ENTRE PRIMOS - PARTE FINAL

Um conto erótico de Lord D.
Categoria: Homossexual
Contém 4365 palavras
Data: 29/03/2016 02:08:23
Última revisão: 29/03/2016 23:41:12

15. AMOR DE PRIMO É PARA SEMPRE.

- E então?

- Não consigo falar com Giuliano, desde que saí do sítio – eu respondi para meu pai.

- Bom, parece preocupante, Benjamim. Quero dizer, depois de uma semana distantes, ele não te ligar e nem mesmo não te atender.

- Não é que ele não me atenda, a chamada vai direto para a caixa- postal – eu argumentei junto ao meu pai. – Não quero encarar isso como um sinal negativo, apenas tento pensar que ele quer um tempo para o luto, e quer me dar um tempo para resolver tudo com tranquilidade.

- Hum... – meu pai me olhou desconfiado, enquanto levava uma porção de torta de banana à boca. – Talvez não haja mesmo motivos para se preocupar, afinal, depois de tudo que vocês passaram nos últimos tempos, não posso imaginar desfecho que contrarie o sentimento dos dois.

- Precisava ouvir isso do senhor, papai – eu disse apertando a mão dele por cima da mesa do restaurante, no qual almoçávamos.

- E você pretende voltar para o sítio antes do réveillon? – Seu Roberto me perguntou.

- Voltarei amanhã, na véspera de Ano Novo – respondi com uma calma aparente. – O meu desligamento do escritório é fato consumado, e a venda dos dois apartamentos que vovó Diana me deixou de herança, já está com as negociações praticamente fechadas.

- Sei que a minha mãe ficaria muito feliz, em ver que a herança que deixou para você, vai ajuda-lo nessa nova vida que irá começar com Giuliano. – meu pai me encorajou.

- Eu sei... – respondi cabisbaixo.

- O que foi, Benjamim? Por que ficou tão triste assim?

- Lembrei da vovó Elisa, papai – respondi sem olhar para ele. – Só agora me dei conta que não tenho mais nenhuma das minhas avós.

- Bom, é melhor pensar que você foi um neto muito amado.

- O senhor sempre dizer as palavras mais apropriadas, né meu velho? – apertei novamente suas mãos por cima da mesa.

- Mas nenhuma de minhas palavras serviram para me dar coragem tão cedo, quanto a que você teve para enfrentar a sua mãe, em nome de sua felicidade. – ele contra-argumentou. – Gastei um grande pedaço da minha vida alimentando um casamento, que já havia sido sepultado há tanto tempo. Demorei demais para dar um basta naquela situação. Apesar de estar separado da sua mãe por alguns dias, apenas, o que sinto não é felicidade, mas sim alívio. E falando nela, como foi sua conversa como dona Laura?

- Muito diferente do que supus, pois achei que haveria muita gritaria, xingamentos, objetos lançados em minha direção, mas... – fechei os olhos, lembrando de cada detalhe da conversa que tive com minha mãe.

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Só a procurei dois dias depois da minha vinda do sítio, pois queria estar pronto para dizer adeus, sem que houvesse qualquer tentativa de me fazer mudar de ideia, por isso tratei primeiro do meu desligamento do escritório, abrindo mão totalmente da minha participação na sociedade.

Com tudo pronto, resolvi então que era chegada a hora de decidir, pelo menos temporariamente, qual seria o futuro da minha relação com dona Laura. Tentei falar, neste meio tempo com Giuliano, porém sem sucesso.

Quando fui vê-la em nossa casa, encontrei um ambiente de penumbra, adequado ao profundo silêncio que se alastrava por cada cômodo. Por alguns instantes, fiquei parado na sala de estar, tentando ouvir qualquer ruído que indicasse a presença de alguém ali. Não consegui ouvir nenhum barulho interno, então aproveitei para arrumar todas as minhas coisas, seria melhor já estar de malas prontas, do que prepará-las depois de nossa conversa estrondosa, que eu imaginava que seria. Foi o que eu fiz; enchi três malas grandes, apenas com aquilo que julgava essencial, muitas trivialidades ficaram para trás, as quais eu não voltaria para pegar.

De malas prontas, desci primeiro com duas, levando-as para o meu carro, e depois voltei para pegar a terceira. Na descida, de volta para a sala de estar, me deparei com uma figura petrificada, postada no meio da sala, me encarando de nariz em riste, um cavalo indomável, segurando um copo de uísque na mão direita.

- Se espremendo pelas paredes, sorrateiro, se escondendo na escuridão como um gatuno – dona Laura me disse. – Seu olhar havia se renovado da arrogância de antes, já não era mais aquela mulher derrotada, que eu encarar no sítio de vovó Elisa, nos nossos últimos confrontos.

- Vim com a intenção de conversar com a senhora – falei, voltando a descer as escadas, me aproximando dela.

- Conversar?! Conversar sobre o quê? Que finalmente seu pai pode ser feliz longe da megera que sou eu? Ou sobre o seu desligamento do escritório? Não, quem sabe você veio me pedir que eu ajude na decoração do seu casamento com o.... – ela bebeu um gole de seu uísque, evitando pronunciar o nome do meu primo, como se isso lhe custasse muito.

- Eu realmente não vim aqui para travar uma batalha sem o menor sentido – disse, soltando a bolsa e cruzando os braços. – Tenho sim minha parcela de culpa na forma como as coisas aconteceram. Não nego que minha responsabilidade é tão grande quanto a sua, talvez até maior, se considerar que foi como minha conivência que chegamos a esse ponto. Não devia ter permitido que você conduzisse a minha vida, como seu eu fosse um caso jurídico lucrativo para o escritório. Sempre soube que eu era gay, e você também. Mas todos os seus esforços foram para que eu recusasse a minha sexualidade, ainda que isso resultasse numa vida infeliz e cheia de traições. E nem adianta argumentar que o casamento com a Tatiana só seria de faixada, pois eu vou rebater dizendo, que diferente de você, eu desisti das máscaras de hipocrisia. Lamento por seu amor por mim ser totalmente condicional, mas eu vou ficar com o Giuliano, nem que isso signifique que tenhamos que romper para sempre.

Ela ouviu cada palavra com detida atenção, contudo, impassível, sempre dando breves goles na bebida, semelhante a como fazia, quando tinha que ouvir uma conversa desinteressante de um cliente do escritório.

- Não há nada que queira me dizer? – indaguei, pondo a mão no puxador da mala.

Mamãe bebeu o restante do uísque em um único gole, pôs o copo sobre uma mesinha com flores que estava à sua esquerda e virou as costas para mim, dizendo depois de um breve silêncio.

- Saia por aquela porta, e esqueça tudo o que você está deixando aqui dentro – sua voz tinha um quase imperceptível fundo de tristeza. – Quando perguntarem pela sua mãe, diga que morreu quando era criança, e que nem chegou a conhecê-la. Seu pai, um cara bacana e de mente muito aberta para as transformações do mundo, o criou com todo amor.

- Por quê tem que ser assim? – as lágrimas desciam pelo meu rosto.

- Porque quando me perguntarem se tenho filhos, direi que tive apenas um, mas ele morreu assim que nasceu – ela continuava de costas. – Meu marido não suportou a perda e me abandonou.

- Jamais farei isso! – disse com um pouco de exaltação. – Eu vou embora sim, mas ainda tenho esperança de que um dia a senhora perceberá o seu erro.

- Não gaste suas expectativas com algo impossível – ela respondeu. – Esta conversa termina aqui. Saia.

- Mãe...

- SAIA! – ela se virou para mim abruptamente, apontando para porta. Seu rosto também estava molhado por lágrimas.

Peguei minha bolsa e fiz o que ela me pedia; deixei minha antiga casa com o sabor amargo do pior desfecho que nossa relação poderia ter. Creio, que o rompimento materno é o mais doloroso de todos, talvez pelo intenso vínculo entre mãe e filho cultivado desde a gestação; pelas canções de dormir, bem guardadas no subconsciente; a amamentação, o carinho e, principalmente, o amor acima de qualquer coisa, pelo menos é o que deveria ser.

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Meu pai ouviu todo o relato, reflexivo, porém não emitiu nem um juízo de valor, em vez disso, garantiu que enfrentaria o que fosse para que eu e Giuliano pudéssemos ficar juntos.

- Não houve conversa entre mim e sua mãe, pois ela se recusou a tratar o divórcio de forma direta, exigindo a intermediação de advogados – meu pai resumiu. – Também me desliguei do escritório, como já deve ter imaginado que eu o faria.

- E seus planos? – perguntei.

- Pretendo voltar a dar aulas no curso de Direito, que foi o que eu sempre gostei de fazer – ele respondeu com muita satisfação.

- Torço muito para que tudo saia de acordo com seu desejo, pois o senhor merece muito que as coisas deem certo, ao menos dessa vez.

- Falando assim, parece até que transpareço que sou arrependido de ter me casado com sua mãe, o que não é verdade. Tivemos nosso momento de glória, e o seu nascimento foi o clímax de nossos anos dourados. O que sempre pesa é continuar uma história depois do seu fim.

- Ou terminá-la antes dele – completei.

- Também é verdade – papai concordou. – Então ouça o meu conselho: se está decidido a voltar para o sítio amanhã, volte! Mas sem planos de deixá-lo novamente. Não fique preocupado com coisa alguma que ficou para trás. Irei vê-los, assim que as coisas estiverem melhores.

- Farei isso sim papai! – rimos um para o outro, e só assim, mais aliviado, pude comer meu primeiro prato de sobremesa, enquanto o meu pai já devorava o terceiro.

Depois daquele almoço de despedida, voltei para o hotel em que eu estava hospedado, desde que viera do sítio. Resolvi não ligar mais para Giuliano, ignorando o fato de que dessa vez ele poderia me atender. Percebi que a resposta que ele queria de mim era o meu retorno definitivo, em vez de uma simples ligação. Estávamos há muito tempo parados naquela encruzilhada, medindo e pesando riscos e danos. Uma meditação que para mim, definitivamente, merecia um término urgente. Nunca havia me sentindo tão resoluto sobre algo, do que retornar para os braços do meu primo e ser feliz até que o último grão de areia de nosso tempo de vida escorresse.

Um amor assim só acontecesse uma vez na vida, quando acontece. Somente os tolos talvez não percebam algo tão escancarado diante dos seus olhos. Eu fui um tolo durante tanto tempo, e só agora me dou conta de que Giuliano sempre preencheu cada canto dos meus pensamentos, e que tudo que eu fazia era condicionado ao meu amor por ele, de forma torta às vezes, era verdade, mas só por meio de Giuliano conseguia enxergar a minha alma, por mais que a negasse e a reprimisse. Mas um amor tão antigo assim, um amor de primos não acaba tão fácil, ainda mais quando o que as palavras dizem, traem o que o coração sente.

Nas primeiras horas do raiar do sol, eu já estava na estrada, rumo ao sítio, rumo a ele. A ansiedade era incontrolável, me entorpecia, enfraquecendo, por breves instantes os meus sentidos, fazendo minhas mãos, comprimidas contra o volante, estremecerem de emoção.

Percorri cada quilômetro com a obstinação de um atleta frente a uma iminente vitória, a diferença é que a minha corrida envolvia muito mais perdas ou ganhos, o que me deixava bastante nervoso. Frente ao medo de não encontrar um Giuliano receptivo ao meu amor, eu começava a me culpar por ter deixado o sítio, mesmo considerando que eu não podia simplesmente ignorar a vida que eu havia deixado para trás, antes de ter atendido ao convite da minha falecida vovó Elisa. Agora, porém, a hora já estava bem adiantada para que eu permitisse que os fantasmas das suposições me amedrontassem. Por anos primei pelo temor das coisas darem errado, privando-me de arriscar escolhas, assumindo os riscos consequentes da autodeterminação. Já não havia mais desculpas; minha mãe, minha noiva ou os dilemas da minha sexualidade.

Quando cheguei à estrada de terra serpenteante, que levava para o sítio de vovó Elisa, eram quase quatro horas da tarde. O sol estava empalidecido e algumas nuvens carregadas se formavam no céu, intencionando uma não demorada pancada de chuva. Segui com certa rapidez pelo caminho, lembrando-me das vezes que fiz aquele trajeto com os meus pais, quando ia passar as férias com meu primo Giuliano, e de como a minha ansiedade ficava maior a cada vez que me aproximava do sítio, em mais um retorno. Podia ver o meu primo, só de calção, sentado no alto da porteira, balançando as pernas com impaciência, como se cada movimento contabilizasse um interminável segundo. E quando o nosso carro apontava na curva, ele esticava o pescoço, tentando me localizar no banco do carro, e assim que eu colocava a cabeça para fora da janela, um sorriso alvorecido tomava conta de seu rosto bronzeado, e Giuliano saltava da porteira, e ia correndo ao meu encontro.

À medida que eu fazia a última curva, antes de avistar a entrada do sítio, as nuvens despencaram em uma chuva grossa e rápida, mas ainda na presença do sol – lembro que vovó Elisa sempre nos contava que quando chovia à luz do sol, significava que uma raposa estava casando; eu e Giuliano saíamos explorando a mata a procura desse casamento tão secreto. – Meus olhos se arregalaram ao avistar meu primo, apenas de calça de jeans, sentando no alto da porteira do sítio, balançando as pernas impacientemente, como se cada movimento correspondesse a um segundo, interminável, contado.

Parei o carro, distando uns vinte metros dele e fiquei observando-o, tomado por um efeito hipnótico. Aqueles mesmos sentimentos que tinham durante o nosso amor adolescente, na mesma textura e cor, despertavam no meu coração, e serei incapaz de descrever o que só o espírito entenderia.

Giuliano esticou o pescoço e perscrutou o carro, tentando enxergar através do vidro embaçado pela chuva e pelo o movimento dos para-brisas. Desci do carro um pouco hesitante, e pude ver um assomo de espanto indefinido, redesenhar o cenho do meu primo. A chuva caía volumosa, me deixando rapidamente encharcado, mas parecia que o tempo e o espaço haviam sumidos, e toda a vida que existia ali estava concentrada nos nossos olhares.

Ele saltou da porteira e eu corri em sua direção, lançando-me em seu pescoço. Os braços fortes e desnudos de Giuliano, acolheram-me junto ao seu peito, enquanto uma de suas mãos me acariciava dos cabelos à nuca. Nos abraçamos cheios de saudades e esperanças, de que a nossa história teria um rumo definitivo e feliz dali para frente.

- Estou aqui meu amor, e é aqui que estarei sempre – disse para ele, segurando seu rosto bem próximo do meu.

- Esperava você, mas tinha medo que desistisse do nosso amor – Giuliano sussurrou, contornando os meus lábios com o seu polegar.

- Sinto muito por fazê-lo esperar tanto, mas agora estou pronto para te amar como você merece.

Giuliano me ergueu alguns centímetros do chão, e enquanto nossos lábios, magnetizados, selaram aquele momento com um beijo profundo de movimentos longos, porém intensos. A água da chuva só tornava o beijo mais suculento.

De lento e profundo, nosso o beijo passou a ser voraz, urgente e necessário.

- Meu pequeno Benjamim – Giuliano sussurrou no meu ouvido, mordendo o lóbulo da minha orelha. Apertei sua bunda dura e empinada, coisa que ele já fazia com a minha, desde que nos abraçámos.

- Vamos entrar! – eu o puxei, e corremos para dentro de casa.

Ainda na sala, ele arrancou a minha camisa indo em seguida com sua boca até o meu peitoral. Primeiro ele deslizou sua língua lentamente por toda extensão dos meus peitos, me fazendo gemer muito, já totalmente incendiado pelo desejo. Depois sua boca se ocupou de chupar os meus mamilos com força, mas sem deixar os dentes me machucarem.

- Isso delícia! – eu prendia os seus cabelos. Giuliano olhou para mim, deu um sorrisinho sacana e me empurrou sobre o sofá que estava atrás de nós.

Mal a minha bunda sentou no estofado, ele veio para cima de mim e desabotoou a minha calça, puxando-a de uma vez só até os joelhos, junto com a cueca, ambas molhadas de água e meladas de líquido pré-gozo. Ele agarrou, possessivamente, o meu pau pelo meio, me fazendo ter um choque, e expelir um pouco mais de líquido. Contorci-me imediatamente, e, sem esperar, meu primo engoliu metade do meu pau de uma vez só. Quase pulo no teto, mas em vez disso, abri as minhas pernas ao máximo que a calça, presa nos joelhos, me permitiam, e lancei-me no encosto do sofá, deixando meu primão ordenhar meu menino a vontade.

- Ah, isso mesmo safado, engole tudo! – eu segurava firme sua cabeça, forçando-a levemente para baixo.

- Quero saborear seu leitinho, Benzinho – Giuliano disse durante um brevíssimo intervalo que esteve sem meu pau em sua boca.

Com toda aquela sucção feita por aquele macho gostoso, não tive como segurar meu gozo por muito tempo, inundando a boca sedenta do meu primo. Era tanto prazer que chegava até a doer, além do mais, o corpo concentrava toda a sua adrenalina em um único ponto.

Um pouco do esperma, que meu primo não conseguiu conter na boca, escorreu pela base do meu pau indo para o meu saco, mas Giuliano logo tratou de lamber o líquido fujão, aproveitando para estender sua exploração até o meu cuzinho. Meu primo suspendeu as minhas pernas, terminando de tirar a minha calça e a atirando em qualquer lugar. Logo a língua de Giuliano forçava entrada do meu cu, me dando um beijo grego permeado de tesão.

- Assim você vai me matar! – eu falei com a voz entrecortada.

- De forma alguma – ele se levantou, me fazendo ficar de pé também. – Quero você bem vivinho para o que vem em seguida.

Fui virado de costas com certa brutalidade e empurrado para sofá, caindo de joelhos, pronto para ser arrebentado pelo meu touro furioso. Giuliano se despiu completamente também, e vasculhou no bolso de sua calça um preservativo, guardado na carteira empapada pela chuva. Encapou o seu pau com uma destreza profissional e começou a pincelar o meu cu, já lubrificado por suas caprichadas lambidas bem salivada.

- Eu sou seu homem e agora vou te comer do jeito que você merece – Giuliano me disse com uma voz rouca, me dando um tapa forte na bunda, que só me fez querer que ele me preenchesse sem demora.

Giuliano foi empurrando a cabeça do seu pau com cuidado, mas não tão lento. Sentia sua tora de carne veiúda abrir passagem com obstinação. Era como se ele me dividisse ao meio, mas a dor não era maior do que o prazer e muito menos do que o amor, que prevalecia naquele momento, não sendo afetado pela animalidade do nosso sexo.

Meu primo montou sobre mim, fazendo do meu queixo, que ele puxava para trás, sua rédea. Giuliano erguia seu quadril um pouco e voltava a sentar sobre mim, o suficiente para tirar o pau até o início da cabeça e depois afundá-lo dentro de mim até o saco. Meus gemidos eram cortados rapidamente pela respiração apressada, que os movimentos me faziam ter. Giuliano praticamente cavalgava sobre mim, socando com muita força, enquanto eu rebolava contra o seu pau. O cheiro do suor, do sexo, os gemidos guturais, a soma de tudo nos envolveu em uma onda de prazer, apressando o gozo de Giuliano.

- Ah...isso mesmo! Assim, assim, assim, ah.... – meu primo balbuciou antes de dar uma última estocada. Seu corpo tremeu e ele desmontou sobre o sofá, me puxando para os seus braços.

Ficamos os dois completamente suados, muito ofegantes, rindo e chorando feito bobos. Tudo era bom demais, e o melhor, era verdade. Não tinha medo de acordar daquele sonho, pois eu sabia que o homem da minha vida estaria ali ao me lado.

Depois de nosso sangue se acalmar, fomos para o quarto e tomamos banho junto na banheira de Giuliano. A chuva lá fora só aumentava, melhorando ainda mais o clima de romance da casa.

- Lembra quando eu torci o seu braço sem querer, e a vovó Elisa me mandou te ajudar a tomar banho? – Giuliano perguntou, enquanto massageava o shampoo no meu cabelo, sem pressa e com muito carinho.

- Claro que eu lembro, seu tarado! Você ficava passando a mão ensaboada na minha bunda por um tempo desnecessário.

- É que naquela época você já era um magrinho bundudo delicioso.

- E você um pervertido – eu bati no seu ombro, me fazendo de vítima.

- Confessa que adorava quando eu fazia isso – meu primo disse, enquanto cheirava o meu pescoço.

- Lógico! Ou você não percebia que eu reclamava, mas nunca te proibia de me tocar?

Ele riu, me beijando suavemente. Ficamos namorando na banheira sem pressa e dando atenção para cada pedacinho do corpo um do outro, pois passado o torpor do desejo acumulado de muitos anos, a tranquilidade do amor sereno era o que nos enlaçava agora.

- Feliz Ano Novo, meu amor – eu desejei para o meu primo.

- Feliz vida nova! – ele respondeu.

Após o banho fomos direto para cama, nos entregando rapidamente ao sono dos amantes e à calidez da vontade de estarmos juntos. A noite se tornou apenas um borrão sem forma.

Lentamente meus olhos foram se abrindo, acostumando-se com a luminosidade do ambiente. O dia já havia amanhecido e Giuliano não estava mais ao meu lado, no entanto, ainda sentia seu cheiro, marcando o lado que ele dormira na cama. Pus apenas uma cueca, pois eu estava pelado, e desci a procura do meu homem. Fui conduzido pelo cheiro do café da manhã que vinha da cozinha.

- ...foi por isso que achei que você não voltaria – ouvi a voz de Giuliano vindo do lado de fora da casa. Segui na mesma direção, deparando-me com ele coberto por um roupão, conversando com o Sandrinho, a figura patética que tive o desprazer de conhecer nos primeiros dias da minha estadia no sítio.

- Bom dia meu amor – fui logo pulando nos braços de Giuliano e lhe tascando um beijo sem pressa de acabar, ignorando a criatura que nos assistia.

- Oi, Zezinho, quanto tempo! – o cumprimentei do alto da minha falsidade. – Você sumiu, hein?

- É Sandrinho! – ele me corrigiu com irritação, vendo que tudo entre mim e Giuliano corria às mil maravilhas.

- Sandrinho estava me dizendo que... – interrompi Giuliano com mais um beijo.

- Deve ser uma história muito interessante, mas estou morrendo de fome, amor – me fiz de dengoso. – Vamos logo tomar café.

- Ah, é uma boa ideia, pois cheguei de viagem agora e ainda não pus nada na boca. – Sandrinho disse, lançando um olhar de desafio para mim.

- Desculpa, Serginho, mas estamos em lua-de-mel, então seria muita grosseria da nossa parte ficarmos fingindo interesse nas suas aventuras, enquanto que no fundo desejaríamos que você fosse embora logo, para podermos namorar com tranquilidade. – disse com toda sensibilidade. – Quem sabe nas bodas de ouro?

Puxei Giuliano pelo braço para dentro de casa, fechando a porta logo em seguida na cara do tal Sandrinho.

- Seu danadinho ciumento, não precisava ser tão cruel – Giuliano tentava disfarçar o riso.

- Só estou marcando o meu território – disse por fim, o beijando mais e mais. – Agora vamos comer, fui sincero quanto a estar sentindo fome.

Assim que tomamos nosso café, nos vestimos e fomos visitar um lugar muito especial, localizado dentro das imediações do sítio. Depois do lago, num pequeno vale de capim dourado, estava o túmulo de vovó Elisa. Eu e meu primo trocamos as flores, e rezamos individualmente.

- A senhora tanto fez que conseguiu, não é dona Elisa? – Giuliano falava com lágrimas nos olhos. – E estamos os dois aqui, juntos, unidos pelo seu amor também.

- Vovó Elisa sempre será o terceiro fio do nosso tríplice cordão, Giuliano – eu disse abraçando-o de lado.

Ele me deu um sorrisinho maroto, se afastando por alguns metros. Meu primo retirou dois fios do capim dourado, de uma moita a qual se aproximara, os enrolou com uma tremenda habilidade artesã, dando-lhes a forma de duas alianças.

- Benjamim, o homem da minha vida, você quer se casar comigo?

- É o que mais quero, Giuliano, o homem da minha vida – o beijei, antes de trocarmos as alianças de capim dourado.

De onde quer que ela estivesse, vovó Elisa estava testemunhando aquele momento, que sabíamos ser uma das grandes vontades dela. Certamente estava tão feliz como seus netos.

Um mês após o pedido de Giuliano, nos casamos em uma cerimônia bem simples, tendo como padrinho Fernando, que foi tão importante nos momentos mais difíceis de nossa jornada. Papai veio para o casamento com sua namorada, que também era professora universitária e uma mulher muito bacana.

Rosa acabou tomando para si o cargo de mãe postiça, nos fazendo filhos mimados, sua presença no cotidiano da minha vida conjugal com Giuliano, era fundamental. Sem contar que ela nos dava puxões de orelha quando discutíamos por bobagem.

Meu pai quase nunca me dava notícias da minha mãe, por não as ter. Ele apenas sabia que ela havia sido contratada por um grande escritório de advocacia em Curitiba, depois que o nosso fechou as portas.

Eu me realizei profissionalmente ao passar em um concurso para defensoria pública, e fui trabalhar em uma cidade vizinha, perto o suficiente para voltar para casa todos os dias. Giuliano reduziu o número de clientes do consultório de veterinária que ele tinha. Decidimos que jamais deixaríamos o trabalho sufocar nossa vida pessoal, mesmo que isso custasse uma vida mais luxuosa. Não nos importávamos com detalhes supérfluos.

Após um ano de casados, em uma viagem de férias, eu e Giuliano conhecemos Miguel e Conrado, um casal que fazia um trabalho de apoio a jovens gays, através de palestras pelo Brasil inteiro, patrocinados pelo hospital cujo o dono era o pai de Conrado. Acabamos nos envolvendo na causa também, e até conseguimos engajar Fernando. Mas o safado nos acompanhava nas viagens apenas para conhecer novas aventuras sexuais – ele continuava o mesmo.

Até hoje tento falar com minha mãe, mas ainda não obtive sucesso. Espero sinceramente que possamos nos reconciliar, e que nossas diferenças sejam deixadas de lado. Mas o que eu espero com mais entusiasmo ainda, é que você que acompanhou a nossa história até aqui lute contra o medo e a vergonha de assumir quem é de verdade. Jamais permita que os outros decidam por você sobre qualquer coisa. Guimarães Rosa disse no Grande Sertão:

“O correr da vida embrulha tudo.

A vida é assim: esquenta e esfria,

aperta e daí afrouxa,

sossega e depois desinquieta.

O que ela quer da gente é coragem”.

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FIM.

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Comentários

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Saudades quando tinha vários contos assim na CDC. Hoje eles existem, mas estão raros.

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Eu nem sei o que falar. As lagrimas correrem soltas aqui. Meu Deus, que história magnifica, triste e linda! Lembro quado começou a postar este conto, em meados de 2014. Depois, você deu sua sumida e há alguns dias, quando vi ele aqui, meu sorriso foi de orelha a orelha. Felizmente pude terminar de ler o que é para mim um dos melhores contos daqui. Eu sei que você entrou em m "tempo" agora e espero que volte logo. Se tiver planos para uma outra fase de "Entre primos" serei muito grato. Parabéns, grande abraço! Nota 10.00

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Choro muito aqui. Meu coração está em mil pedaços.eu preciso ser feliz, eu suplico .a tristeza toma conta do meu coração. A única coisa que eu quero dessa vida é me encontra , vocês me deram uma nova forma de olhar para a vida. Que Deus abençoe vocês

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Parabéns! Que venham outras histórias!

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Li a historia toda num único dia, e amei! Parabéns pelo ótimo enredo e escrita. Em breve lerei seus outros contos. Abraços!

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Final maravilhoso, principalmente ocm esta mescla depersonagens (Miguel e Conrado, de Asfalto). Espero que retomes o conto Mario e eu, que tiraste de tua página. Um abraço carinhoso,

Plutão

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Parabéns pelo conto, não sei se é real ou não, mas a história é magnífica.

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ESQUEÇA O QUE DIZ, TODA ESSA GENTE. O MUNDO TEM INVEJA DO QUE SÃO. SIMPLESMENTE MARAVILHOSO.

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Cara, muito obrigado por ter terminado esse conto, comecei acompanhar desde quando vc começou a postar. Eu amei o conto desde o começo e continuo amando, adorei cada capitulo. Espero que volte com mais contos!

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E ainda encontrou um meio de por a belíssima história do Cordeirinho e o Lobo Mal nesse maravilhoso final. Espero que você não passe tanto tempo sem postar uma nova história <3

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sensacional. perfeito esse último capitulo.

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Que lindo maravilhoso espetacular amei adorei voce merece mais de dez merece mil um milhão voce esta de parabens conto petfeito

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