareciam marejados. – Mas aquela noite abriu uma porta aqui dentro de mim que eu não consigo mais fechar. Eu te olho por aí e eu sinto que eu preciso te sentir assim... – ele se esfregou mais em mim me fazendo me arrepiar. Ele fechou os olhos pra me sentir e lambeu o meu pescoço. Tive que morder o lábio inferior.

- Pera, Ben. A gente tá se enganando aqui. – falei tentando empurrar ele, mas meu pau pulsava forte nas minhas calças. Precisei puxar forças da alma pra dizer. – Aonde isso vai dar?

- Eu não quero saber, Guilherme... Por favor, não vamos falar sobre isso, vamos só fazer o que a gente quer fazer agora. Sem compromisso. Sem pensar no que vai ser depois.

Olhei pra ele que estava ofegante. Pensei por uns segundos encostei a testa na dele que suava. Ouvimos uns passos do lado de fora. Imediatamente nos separamos. Ben entrou numa cabine com sanitário e eu fiquei ali meio perdido nos mictórios. Um grupo de três rapazes entrou no banheiro passando por mim, que encostei na pia olhando o espelho e fingindo procurar algo no olho. Minha posição escondeu minha ereção. Eles se puseram atrás de mim nos mictórios abrindo as braguilhas e mijando sem vergonha, eu podia ver pelo reflexo o membro flácido de um deles, um moreno parrudo, espirrando urina num jato forte, enquanto conversavam sobre alguma coisa. Peguei meu celular e comecei a digitar números e fingir que estava tentando telefonar.

Eu não podia ficar com Ben. Mas o que eu podia fazer? Lutar contra todos os meus instintos que me puxavam pra ele? Negar pra mim mesmo que existia alguma coisa ali? O que eu tinha a perder? E se Noel nunca voltasse? Eu ficaria esperando pra sempre?

Os rapazes saíram. Eu podia sair dali agora e Ben ficaria plantado no vaso me esperando. Seria uma boa vingancinha. Mas meu coração não permitiu. Eu me renderia. EU ficava com isso na cabeça... o que eu tenho a perder?

Caminhei até a porta da cabine onde ele tinha entrado e bati duas vezes. Ele abriu e eu o vi sentado no vaso. Suspirei olhando pra ele. – Sem compromisso. Sem pensar no que vai ser depois – repeti as palavras dele que abriu um pequeno sorriso esperançoso. – Se o meu namorado voltar... A gente nunca mais vai se falar e você vai ter que jurar me deixar em paz.

Ele assentiu devagar – Só mais essa vez – ele falou levantando e puxando minha camisa pra dentro da pequena cabine. Ele me virou de costas, abri as pernas passando sobre o vaso e apoiei minhas mãos nos azulejos próximos à descarga. Senti seu corpo pressionar minhas costas. Seus quadris faziam movimentos intensos de vai-vem. Jeans contra Jeans. Seu mastro já duro roçava desejoso de se libertar. Abri os olhos e vi todo tipo de sacanagem escritas nas paredes. Típico de banheiro masculino.

Comecei a rebolar quando senti mais uma vez a língua quente de Ben passar na minha nuca e seus lábios e dentes morderem minha orelha. Suas mãos corriam pelo meu corpo. Sua mão esquerda entrou pela minha camiseta passando pelo meu peito, uma área sensível minha. Enquanto sua mão direita entrou pelas minhas calças agarrando meu pinto. Sua mão estava escorregadia e gosmenta, ele deveria ter salivado antes. Seu movimento era preciso e sua mão grande e máscula me fizeram tremer os joelhos. Ele tirou as mãos de mim. Sua fome agora estava se mostrando crescente. – Vamo rápido... alguém pode chegar... não faz barulho – ele pediu sussurrando em meu ouvido.

Ele Abaixou rápido minhas calças com a cueca e tudo. Tirei o pé direito da calça e do tênis E posicionei uma perna sobre o vaso e, para minha surpresa Bem se abaixou. O espaço era muito pequeno e nós estávamos nos contorcendo ali. Senti suas mãos apertaram minhas nádegas e seus pequenos suspiros de tesão. Pensei que ele fosse me dedar, mas senti uma coisa quente e úmida direto no meu buraquinho. Era a língua dele. Engoli em seco. Não sabia dessa possibilidade e comecei a tremer mais a cada lambida. De repente ele começou a fazer movimentos mais rápidos e intercalava com pequenas dedadinhas. Isso tudo em questão de dois minutos. Olhei pra trás vendo sua cabeça enfiada ali. Se deliciando na minha bunda. Meu cu começou a piscar como doido e meu pau começou a babar na hora. Ele levantou, me segurou pelos quadris forçando minha cabeça nos azulejos e meteu a piroca. Ela foi deslizando. Senti a cabeça, e então o corpo dela. Saiu. Entrou de novo mais babada. Aos poucos ia até o fim. Eu ficava surpreso de saber como aquilo tudo entrava em mim. E por mais interminável que parecesse a dor e a entrada, quando senti seus pentelhos roçarem na minha pele sabia que tudo estava dentro. Bem Seguru meu ombro esquerdo, me puxando enquanto empurrava e soltando enquanto tirava. Ele ia e vinha cada vez mais rápido e mais duro. Sua outra mão pegou meu pau e começou a me punhetar. Tudo ali naquele lugar, a proibição, a escola, a frase “quer um boquete gostoso? Ligue xxx-xxx” na parede e Ben, o capitão do time, me excitavam demais. Meu pau escorria tesão e bem continuava queimando meu anel. Eu rebolava, mas o tesão dele era enorme e parecia estar desejando aquilo há algum tempo.

A porta do banheiro abriu. Ele parou imediatamente. Ficamos ali, engatados e mudos. Ben tirava o pau bem lentamente. Alguém abriu as calças e ouvimos o barulho do mijo fluindo. Ele voltou a enfiar a rola até o fim devagar. Eu encostei mais pra perto dele. Ele puxou a gola da minha camisa e mordeu meu ombro forte. Sua língua subiu pelo meu pescoço e escontrou a minha num roçar silencioso de putos.

A porta tornou a bater anunciando a saída do nosso intruso. Rapidamente ele começou a socar de novo. Eu o empurrei pra trás colocando os dois pés no chão. Ele ficou contra a parede e eu comecei a socar o cu naquela rola. Rebolando. Tirava até a cabeça e sentava com vontade de novo. Ele me empurrou e senti seu pau pulsando. – Peraí, Guilherme. Ajoelha aí. - Ele colocou o pau na minha boca e na primeira chupada minha língua já se afogou em porra. Bastante desceu pela minha garganta, o resto eu cuspi no vaso. Levantei achando que tinha terminado.

Ele continuava me encarando. Por dois segundos ele hesitou, então falou – Foda-se!

Empurrou meu peito contra a parede e abaixou. Peguei forte em seu cabelo quando senti seus lábios carnudos envolvendo meu pau. Ben estava ali... de joelhos mamando a minha pica? Aquele machão? O rei da homofobia. Ele engoliu tudo até os ovos se engasgando um pouco, mas voltou a punhetar enquanto tomava ar. Lambia a minha cabeça eu não ia segurar muito tempo. – Ben... – falei ofegante. Ele estava chupando a minha cabecinha, mas olhou pra mim. Seus olhos nos meus. – Quer leitinho de macho né? – sussurrei.

Ele não sorriu. Apenas continuou com sua cara de macho, mas abriu a boca batendo com meu pau na sua língua. Eu não aguentei e espirrei jatos fortes de gala na sua boca, um escapous sujando seu olho e bochecha. Ele riu finalmente. Um sorriso safado. Mas cuspiu a porra no vaso. Pegou um bom pedaço de papel higiênico e se levantou fechando a calça e limpando o rosto.

Saímos dali. Enquanto eu me ajeitava ele se limpava no espelho e arrumava seu cabelo loiro impecável.

Eu olhei pra ele enfim. – Você me surpreende a cada dia. – falei.

- Eu tô confiando minha vida nas suas mãos Guilherme. – ele falou olhando pro chão – Por favor, não conta pra ninguém.

- Eu nunca faria isso, Ben. – falei apertando o braço dele.

Não havia mais o que dizer. Bem saiu. Mas antes pediu que eu esperasse uns dois minutos pra sair depois. Não esperei nem vinte segundos, mas quando saí ele já havia desaparecido da escola. Aquele garoto corria muito rápido.

Quando ia saindo da escola Tiff veio correndo na minha direção. – GUILHERME! – ela me abraçou e se afastou de mim imediatamente. Vi suas narinas dilatarem. Como já disse antes, Tiff farejava e reconhecia o perfume de Ben. Eu não podia negar então abaixei os olhos. Ela fingiu não perceber. – Você quase me matou do coração, sabia?!

Só então percebi uma senhora ao seu lado.

- Tá tudo bem com você, Guilherme? – perguntou a senhora. Assenti e me desculpei. Marta era a conselheira estudantil e até esse dia eu nem sabia que essa mulher trabalhava ali. Tiff me explicou que foi até a sala me procurar e eu não estava lá ela achou que alguma coisa tinha acontecido. Esperou mais cinco minutos e eu não voltei então ela chamou a conselheira dizendo que provavelmente os caras do time tinham me pegado.

Agradeci e disse que eu só tinha ido ver o meu trabalho que tinha esquecido de salvar na sala de informática.

Quando a conselheira foi embora Tiff me analisou. – Você não tem jeito, sabia! – Ela pegou a mochila e as coisas e se arrumava pra sair.

- Desculpa, Tiff, eu devia ter te ligado. – falei tentando fazê-la parar.

- Não, Guilherme, não me encosta! – Ela parecia furiosa.

- Eu já pedi desculpas. – Falei cansado.

- A vida não é assim, Guilherme. Merda! Você é tão infantil!

- Por que você tá tão chateada. Eu tô bem. Você tá vendo.

- Você não tá bem, Guilherme. – Ela baixou a voz – Você não tá vendo onde você tá se enfiando? Eu sei o que você estava fazendo. Eu tô vendo na sua cara. Nessa sua gola esgarçada. Nesse cheiro nojento. Como você pôde? Depois de tudo que esse cara fez?

- Ele não é assim também, Tiff... – tentei me explicar.

- Cala a boca. Sabe qual o nome disso? Síndrome de Estocolmo. – Ela se acalmou, enfim me abraçou. – Eu não consigo ver você caminhando pro precipício desse jeito.

- Você exagera demais, Tiff. – dei de ombros. Ela engoliu em seco e assentiu.

- Talvez... é que eu não quero te ver se machucar. Bem... eu te avisei. Não tem mais nada que eu possa fazer. – Ela beijou a minha bochecha, respirou fundo – Se cuida, meu amigo. Por favor. - Ela foi andando na direção da sua casa.

Eu sabia que ela desejava o melhor pra mim. Mas o melhor pra mim estava muito longe. Eu não sei, talvez a perda do Noel, que dia após dia sem dar notícia alguma, me fazia me afogar na minha tristeza. Quando você encontra uma pessoa como ele e ele te preenche uma vez. Você sempre parece acordar cada dia mais vazio sem a presença dele.

Eu fui pra casa andando. Pensei em alguma desculpa pra pedir pro vovô me levar ou me deixar de novo ir na casa do Noel, mas não teria cara de aparecer lá. Eu queria ouvir a voz dele. Pensei em ligar, mas não sabia o número dele e nem podia pedir pro vovô perguntar. O Noel sabia meu número. Ele não ligou. Era isso que me doía. Ele não queria ouvir a minha voz como eu queria ouvir a dele?

Fiquei deitado na cama a tarde toda. Tomei banho quando anoiteceu. Nu na frente do espelho do meu quarto eu vi a marca que Ben deixou no meu ombro. Toquei aquela parte e lembrei do que aconteceu. Ben era uma boa transa. Ele me distraía dos meus pensamentos. O lance com ele era química e atração física. Eu precisava tomar cuidado pra que ele não se envolvesse demais comigo. Será que ele ia encarar isso como disse? Sem compromisso?

Abri meu baú, procurei até achar a cueca de Noel. Cheirei, mas seu cheiro já tinha se evaporado. A vesti mesmo assim. Coloquei um shorts preto por cima porque ela caía se eu não prendesse. Abri o closet onde vovô guardava coisas velhas. Eu queria ver se não tinha nada ali que eu pudesse tocar na busca por uma lembrança de Noel. Puxei o colchão e arrumei as cobertas. Elas já tinham sido lavadas. Puxei uma cadeira. Em cima do closet havia uma camisa dobrada. Uma camisa! A camisa quadriculada de Noel. Peguei rápido e cheirei. Seu cheiro ainda estava ali. Longe. Lágrimas vieram aos meus olhos. Vesti a camisa dele e deitei no colchão me cobrindo com as suas cobertas. Eu fechava os olhos e era quase como abraça-lo de novo.

Adormeci rápido. Acordei de madrugada depois de um pesadelo. O sol deveria estar prestes a nascer. Imediatamente meu celular vibrou. Que coincidência!

- Alô? – atendi rápido. – O número era restrito. Será que era Noel? Mas muita gente tinha meu número. – Não vai falar nada? Eu vou desligar. – falei mas não desliguei.

- er... desculpa, eu ... eu tava sem sono e pensei em te ligar. – falou uma voz rouca.

- Quem tá falando?

- O Bem, caralho, quem mais ia te ligar essa hora?

- Aff, Ben! É você! – falei decepcionado. E realmente estava.

- Desculpa por não ser o príncipe encantado do seu namorado. – ele parecia irritado agora – Sabe de uma coisa... às vezes eu acho que não tem namorado nenhum. Você com certeza inventou essa história toda.

- E pra quê eu faria isso, Ben?

- Sei lá. Pra ver que efeito teria em mim.

- há há há você acha que o mundo gira ao seu redor né, cara. Você é uma comédia. Pro capitão fodão da escola, você é um cara muito inseguro, sabia. Eu nunca inventaria uma coisa dessas.

- Verdade. Lembra... eu acho que eu saberia se você mentisse. – ele riu

- Claro... com seus superpoderes mentais.

Ele riu. E ficou mudo um minuto.

- Sabe por que eu te chamei pra estudar comigo ontem? – ele falou.

- Hum? Porque você não sabia nem o básico e precisava de alguém do primeiro ano pra te explicar por onde começar?

Ele riu de novo – não! Você é muito sarcástico sabia?! Meu pai viajou. Ele só volta na segunda.

Engoli em seco. – humm. E você me chama pra te ajudar a estudar assim? Sozinho em casa?

- É... sabe... eu não gosto de ficar sozinho

- deve ser chato ficar sozinho uma casa enorme dessa, sem ninguém pra se mostrar.

Ele riu e pareceu se ajeitar na cama. – Amanhã... depois das provas. Você podia vir pra cá.

- As pessoas iam achar muito estranho, Ben. Alguém pode descobrir.

- Você adora me ver correr atrás de você né, Guilherme? Eu sei que você quer vir. Para de jogo. Vem dormir aqui. Quer que eu vá aí pedir pro seu avô?

- Você não se arriscaria tanto.

- Tá duvidando?

- há há você é doido, Ben.

- Depois da aula... me aguarde! – ele desligou rindo.

Ele não se arriscaria tanto. Seria legal passar tanto tempo com ele. Descobrir quem ele realmente é. E obviamente me aproveitar daquele corpinho delicioso e sarado.

Tirei as roupas de Noel e as guardei onde estavam. Vi pela janela Leonard chegando pra trabalhar. O sol já tinha aparecido e eu não percebi. Me vesti e fui pra escola.

Fiz as provas daquele dia tranquilo. As notas já estavam garantidas e eu não tinha muitas dúvidas. Eu deveria estar no segundo ano. Mas como eu falei, pela viagem acabei repetindo esse por meio ano parado quando cheguei aqui.

Ao final do dia nem sinal do Ben. Tudo bem. Eu não acreditei mesmo que ele faria aquilo. Tiff e eu fomos pra lanchonete e marcamos de domingo assistir a um filme no cinema. Quando cheguei em casa e subi pro meu quarto, desfiz a mochila. Era o primeiro dia das férias de verão. Eu tinha que aproveitar. Era tão estranho verão no meio do ano. Ainda não tinha me acostumado.

- Guilherme! – gritou vovô. Desci as escadas de bermuda sem camisa.

- Oi. – Arregalei os olhos. Ben estava ali. Ali na minha sala. Sentado no sofá. Engoli em seco. Ele levantou e riu de mim e da minha cara de susto quando me viu. Ele estava usando uma calça jeans e uma camiseta normal, mas que nos braços dele ficavam justa dado o volume, com o símbolo do superman. Era tão ridículo que eu também ri.

- Seu amigo veio te buscar pro acampamento. Você não me fala mais nada. Eu sei que sua mãe não tá aqui, mas você não se manda sozinho.

Olhei pra vovô e pra Ben, uma interrogação pairava estampada na minha cara.

- Eu... – Ben deu um passo à frente com as mãos nos bolsos. Fazia sua típica cara de bom moço. – Eu falei pro seu avô do acampamento da turma. Que a gente tinha combinado. Pode ficar tranquilo, senhor Davidson. Eu mesmo vou ficar de olho no Guilherme. Eu sou o responsável. E eu trago ele de volta inteiro na segunda.

- Segunda? – me assustei.

- É... – Ben riu – O acampamento Guilherme. Onde você tá com a cabeça? Como vai dar tempo de pescar e fazer todas as coisas que a gente combinou?

- Vão logo então. – vovô pareceu animado – Ah que bom que você tá fazendo mais amigos, Guilherme. Você andava muito triste aqui sozinho. Fico muito feliz.

Ben sorriu. Ele era tão bom mentindo e por isso eu não poderia acreditar em absolutamente nada que ele me falasse. Nunca.

Subi e arrumei a mochila.

- Vão com deus. Deixa o celular ligado só de noite pra bateria durar. Eu vou te ligar todo dia pra saber se você tá vivo hein, Guilherme. – disse vovô ao entrarmos no carro de Ben.

- Você é mesmo uma caixinha de surpresas – faei entredentes enquanto acenava pra Vovô e o carro fazia o retorno.

Em poucos minutos estávamos entrando na garagem da casa dele. Desci. Era uma casa grande e embora ficasse numa área com mais casas ao redor uma era bastante afastada da outra com um grande quintal. Tinha uma piscina. Ele me deu a mão e me levou por um corredor. Passamos por uma cozinha e então chegamos à sala. Era uma sala daquelas que a gente vê em novelas. Ele sorria um sorriso bobo andando de costas para olhar pra mim. Ainda segurava minha mão.

- Você quer comer alguma coisa? – perguntou.

- Você sabe cozinhar? – perguntei – eu não quero ser envenenado aqui.

- há há. Já tem tudo pronto. É só colocar no micro-ondas. Mas eu perguntei se você queria um sanduíche ou alguma coisa assim.

Ele sentou no sofá. Ele me puxou e me sentou na sua coxa. – Eu tô muito feliz de você ter vindo pra cá.

- Eu tô vendo. – respondi passando a mão em seu cabelo. Ele passou a mão pela minha cintura. – O que você quer fazer?

- Eu quero ficar com você sem precisar me esconder. Nem fingir. Só saber como é ser livre com alguém. Como é namorar alguém de verdade.

Por um momento tive pena dele, um sentimento de querer agradá-lo. Mas ele era um mentiroso nato. Não deixei isso sair da minha cabeça.

Sorri. Tirei a mochila. – Acho que eu vou fazer alguma coisa pra comer, afinal. – Ele riu. Fomos pra cozinha. Fizemos sanduíches. Ele tirou a camisa e riu da minha cara porque era óbvio que eu não conseguia parar de olhar pro corpo dele. E eu nem precisava mais disfarçar mesmo. Ele fez uma pose como aqueles halterofilistas.

- É tudo seu, Guilherme – falou. – Seu parque de diversões.

Essa ideia me deixava realmente excitado.

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Continua...

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Comentários

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Será que o Ben vai ate amar quando forem descobertos?

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Ben é excitante e perigoso... Ainda não sei se sou #TeamNoel ou #TeamBen.

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Ele vai te esparrar pro colégio inteiro. Certeza. E não vai ser com algo que o prejudique junto. Ele vai te esparrar sem se prejudicar.

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