Continuação...
Se passaram dois meses desde que eu e Giovana começamos a sair. Eu vivia em sua casa, ela me cobria de presentes, de carinho e sexo... Ela me tratava como uma rainha. Me dava tudo o que eu queria e até fazia de mais por mim. Me levava pra sair e eu também conheci todos os seus negócios... Mas infelizmente, eu nada conseguia sentir por ela.
Já era rotina. Eu e Giovana saíamos juntas todos os finais de semana. Íamos jantar em seu restaurante, na pizzaria ou em outro lugar e depois íamos pra sua casa e tranzávamos. As vezes, antes disso, até mesmo íamos na boate pra sair um pouco da rotina. Rotina essa, que eu já havia cansado. Na verdade, eu nunca poderia amá-la. E eu tentava a todo custo.
O problema, é que eu via em Giovana uma salvação... Alguém que não me deixaria entrar em depressão e que ao mesmo tempo iria satifazer minhas necessidades carnais. Mas parecia que em apenas dois meses, nem o sexo segurava mais a relação...
Muitas vezes Valéria me procurou, mas eu sempre resisti por saber que com ela eu só teria momentos e nada mais, sabia que ela saía com várias mulheres, todas mais velhas e experientes e isso me cortava o coração. Eu já havia adimito a mim mesma que estava apaixonada por ela e que Giovana, infelizmente, jamais poderia mudar isso, mesmo sendo a única que parecia se importar comigo.
Ía fechar nove semanas que estávamos saindo. Era um sábado de manhã. Eu havia dormido na casa de Giovana, depois de uma noite daquelas. Pela manhã, ainda havíamos rolado na cama comigo tentando desesperadamente me apaixonar por ela...
Levantamos e fomos pra uma de suas lojas. Ela iria me presentear com roupas novas.
Na loja, ela me ajudou a escolher peças.
-Olha amor, o que vc acha dessa? -Falou Giovana entusiasmada me mostrando uma peça de Langerie que até parecia infantil de tão pequena.
-É lindo... Mas será que me serve? -Falei um pouco envergonhada. Algumas coisas nunca mudam.
-Claro princesa. Vai alí no provador e se veste que eu vou falar com a gerente e já vejo. Vô tá ali na sala de estoque, tá? -Falou saindo e me jogando um beijo.
Eu fui até o provador e coloquei a tal langerie. Quando estava pronta, eu chamei Giovana várias vezes, porém ela não me atendeu.
Eu resolvi então ir procurá-la. Vesti uma das roupas que ía levar, por cima da langerie e fui até o estoque.
Ao adentrar a porta, tive uma enorme surpresa. Giovana e a gerente da loja estavam se beijando, na boca.
Eu fiquei parada olhando, sem expressar reação alguma, mas acho que elas perceberam minha presença, por que se desgrudaram e quando me viu, Giovana só conseguiu dizer:
-Helena, eu... Posso explicar... -Falou, mas eu não queria ouvir nada. Saí correndo e fui sentar na beira da calçada da loja. Abaixei a cabeça, apoiando-as no joelho e fiquei quietinha. Não conseguia chorar.
-Helena... Me desculpe... Foi ela que me beijou -Ouvi a voz embargada de Giovana e levantei o rosto pra olhá-la. Eu não sentia nada. Só pena de mim mesma por perder alguém que me dava de tudo, por não aprender a amá-la
-Por favor Helena, me perdoa... Eu prometo que jamais vai acontecer. -Insistiu Giovana, com lágrimas caindo de seus olhos.
-Eu não tenho o que perdoar Giovana... Vc e eu não temos nada. -Respondi, tentando não parecer cruel.
-Mas... -Eu a interrompi, segurando em suas mãos e olhando em seus olhos.
-Giovana, eu sabia que esse dia ia chegar. Eu não correspondo ao seu amor e vc achou outra que corresponde. Isso não me magoa, só me sinto mal por vc não me dizer que gostava dela. Mas também estou feliz por vc.
-Mas... Eu não gostava dela... Eu... -A interrompi de novo.
-Não minta Giovana. A outra vez que viemos aqui, eu percebi os olhares de vcs. Eu não tive coragem de te deixar, mas agora eu entendo que eu e vc já sabíamos que não era pra ser e só insistíamos. Isso aconteceu pra abrir nossos olhos...
-Eu sinto muito Helena. -Falou Giovana visivelmente triste. -Eu prometi te amar e te conquistar, mas falhei... -Lágrimas rolaram de seus olhos.
-Não sinta Giovana... Vc fez de tudo por mim. Eu não pude te amar, eu que falhei com vc. Mas agora tenho certeza que vai ser feliz com a Pâmela (a mulher do beijo).
Ela não disse nada, apenas sorriu e me abraçou. Dalí nasceria uma grande e sincera amizade.
Continua...
Comentem leitoras(es)... Saiam da moita rs