Continuação...
Depois de alguns minutos eu recebo uma mensagem em meu celular que dizia:
"Me encontre no banheiro, agora mesmo."
Era Valéria. Eu não queria vê-la, mas precisava terminar de uma vez por todas com isso. Me levantei, perguntei a Giovana onde ficava o banheiro e fui.
Quando cheguei, não encontrei Valéria lá, porém quando eu menos esperava, ela surgiu de um canto escondido do banheiro e me puxou rapidamente pra um reservado, sem que eu podesse falar nada.
-O que vc tá fazendo?! Me deixa sair! -Disse já no resevado.
Ela trancou a porta e se virou pra me agarrar. Eu tentei a empurrar, mas ela conseguiu me segurar e foi logo dizendo em tom irado:
-Eu não acredito que vc me trocou por essa estúpida! -Falou vermelha de tanta raiva. Eu baixei o olhar, sem nada dizer. Não queria brigar. Só queria ficar em paz. Ela, porém, continuou, quase gritando:
-Me diz Helena! Diz pra mim o que essa imbecil tem que eu não tenho! Fala! É por causa do dinheiro? Ela é melhor de cama que eu? -Deu um sorriso perverso, completando:
-Não é né? Não pode ser... Por que eu sei que vc prefere a mim...
Nesse momento, não consegui suportar a raiva e acabei falando tudo o que estava entalado na minha garganta:
-Olha Valéria, nós tivemos uma aventura e isso é fato, mas como vc bem sabe, tudo isso acabou na semana passada com concordância de ambas as partes. De qualquer forma tanto eu como vc, somos pessoas livres e assim como vc tá seguindo seu caminho, eu tô seguindo o meu e da minha parte vc pode ter certeza que eu não irei me meter na sua vida. -Falei sem olhá-la, me segurando pra não chorar. -Agora, por favor, me deixa voltar pra mesa e some da minha vida. -Falei firme, mas Valéria não me deixou passar. Ao invés disso, ela me abraçou forte e me beijou. Eu correspondi. Talvez depois disso ela fizesse o que pedi. Era um beijo terno, nem parecia ser de Valéria.
Quando finalmente ela parou o beijo, eu pude olhar em seus olhos e vê-los marejados por lágrimas que queriam sair. Ela largou sua postura autoritária, quando disse:
-Por favor... Não fica com ela... Não vai pra cama com ela... Por favor -Disse suplicando. Uma lágrima escorreu de seus olhos.
-Eu... Não vou deixar de ficar com ela... -Falei, contendo as lágrimas e me soltando dela. -Eu sei que vc vai casar muito em breve. E quero que seja feliz e respeite sua esposa. -Falei me lembrando do que a mulata da boate falou na noite anterior. Forcei um sorriso.
-Casar? Eu não vou casar com ninguém! Quem te disse isso? -Perguntou voltando ao seu tom habitual.
-A mulata que estava ontem com vc, sua namorada, suponho... -Falei baixando o olhar.
-Eu não sou nada dela! Nós só saímos algumas vezes e ela acha que vou ficar com ela! -Falou esbravejando mais com ela mesma, do que comigo.
Eu fiquei calada com o que ela disse. Eu realmente era só mais uma. Ela percebeu que havia falado de mais, mas nada disse.
Após alguns segundos eu ia abrir a porta pra sair, quando Valéria me segura e fala:
-Helena?
-O que foi?
-Assim que vc terminar de jantar com Giovana... Vocês vão ir pra casa dela? -Perguntou curiosa. Eu apenas consenti com a cabeça, mas ela não me deixou ir e pediu:
-Não vai, por favor... Vai pra casa comigo... -Disse dando seu sorriso sacana.
-Não Valéria... Vc pode ter a mulher que quizer, mas não a mim, me deixe ir...
-Mas vc também me quer... -Disse sem tirar o sorriso do rosto e me puxou novamente pra ela, nossos lábios próximos. Mas respondi.
-Não... Eu gosto de Giovana. E ela de mim. -Fui firme.
-Tudo bem. Pode ir lá pra sua riquinha. Mas quando quizer ter uma boa noite de sexo, já sabe onde eu moro e tem meu telefone. -Disse debochada, antes de me soltar.
Eu saí secando as lágrimas, sem olhar pra trás.
Quando cheguei à mesa, a pizza já havia chegado e Giovana me esperava.
-Demorei? -Perguntei tentando sorrir.
-Imagina princesa... -Me devolveu o sorriso.
Se ela viu que eu havia chorado, nada disse. Apenas comemos em silêncio e fomos pra sua casa.
Continua...
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