Só gostaria de relembrar que não escrevo 7 histórias, e sim 4. Porém, além dessas 4, tenho 7 sinopses prontas, que devem ser escritas. E que pretendo reduzir essas 4 em uma apenas, para ficar melhor para todos.
Cap.2 de 2
Eu apenas olhei para ele, sem acreditar no que ele tinha dito.
- Mas, só por isso ?
- Sim... Só por isso - ele respondeu. É... Pelo jeito nem todas as pessoas neste mundo eram ruins - e claro... Porquê você parece ser um garoto garoto bem legal - falou, sorrindo.
Caminhamos mais um pouco até a minha casa.
- Então é aqui que você mora ? - perguntou.
- É... Não quer entrar ?
- Não... Vou pegar um táxi ali na esquina e ir para casa. Lembra-se, irei te defender, OK ?
- Ah, tudo bem - entrei em casa - Tchau Eduardo.
- Tchau... - já ia fechar a porta quando de repente ele segurou - espera... Você pode me dar o seu número de telefone ?
- Claro - coloquei o número de telefone no celular dele
- Agora sim. Tchau Gabriel... - e então ele se foi. Ainda o acompanhei com o olhar por mais alguns metros antes de fechar a porta. Estava impressionado, atônito. Um mixto de reações inexplicáveis tomavam conta de mim. Então regressei, para dentro de casa. Porém, pela primeira vez eu estava feliz. Havia sim, alguém que não iria me machucar.
NO DIA SEGUINTE
Estava animado, ao contrário das outras vezes. Pois sabia que naquele dia não seria ruim ir a aula. Enfim tinha alguém que me apoiasse de verdade. Assim que botei os pés fora de casa e tranquei a porta, a surpresa. Lá estava ele, escorado num carro.
- Oi... - falou.
- Oi. Que surpresa... Não esperava você por aqui...
- Ué, já que tenho um amigo e ele mora perto, venho te buscar todos os dias e trazer também.
- Espera... Esse carro é seu ? - era um carro bem bonito.
- Sim...
- Mas você tem idade para dirigir ?
- Tenho... Já estou prestes a fazerJura... Achei que você era mais novo... - ele riu.
- Vamos logo, senão vamos nos atrasar... - e então eu entrei no lado do passageiro no carro. Ele sorriu, e então saímos andando.
NO DIA SEGUINTE
Assim que chegamos na escola, todos nos olharam. Eu estranhei aquela atenção que estavam nos dando. O grupinho de agressores estavam lá, num canto. Todos quietos. O garoto que havia me batido ontem estava com o braço enfaixado.
- Será se ele sofreu alguma coisa ? - perguntei.
- Espero que tenha distendido. Pelo menos assim ele aprende a não bater mais em ninguém - falou.
- Aí, que horror Eduardo.
- Horror ? Eles te batem e você ainda fica com pena ?
- É porquê... Sei lá... Não carrego mágoas dentro de mim. Apesar de tudo - ele apenas me olhava, sem acreditar.
- Você existe mesmo ? - rimos juntos enquanto continuamos andando. Bastou eu virar o corredor para dar de cara com minha amiga.
- Oi - falei, a cumprimentando.
- Você não sabe da nova...
- Qual nova ?
- Tá todo mundo falando que o Eduardo deu uma surra num dos garotos daquele grupo. É verdade ? - e então ele apareceu atrás de mim.
- É verdade. Ele estava ameaçando o Gabriel e eu o defendi - falou. Ela apenas arregalou os olhos.
- Mas... Vocês já se conheciam antes ?
- Não... Mas é que... Eu não vou tolerar que machuquem alguém indefeso - ela me olhava, sem acreditar.
TEMPO DEPOIS
A aula ainda não havia começado. Conversavamos sobre algumas coisas.
- Vê se você gosta dessa música - falei, entregando a ele o celular com o fone de ouvido. E então ele começou a ouvir. E logo sorriu.
- É uma das minhas favoritas...
- Jura
- Juro... - me levantei.
- Vou ao banheiro. Você pode olhar a minha playlist. Quem sabe tem alguma música que você goste e não tenha...
- Tá bom - e então eu parti para o banheiro. Ao contrário dos outros dias estava feliz, e não estava com medo. Porém, bastou eu entrar no banheiro para aquela sensação acabar.
- Olha só quem está aqui...- eu ia apenas passar por eles e entrar no box do banheiro, mas fui segurado.
- Me solta !
- Espera aí, Aida não conversamos - estavam em 4. Afinal, quase nunca eles andavam sozinhos - cadê o seu anjo da guarda ? Te deixou hoje ? Queria ver se ele tem tanta coragem para enfrentar todos nós - de repente a porta foi aberta.
- Não só tenho como ganho de todos vocês - era ele. E então eles me soltaram - vão querer encarar ? - os garotos olharam para mim, e para ele. E então partiram para cima dele. E um mixto de golpes que eu mal conseguia distinguir. Apenas me escondi, e quando vi estavam todos os quatro no chão. Ele exalava raiva - se até agora não houve ninguém para enfrentar vocês, lembrem o que eu estou dizendo. Isso acabou ! E não achem que eu tenho medo do dinheiro de vocês, porquê eu sou tão ou mais rico que vocês - falou, me puxando pelo braço, sem que eu pudesse olhar para trás.
- Você não se machucou ? - perguntei, enquanto andávamos.
- Não...
- Mas como... Você lutou com quatro garotos e nem se arranhou ?
- Sem querer contar vantagem, mas eu luto várias artes marciais. Esses quatro covardes aí não servem nem para me deixar vermelho - apenas ri.
- E como você soube que eles estavam lá ?
- Eu não sabia. Mas o seu celular começou a tocar... - falou, me devolvendo - e então eu fui entregar a você.
- Ah... - sorri - então vai ser sempre assim ? Sempre você vai me proteger ?
- Sempre... - falou, sorrindo.
DIAS DEPOIS
Nos aproximamos bastante. Como ele ia na minha casa todo dia me buscar, passávamos bastante tempo juntos. E eu acabei descobrindo muitas coisas dele.
- Não creio que você é filho dele ? - perguntei, enquanto íamos para a Biblioteca.
- Sim, eu sou - falava, após dizer que seu pai era o dono de uma grande empresa metalúrgica - mas nós não nos damos muito bem. Eu moro sozinho no Centro e... Ele paga uma pensão para que eu fique longe dele.
- Mas porquê isso ?
- Ah... Por causa de umas coisas que aconteceram... Não cabe eu dizer isso agora.
- Ah, claro - julguei ser algo que ele não queria falar. Entramos na Biblioteca juntos. Vinhamos ali para emprestar um livro que a professora havia pedido - você lembra o nome ?
- Lembro... - começamos a procurar separadamente. Não demorou muito e eu vi o livro lá no alto da prateleira. Peguei a escada, subi, peguei o livro, e na hora de voltar, meu pé escorregou. Resultado... Não cai. Fui segurado. Não acreditei. Mas ele surgiu do nada e me segurou com aqueles braços fortes - Tenha mais cuidado Gabriel - falou, me colocando no chão novamente. Corei, estava nervoso.
- Encontrei o livro... - falei, me recompondo.
- Então vamos... - falou, andando. Eu não entendi. Mas fiquei ultra nervoso com aquilo.
DIAS DEPOIS
Estávamos saindo da escola juntos. A nossa amizade estava cada vez mais forte.
- Já vou pessoal, meu pai está aí - minha amiga dizia.
- Tchau - falávamos juntos. E então continuei o que fazia no celular - não quer visitar a minha casa hoje ?
- Eu ? Mas eu não quero incomodar - dizia, arrumando as minhas coisas.
- Não vai ser incômodo. Eu sou um bom cozinheiro, sabia ? Posso cozinhar e eu tenho vídeo games, com um monte de jogos e filmes também...
MINUTOS DEPOIS
E teve como eu dizer não ? Quando vi já estava entrando na sala dele, todo acanhado.
- Que apartamento bonito ! - dizia, vendo toda a decoração.
- Obrigado. Eu que decorei - falou, sorrindo - não fique assim, venha - falou, me puxando pelo braço. Logo ele fez eu me sentar no sofá - que bom que gostou da minha casa. Quer alguma coisa ?
- Não, estou bem...
- Ah, que bom... Fique à vontade. Os controles estão aqui. Vou fazer o jantar.
- Espera. O que você vai fazer ?
- Gosta de Peixe ?
- Gosto.
- Então está resolvido. Farei peixe... - falou, me deixando sozinho na sala. Estava incrivelmente acanhado ali. Era um grande apartamento para uma pessoa apenas. E a sua imponência me deixou com vergonha. Fora que... Para onde eu olhasse, me lembrava dele.
MINUTOS MAIS TARDE
- Está pronto - gritou ele da cozinha, fazendo eu me levantar. Fui caminhando lentamente em direção a sala de jantar - venha Gabriel, vamos comer... - falou, terminando de colocar as coisas na mesa. Me sentei, começamos a comer - você bebe ?
- Bem pouco...
- Bebe vinho ?
- Sim... - ele sorriu.
- Então pronto - se ausentou por mais alguns segundos e trouxe uma garrafa de vinho e duas taças. Começou a servir - está gostoso ?
- Sim... Está... - começamos a beber. E uma coisa eu percebi. Ele me olhava de minuto a minuto.
HORAS DEPOIS
Continuamos a comer, e sem que eu percebesse ele acabou bebendo demais.
- Todos sempre me odiaram - dizia ele, bebendo mais pouco.
- Porquê ?
- Ah... Porquê eu sempre estudei, sempre fui o melhor, sempre fui diferente. Nunca ninguém gostou de mim. Sempre tentavam me atingir. Então eu... Aprendi a lutar... E a me defender... E a defender todos aqueles que precisam de defesa... Todos aqueles que eu gosto - arregalei os olhos ao ouvir aquilo.
- Você bebeu demais Eduardo...
- Não bebi não... - falava, tentando se levantar. Mas bêbado do jeito que tava ele mal conseguia se manter de pé. Corri para ajuda-lo.
- EI, calma ! Como foi que eu deixei você beber assim...
- Mas eu nem bebi. Umas duas, três taças de vinho não embebedam ninguém - falou, deixando o copo cair .
- Imagine se não tivesse bebido. Vem, vai ter que tomar um banho gelado agora...
MINUTOS DEPOIS
Com muita luta, o arrastei para o banheiro.
- Você tá aqui, como eu posso tomar banho ?
- Depois eu saio e você troca de roupa. Anda, entra aí de baixo dessa água... - falei, praticamente o empurrando para debaixo da água - pelo menos você é um bêbado calmo - falei, fazendo ele rir. Se jogou no chão, e lá ficou, levando água na cabeça. Ele estava vestido de branco e aquela água caindo na roupa dele marcou todo o corpo dele. Não foi por mal. Mas eu não consegui não olhar. Acabei olhando de cima a baixo aquele corpo malhado. Até que sem eu reparar ele falou novamente.
- O que você tá olhando ?
- Ah... Eu... Nada... Eu... - de repente então ele me puxou para debaixo do chuveiro - EDUARDO ! SEU LOUCO ! EU VOU ME MOLHAR...
- Me diz, de verdade... O que você tava olhando ? - perguntou, com o rosto grudado no meu. Meu coração acelerou, meu rosto corou. De repente a minha voz sumiu.
- Nada, já di... - ele não deixou eu terminar. Pois me roubou um selinho. Imediatamente eu arregalei os olhos. Olhei para ele, sem acreditar. Me soltei dele é sai do box, com o coração na mão.
MINUTOS DEPOIS
Sim, ele havia me roubado um beijo. Eu tremia, sem acreditar, com o coração na mão, do lado de fora do quarto.
- Você pode pegar uma toalha naquele quarto ali - falou, apontando para mim, na porta do banheiro, sem camisa. Caminhei até a porta, peguei duas toalhas e entreguei uma a ele. Com a outra, me enxuguei. Estava mais do que tímido. Ele tinha me beijado. Saiu ainda meio cambaleante do banheiro, apenas de toalha, porém melhor. Foi até o closet, demorou alguns segundos e então voltou, já vestido e com uma muda de roupa na mão - veste isso aqui e... Passa a noite aqui. Já está tarde...
- Tá bom... - falei, entrando novamente no banheiro. Enquanto me trocava, não conseguia, de forma alguma esquecer o que tinha acontecido. O corpo dele, a textura dos lábios, estavam impregnados na minha mente.
MINUTOS MAIS TARDE
Sai do quarto já vestido e ele já estava deitado na cama.
- Amanhã você vai estar com uma enorme dor de cabeça.
- É... Eu sei... - ele abriu os olhos, olhou para mim,vestido nas roupas dele. Avisei minha mãe que não dormiria em casa - me desculpa por ter bebido demais tá ? Não queria ter te dado trabalho.
- Não tem problema. Podia ser eu... - falei, me aproximando - acho melhor eu ir dormir no sofá, não é ? - assim que eu falei isso, ele me segurou.
- Não... Durma aqui ! - falou, me puxando. Nem teve como eu recusar, ele não me soltou mais e eu acabei ficando de vez ali - Boa noite Gabriel.
- Boa noite Eduardo - e pela primeira vez dormi perto dele...
TEMPO DEPOIS
A partir de então aquilo ficou mais comum. Não a parte da bebedeira ou do selinho, mas a parte de eu visita-lo. Só notei isso quando vi que já tinham muitas roupas minhas no armário dele.
"- Deixei alguma roupa por aqui na última vez ? - perguntei, entrando no closet.
- Sim. Coloquei suas roupas aí no canto.
- OK - fui olhar e já tinham várias camisas e shorts meus por ali - eu tenho vindo muito a sua casa - ele riu.
- Porque diz isso ?
- Ora. Você já viu a quantidade de roupas minhas que estão no seu guarda roupa ? - ele riu mais uma vez..."
Já estava prestes a completar meus 18 anos, e queria tirar a carteira assim que completasse os 18. Então pedi ajuda dele.
- Eduardo ?
- O que foi ?
- Você pode me ensinar a dirigir ?
- OK... - e então ele mudou o caminho do carro - vou te levar a uma área mais vazia, aonde você pode treinar direitinho.
- OK...
MINUTOS DEPOIS
- Calma, seja menos bruto com o carro - falava ele, rindo das barbeiragens que eu dava.
- Não ri de mim, eu ainda não sei dirigir como você.
- Deve manter o caminho, OK ? Não ficar mexendo o volante de um lado pro outro. E acelerar devagar, senão o carro arranca sem pena - dizia, enquanto andávamos na rua.
- Parece não ser assim tão difícil.
- Não é difícil. É uma questão de prática. E para praticar, quero que você vá até o final da rua dirigindo. O sol já vai se por, e lá tem uma vista bem legal.
- OK...
MINUTOS MAIS TARDE
Dirigi até o fim da rua, e ela dava para um desfiladeiro, de onde podia se ver boa parte da cidade e o por do sol. A polícia ficava ali, então não era perigoso.
- Você vem sempre aqui ? - perguntei.
- Quase sempre. Antes eu vinha mais, porém as aulas começaram então eu diminui o ritmo.
- Entendo. E... Você gosta daqui ?
- Gosto... Me dá paz... - Dizia, com a luz do sol forte a nossa frente - porém, não foi para isso que eu quis que você viesse aqui comigo.
- Ah não...
- Não... Queria te dar... Um presente - falou, tirando do bolso uma caixinha. Quando eu abri, vi um cordão com um pingente em forma de coração, com o G e o E juntos...
- Que bonitinho... - falei, olhando o colar.
- Posso colocar em você ?
- Po...Pode - então eu notei aquelas duas letras ali... E ele colocou. Porém pela frente. Nossos rostos colaram, igual ao banheiro. E eu tive que desviar meu olhar de tanto nervosismo - mas, Eduardo... Porquê essas letras no pingente ? - e então ele se afastou de mim.
- São as iniciais dos nossos nomes...
- Mas porquê você juntou os nossos nomes ?
- É uma forma de dizer... - meu coração foi na boca aquele momento.
- Dizer o que ?
- Que... Eu me apaixonei por você... Que... Eu te protejo desde o início porque me interesso muito por você... Que eu amo seu cheiro, seu corpo, sua voz, você... - imediatamente meu corpo travou. Eu não sabia o que dizer, o que falar, o que pensar... - não vai dizer nada Gabriel ?
- Eu... Eu... - minha mente tinha embaraçado. Eu só conseguia olhar para ele. Não conseguia dizer mais nada.
- Faz o seguinte. Se você gostou do que ouviu, entrelaça a sua mão com a minha - falou, colocando a mão dele sobre a minha perna - se não, cruza os braços... - durante alguns segundos eu respirei fundo, tentando me recompor. Pensei. E no brilho da luz do sol, tomei minha decisão. Lentamente caminhei com a minha mão a minha perna, e num momento descomunal entrelaçei nossas mãos. Ele sorriu e então me deu um forte abraço - eu sabia... Eu tinha certeza que o meu sentimento não era em vão... - de início fiquei acanhado, mas o toque naquele corpo que a tanto tempo eu desejava e aquele cheiro gostoso me fizeram abraçar fortemente ele - eu quero te beijar...
- Vá em frente... - praticamente sussurrei as palavras. E então lentamente ele se soltou de mim. Me olhou nos olhos. Pegou no meu rosto. Eu não conseguia esboçar reação. Estava atônito, nervoso... Mas todo aquele nervosismo passou, quando ele grudou os lábios com os meus. E nós nos beijamos. Parecia que o meu corpo todo ardeu de Felicidade. Eu estava esperando tanto por aquilo. Enfim eu era feliz de verdade.
FIM
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