OXITOCINA 03

Um conto erótico de Júnior
Categoria: Homossexual
Contém 1036 palavras
Data: 10/03/2016 11:52:37

A aula passou devagar, mas finalmente, por volta das 20:10 lá estava eu avisando Henrique que estava saindo mais cedo da aula, pois não havia tido o segundo horário. Ele disse que já sairia de casa e pediu que eu o encontrasse perto do mercado, no centro da cidade. Tratei logo de desviar dos meus amigos que eu ia embora juntamente todos os dias e disse que estava com muita pressa.

Quando estou a caminho do local marcado, minha irmã me liga perguntando se eu já havia saído da aula, pra ligarmos pro meu pai. Já naquele momento achei que fodeu tudo. Mas ela disse que ainda não tinha saído do trabalho, estava terminando de limpar o lugar pra fechar. Ela trabalhava em uma lanchonete. Eu disse que tudo bem, para que ela me avisasse quando acabasse. UFA, IA ROLAR.

É legal comentar que estava chovendo um pouco nesse dia, eram dias frios. Não era uma chuva forte, só incessante. Eu estava com um casaco e mochila e de longe pude enxergar Henrique com um guarda chuva enorme, daqueles que costumam chamar de cutuca marido.

Cheguei perto dele e o cumprimentei com um aperto de mão. Estávamos tímidos. Ao menos eu estava bem tímido. Fomos brincando, eu falei sobre a aula... Fomos subindo para uma pracinha que tem perto conversando. Eu estava travado, e ele, percebendo isso, passou o braço pelos meus ombros me puxando em um abraço de lado, pedindo que eu relaxasse. Ficasse tranquilo.

Paramos nessa pracinha. Não que ela fosse nosso destino, mas era um bom lugar pra parar. Tinha árvores, o banco de cimento que envolvia a arvore estava parcialmente seco. Essa pracinha fica de frente a um hotel e ela é bem deserta.

Ao chegarmos lá, ele fechou seu guarda chuva e ficou em pé em uma parte mais escura, perto de uma das árvores. Eu me encostei no envolvimento de cimento da pracinha.

Henrique: Ei, chega mais perto.

Eu sorri nervoso. Meus pés pareciam feitos de cimento. Eu dei um passo tímido.

Henrique: Mais um pouquinho.

Coragem, Júnior. Coragem.

Henrique: Isso, vem cá, me dá um abraço.

Eu dei um sorriso tímido, mas me aproximei. O abracei. E nos beijamos.

Meu Deus, que beijo maravilhoso. Completamente diferente do que eu já havia experimentado. Eu ficava com meninas, mas com as meninas, por eu ser gay, eu as beijava com a cabeça longe, abria os olhos por vezes, passava a mão sem muita vontade. Mas naquele momento não. Eu queria ser dele. Como era gostoso acariciar seu rosto e sentir sua barba no meu rosto. Ele beijava excelentemente bem. Eu estava apaixonado.

Deixa eu dar ênfase no quanto aquele momento foi perfeito pra mim. Cena de filme mesmo. Estava chovendo. Meu primeiro beijo em um rapaz no qual eu estava muito interessado e caidinho foi debaixo da chuva, em uma pracinha bem bonita, perto de uma árvore. Bem filme meloso mesmo.

Henrique: Pra um novinho tão inexperiente, você me surpreendeu. Não esperava que você beijasse tão bem assim.

Júnior: Você esperava que eu beijasse mal?

Henrique: Foi você que disse que tinha medo do seu beijo não me agradar.

Júnior: É verdade. Mas fico muito feliz que você tenha gostado.

Henrique: Gostei muito.

Comecei então a sentir a ereção de Henrique e começamos a nos esfregar mais e ficarmos mais ofegantes, até que ele tenta enfiar a mão por dentro da minha calça. Eu parei o beijo e disse em seu ouvido para irmos devagar.

Sim, eu tinha que quebrar o clima. Mas eu estava aterrorizado. Eu sou tão bobo, eu era tão ingênuo que eu estava com medo dele não gostar de eu estar com pelos no saco. Gente, olha esse absurdo.

Ele insistiu mais um pouco e eu ia segurando a mão dele, deixando apenas que ele segurasse meu pau por cima da calça. Safadão.

Por fim continuamos só nos beijos, nos afundando pra dentro da pracinha pra nos esconder da luz.

Logo, o fluxo de carros por alí aumentou e minha irmã me chamou pra irmos embora. Tive que partir, mas não sem antes beijar muito o Henrique. Sabe aquela despedida que você não quer?!

A barba dele deixou meu rosto todo vermelho. Fiquei com medo de minha irmã notar algo. Mas deu tudo certo, felizmente. E eu era o cara mais feliz desse mundo naquela noite. Nada podia tirar aquele sorriso do meu rosto. Eu fui dormir nas nuvens.

No dia seguinte, eu acordei e já tinha uma mensagem lá de bom dia me esperando. E aí o dia continuou a fluir. Marcamos logo de nos vermos novamente. Nos veríamos na quarta feira daquela semana, véspera de feriado.

Em um dia desses no cursinho, não lembro exatamente qual - aliás, tudo começou emamigo meu do curso veio brincar comigo no meio da aula, e como eu me sento sempre nas primeiras carteiras, a turma toda acabou ouvindo.

Gabriel: E aí, Júnior, tá falando com quem aí?

Na hora veio o desespero e eu travei a tela do celular.

Júnior: Ninguém não.

Dei aquele sorriso sem graça.

Vinicius: Ih, Gabriel, não é de hoje que ele tá com uma coisa com esse celular...

Gabriel: Ninguém. Aham. Sei... Você está é escondendo leite aí.

Pronto. Pegou. Todo mundo começou a dizer que eu escondia leite, não no sentido sexual, mas no sentido de comer quieto. O apelido do Henrique virou leite.

O nome do conto, oxitocina, se refere ao hormônio considerado hormônio do amor, que também pode ser chamado de ocitocina. É aquele que auxilia nas contrações da mulher para o parto, traz bons sentimentos e tem alguns efeitos especulados no homem - um professor me disse que a oxitocina ajuda na propulsão do esperma. Agora se é verdade, eu não sei.

Enfim, pulando logo pro dia mais esperado por mim naquela semana, chegamos à quarta feira.

Eu não teria aula naquele dia, então nos encontraríamos em frente a minha escola, que ficava a uns 15 minutos da minha casa e 5 minutos da casa dele.

Cheguei e ele já estava lá sentado na escadaria da entrada. Nos abraçamos - aleluias ao fim dos apertos de mãos - e começamos a andar, ansiosos pra já nos agarrarmos logo.

Continua...

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Comentários

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Sempre tem um bando de fofoqueiros querendo saber com quem a gente ta falando, isso me da uma raiva, da vontade de falar:"to falando com a tua mãe, to marcando pra ir comer ela na tua cama". Bjss

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