Aviso:Esse capítulo tem dois narradores!
2-Confusao no último adeus!
Narrador:Daniel
Observei as pessoas ao meu redor como se estivesse vendo vultos.O vazio dentro de mim era tão grande que pouco importava se tivesse ou não alguém ali.
Havia acordado duas horas antes e o Vitor e sua namorada me levaram em casa para trocar de roupa e depois viemos para cá,a casa dos pais do Nick e onde seria seu velório.
Agora eu estava ali,tentando criar coragem de me aproximar do caixão e me despedir dele para sempre.
-Daniel?-Uma pessoa chamou ao meu lado me arrancando dos meus devaneios.
-Oi!-Eu disse com medo de falar mais e desabar ali mesmo,enquanto a ohservava.
A mãe do Nick fez um carinho em minha cabeça e lágrimas escorreram pelo seu rosto .Olhando dentro dos olhos dela,vi a mesma dor e o vazio que eu estava sentindo,então sem pensar eu a levantei a abracei com força.Deixando minhas lágrimas escorrerem pelos seus ombros.
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Narrador:Vitor
Era o velório do meu irmão;repeti para mim pela milésima vez,mas não conseguia sentir nada a não ser alívio.
Não,não fique chocado por isso,só que acho que para sentir a dor da perda de alguém,você deve ter algum vínculo com aquela pessoa e eu e o Nicolas nunca fomos íntimos.
Ele era fruto do segundo casamento do meu pai depois que minha mãe o abandonou e me levou.So nos conhecemos na adolescência e desde então,só nos matamos,literalmente.
Meu pai sempre achou o Nicolas um gênio,eu o achava um porre.
-Já tá ficando feio!...Você ainda não derramou uma lágrima.-Um homem disse enquanto punha a mão no meu ombro e me dava um sorriso.
-Minha dor e por dentro Alberto.-Eu disse enquanto o encarava.
-Você quer mesmo que eu acredite que você está sentindo a morte dele,como eles?-Alberto me perguntou enquanto apontava para um trio de pessoas que estava mais afastado dos demais.
-Não estou pedindo nada.-Eu respondi dando de ombros.
-Sabe,tô esperando a hora em que vai me contar sobre o que aconteceu ontem.-Alberto disse após alguns minutos de silêncio.
-Eu já lhe contei!-Eu respondi um pouco nervoso.
-hum!...Deixa eu ver se entendi?...Você tava passando por lá por acaso;muita coincidência né?...E viu o Nicolas e a Diana brigando em um beco,aí ela sacou uma arma,que por incrível que pareça,e idêntica à que você carrega dentro do seu carro...Ela atirou e você tentou impedir.Estou certo?-Alberto perguntou em tom sacarstico.
-Você não é obrigado a acreditar!-Eu respondi.
-Tudo bem,Não vou insistir.So quero que saiba que seja lá o que tiver feito,eu vou estar aqui sempre que precisar.-Ele disse em tom de derrota.
-Eu não fiz nada!-Eu disse já chateado com aquela conversa.
Alberto me deu um sorriso e em seguida saiu me deixando sozinho com meus pensamentos.Uma dúvida cruzou minha cabeça e sem pensar fui até onde Alberto estava e o puxei para fora novamente.
-Ei não me pega assim que eu apaixono.-Alberto disse com um sorriso enquanto eu o soltava.
-Se você sabe que a arma do crime e idêntica à minha,porque não contou a polícia hoje de manhã?-Soltei na cara dele sem dar tempo de ele respirar,ignorando completamente o que ele havia dito.
-Porque eu te conheço e sei que seja lá o que tiver feito,deve ter tido algum motivo.E em relação ao Nicolas,motivo é o que não falta.-Ele respondeu em tom baixo enquanto me encarava.
-Obrigado!-Eu disse sem sabe porque estava agradecendo.
-Eu vou sempre te proteger,independente do que faça.-Ele disse enquanto me encarava.
Eu me sentia grato pelo carinho e amizade que ele sentia por mim,e até poderia lhe abraçar.Mais isso era muito gay,então me limitei a apenas lhe dar um sorriso.
-O que ela está fazendo aqui?-Alberto perguntou após um tempo de silêncio,ficando pálido.
Eu segui seu olhar e vi Diana parada no meio da rua tentando olhar para dentro.
-Que merda!...Caralho o que ela faz aqui?-Eu me perguntei chocado demais para sentir qualquer coisa.
Caminhei na direção dela e sem pensar a empurrei.Ela tentou resistir,então peguei em seu braço e a puxei para um lado.
-Eu te disse para não aparecer aqui!-Eu disse sem a soltar.
-Eu só queria ver o nick pela última vez.-Ela disse em lágrimas enquanto tentava se soltar.
-O que será que o Nicolas tinha,que deixava homens e mulheres tão loucos? -Alberto perguntou ao se aproximar de nos.
-Não sei é nem quero descobrir.-Eu respondi irritado.
-Eu quero ver o Nick...eu tenho esse direito.-Diana pedia enquanto se debatia.
-Diana você ficou louca?...Todos lá dentro estão com um ódio insano de você.-Eu perguntei enquanto a sacudia para ver se ela voltava a razão.
-Eu só quero me despedir do Nick.Voce não pode me tirar esse direito!-Ela disse em prantos.
-Eu já me arrisquei deixando você entrar no hospital,mais aqui nao posso fazer isso.Voce tem que ir embora.-Eu disse com uma vontade enorme de esgana-la.
-Não vou antes de ver o Nick!-Ela teimou enquanto batia o pé no chão.
-Seu pai e o Daniel tão vindo aí.-Alberto disse angústiado.
Que merda!
Me abaixei e peguei Diana pelo ombro,sem perder tempo dei a volta na casa e desci pela outra rua.Ela esperneava e me arravanha,mais não podia deixar que ela fizesse um escândalo.
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Narrador:Daniel
Aos poucos todo mundo já havia se aproximado do caixão,menos eu e o Vitor.Eu estava sentado próximo,mais o Vitor nem se deu ao trabalho de entrar,havia ficado na calçada com a desculpa que tinha que fazer umas ligações.
Quer dizer ele entrou uma vez mais foi para falar com um rapaz moreno de mesma altura que a dele e em seguida o saiu puxando,mais não se aproximou nenhuma vez do caixão.
-Você pode ir comigo lá fora...Quero chamar meu filho!-O pai do Nick pediu enquanto colocava a mão em meu ombro.
-Sim,vamos!-Eu disse enquanto me levantava e o acompanhava.
Mais ao chegarmos lá fora não havia ninguém,esperamos um pouco e o rapaz que ele havia puxado para fora apareceu e nos encarou pálido,voltando para trás rápido.
Eu e Afonso,pai deles fomos ver o que aconteceu e logo estávamos em frente a casa vizinha.O rapaz estava de cócoras tentando apagar um cigarro.
-Alberto onde está o meu filho?-Afonso perguntou em voz baixa.
-Ele estava aqui nesse minuto,mais teve que ir resolver uma coisas.-Ele respondeu com um sorriso nervoso.
Observei a rua que entrava logo ao lado da casa onde estávamos,se ele havia saído rápido,devia ter ido por ali.
-Vamos voltar ao velório,as pessoas podem notar a falta de vocês.-Alberto disse me encarando.
-Eu sabia que o Vitor odiava meu menino,mais não sabia que era tanto.-Afonso disse com a voz quebrada pela emoção.
-Ele tinha seus motivos senhor.-Alberto disse com delicadeza.
-Que motivos?...Meu menino o tratava com tanto carinho,só lhe fazia o bem e ele sempre grosseiro,com ignorância.-Afonso rebateu no mesmo tom.
-Sabe senhor Afonso,o senhor tem um filho incrível,mais a cegueira não lhe permite enxergar isso.O Nicolas era um safado mentiroso....-Alberto disse pacientemente.
-Cala a sua boca!...Você não o conhecia como nos.Ele era maravilhoso e um bom homem.Tinha um coração enorme e...-Eu o interrompi mais não consegui continuar,pois as lágrimas que estava tentando segurar voltaram a correr.
-Alberto quero que vá embora.No velório do meu filho só deve ficar as pessoas que realmente o amava e o admirava.-Afonso disse o encarando com raiva e em seguida se virou e voltou para a casa .
Eu fiz o mesmo,pois não queria mais ouvir nenhuma mentira em relação ao meu Nick.Agora que ele se foi,todos tentavam difama-lo,mais eu não ia permitir.Eu o conhecia de verdade e ninguém ia destruir isso.
Continua...
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Obrigado a todos que leram!
Obrigado ao rodrigopaiva, Safirynha,Edu19>Edu15 e VALTERSÓ pelos comentários e está aí mais um capítulo para vocês,espero que gostem.
Martines todo mundo tem segredos,mais os do Nicolas eram bem pesados.Eles irão se revelando aos poucos,espero que goste desse capítulo.
Até a próxima!
