A leveza de amar - Cap. 1

Um conto erótico de Bo J.
Categoria: Homossexual
Contém 557 palavras
Data: 20/03/2016 10:20:38
Última revisão: 20/03/2016 10:37:50

Eu estava sentada na beira da cama, depois de horas de exercício meu corpo necessitava de algo reconfortante, acendi um cigarro. Olhava a luz que entrava pela pequena janela e a dança leve da fumaça que saía do cigarro, minha mente se perdeu. Logo meu pensamento foi levado à beleza daquele corpo que se movimentava em um pátio com o piso de cimento queimado, ela parecia flutuar. Seus olhos sempre buscavam a luz, talvez fosse o contrário, talvez a tentativa de encontro fosse da luz, talvez a luz quisesse se abrigar em sua leve dança afinal, quem não gostaria de flutuar com aquela tão simples e tão linda bailarina.

Meu telefone tocava de forma incessante, perdida em pensamento o cigarro queimou em minha mão sem que eu o tragasse e o toque do telefone que me despertou não fora o primeiro. Atendi o telefone as pressas, eu sabia que não era a bailarina, mas meu coração queria tanto que fosse ela que disparou. Atendi o telefone, era Cecília.

Cecília era o tipo de garota frágil escondida em uma posta fortaleza criada pelas decepções familiares e amorosas que vivera. Lembro-me da maneira que nos conhecemos, ela tinha acabado de se mudar e meus pais convidaram-na para conhecer nossa casa. Animada com a piscina no fundo do quintal, atirou-se sem lembrar que não sabia nadar, desesperada começou a debater-se e eu, que via tudo da janela do meu quarto onde me recusara a conhecer a doce menina, corri para tirá-la de lá. Depois disso me encantei com a maneira eufórica de Cecília em atirar-se sem pensar em tudo que lhe parecesse ser agradável. Somos amigas desde então.

A minha vida é cheia de clichês, mas apaixonar-me pela minha melhor amiga não faz parte de nenhum deles, Cecília e eu sempre fomos como irmãs. Mas de um clichê eu não consegui me livrar, a paixão a primeira vista. E Cecília como minha melhor amiga, claro que notou meus olhares para dançarina.

- O que foi aquilo na academia?

- Aquilo o que Cecília? Não faço ideia do que você está falando.

- Livinha – essa era a forma mais cínica de todas as variações que Cecília fazia do meu nome, que por acaso é Olívia – não vem com essa! Te conheço bem e aquele olhar pra bailarina era mais que uma admiração pela dança. Você parecia em um transe cheio de transtorno, não conseguia nem se mover.

- Só achei a dança interessante, leve. Ela parecia uma pluma e seu rosto tão angelical... Transmitiu-me paz, apenas isso.

- Sei! Acha que me engana Olívia!? Só te vi olhar daquela maneira pra uma única pessoa e você sabe quem!

- Admito que fiquei balançada! Mas eu nem a conheço e pelo que sei, a companhia de dança dela só está fazendo uma curta temporada por aqui.

- Foi por isso que te liguei, pra dizer que comprei ingressos pra nós duas para a próxima apresentação dela no teatro municipal. Agora preciso desligar, passo amanhã pra te buscar às 20:00hrs, esteja pronta!

E desligou o telefone na minha cara, típico de Cecília quando acha que vou discordar de suas ideias.

Depois daquela ligação e de saber que logo veria a linda dançarina pelo menos mais uma vez, fui tomar banho e me peguei assoviando pela casa. Sabia que aquele era o sinal de que eu estava ansiosa para conhecê-la.

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