E ali estávamos-nos, deitados, pelados e suados enrolados num lençol depois de um transa bastante deliciosa atrás de uma picape. Matt estava brincando com meu cabelo e eu estava deitado no seu peito, ele levantou a cabeça e olhou ao redor e começou a rir e olhou pra mim:
Matt- ai, ai – ele riu um pouco mais – o que foi que a gente fez – ele riu de novo.
Eu- amor ue – eu ri também, quer dizer e ridículo pensar que nos amamos a tanto tempo e perdemos todo ele pensando que um iria sentir nojo do outro – eu te amo.
Matt- também te amo, minha rosa branca – ele ergueu minha cabeça e beijou a ponta do meu nariz.
Eu- afinal de contas o que você quer dizer com rosa branca, afinal e um elogio ou uma ofensa?
Matt- elogio, por você e diferente, um ser que se destaca no meio de uma multidão, por ser sempre tão bom, alegre, simpático, sempre lutando pra proteger que ama, e uma lista muito longa, e o mais importante, pelo menos pra mim – ele olhou no fundo dos meus olhos – você podia amar qualquer outro mais encolheu a mim.
Eu- só você, sempre foi e sempre será.
Eu me estiquei e o beijei, e voltamos a ficar em silencio, o clima ficou frio de repente, ele ficou tenso:
Matt- hei Darren – eu já nem me incomodava dele não me chamar de amor sempre, já que eu sei que ele me ama.
Eu- oque?
Matt- você não pensou... Oque pode acontecer se algum descobrir – sua voz era um sussurro – podem querer nos separar.
Eu- não vou deixar isso acontecer.
Matt- algo pode sair mal... Não e que eu não goste, mas... Eu, não quero que aconteça nada com a gente.
Eu- shh, não vai acontecer nada, e ninguém vai nós separa, nunca.
Ele ficou parado, já era quase meia noite:
Eu- e melhor a gente voltar pra casa.
Matt- a não, vamos ficar só mais um pouco.
Eu- não amo, olha a gente vai pra casa, desfaz sua mala, tomamos um banho e dormimos juntos.
Ele fez beicinho mas concordou, nos vestimos e guardamos tudo, e fomos pra casa, desfizemos a mala dele e tomamos um banho juntos, fomos pra cama e dormimos abraçados.
“Matt e eu estávamos dentro de um carro, era noite ele chorava e eu também o carro estava em alta velocidade e de repente o clima muda, começou a chover, o Matt perdeu o controle do carro e acabamos caindo dentro de um rio, e quando percebi eu e o Matt estava completamente cobertos por água, comecei a ficar sem ar, Matt já estava morto, a única coisa que eu fiz foi gritar, e meu fôlego se foi, a escuridão me abraçou”
Eu me levantei rápido, com a respiração fraca, Matt me olhava assustado, eu estava suado e tremendo:
Matt- amo, oque foi? – ele me abraçou e eu me acalmei.
Eu- foi só um pesadelo, não foi nada, já passou.
Matt- você está bem mesmo.
Eu- sim.
Eu me deitei e ele me abraçou, eu fiquei com medo, eu sabia bem lá no fundo que isso não era só um pesadelo, pois, eu já tinha tido ele antes, faz mais de um ano que venho tendo esse pesadelo, e sempre o mesmo, na primeira vez, foi quando beijei o Matt, quando ele estava dormindo e claro. Depois que eu deitei tive esse pesadelo, mesmo cenário exatamente do mesmo jeito e tenho que confessar isso esta começando e me assustar, depois de um tempo me acalmei, não demorou muito e dormi de novo. Acordei de novo umas cinco horas depois. Finalmente dormi o suficiente, o Matt ainda dormia, estava todo enroscado comigo, eu sai da cama sorrateiramente e tomei um banho, minha mãe já estava fazendo o café, cheguei por trás dela e beijei sua bochecha:
Mãe- bom dia.
Eu- bom dia.
Mãe- ah, eu tinha me esquecido, o Ian veio aqui.
Eu- pra que?
Mãe- ele falou alguma coisa de um livro e disse que era pra você ir mais tarde falar com ele.
Eu- tudo bem – de repente um coisa surgiu em minha cabeça, acho que e loucura mesmo assim eu perguntei – mãe, alguma vez eu sofri uma EQM?
Ela largou o que estava fazendo e me olhou com os olhos tristes:
Mãe- já, duas vezes.
Arregalei meus olhos, duas vezes? Isso e possível? E muita loucura pra começar o dia:
Mãe- a primeira foi quando você nasceu, teve uma parada cardíaca por dez minutos e depois seu coração bateu de novo... - ela respirou fundo, tentando se acalmar - a segunda foi quando tinha oito anos, você tava brincado na piscina e se afogou e ficou sem respira por mais ou menos cinco minutos, seu pai consegui te salva, por isso que eu não gosto que fique longe de mim, sempre acontece alguma coisa.
Eu- já passou, depois eu falo com o Ian.
Mãe- tudo bem, e o Matt?
Eu- roncando.
Ela riu e voltou a lavar a louça, e a única coisa que eu pensava era “duas vezes?”, afastei esse pensamento, e como hoje o dia começou estranho eu resolvi fechar o os olhos e ver se eu falo com o Ian:
Eu- “Ian? Ta me ouvindo?”
Cinco segundos depois ele responde, cara como isso e estranho:
Ian- “Darren?”
Eu- “o próprio”.
Ian- “cara isso fica melhor a cada dia”.
Eu- “eai, encontrou mais alguma coisa no livro?”.
Ian- “sim, eu descobri que pessoas que sofrem a experiência de quase morte desenvolvem algumas habilidades psíquicas, você já passou por isso?”.
Eu- “de acordo com minha mãe, duas vezes”.
Ian- “uau, isso pode explicar seus poderes paranormais”.
Eu- “talvez, depois agente fala nisso tá? Tchau”.
Ian- “ate logo”.
Isso pareceu uma ligação telefônica, e eu tenho que contar pro Matt, fui andando de volta pro quarto o Matt ainda estava deitado na minha cama, com aquele sorriso (sorrido da Ashley), meu coração apertou, eu o chamei, ele logo abriu os olhos, me olhou e sorriu da mesma maneira, meu coração afundou mais:
Eu- você tava sonhando com ela? – perguntei com minha voz chorosa.
Matt- com ela? – ele ergue uma sobrancelha – ela quem?
Eu- Ashley, você tava com aquele sorriso idiota que faz quando sonha com ela. – falei com raiva e ele riu.
Matt- e você acreditou? Darren, eu nunca sequer sonhei com a “cadela”, como você a chama, foi sempre com você, todos eles, e meu sorriso, aquele sorriso e exclusivamente pra você.
Eu abri um sorriso, tipo, quer dizer que todos aqueles sorrisos são pra mim, ele só sonhava comigo e não com ela, isso e um motivo pra ficar muito feliz. Eu pulei nele e o beijei, muito intensamente, depois de alguns minutos, eu estava deitado no seu peito ouvindo seu coração, forte com um torro, e bem nesse momento lembrei-me do que eu ia falar com ele:
Eu- hei Matt, eu descobri uma coisa.
Ele cheirou meu cabelo, e beijou minha testa, pude sentir o seu sorriso sobre mim:
Matt- o que?
Eu- eu consigo meio que, ler a mente das pessoas.
Eu ergui minha cabeça e ele me olhava confuso, tenho que dizer, e mesmo muita coisa (mesmo que eu só tenho falado umas 9 palavrinhas) pra absorve logo que se acorda:
Matt- como assim? – ele me olhou ainda mais confuso.
Eu- não sei se você sabe mas... – me sentei na cama e ele me acompanhou, eu brinquei com um fio do lençol que estava solto – eu, praticamente, morri, duas vezes.
Ele baixou os ombros, seus olhos escureceram, sua respiração ficou mais lenta e sua voz chorosa:
Matt- eu... já sabia – ele falou.
Eu fiquei olhando pra ele com cara do tipo “como assim? Por que não me contou.” Ele apenas olhou pra mim como se esperasse que eu continuasse:
Eu- a algum tempo eu venho ouvindo... Zumbidos na minha cabeça, que ate então eu ignorava, ate o... – relutei em falar que o Ian e eu nos comunicamos por telepatia, mas eu chamo de “minha operada livre de pagamento” – o Ian e eu compramos um livro sobre o assunto e, nos meio que... Nos comunicamos... Pela... Mente.
Eu esperei que ele risse ou fizer algum comentário do tipo “essa foi a coisa mais estranha que já me disseram”, mas ele ficou calado, por muito tempo apenas nos olhamos. Depois de uns vinte minutos eu comecei a ficar preocupado:
Eu- fala alguma coisa.
Matt- o que eu posso dizer? – ele deu de ombros – sei que você não costuma mentir, mas eu não consigo acreditar que isso seja possível.
O ouvi falando, mas mesmo assim queria que ele tivesse acreditado por isso resolvi chamar o Ian, fechei meus olhos e ele perguntou:
Matt- oque ta fazendo?
Eu- vou chamar o Ian.
Matt- Darren...
Eu- não! Apenas espere, logo ele vira.
Eu me concentrei:
Eu- “Ian?”
Ian- “oi?”
Eu- “você pode vir aqui em casa, e só entrar, a porta esta aberta”.
Ian- “claro, já chego ai”.
Eu abri meus olhos, e ele me encara com uma cara do tipo “eu não acredito no que você fez, da pra para de brincar” eu o olhei firme:
Eu- ele já esta vindo.
Matt- Darren, eu duvido, isso e muita...
Eu- loucura?! E você vem dizer isso pra mim? Eu que tenho vozes me atormentando, pesadelos tão reais que me dão tanto medo, eu que tive um sonho no qual você morre afogado - eu levantei da cama e olhei pra fora da janela – e não e a primeira vez que tive esse pesadelo.
Matt- como assim? Quer dizer que já avia tido ele outra vez...
Ian- ei Darren pra que a pressa? Eu tava lendo... O... Livro...
O Ian parou na hora me olhou como que procurasse meus pensamentos:
Ian- “ele sabe?”.
Eu- sabe Ian, eu contei.
Ian- assim na lata? – ele olhou pro Matt – e você não acreditou não e mesmo?!
Matt apenas balançou a cabeça afirmando:
Ian- ai, ai, cabeça dura que nem o Darren, igual ao dia que ele...
Eu- chega! Isso eu não contei – falei corado furiosamente, me refiro ao dia que eu cobri a Ashley de tapas.
Ian- mas foi engraçado, você parecia uma pantera.
Matt- que merda vocês estão falando? – ele rosnou pra nos.
Ian me olhou e eu sabia que ele ia contar, por isso virei minhas costas, nervoso:
Ian- o Darren encheu a “cadela” de tapas quando descobriu que ele te enfeitou a cabeça – ele riu – tenho ate um vídeo.
Eu- VIDEO?
O Matt se aproximou do Ian que segurava um celular na mão. A única coisa que eu ouvia era meus gritos e barulhos de tapas, e as caretas que o Matt fazia toda vez que o barulho soava, ate parecia que eu tava batendo nele:
Matt- uau, isso tudo foi por mim? – ele estava rindo, meio orgulhoso.
Eu- bem... Foi, mas também foi por mim, não gosto daquela cadela mesmo – falei virando – mais isso não vem ao caso, o que conta agora e, eu e o Ian somos uma espécie de paranormais muito loucos.
Matt- ainda não acredito.
Eu- bem... Então vamos fazer uma coisa, você vai com o Ian pra sala e conta alguma coisa pra ele, uma coisa que só você saiba e ele vai me dizer pela mente e ai você vai ter que acreditar.
Matt- já vou avisando que isso não vai dar em nada.
Eles foram e eu fiquei esperando no quarto lendo um livro qualquer. Depois de uns cinco minutos eles voltaram, o Ian tava com uma cara estranha, ele olhou pra mim todo vermelho:
Ian- “ele disse que você tem um sinal em forma de uma rosa na sua nádega direita”.
Minha cara foi no chão, olhei pra ele que em olhava nervoso:
Eu- você contou pra ele do sinal na minha bunda!
Ele arregalou os olhos assustado, claro que ele deve estar pensado “como inferno você sabe!”, e eu por minha vez olhava pra ele com raiva:
Eu- você não tinha nada que falar isso, eu disse claramente, fale uma coisa que só você sabe, e isso eu sei, afinal... E MINHA BUNDA, você e um animal mesmo.
Eu me virei, estava mais com vergonha do que com raiva, ele se aproximou de mim e segurou minha cintura:
Matt- me desculpa, eu pensei que isso não ia dar em nada, e é obvio que eu me enganei.
Eu- por que inferno você falou justamente isso pra ele, olha o coitado como tá – falei apontado pro Ian que parecia uma pimenta, e eu não estava atrás, estava vermelho tremendo e suando.
Matt- sinto muito, Ian, será que eu podia fala com o Darren sozi...
O Matt mal acabou de falar e o Ian já avia sumido, cara ele estava mesmo envergonhado, o Matt olhou pra mim e eu novamente tentei entrar em seus pensamentos, sem sucesso e claro, e eu tenho duas suspeitas, ou ele tem um bloqueio ou a cabeça dele e vazia:
Matt- sinto muito, de verdade.
Eu- tudo bem – fiz um bico e fiquei encarando ele de lado.
Matt- por que você não lia minha mente? Quer dizer, já que você pode, poderia simplesmente descobrir o que eu sinto por você.
Eu- eu não consigo, você parece ter um bloqueio que me impede de ler seus pensamentos ou sua cabeça e oca.
Matt- e não tem jeito de mudar isso? – como assim? Agora mesmo ele estava achando tudo isso uma loucura sem fim e agora que entra nesse mundo louco que nem mesmo eu conheço direito? Cara isso só fica melhor.
Eu- talvez a gente possa achar um jeito.
Matt- quero começar agora, desse modo, eu vou poder esta com você o tempo todo, ate nos seus pensamentos.
Cara isso me deixou emocionado, ele me beijou e eu me entreguei, senti sua língua invadir minha boca, e essa sensação eu gravei na minha mente, aos poucos os beijos foram parando a selinhos e nos deitamos na cama.
Continua.