Cap. 27 - Adriana Pacheco

Um conto erótico de R.Pitta
Categoria: Homossexual
Contém 1580 palavras
Data: 01/03/2016 17:16:08

Eu estava deitada no chão, preferi deixar as duas a vontade no sofá. Mel ria baixo das idiotices do Homer. Vi que ela disfarçava suas gargalhadas. E que gargalhadas. Ela era um escândalo, riso alto e sincero.

Lembrei-me de quando a presenteei com um box de Os Simpsons. Quase me arrependi apos um dia inteiro assistindo diversos episódios. Mas foi maravilhoso ve-la sorrindo deitada no meu colo. Eu namorei somente com Melissa e com ela tive otimos momentos. Eu era um pouco bruta, mas o jeito dela me deixou mais calma e carinhosa. Sempre que eu ficava com ciumes ou me irritava o sorriso dela com alguma brincadeira me quebravam. Tanto que aprendi a fazer o mesmo quando minha mãe brigava por algo errado que fiz, ria e brincava ate ela rir comigo. Mamãe era tão carinhosa quanto Mel. Sempre que ela chegava em casa do trabalho, após o banho, deitava no meu colo e eu ficava fazendo cafune em seus cabelos cacheados. As lembranças começaram a doer depois que lembrei que não teria mais aquele carinho da minha mãe. Pra tentar impedir que tudo virasse lembrança tentei me agarrar as memórias e comecei a chorar como nos tempos de criança. Foi praticamente involuntário o choro que descia pelo meu rosto. Para meu consolo, Mel desceu pra me dar carinho. Animei-me naqueles braços e adormeci com a cabeça latejando e os olhos ardendo por causa do choro. Não sei ao certo o tempo que dormi, so acordei com a claridade vinda do poste em frente a casa após a porta ser aberta fazendo um leve barulho fino.

Sai do lado de Melissa, que dormia profundamente. O normal dela, sempre foi muito agitada, mas onde encostava dormia.

"-Ain, mo, não gosto de dormir no chão.

-Ue, Dri, você queria que eu trouxesse a cama pra um acampamento? Faz o seguinte coloca o meu colchão sobre o seu e dorme neles.

-Mas e você?

-Coloco um lençol no chão e durmo. Rs. Ja sou acostumada a dormir nos piores lugares."

Pior que era verdade. Ela ja dormiu ao lado de três caixas de som de quase um metro de altura, num show que fomos de uma banda que eu adorava e ela odiava.

Olhei a minha volta e não vi Jessica, fui rumo a porta, abri e a vi entrando no carro. Ao ligar o farol fiquei um pouco cega mas escuro o grito dela.

-Porque você ja vai?

Perguntei com medo da resposta ou da ignorada que poderia receber. Ela colocou o rosto para o lado de fora do carro pela janela e disse que ja estava tarde e ia embora. Não sabia se era certo ou não mas a chamei pra ficar mais um pouco. Juntou o não querer ficar sozinha com a curiosidade de saber quem era a garota que estava quase namorando Melissa.

-Calma, Jessy. Fica mais um pouco. Mel não vai gostar de voce sair sem falar com ela. A ruiva detesta isso. Rs.

Ela me olhou e levantou uma sobrancelha com um ar surpreso no rosto. Fiz sinal com a cabeça e fui seguida pela morena malhada. Ja na cozinha decidi preparar um brigadeiro de panela e fiquei pensando como quebrar o gelo com ela. Quando ficou pronto o brigadeiro que eu ja estava babando de vontade de comer, levei pra mesa e resolvi me apresentar de um jeito mais formal a ela. Estiquei meu braco em sua direção e fui falando tudo o que eu podia sobre mim. Disse tudo com o braço esticado sem receber nenhum toque dela. Fiquei com receio de ser mal entendida, porem, no final, recebi um forte aperto na mão, So pude sorrir de alivio e felicidade, e se apresentou a mim.

-Como conheceu a Mel?

Saiu tão natural maa percebi o espanto dela que depois deu um leve sorriso de canto de boca, perguntou o mesmo pra mim e sobre o término do meu namoro com Mel. Foi uma porrada relembrar as situações passadas. Ela tentou mudar de assunto, disse que não e continuei.

-Mais ou menos assim que começou: eu ja estava pra completar meus 16 anos e entrou Leonardo, que era jovem aprendiz também. Sempre fui assumida e ele veio me dizer que também era e tudo mais. Mel, desde a primeira vez que o viu, falou que não gostava dele. Nem dei muita importância pro que ela achava e comecei a sair muito pra boates com ele. Identidade falsa é muito fácil de arranjar - Respirei tomando folego e prossegui - Em uma das festas ele me apresentou a maconha. Aquilo foi o máximo! Fiquei mega feliz com a sensação que o pequeno cigarro me levou a sentir. Aquilo foi a porta de entrada para meu vício. Sempre conseguia mais com ele, gastava todo o pouco salário de aprendiz que ganhava com drogas. Leonardo também me ensinou a roubar da loja. Havia dias que roubavamos duzentos reias, era simples não registrar os pedidos...

Mal olhava Jessica a minha frente, mas sabia que ela estava concentrada na história contada por mim. Dei uma pequena pausa para comer mais uma colher de brigadeiro e voltei com o assunto

-Estava tudo maravilhoso ate perceberem que estava algo errado, nesse ponto eu ja matava o trabalho pra fumar com os garotos pelas ruas ou na casa de um deles. Como eu era menor de idade, colocaram uns 200 gramas de maconha na minha mochila quando uns policiais pararam a gente. Meus pais foram chamados e me meti na maior confusão. Quase fui demitida do trabalho, meus pais ameaçaram me internar e o pior: Melissa não queria nem olhar para mim. Estava um lixo. Emagreci quase dez quilos. Entrei em depressão e roubei coisas da minha própria casa na tentativa de trocar por drogas. Cheguei a ficar cinco dias como andarilha ate Mel me encontrar na praia toda largada e suja. Chegou perto de mim, se ajoelhou e chorou vendo meu estado. O mais lindo foi que ela, apos um abraço forte que me deu, segurou minha mão e me trouxe ate aqui. Me deu banho, me alimentou, cuidou de mim. Quando me olhei no espelho vi um mostro, um ser irreconhecível. Os ossos a mostra por estar tão magra, fedia, olhos fundos e dentes amarelados. Melissa prometeu cuidar de mim e o que fez. Nosso namoro voltou, eu fiquei internada por alguns meses e me livrei do vício horrível. Porém nosso namoro havia se esgotado, então numa conversar dolorosa, que no fundo eu sabia que seria melhor pras nós duas, resolvemos terminar. Mas continuamos amigas até hoje. -Eu estava segurando o choro - Posso te pedir um abraço?

Jessica abriu os braços e me joguei nela começando a chorar.

-Ei, loirinha, não fica assim. Bora afogar as mágoas nesse delicioso brigadeiro.

Ela me chamou de loirinha? Engraçado, falou natural sem o tom irônico ao fundo. So tinha que agradecer por aqui. Não foi só uma história contada e sim um grande desabafo. Nunca tinha contado isso pra ninguém, o que me fez libertar tudo reprimido dentro de mim. Apos comemos quase todo chocolate...

-Valeu pelo ombro amigo, Jessy.

-Não precisa agradecer. Sempre que precisar pode me chamar. Sou magra mas o ombro é forte.

Fazendo uma brincadeira e fazendo rir. Estava leve com a situação.

-Você é mais engraçada do que parece.

-Ta me chamando de palhaça, menina? - Fez aquela cara marrenta mas não aguentou segurar o riso - Nem to com nariz vermelho.

-Mas ta com chocolate no nariz.

Peguei o chocolate com o dedo e passei no nariz fino da morena e gargalhei quando ela ficou vesga olhando o brigadeiro na ponta do seu nariz. A vi olhando pra mim, senti um frio na barriga. -Boca linda - pensava enquanto nossas bocas se aproximavam lentamente. Eu ja havia esquecido quem ela era e de tudo. Voltei a mim apos ouvir um grito vindo da sala. Corri em direção a porta da cozinha procurando por Mel. Encotrei Felipe no chão e Melissa assustada. Foi bom reencontrar Phill, a meses não o via. Depois que ele foi embora, nós tres voltamos pra cozinha terminar de comer. Ja tarde da noite Jessica resolve ir embora e quando vai se despedir de mim viro o rosto pra ela a damos um selinho. Não era minha intenção, virei para beija-la no rosto mas foi tão rapido o que aconteceu...

Ainda vem Melissa e diz que foi bonito. Meu rosto doeu de tanta vergonha. Jessy arrastou Mel pelo braço e eu fiquei pensativa. Fui rumo a sala, tirei minha blusa pelo calor que aquela noite fazia, deitei no sofá e fiquei imaginando milhares de coisas.

Lembrei que quase beijei a atual da minha ex. -Sério isso, Adriana? De onde veio aquela vontade de beija-la? - Brigava comigo mentalmente. Ainda mais depois do rapido e vergonhoso selinho dado na frente da ruiva.

Fiquei olhando para o teto pensando ate Melissa retornar e perguntar o que eu pensava.

-To pensando que beijei a atual da minha ex. -A olhei seria - Desculpa, beijei sua namorada.

-Ela não é minha namorada.

-Não?

-Não.

A menina dos olhos cor de mel na minha frente e não estava namorando, não pensei duas vezes, me joguei sobre seu corpo e beijei seus finos lábios. Meu corpo pedia o dela. Não dava pra negar que eu a amava. Senti-me incêndiar por inteira e tirei o top fazendo Melissa passar a mão em meu corpo. Estava indo muito bem ate alguem acender a luz da sala.

-Opa, desculpa atrapalhar.

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Comentários

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Amores, agora estou com esse Nick. Já tem capítulo postado la

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Assim espero viu....brincadeira 😜 kkkk...mas se quiser se apressar não reclamarei Rsrs...beijinhos

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Amores, desculpa a sumida. Rs. Vou fazer de tudo pra postar essa semana. Tava corrido aqui.

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Que conto maravilhoso Pitta!!! Amando as personagens, tudo você escreve muito bem, acredita que comecei a ler hoje, e ja li todos ! To super viciada kkkk bjos

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pittaraquel@hotmail.com

vou fazer um grupo no what. Quem quiser me passa o número.

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Muito legal ter o ponto de vista da drica.... Curiosa para o próximo conto

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Legal, mais um ponto de vista. Continua logo :)

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Gostei que postou o ponto de vista da Drica. Continue!

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