NO CAPITULO ANTERIOR:
Nos sentamos e ela pegou o notebook e colocou numa cadeira a nossa frentes, na tela estava um senhor de óculos e que aparentava a mesma idade da mãe do Diego, o que me deixou surpreso foi que ele é uma cópia do Diego, só que bem mais velho, esse só podia ser o pai dele e diferente da sua mãe, ele sim esta com uma expressão séria no rosto.
D: mãe eu era quem devia ter contado pro papai.
- Então quer dizer que você iria deixar pra me contar por ultimo.
Eu: não pai, eu ia te contar hoje a noite mesmo...
- vamos deixar de conversa fiada e vamos para o que interessa – ele olhou para mim – quais as suas intenções com meu filho rapaz? – nessa hora ele pegou um revolver 38 e colocou encima da mesa ao lado do seu notebook.
Agora fudeu, se eu errar aqui esse cara vem pra me matar.
...
RICARDO:
Eu tremi nas minhas bases, a ultima vez que tive uma conversa séria assim com um policial foi quando eu fui preso por embriaguez e perturbação da ordem (coisas do meu passado negro), e agora estava de frente para um delegado de polícia civil, eu vou morrer, do jeito que essa gente é, ele dá o tiro lá do Rio de Janeiro e a bala chega aqui e como eu sou sortudo, ele me acerta em cheio...
Eu: senhor, é... é, eu...
- Fale logo rapaz...
D: pai, deixa o menino falar!
- Você fique na sua Diego, o negocio aqui é entre nós dois.
Tomei coragem e falei...
Eu: senhor, eu gosto do seu filho, não faz muito tempo que a gente se conhece, isso é fato, mas eu tenho um carinho muito especial por ele, eu nunca quero fazer o Diego sofrer, eu quero fazer ele sempre feliz e proteger ele e com a sua autorização eu quero namorar o seu filho...
- NÃO!
Eu: não? Mas senhor...
- Não é não senhor Ricardo.
D: pai eu gosto do Ricardo e vou namorar com ele mesmo que o senhor não deixe – nessa hora o pai do Diego deu um suspiro e pensou por um momento.
L: Paulo, converse com o Ricardo, ele parece ser um bom rapaz, eu e Diego vamos para a cozinha para vocês conversarem a sós.
P: esta bem, podem ir agora.
Eles saíram, a dona Liliana me desejou boa sorte e eu fiquei só na sala com aquele Notebook dos infernos na minha frente.
P: então Ricardo, espero mesmo que você não faça o meu filho sofrer, ta vendo isso aqui – ele mostrou a arma – se eu quiser eu abro seis buracos em você com essa belezinha.
Engoli em seco e com o cu piscando de tanto nervosismo eu falei...
Eu: sim senhor Paulo, eu entendo, acredite quando eu digo que tenho as melhores intenções com seu filho.
P: só o que eu posso fazer rapaz é aceitar mais essa do Diego e espero realmente que ele não se machuque com isso, seria muito trágico pra você.
Eu: e entendo senhor e eu pretendo fazer o seu filho feliz.
P: assim espero, agora me fale da sua família.
...
Falei para ele tudo sobre mim e minha família, principalmente a parte que eu iria levar o Diego para conhecer meus pais e conversar com os mesmos no meu sítio na cidade de Arcoverde, quando nossa conversa terminou o Senhor Paulo pediu que eu chamasse o Diego e a Dona Liliana na cozinha e rapidamente eles vieram ao nosso encontro...
P: eu e o Ricardo conversamos e eu vou dar um voto de confiança para o seu dedo podre filho e apostar nesse namoro de vocês.
D: o meu dedo não é tão podre assim né? – ele falou isso me abraçando.
P: e quanto a viagem de você para Arcoverde no carnaval para conhecer os pais do Ricardo, eu deixo com a condição de sua mãe ir junto com vocês Diego.
D: viagem para onde? – ele falou olhando para mim.
Eu: é amor... é, eu ia falar com você hoje mesmo.
P: falei demais, enfim, conversem e Diego só vai se a mãe for com ele, tenho que sair aqui agora, o trabalho me chama.
D: esta bem pai e meu irmão, esta bem?
P: ele esta ótimo, devo cancelar as suas passagens já que esse carnaval você não vem mais né? Ele estava ansioso pra ver o irmão mais velho.
Eu: logo logo eu vou ai e poderei brincar muito com ele, então até mais pai, te amo.
P: eu também te amo filho.
L: tchau Paulo.
P: tchau Liliana, juízo sua louca.
L: sempre tenho.
Eu: até mais Senhor Paulo.
P: cuide do meu filho – falou isso e cortou a transmissão.
...
DIEGO:
Eu: então Ricardo, me conte direitinho essa história de viajar para o interior, qual a finalidade dessa viagem?
Nós sentamos no sofá e ele me contou tudo, que ele tinha um sítio lá em Arcoverde que o avô deixou para ele quando morreu e que sua mãe marcou lá nas férias de carnaval para a gente poder conversar com ela e o seu marido e colocarmos todas as cartas na mesa.
Eu: e quando viajamos?
R: sábado, daqui a dois dias.
Eu: por mim tudo bem e você vai conosco né mãe?
L: claro, seu pai quer que eu vá, eu vou, bom meninos agora eu vou buscar o Guilherme lá no vizinho.
R: Guilherme é seu irmão mais novo?
Eu: é sim, é uma criança adorável, você vai gostar dele.
Depois de alguns minutos a minha mãe voltou trazendo consigo o pestinha do meu irmão, ele veio em minha direção e me deu um abraço, eu estava nervoso, com medo de o Guilherme não gostar do Ricardo, porque ele tem alguns probleminhas de aceitar algumas pessoas, tipo o primeiro contato é decisivo, se o Guilherme não gosta da pessoa de primeira, ele não vai gostar nunca mais, independente de como a pessoa seja, se ele não gostar de primeira, nem tente conseguir a amizade dele que você não consegue.
Eu: Guigui, esse é o Ricardo, ele é meu namorado.
O Guilherme olhou para o Ricardo com aqueles imensos olhos azuis quase cobertos pelo seu cabelo que caia sobre o rosto...
G: oi
R: e aí garoto, tudo legal?
G: to bem, você vai cuidar do meu irmão?
O Ricardo saiu do sofá e se ajoelhou na frente do Guilherme...
R: eu prometo para você que vou cuidar muito bem do seu irmão.
G: ta bom então, então eu deixo você namorar com ele, meu irmão já sofreu muito, quero ver ele feliz, posso te dar um abraço?
R: pode sim garoto.
O Ricardo abriu os braços e o meu irmão mais novo lhe abraçou carinhosamente, o Ricardo lhe deu um beijo no rosto e eles se separaram, minha mãe via toda cena com um sorriso no rosto. O Guilherme sempre soube da minha opção sexual, eu e a mãe já tínhamos conversado com ele sobre isso e sempre tive essa relação de transparência com meu irmão mais novo, sempre lhe contei essas coisas importantes como o fato de eu estar namorando outro cara.
Eu: Guilherme vai na cozinha comer algo, você deve estar com fome, eu e Ricardo precisamos conversar com a mãe.
G: esta bem, estou com fome mesmo – ele falou isso e foi para a cozinha.
L: Então filho, o que vocês querem falar comigo?
Eu: mãe o Ricardo vai ser pai.
L: é o que? – ela deu um pulo da cadeira.
R: como você fala isso assim do nada? Nem eu mesmo estava preparado!
Eu: já falei, ficamos sabendo hoje mãe, esta com dois meses e a mãe da criança esta querendo fazer aborto, e Ricardo não deixou e se comprometeu a ficar com a criança já que a mãe disse que não quer esse filho...
L: e você quer ser o segundo pai dessa criança?
Eu: exatamente, o que você acha?
L: eu acho que tenho que apoiar suas decisões né?
Eu: obrigado mãe.
R: obrigado doutora.
L: quando puder, tragam a moça até mim, vou leva-la pra fazer uns exames lá no hospital e ver como esta a saúde desse pequeno.
R: esta bem, hoje a noite eu ligo pra ela marcando o dia e lhe aviso.
L: esta bem, filho espero que você esteja fazendo a coisa certa da sua vida, um filho agora é muita coisa.
Eu: eu também espero mãe – falei segurando a mão do meu namorado que segurou minha mão com força mas sem machucar.
L: bom meninos, eu vou no mercado e já volto, Diego, vou deixar o Guilherme em casa, então juízo meninos e cuidem do filhote da família esta bem?
Eu: pode deixar mãe.
R: tudo OK doutora.
L: até logo e me chame de Liliana mesmo – falou isso saindo pela porta.
R: sua mãe é legal, muito gente fina.
Eu: ela é mesmo, vamos ver o que o Gui ta fazendo.
Entramos na cozinha e ele estava comendo sanduiche com suco de laranja, deixamos ele comer e fomos direto para a varanda, nos sentamos um ao lado do outro e ficamos olhando para a praia de Boa Vagem, Ricardo segurou minha mão enquanto uma leve brisa passava por nós trazendo consigo o cheiro do mar.
R: Sabe Diego, eu nunca senti por ninguém o que eu sinto por você, nesse pouco tempo que nos conhecemos eu passei a senti uma coisa muito forte dentro de mim, uma vontade imensa de ficar com você e te amar.
Eu: eu também sinto o mesmo, tipo, a gente começou mal, mas não sei o que deu em mim, mas me apaixonei pelo maluco que queria me bater – ele riu.
R: sabe o que eu chão? Que a gente já estava marcado para isso, o destino sempre dá um jeito de nos unir de alguma maneira, sabe, a um tempo eu li em algum lugar que eu não lembro onde foi, mas a história era a seguinte: os gregos lá com suas crenças, acreditavam que Zeus quando criou os humanos ele criou seres poderosos com 4 braços, 4 pernas e duas cabeças. Com medo do poder que essa grande população de seres poderosos tinham e temendo que eles pudessem se voltar contra seu criador, Zeus dividiu esses seres em dois dividindo assim seus poderes ao meio e aniquilando possíveis ameaças. Com esse ato Zeus espalhou as partes pelo mundo, umas mais perto e outras mais longe umas das outras e os sentenciou a viver suas vidas em busca da outra metade para que seu poder pudesse ser unificado de novo, esse poder se chama amor e quando combinado com a metade correta ele se torna tão poderoso que ninguém consegue separar aqueles dois de novo, permanecem juntos para sempre.
Ele terminou de falar e olhou nos meus olhos, acho que eu estava com os olhos brilhando, que momento fofo! Naquele momento eu percebi que eu amava o Ricardo de verdade.
R: eu te amo e acho que você é minha metade, aquela que estava perdida e eu a encontrei.
Uma lágrima escapou de meus olhos.
Eu: eu também te amo muito, quero sempre estar junto de você.
Quando eu ia me aproximar para lhe dar um beijo na boca, meu celular começou a tocar, era um número desconhecido, então atendi por pura curiosidade.
Eu: alô?
- Diego, que história é essa de você esta namorando?
Eu: O que é que você quer Erivaldo?
...
<3 Gente! Amados e queridos leitores, resolvi postar hoje porque é um dia especial, “MEU ANIVERSÁRIO” isso mesmo, a 22 anos atrás eu estava nascendo nesse dia,exatamente as 8:00 da manhã, numa quarta feira de cinzas, minha mãe disse que não tinham médicos no hospital naquela hora (coisa que não deveria acontecer) e foi a maior loucura para ela me botar pra fora, parece que tinha uma parteira lá no hospital ai foi ela que fez meu parto junto com dois enfermeiros, porra até no meu nascimento a minha vida se resume a loucura. Enfim, hoje eu faço 22 ninhos e estou muito velho, já encomendei até minha bengala kkkkkk então parem tudo e cantem parabéns para mim, garanto que vou escutar cada um cantando parabéns. As felicitações dos meus familiares hoje se resumiu a isso:
Vovó: parabéns meu filho – me abraçando – que Deus lhe abençoe, que você crie juízo, deixe de ser abestalhado e seja um rapaz mais ajuizado porque você não tem nenhum juízo, só cresce no tamanho.
Eu: brigado vó, quanto a esse negocio de juízo eu vou tentar.
...
Mãe: parabéns meu bebê – me abraçando – meu lindinho esta crescendo, que você alcance todas as suas metas esse ano e que já esta alcançando né, to muito feliz com seu emprego novo, deixa eu ver se cresceu mais um pouco – gente ela pegou no meu pau de surpresa eu fiquei tipo O.o – eita, ta maior, meu menino ta crescendo!
Eu: porra mãe não deveria ter feito isso, aff tarada.
Mãe: vai falar com seu pai lá no quarto, ele quer conversar com você.
Subi as escadas tranquilamente, quando entrei no quarto dos meus pais, meu pai estava no notebook em seu mini escritório.
Eu: queria falar comigo?
Pai: primeiramente feliz aniversário né? – ele se levantou e me abraçou.
Eu: obrigado.
Pai: olhe para o monitor o notebook – quando eu olhei tinha a foto de uma moto, uma bros 160 modelo 2016 – chega no começo do mês que vem e é sua.
Gente! Nessa hora eu quase desmaiei me faltou até ar, eu fiquei um tempo calado até que agradeci, ele disse que já era para estar com a moto, mas a agencia queria passar para ele uma modelo, mas ele exigiu uma modelo, então só chegaria no começo de março, eu quase tive um troço EU VOU GANHAR UMA MOTO PORRA!
...
Quando eu desci as escadas do primeiro andar e fui para o térreo meus irmãos mais velho e mais novo (isso mesmo, eu sou o do meio) me puxaram pelo braço, me levaram para o quarto do meu irmão mais novo, fecharam a porta e caímos na cama.
Irmão 1: parabéns – me abraçando.
Irmão 2: uhuuuuu feliz niver – falou isso se jogando encima da gente.
A gente ficou naquela loucura encima da cama, um por cima do outro, guerra de travesseiro, abraços, cantaram parabéns pra mim, bagunçamos o quarto todo, com os meus irmãos eu tenho muita intimidade, tipo, eles são as únicas pessoas da família que sabem que eu sou gay e tenho sorte por ter eles dois, são os melhores irmãos do mundo, embora a gente brigue muito, o tempo todo a gente briga, mas depois ta tudo junto.
É isso ai pessoal, espero que vocês gostem do capítulo de hoje e qualquer coisa me mandem um email.
Gatinhoo2gatinho02@hotmail.com
P.S. Adorei os comentários do capítulo anterior e fiquei feliz de saber que vocês gostaram de verdade. BJS.
