Pausa para Namorar

Um conto erótico de Kamila Teles
Categoria: Heterossexual
Contém 1381 palavras
Data: 01/03/2016 15:44:56
Última revisão: 23/08/2019 20:06:44

Estava feliz festejando comigo mesma após o coroa, empresário do ramo de confecções, confirmar nosso quarto programa seguido em um mês. Aparentemente havia conquistado meu primeiro cliente fixo; as outras meninas nomeiam assim os que marcam três ou mais vezes ao mês. Na primeira vez sua gorjeta foi generosa e nas duas últimas, além da gorjeta, também surpreendeu-me com presentes.

Com o tempo e, depois de alguns encontros, a gente passa a conhecer melhor a pessoa e melhora a relação. Estava curtindo de montão a companhia e também os rendimentos proporcionados pelo meu suposto cliente fixo. O que atrapalha é este meu jeito irresponsável de ser que adora por tudo a perder. Eu fiz várias merdas em nosso encontro seguinte.

Ele me pagou por três dias para acompanhá-lo a um resort em Camboriú onde também aconteceria um evento de negócios que ele participaria. No final da sexta-feira, estávamos acomodados à beira de uma piscina quando ele recebeu um telefonema: Aconteceu um imprevisto e ele teria que fazer uma viagem rápida até sua casa em Blumenau. Iria deixar-me sozinha e retornaria somente no sábado à tarde. Após o comunicado, ele beijou-me carinhosamente no rosto e foi para o quarto se arrumar. Mal ele virou as costas, cruzei meu olhar com o de um cara (pardo, alto, de uns 30 anos e muito fofo) que estava próximo, acompanhado e disfarçadamente me filmava há vários minutos. O danado aproveitou quando fiquei sozinha e lançou seu "olhar 43" em minha direção, respondi com um sorriso e olhar de quem curtiu.

Peguei meu copo fazendo carinha de triste, dei o último gole em minha bebida que chegara ao fim e deixei o copo de lado. Virei o corpo deitando com o bumbum pra cima. Apesar do meu biquíni fio dental não ser ousado, ainda assim deixava a minha bunda praticamente de fora. Serviria ao meu propósito, pois a minha intenção era provocar.

Momentos depois o carinha chegou ao meu lado esbanjando simpatia. Se apresentou e estendeu um copo com um Daiquiri em minha direção. Justificou-se comentando ter percebido que a minha bebida havia acabado e não era justo deixar uma princesa do meu porte deslocar-se até o bar. Além de gato, o fofo também era perspicaz e divertido. Retribui a simpatia com uma expressão de felicidade dizendo que a bebida era tudo que eu queria no momento. Agradeci e também me apresentei.

O papo ficou muito gostoso, sua maneira extrovertida de falar conquistou-me, todavia, mesmo adorando a companhia, não poderia ficar dando bobeira e correr o risco do meu cliente (que estava pagando pelo meu final de semana) flagrar a gente em atitudes suspeitas. Também não correria o risco de ser vista com ele mesmo depois que estivesse sozinha no resort, pois alguém poderia comentar sobre meus passos durante a ausência do empresário.

O anjinho do bem insistia para que eu o dispensasse antes que fosse tarde demais. O problema é que sempre ouço o anjinho do mal e o mesmo dizia que estava prevendo momentos raros de prazer. Senti um calor intenso ao imaginá-lo tirando meu top, minha tanga a seguir e deixando-me nua. Na sequência sentir sua boca percorrendo meu corpo com beijos e se detendo em meu sexo me fazendo alucinar. Quase tive um orgasmo só de pensar no risco de levá-lo até minha suíte e rolar naquela cama por horas.

Enfim, revelei que o coroa não era meu pai (como ele havia questionado) e sim o meu namorado e eu teria que manter as aparências, no entanto, estaria sozinha naquela noite e adoraria recebê-lo na intimidade do meu quarto para tomarmos um drink antes de irmos dormir. O aguardaria às 22h, era só ele dar umas batidinhas na porta.

— Por favor, se afaste e mantenha distância agora! — pedi com jeitinho.

Com um sorrisão lindo, disse ter entendido e que não se atrasaria. Após perguntar e ouvir a resposta sobre qual bebida eu preferiria que ele levasse, o gato manteve distância, mas continuou me filmando.

Ouvi as batidinhas na porta no horário combinado. Toda cheirosinha olhei pelo olho mágico, queria ter certeza de que era o gato. Após abrir a porta, conferi se havia mais alguém no corredor, só então o puxei para dentro, bem rapidão. Depois lacrei a porta com todos os trincos disponíveis.

Os primeiros minutos foram gastos para nos conhecemos melhor. Bebemos do vinho que ele trouxe e curtimos um rock and roll em um canal da TV a cabo. Sentados no tapete e recostados na cama, conversamos como velhos amigos sem questionarmos sobre os detalhes particulares de nossas vidas.

Vieram as primeiras carícias e um beijo que foi algo bem natural como se nossa intimidade fosse a de um casal que já namorava há tempos. Após mais um beijo carinhoso ele me fez deitar no piso. Sua cabeça aninhou-se em meu ventre ao mesmo tempo em que levantou a minha camiseta extra larga que vesti justamente para facilitar nossos movimentos.

Sua boca percorreu meu corpo e chegou aos meus peitos, afaguei seus cabelos castanhos e perfumados enquanto estremecia com arrepios e deleite ao sentir sua boca morna grudada em meu seio. Era impossível não gemer gostoso ao ter meus mamilos sensíveis e, inchados de tesão, serem devorados por sua língua, dentes e lábios.

Instantes depois, já sem camiseta e calcinha, deitada peladinha com o tronco na cama e os joelhos no chão, ronronei como uma gatinha enquanto ele se alojou entre minhas pernas e me fez flutuar com chupadas e massagens com o dedo em minha vagina, talvez procurasse meu ponto G... Ah! Evidente que me acabei de tanto rebolar em sua boca e não contive meus gritinhos e nem segurei meu gozo que veio intenso.

Que bom poder escolher com quem se deitar e entregar-se inteira ao prazer e emoção. Ainda não perdi meu lado romântico, adoro namorar, beijar na boca, abraços apertados e um papo descontraído.

Não sei por quanto tempo transamos, talvez por horas. Apaguei em seus braços e dormi um soninho gostoso.

Acordei ao ser sacudida e ouvir ele dizer que alguém tentava abrir a porta. O som da campainha fez-me estremecer. Percebi que começava a clarear o dia. Apavorada deduzi que o coroa voltara cedo demais.

— Tô fodida! Você vai ter que sumir daqui — falei sussurrando.

— Caralho, gata, só tem uma porta.

— Se vira! Pega logo suas coisas e vai pela janela — falei com firmeza.

Enquanto ele vestia a bermuda sem a cueca, eu recolhia suas roupas, preservativos novos e usados, garrafa vazia e entreguei tudo pra ele.

A janela dava para uma varandinha, estávamos no segundo andar, descer não seria tão complicado, deduzi.

Fechei a janela assim que ele saiu, vesti a calcinha e caminhei enquanto vestia a camiseta. Estava endoidecida com o som da campainha e as batidas que não cessavam. Acendi a luz e dei uma olhada rápida conferindo o quarto antes de abrir a porta.

— Caramba, Kamila! Estou há um tempão tocando esta campainha — resmungou o homem.

Desculpei-me dizendo que bebi um pouco a mais e cai no sono profundo.

Ele mencionou sobre minha camiseta e disse que não combinava com minha feminilidade. "Putz! Dei minha camiseta para o cara". Pensei tentando não rir. Eu fiquei com a dele que também era branca, porém era de time de futebol americano.

Após concordar com ele que a escolha da roupa foi ruim, desconversei para evitar esticar um assunto que poderia incriminar-me.

O coroa chegou carente de sexo e disse que me queria naquele instante... Aff! Sentiria odores e sabores diferentes. Consegui cinco minutos dizendo que ia ao banheiro me recompor. Voltei após apagar os vestígios em meu corpo que denunciariam o love que tive com meu "namorado de uma noite" e deixei meu empresário feliz e satisfeito por boa parte daquele sábado ensolarado.

Minha preocupação durou até o momento de irmos embora no domingo, o medo era enorme de ter meu casinho descoberto e perder um dos meus melhores clientes.

Felizmente tudo acabou bem, não tivemos notícias de ninguém caindo de janelas do resort. Calculei que o fofo conseguiu descer na boa, porém, se caiu, ainda lhe restavam seis vidas, pois ele era um gato.

Continua

Caso não tenha lido “O Primeiro Programa” (é o conto que inicia esta série)

O segundo é "Noiva de Mentirinha"

O terceiro é "Ficha Rosa"

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Foto de perfil de KamilaTelesKamilaTelesContos: 174Seguidores: 111Seguindo: 0Mensagem É prazeroso ter você aqui, a sua presença é o mais importante e será sempre muito bem-vinda. Meu nome é Kamila, e para os mais próximos apenas Mila, 26 anos. Sobrevivi a uma relação complicada e vivo cada dia como se fosse o último e sem ficar pensando no futuro, apesar de ter alguns sonhos. Mais de duas décadas de emoções com recordações boas e ruins vividas em períodos de ebulição em quase sua totalidade, visto que pessoas passaram por minha vida causando estragos e tiveram papéis marcantes como antagonistas: meu pai e meu padrasto, por exemplo. Travei com eles batalhas de paixão e de ódio onde não houve vencedores e nem vencidos. Fiz coisas que hoje eu não faria e arrependo-me de algumas delas. Trago em minhas lembranças, primeiramente os momentos de curtição, já os dissabores serviram como aprendizado e de maneira alguma considero-me uma vítima, pois desde cedo tinha a consciência de que não era um anjo e entrei no jogo porque quis e já conhecendo as regras. Algumas outras pessoas estiveram envolvidas em minha vida nos últimos anos, e tiveram um maior ou menor grau de relevância ensinando-me as artimanhas de uma relação a dois e a portar-me como uma dama, contudo, sem exigirem que perdesse o meu lado moleca e a minha irreverência. Então gente, é isso aí, vivi anos agitados da puberdade até agora, não lembro de nenhum período de calmaria que possa ser considerado como significativo. Bola pra frente que ainda há muito que viver.

Comentários

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Grata por mais uma visita, Jota,S. Apesar de amar escrever contos eróticos, raramente leio um conto (leio só quando sou solicitada). Sou a pior pessoa para que peçam que dê opiniões sobre contos, pois sou chata, detalhista, exigente e outras coisas mais. Contudo, podemos conversar via chat do facebook quando tivermos tempo. Então pegaremos um de seus contos e direi o que acho parágrafo após parágrafo. Pelos dois contos seus que li eu teria muito a dizer, mas prefiro dizer apenas para você, pois são detalhes. Quanto à leitura, eu leio romances, filmes e séries. Também estudo como melhorar os meus textos. Beijos, bom fim de semana!

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Disse que ia ali e voltava já, mas cadê? Não aguentei. Estou em chamas, então, vou deixar arder, rs. Adorei a ênfase quanto a não perder o lado romântico. Como sempre, fostes perfeita. Beijão!

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