Um mês antes eu não teria dado atenção àquela pequena nota na página inicial de um site de notícias. Era sobre um corpo encontrado em um rio.
Havia passado três semanas desde que o carro alugado pelo Matheus foi içado do fundo do rio Itajaí-Açu. A reportagem dizia que moradores acionaram os bombeiros após avistarem um cadáver preso entre galhos às margens do mesmo rio, porém, distante 3 km de onde o carro foi encontrado. O corpo era de um homem em avantajado estado de decomposição. Após identificação preliminar ficou descartado como sendo do empresário Matheus Weber o corpo encontrado. O identificaram como sendo de um policial do BOPE de SC que estava afastado das funções por estar respondendo a uma acusação de corrupção. Na reportagem havia uma foto, um pouco mais antiga, em que ele estava fardado. Logo abaixo o nome do policial em negrito.
Jesus! Era o Nícolas (o safado que me deixou pelada e sozinha no casebre à beira do rio Camboriú no sábado em que meu coroa sumiu).
De acordo com a reportagem a provável causa da morte seria afogamento (segundo os peritos da polícia). Não havia indícios de violência. O IML faria o exame detalhado para apurar a causa da morte.
A notícia deixou meu coração apertadinho, era um misto de alívio e tristeza. Era evidente que o Nícolas se aproximou de mim com o interesse de prejudicar meu coroa, mas assim como eu, acho que ele também se deixou envolver e curtiu muito nossos momentos de pegação. Rolou muita química entre nós. Eu até já o havia perdoado por ter me abandonado apagadinha naquela beira de rio.
Mais uma vez o meu anjo da guarda (ou algum protetor) estava de plantão e consegui continuar invisível neste caso doido. Não fui procurada pela polícia e nem pela imprensa.
Uma semana depois eu tive meu último encontro amoroso com o Paulo Henrique. Como das outras vezes, além de passar horas agradáveis em sua companhia, ele novamente me fez flutuar de tanto prazer. Eu não contei pra ele que aquela transa era a saideira, e nem que viajaria em dois dias com a pretensão de ficar alguns meses fora do país. Só a Yasmin e os porteiros do meu prédio sabiam que eu daria um perdido temporário. Eu tive muita vontade de contar pra ele e até fantasiei que poderíamos ficar juntos e que ele cuidaria de mim. No fundo eu sabia que era só um sonho, tinha consciência de que o nosso compromisso era uma relação comercial. Mesmo sendo prazeroso do primeiro ao último minuto, e a cada novo encontro o tesão se renovava, todavia, ainda era apenas um negócio. A propósito, sua gorjeta foi extremamente generosa neste nosso último encontro. "Será que ele sabia que eu iria viajar?" Pensei com meus botões. Se o homem foi informado por sua "rede de espionagem", disfarçou bem e não disse nada.
Mas ele não me deixou sem novidades, na manhã seguinte, durante nosso café, ele contou algo muito importante. Segundo as fontes do Paulo Henrique, a mulher do Matheus e os seus familiares estavam requerendo a morte presumida do empresário para poder meter as mãos nos bens deixados por ele (ou o que sobrou), pois o danado do homem vendeu seus 51% da confecção que tinha na região de Campinas (a mulher não tinha direito, pois era um bem adquirido antes do casamento e o mesmo foi em regime parcial de bens).
A transação foi feita em segredo e o dinheiro transferido legalmente para uma conta fora do país. Depois disso ninguém sabe para onde foi a grana (milhões, no caso).
Já havia completado um mês do sumiço do homem e as buscas foram oficialmente encerradas. Os abutres, quer dizer, os familiares teriam que esperar 180 dias para a sucessão provisória, já a sucessão definitiva, poderia demorar até dez anos caso o homem não reaparecesse.
Acho que um dos planos do meu coroa quando decidiu sumir, era não deixar todo o seu patrimônio à disposição da mulher e que ela também não usufruísse completamente dos bens durante anos. Ainda teria que conviver com o fantasma do empresário que poderia aparecer de uma hora para outra.
"Nossa! Que plano maquiavélico. Quero continuar amiga do Matheus." Comentei esboçando um sorriso.
No final daquela tarde eu terminei de fazer minha mala e arrumar tudo para a viagem, sairia durante a madrugada, iria para Guarulhos/Cumbica, achei melhor partir de lá para reduzir a chance de encontrar conhecidos. Só então pensei em comida, passei o dia com o desjejum que tomei na casa do quarentão.
Fui até a padaria comprar algo para o jantar e também daria uma última paquerada em um gato de uns 25 anos, alto, sarado, olhos verdes e cabelos dourados, Rodrigo o nome dele. Eu tive uma queda por ele desde o primeiro dia que o vi atrás daquele balcão. Muito top, delicinha mesmo, eu o seduzia com olhares e boquinhas. Ele correspondia apenas com o olhar encantador e atendimento atencioso, já que sua esposa trabalhava no caixa da padaria e não dava mole fazendo marcação cerrada. Era comum ela me fulminar com os olhos na hora em que eu ia ao caixa pagar a conta. Eu ficava na minha, me fazendo de bobinha e só esperando a chance de enfeitar a testa da sonsa. O pai dela (sogro do Rodrigo) era um dos donos da padaria.
Entrei e de cara percebi que a garota não estava no caixa, quem estava lá era a menina da manhã e que era minha colega. Fui rapidão até ela e perguntei falando baixinho:
— Cadê a chifruda?
Respondeu que ela trabalhou na parte da manhã, pois tinha compromisso com a mãe durante a tarde.
De imediato eu fui até o Rodrigo que estava no balcão do bar e perguntei se ele poderia entregar uma comida em meu apartamento uma hora mais tarde. Mas, teria que ser ele mesmo, ou eu não iria querer.
— Prometo que a caixinha será muito boa — sussurrei cheia de malícia.
Seus olhos ficaram mais brilhantes que duas esmeraldas iluminadas. Perguntou o que eu queria comer.
— Você gato — respondi em um murmúrio para que um homem que chegou ao lado não ouvisse. Depois respondi naturalmente que queria um arroz fresquinho, um filé ao ponto, fritas e uma salada mista.
Ficou combinado que ele iria fazer a entrega.
Quarenta e cinco minutos mais tarde eu estava de banho tomado, toda perfumadinha e alisava minhas pernas com um creme enquanto aguardava o gato. Pouco depois tocou o interfone e autorizei o porteiro a deixá-lo subir. Eu estava vestida apenas com um robe de cetim, curto, com o laço frouxo e um decote generoso.
Abri a porta e não contive um suspiro de satisfação ao ver aquele deus grego deliciosamente musculoso me devorando com seus olhos verdes.
— Uau! Você fica muito melhor sem o uniforme. — Entra aqui que vou pegar o dinheiro.
Dei espaço para que ele me precedesse em direção à sala. Fechei a porta e o acompanhei, peguei as embalagens de suas mãos e disse que já voltava. Caminhei rebolando suavemente em direção à cozinha e era capaz de sentir seu olhar em minha bunda como se a estivesse acariciando. Meu bumbum ficava destacado por debaixo daquele tecido fino e liso.
Quando dobrei o tronco para pousar as embalagens sobre a mesa, um lado do meu robe deslizou pelo meu ombro esquerdo e meu seio ficou visível. Levantei o corpo e virei em direção à porta, pois percebi um vulto, ele estava me observando a três passos de distância. Nossa troca de olhar foi cheia de desejo e silenciosa. Meu robe desceu um pouco mais, não o impedi, e o laço soltou. Eu não vestia mais nada por baixo, fiquei nua em sua frente.
O "Uau" a seguir foi dele. Perguntei-lhe se gostou do que viu. Ele disse que estava encantado e que eu era uma deusa. Deu dois passos em minha direção e fez o cetim cair pelo meu ombro direito deixando-me peladinha. Ele abraçou minha cintura e eu passei meus braços enlaçando seu pescoço, nossos lábios se uniram e abri minha boca e ofereci minha língua que foi sugada carinhosa e apaixonadamente. Puxei sua camiseta pra cima e ele terminou de tirá-la. Após outro abraço gostoso e beijos cheios de desejos, sugeri irmos para minha cama.
Ele me pegou no colo e caminhou comigo aninhadinha em seu peito e grudada em seu pescoço. Em meu quarto deitou-me suavemente e se livrou dos sapatos, calça e cueca. Ajoelhou na cama me deixando dominada por debaixo dele e entre suas pernas. Gemi baixinho ao sentir a pressão daquelas mãos fortes agarrando meus seios e massageando-os com ternura. Meus mamilos cresceram em suas mãos e a seguir sua boca arrancou meu gemido mais profundo ao chupar e mordiscar meus mamilos inchados de tesão.
O gato deslizou sua boca até minha xotinha, eu ergui minhas pernas dobradas e abertas para que ele se acomodasse em mim e me levasse ao delírio penetrando sua língua em minha fendinha lisinha... Ah! O danado fez eu revirar os olhos ao pressionar meu ponto G com seu "dedo mau" que parecia um pinto de tão grande e grosso. Quando estava quase chegando ao clímax ele ameaçou de levantar a cabeça, desesperada e descontrolada eu agarrei em seus cabelos e o prendi com minhas pernas. Forcei sua cabeça e não deixei sua boca desgrudar de mim. Gritei que ia:
— GOZAAAAARRR. — Deus! Como eu gozei gostoso.
Depois de gemer bem putinha esfregando firme minha boceta em sua cara, veio o relaxamento, soltei a cabeça do homem e fiquei arreganhadinha ainda curtindo a sensação de um gozo de parar o coração. Mantive os olhinhos fechados de vergonha, pois sabia que tinha feito travessura ao quase sufocar meu parceiro.
Ele voltou a ficar de joelhos sobre mim, só que agora entre minha cabeça, pincelou seu pau enorme em meus lábios, eu abocanhei e chupei seu membro. Depois o deixei deslizar indo cada vez mais fundo goela adentro. Ele era carinhoso e controlava suas investidas e retirava rápido quando ofendia minha garganta.
Eu queria sentir aquele pau poderoso em minha boceta, ele saiu de cima para eu pegar camisinhas na gaveta. Vesti seu pênis com a capinha, ele ficou deitado e eu fui por cima e sentei suave sobre ele introduzindo tudo aquilo e alargando a minha boceta. Deixei-o comandar os movimentos segurando em meus quadris... Ahh! Ele gozou rápido, mas eu adorei sentir o tremor do seu corpo, a pulsação do seu pinto dentro de mim e principalmente a sua carinha de satisfação.
Minutos depois de trocar a capinha cheinha de sêmen por outra novinha, eu quis muito um papai e mamãe para sentir seu corpo pesando sobre o meu e saborear seus beijos recheados de tesão enquanto eu desfalecia de tanto ele me fazer gozar com suas estocadas vigorosas.
O deus grego me finalizou, fiquei acabadinha e feliz. Ele deitou ao meu lado mortinho da silva após mais um orgasmo e muito sêmen derramado.
— Aaah! Vou pedir esta refeição todos os dias — falei zoando.
— Eu nem cobrarei pela comida, só quero a caixinha — disse ele, e rimos muito.
Ele foi embora e não quis receber de jeito nenhum pela comida entregue.
Que pena que demorou tanto a oportunidade da gente se curtir. Quem sabe se em meu retorno as coisas ficarão mais fáceis.
Na madrugada seguinte segui de carro fretado até o aeroporto de Guarulhos. Pouco mais tarde estava acomodada em meu assento ouvindo o que dizia o comandante da aeronave:
"Senhoras e senhores, bem vindos ao voo número 9669, partindo do aeroporto internacional de Guarulhos com destino ao aeroporto internacional de Miami. Nosso tempo de voo é de aproximadamente 8h20... blá blá blá e boa viagem."
Fim
Este é o conto final desta temporada. Agradeço o seu carinho e a sua atenção.
Beijos!
Caso não tenha lido o “Primeiro Programa” (é o conto que inicia esta série)
Continua com:
"Noiva de Mentirinha"
"Ficha Rosa"
"Pausa para Namorar"
"Jogos Sexuais - Noite de Terror"
"Profissão Puta"
"Cantinho dos Prazeres"
"Bacanal Beneficente"
"Encontros e Desencontros"
"Adestrando um Cavalo"
"Cadelinha de Madame"
"Sereia do Rio"
"Hominho por uma Noite"
"Ao seu Lado"
"Bilhete Premiado"
"A Herança"
E termina com este conto "A Última refeição"