O amanhecer de cada sol 6.
Após deixar a Janaína em casa eu fui encontrar o tio Lipe. Precisava desabafar e contar tudo pra ele.
Cheguei na casa dele. O Luiz, meu primo de 8 aninhos, filho dele com a tia Carla, me atendeu.
Luiz: oi Lessa.
Desde criança ele me chama de Lessa, nao faz muito sentido mas acho extremamente fofo.
- oi, coisinha mais linda desse mundo!
Lasquei um beijo na bochecha dele e dei um abraço apertado. Ele era a coisa mais fofinha desse mundo quando bebe, bem gordinho com os olhos azuis exatamente como o céu numa Primavera. Ainda continua, mas a idade dele nao ajuda, ôh fase chata.
Lipe: olha só quem apareceu na minha humilde residência gente...
- até parece ...
Meu tio mora no mesmo condomínio que eu, mas nao costumo visitá-lo muito.
Ele me abraçou.
Lipe: a que devo a honra, minha sobrinha mais linda.
- tio, todos sabemos o quanto a Oli ganha de mim.
Lipe: aí que você se engana!
- kkkk vou contar!
Lipe: a beleza é relativa, está nos olhos de quem vê, princesinha.
Lipe: e aposto que ela concorda cmg!
- kkk que nada. Tio, lembra daquela tal alma que é metade, sei lá.
Lipe: alma gêmea.. Sei...
- é... Então... Acho q encontrei a minha!
Lipe: serio The? Quem é o felizardo?
- pelamor ne tio?! Até parece que você nao sabe que nao existirá nunca um felizardo...
Lipe: kkkkk brincadeira, meu amor. Quem é a moça de sorte?
- ela entrou na minha turma hoje. E eu estou completamente apaixonada. Senti tudo que você falou, e um pouco mais.
Lipe: isso é muito bacana. Qual é o diferencial dela?
- ela é perfeita. Só isso...
Lipe: nossa... E ja ta fazendo planos para conquista-la?
- ainda nao. Nao consigo pensar em nada quando estou com ela, a nao ser em beija-la.
Lipe: que intenso. Mas, vai com calma, seja esperta e vá chegando de vagar, assim você vai conquista-la.
- ta bem.
Lipe: vem cá, sua tia fez um bolo de cenoura maravilhoso.
- oba, vou sim!
Passei uma hora mais ou menos com eles. Conversando com a tia Carla e com o tio Lipe.
Quando cheguei em casa, tomei um banho, deitei pra dar uma relaxada e nao parava de pensar na Janaína, era algo extremamente gostoso e intenso.
Dormi pensando nela.
No outro dia acordei super animada pra aula, eu a veria de novo.
Acordei cantando, cantei no chuveiro, cantei no café da manhã...
Mae: alguém ta apaixonada.
Pai: ta muito.
Oli: meu deus ta parecendo eu no começo de namoro.
Pai: quem é? Posso saber, minha princesinha?
- ainda nao pai, quem sabe daqui a pouquinho.
Fui pra faculdade. E a professora ja estava na sala
- BOM DIA!!
Carla: bom dia. Vc ta com um astral mt bacana.
- sabe que acordei super bem.
Carla: da pra ver.
Procurei pela turma e a Janaína tava lá, no canto, um pouco triste.
Como a professora ainda nao tinha começado a aula eu fui até ela.
- oi Jan, ta tudo bem?
Jan: nao, mas vai ficar.
- o que foi?
Jan: nada com que vc precise se preocupar, nao tem como vc me ajudar entao nao precisa ficar insistindo pra saber.
- nossa, ta bom entao...
Que ignorante fdp que quero beijar até morrer meu deus. Deixa ela...
Na hora do intervalo fui com os meninos pro refeitório e ela ficou na sala. Me olhando sair.
Conversei, comi, e fui até o banheiro.
Ela tava lá chorando. Cortou meu coração de uma forma... Nem consigo descrever.
- fala pra mim o que foi.
Jan: meu pai está desempregado e eles estao quase perdendo a casa, minha tia ta falindo, e eu não posso fazer nada.
-poxa Jan. Nao fique assim...
Jan: cara, fica na sua, você nunca soube ou vai saber o que é isso, nao me diga como agir.
- to tentando ajudar, por que ta me tratando assim?
Jan: quer ajudar? Fica longe e para de fingir que vc sabe como é, ou que vc se importa.
Cara, aquilo doeu. Ela nem me conhecia pra falar assim comigo. Que saco.
Fui saindo do banheiro com raiva, mas antes de sair eu percebi que ela tinha razão, eu não sabia como era e nunca iria saber. Entao eu voltei pra perto dela e a beijei. Sim, beijei, nao sei o que deu em mim. Apenas segui meu instinto.
Quando minha boca encostou na dela... Nossa, foi uma coisa extremamente gostosa, a boca dela com certeza é a boca mais macia do universo, ela tem um beijo doce, delicado.
Foi só um selinho, depois dei um abraço apertado. E voltei pra sala. Ela ficou lá, um pouco (muito) estática.
Ela entrou na sala alguns minutos depois, parece que tava mais tranquila. Foi passando a aula e ela estava na dela. Acabou a aula, a turma toda tava saindo e ela ainda na sala.
Eu balancei a cabeça, cumprimentando-a e ia saindo.
Jan: Theresa...
- sim?
Respondi sem olhar pra trás.
Jan: desculpa.
- tudo bem.
Eu ia saindo, ela veio atrás e segurou meu braço.
Jan: olha pra mim.
Olhei pra ela e ela estava com um rostinho de arrependimento, ai dels, como eu a queria...
Peguei sua mão e olhei em seus olhos.
- ta tudo bem.
Ela então chegou o rosto perto do meu e me beijou...
Meu deus, a língua dela era tão macia, tao gostosa, puxei ela contra o meu corpo e acelerei um pouco o ritmo do beijo. Minha mão foi pra baixo de sua blusa, ela estava arrepiada, apertei ela ainda mais, que delícia de beijo meu deus. Ela então desgrudou, pegou suas coisas e saiu, parecendo um vulto. Fiquei sem entender o motivo de tamanha velocidade para sair .
Fui correndo atrás dela e segurei seu braço.
-ei, o que foi isso? O que foi?
Jan: me solta.
- cara você ta me matando aos poucos, o que foi? fala!
Jan: nao estou preparada pra ter alguma relação agora, tente entender.
- relação? foi um beijo.
Claro que eu queria uma relação, mas ela estava acelerando as coisas além do normal.
Jan: eu sei, me deixe ir.
- quem tá te segurando?
Ela me olhou fixamente e foi andando.
Ah, mas eu fiquei puta, sair sem mais nem menos com uma desculpa dessas... Nao a beijo mais, não até ela tomar frente.
- tchau!
Ela me ignorou e se foi, tão rápida que pareceu que ela estava tentando voar.