Kadu - fala bandido. Ta tirando a gente hen!? (falou ele colocando a mão em meu ombro por tras)
Berg - por que diz isso?
Kadu - O Guga disse que voce não ia querer fazer o trabalho conosco, ae resolvemos colocar o Mateus no teu lugar.
Berg - ele disse isso?
Kadu - disse sim.
Meu sangue subiu, dei a volta e retornei pra sala de aula, iria resolver essa historia com o Gustavo de uma vez por todas. Tantos anos de amizade, não é possível que ele tivesse aquela personalidade, e eu nunca havia percebido.
Kadu - vai aonde manin?
Berg - resolver uma parada com um filho de uma puta ali.
Kadu ficou sem entender, e me acompanhou fazendo varias perguntas.
xXXXX
- Cade o Gustavo? (Perguntei chegando à sala).
- Acabou de sair. (respondeu o Mateus).
Berg - tu sabe aonde ele foi?
Mateus - Rapaz brother. sei não óh!
Berg - Valeu.
Disse isso, e saí da sala.
Kadu - Mano, o que ta acontecendo? - Tu ta vermelho.
Berg - É raiva brother.
Kadu - Isso eu já saquei, mas por que essa raiva tamanha? O que o Guga te fez?
Berg - Isso não vem ao caso mano, o que importa é que ele é um traíra, e ta querendo me sacanear.
Kadu - Hey vei. Tu ta muito alterado, eu nunca havia te visto assim.
Berg - eu tenho motivos mano, só não posso te falar, mas eu tenho motivos. Agora me deixa um pouco só, que eu preciso pensar.
Kadu - Não posso te deixar sozinho. Primeiro tenta esfriar a cabeça.
Talvez Kadu tivesse razão. Ele me acompanhou ate o banheiro, eu precisava passar uma água no rosto. Para minha total surpresa eu encontrei onde menos esperava a pessoa que procurava.
Ao ver Guga saindo do box do banheiro, eu não me segurei, e lhe desferi um golpe, certeiro.
Gustavo cambaleou, mas não caiu.
Guga - Qual é a tua mermão? - Ta doido?
Berg - Sou mais teu irmão não, e nem tou doido.
Kadu tentou me segurar, mas eu estava tão revoltado que o empurrei pra longe, e voltei minha atenção ao Gustavo.
Berg - Qual é a tua po? Infantilidade da porra é essa?
Guga - prefiro ser infantil, a ser... ( Gustavo fez uma longa pausa).
...
Berg - a ser o que? - Fala.
Guga - Não me tenta não véi, ou posso contar teu segredo pra geral.
Berg - eu tenho nojo de tu cara. Como eu pude me enganar tanto assim contigo? Merda e voce pra mim não tem diferença.
Kadu - cara o que ta pegando? Vocês nunca se trataram assim.
Guga - fala pra ele Berg, conta porque tu ta tentando me agredir.
Berg - minha vida pessoal não diz respeito a ninguém cara. Eu acredito que nunca desrespeitei ninguém. Nunca fiz acepção por pessoas.
Guga tentou falar alguma coisa, mas eu o cortei.
Berg - lembra de quando voce falou pra mim que estava gamado na Cecilia?
Gustavo não respondeu, mas ele sabia aonde eu queria chegar.
Berg - Eu te dei a maior força, te incentivei... E dai talvez quando eu mais precisei, voce fez e continua fazendo essa putaria toda.
Gustavo continuou calado, ou estava me ignorando, ou não tinha o que falar.
Neste momento alguns amigos ja estavam ao nosso redor. Provavelmente pra caso precisasse apartar uma briga mais quente.
Berg - Eu não quero mais olhar na tua cara, velho. Não quero ter nenhum vinculo contigo. (Acho que uma lagrima escorreu, mas eu fui forte saindo em seguida).
Kadu - Alguém pode me explicar o que ta acontecendo?
Guga - Não ta acontecendo nada Carlos, e voces tão olhando o que? Tem mais nada de importante pra fazer não? (Mesmo tomando distancia, ainda consegui ouvir as vozes do Kadu, e do Gustavo).
Retornei a sala, peguei meu material e me retirei.
xXXX
Mateus - e ai velho. Ta tudo bem?
Berg - Tudo ótimo. (falei ignorando o Mateus, e ultrapassando a porta).
Acelerei a passada, e cheguei ao estacionamento. Montei na minha moto, e tentei encaixar a chave na ignição. Minhas mãos estavam tremulas, e não encaixou de primeira. Na segunda tentativa alguém segurou minha mão, me impedindo de ligar a moto.
-Me solta. (gritei quando percebi que tratava-se de Gustavo).
Gustavo - Calma. Não quero brigar com você não, muito menos te impedir de sair. Mas tu ta muito nervoso, tenta se acalmar primeiro.
Berg - Você não precisa fingir preocupação não. Se eu morresse na estrada, talvez fosse ate bom pra voce. ''Menos um viado na terra'', não seria perfeito!?
Gustavo - Voce que esta colocando palavras na minha boca. Eu não desejo tua morte.
Berg - Mas a partir de hoje, eu morri pra você cara. se você tem tanta vergonha de mim, que foi capaz de inventar mentira pra eu não fazer trabalho junto de ti, pode ter certeza que eu tenho vergonha de voce também.
Montei na minha moto, e dei partida, mesmo nervoso, e alterado, eu consegui chegar a minha casa.
Estacionei a moto na calçada, e fui correndo para o meu quarto. O Beto não estava mais la. Deitei na cama, puxei o cobertor pra perto de mim, e inalei o cheiro do meu brother. Descansei um pouco, mas antes chorei fazendo uma comparação da minha vida passada com minha vida presente, e tentei adivinhar como seria meu futuro. Será que todos virariam as costas para mim, quando soubessem da minha opção?
Com esses pensamentos acabei dormindo, e acordei ja no inicio da noite com a mamãe me chamando para comer alguma coisa. Respondi que iria tomar banho, e descer. Chegando ao banheiro, dei uma olhada rapida no celular, e tinham varias ligações e mensagens no zap. O Beto ja estava sabendo o que havia acontecido, e disse que estava passando la em casa pois tinha uma surpresa pra mim.
Tomei um banho rapido, e desci pra jantar.
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Esta tudo bem filho? (perguntou minha mãe assim que eu sentei à mesa).
Berg - Esta sim mãe. Por que? Ta sabendo de alguma coisa? ( Eu perguntei assustado).
Mãe - Não, não. Por que? Era pra eu estar sabendo?
Berg - Não sei, é que a senhora perguntou se esta tudo bem.
Mãe - só achei estranho. O Bernardo disse que voce dormiu a tarde toda, e nem sequer almoçou.
Berg - estava com dor na cabeça.
Mãe - Foi isso que eu imaginei. Tomou alguma coisa?
Berg - sim. (menti) - Já estou bem melhor. E o papai, e o Bernardo, cade?
Mãe - foram ao shopping, o Bernardo conseguiu convencer seu pai a leva-lo ao cinema.
Berg - que bom, eles têm que se divertir um pouco. Por que a senhora também não foi?
Mãe - Estou com clima não. Estou tão cansada meu filho, e agora que virei sócia na agencia, meu tempo esta se resumindo ao serviço.
Berg - Volta um pouco a fita mãe. Voce virou sócia? É serio isso?
Mãe - sim.
Berg - wooooooooooooooow. (Vibrei. Minha mãe merecia).
Levantei da cadeira, e dei um abraço, seguido de um beijo em sua testa.
Berg - Você merece mãe.
Estávamos comemorando, quando meu celular notificou uma mensagem.
xx
Beto - estou aqui na frente.
Berg - tou indo ae.
xx
Berg - Vou aqui abrir a porta mãe. O Beto esta ae.
Mãe - Hummm, chama ele pra comer um empadão. (falou minha mãe, limpando a boca com um lenço de papel).
Berg - chamo, só não sei se ele gosta.
Mãe - pergunta, oras.
Berg - sim, sim. (falei saindo da cozinha).
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- Entra mo. (falei abrindo a porta).
Beto - da não mo. Temos compromisso.
O Beto estava perfeito. Camisa manga longa justa no corpo, calça esporte fino ,preta, e um sapato social bico fino, brilhando.
Berg - Qual compromisso mo?
Beto - é surpresa.
Berg - ja sabe o que aconteceu hoje neh!?
Beto - sei sim, por isso mesmo vamos dar uma volta pra esquecer um pouco desse mundão de meu Deus. (falou ele sorrindo).
A família do Beto era a maioria do interior mineiro, e eu acredito que ele carregava um pouco da essência deles. Era um cara puro, estilo caipira, mas Playboy ao mesmo tempo. Um pouco complicado de decifrar.
Berg - Eu não tenho clima mo. Desculpa mas não da, eu só quero dormir por uns dois dias seguidos.
Beto - E quem disse que voce não pode dormir? Mas primeiro vamos ao nosso compromisso, depois se voce ainda aguentar andar, quem sabe possa dormir.
Berg - Tomar no cu.
Rimos.
Beto me convenceu a sair. Eu coloquei um roupa um pouco mais apresentada, me despedi de minha mãe, e entramos no carro.
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Beto - Mo, tu pode ir dirigindo, ainda sinto muitas dores.
Beto me arremessou a chave, e eu fui de motora.
Berg - qual o destino comandante?
Beto - Pega a Emanuel pinheiro.
Berg - Emanuel pinheiro? E o que vamos fazer na Emanuel pinheiro?
Beto - porra mo. Tu é muito curioso. Espera chegar la e tu ver.
Berg - Blza.
Beto - Mo, eu sei que e um assunto chato, mas nós precisamos falar sobre o Gustavo.
Berg - Hoje não mo.
Beto - Hoje sim. Eu soube o que aconteceu na faculdade, o Kadu me contou. Tu tem que ignorar essas coisas. O Gustavo vai tentar nos atingir de todas as formas, a gente não pode ficar dando ibope pra ele.
Eu fiquei calado, não concordava com Beto.
Beto - Mesmo com isso acontecendo, lembra que ele é nosso amigo, é nosso parceirão, quando ele cair em si, e ver a burrada que esta cometendo, vai pedir desculpas.
Berg - Ele não é mais meu amigo.
Beto - Claro que é Berg, deixa de ser criança.
Eu dei uma freada brusca no carro.
Berg - Porra cara, o babaca do Gustavo faz merda, e eu que sou criança?
Beto - Mo, calma.
Berg - Eu não quero ficar calmo, eu quero que ele se foda.
Beto - Hey, vem ca.
Beto puxou minha cabeça para próximo do seu peitoral.
Beto - Me desculpa ta? - Não vamos mais falar sobre isso.
Passamos um tempo ali, com Beto tentando me acalmar, e depois continuamos nosso percurso.
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Aqui mo? (Perguntei quando chegamos ao local indicado por Beto).
Beto deu uma ridasa sacana.
Beto - pernoite.
Berg - porra, mas e a faculdade amanha? e o estagio na obra do teus pais?
Beto - Uma coisa de cada vez. Primeiro vamos se acabar de transar. Depois podemos ver as coisas menos importantes.
Eu ri. Precisava daquilo.
Estacionei o carro, e entramos na nossa suite de luxo.
xXXX
Pacotão completo mo. Só não vale dormir. O resto tudo é valido.
Beijei meu macho, e o empurrei na cama.
-Ai. (Beto deu um gemido).
Berg - foi mal mo.
Beto - só uma pontada.
Berg - ainda sente dor?
Beto - Só um pouquinho, mas nada que atrapalhe nossa noite.
Aproveitei que Beto estava deitado na cama, e fui por cima dele, com cuidado para não machuca-lo.
Comecei a dar uns beijos leves, e depois fui aumentando a intensidade do negocio. Dei uma mordida em seus lábios, deixando uma marca vermelha.
Beto - Eu te amo cara.
Berg - Eu também brow.
Não quis nem saber se Beto estava disposto ou ainda em recuperação. Tirei sua camisa, e imprimi meu ritmo, meu corpo estava pegando fogo, e meu pau estava em chamas.
♫♫♫♫♫
O que esse amor tem de tão diferente
Que prende a gente
Ninguém abre mão
E reatamos nossa ex relação?
A gente se dá tão bem
Entre quatro paredes
Que pouco me importa
Do quarto pra fora
Eu e você, sem regra, sem lógica.
♫♫♫♫♫
Continua...