Cap.22
Pulei de alegria naquele momento.
- Ahhhhh não acredito ! - falei, o abraçando - Porra, eu tô na seleção !
- Parabéns ! Nós vamos fazer muitos gols, você vai ver ! - a minha felicidade ao ver o meu nome na lista de convocados para a seleção era inenarrável. Acho que todo garoto, quando sonha em ser jogador, sonha em jogar na seleção. E era o meu sonho. Eu queria vestir aquela camisa amarela, dar alegrias ao país, ver pessoas gritando o meu nome. E faria de tudo para que isso acontecesse.
- Pronto, agora temos dois motivos para comemorar ! - falei, indo até a geladeira - vamos brindar... - peguei o vinho, abri e dividi entre duas taças - Tin Tin - e logo estávamos tomando o nosso brinde, alegres, esperando que tudo desse certo.
TEMPO DEPOIS
A Copa América seria disputada na Argentina aquele ano. Não era a Copa do Mundo, mas era um torneio que poderia nos erguer ainda mais como jogadores para o mundo. Eu queria muito vencer, e tinha consciência de que era capaz. O nosso grupo não era muito difícil. Enfrentariamos Paraguai, Uruguai e Venezuela. Se não bobeassemos, classificação na certa. E eu tinha quase certeza que não iríamos bobear. Chegou o dia de embarcamos. Arrumei a minha mala, separei tudo o que queria levar para essa viagem, e pouco antes das 21hrs Rafael passou na minha casa.
- Oi. Dormiu bem ? - perguntou ele
- Dormi...
- Animado para a viagem ?
- Muito. Sabe quando parece que nós estamos indo conhecer nosso maior ídolo. Pois é, assim estou me sentindo.
- Pois então controla o nervosismo, que nos estamos precisando da sua concentração - falou, beijando o meu rosto.
HORAS DEPOIS
A delegação chegou em Buenos Aires perto da meia noite. Os jogadores eram legais, mas de longe eu só tinha intimidade com o Rafa.
- Nós podemos ficar no mesmo quarto, treinador - dizia ele, enquanto o treinador separava os quartos.
- Tudo bem Rafael...
MINUTOS DEPOIS
Entramos no quarto. Estava bem limpo, como sempre num alto padrão. Nos foi entregue alguns papéis, e o treinador falou algumas coisas sobre horários. Mas não me importava. A magia que tudo aquilo estava me proporcionando era incrível.
- Tá feliz ? - perguntou ele, me abraçando por trás e beijando o meu pescoço.
- Muito feliz... É incrível poder chegar a seleção assim tão novo.
- E isso é só o começo, gatinho. Você vai parar na Europa, e não vai demorar muito - virei-me e olhei.
- Você acha ?
- Tenho certeza - o beijei em seguida.
MINUTOS DEPOIS
Tinha tomado um banho. Estava apenas de cueca no quarto, comendo um lanche que tinha pedido a recepção.
- Tá gostoso isso aí ? - perguntou ele, praticamente se jogando sobre mim.
- Quer provar ? - perguntei, oferecendo a ele o sanduíche.
- Hum, está gostoso ! - ele balançou os cabelos, tentando me molhar mas foi quase ineficiente. Os penteou, passou desodorante. E então se jogou novamente sobre mim. Ficou olhando nos meus olhos - o que foi ?
- Não, nada. Apenas tô olhando para você - falou, comendo mais um pedaço do meu Sanduíche. Mais algumas mordidas, e eu acabei. Bebi o suco, coloquei o copo novamente na mesa ao lado. Olhei para ele, parecia pensativo.
- O que foi ? Parece que você tá pensando... - falei, deslizando minhas mãos no rosto dele.
- Sabe no que eu tô pensando ?
- No que ?
- É que... Eu queria saber como é...
- Como é o que ? - ele então se ergueu mais e seu rosto ficou colado ao meu.
- Eu quero ter prazer com você - falou. No início eu corei, fiquei nervoso. Nunca tinha feito nada com ninguém.
- Eu nunca fiz nada com ninguém...
- Melhor... A gente descobre juntos... - falou, me beijando. Pude sentir o órgão dele ereto encostando em mim. Aquilo me excitou. Estava com medo, mas ao mesmo tempo o tesão tomou conta de mim. A noite foi longa...
NO DIA SEGUINTE
Acordei com minha cabeça no peito dele. Nú, como vim ao mundo, enquanto ele fazia cafuné nos meus cabelos. Ergui levemente a cabeça, o olhei. Ele sorriu, beijou minha testa.
- Tem certeza que eu não fui uma decepção ?
- Você foi a pessoa com que eu mais senti prazer na vida - falou, beijando novamente a minha testa - pronto para treinar ?
- 99% pronto, mas aquele 1% é preguiçoso - ele riu.
- Então você está pronto - falou, me soltando para se levantar. A cada vez mais eu me sentia mais apaixonado por ele. A noite passada foi uma das mais especiais da minha vida. A cada gemido, mais certeza eu tinha do que era verdadeiramente e do quanto eu gostava dele...
DIAS DEPOIS
O tempo foi passando, treino, comida, sono, treino, comida, sono. A seleção estava a todo o vapor se preparando para enfrentar o Paraguai. E eu e ele estávamos mais unidos do que nunca.
"Estava muito cansado depois daquele dia intenso de treino. Dormia tranquilamente na minha cama quando fui acordado levemente por ele.
- Comprei sushi para nós - falou, enquanto eu ainda me espertava.
- Ainda bem que me acordou, caso contrário ficaria de mal com você por um ano - ele riu.
- Ficaria nada. Você me ama...
- Vai nessa para você ver - sai da cama e corri para abraça-lo - para ver que é verdade, eu amo você ! - falei, beijando o pescoço dele "
E enfim o primeiro dia chegou. Nos preparamos, gel no cabelo, concentração e bola no pé. E então partimos. Nossa estreia aconteceria no Estádio Monumental de Nunez. Infelizmente eu não estrearia como titular naquela noite. Mas isso não importava. Eu já estava ultra feliz por poder estar ali. O estádio não estava abarrotado de gente, afinal estávamos na Argentina. Mas tinha uma boa quantidade de torcedores brasileiros para empurrar o time. Fui para o banco. De lá cantei o hino nacional, com o coração palpitando de nervosismo e dúvida. Queria saber se seria naquele dia que eu vestiria a amarelinha pela primeira vez no campo. O Rafa estava no jogo. Antes de tudo começar, ele mandou um beijo, singelamente. Eu percebi e fiquei lisonjeado. A bola começou a rolar. Início de jogo truncado, como sempre é entre times sulamericanos. O Paraguai assustou no início, finalizou duas vezes. Porém o Brasil chegou mais 4 vezes, sempre pelo lado do Rafa. Não é querendo puxar a sardinha para mim, mas o lado direito, aonde eu costumo jogar estava praticamente nulo no jogo. O intervalo chegou, 0 x 0.
- Lembrem de todos os nossos treinos a respeito de pontaria e toque de bola. Não quero chutão hoje ! E você, Reis. Vai sair OK ? Benjamin vai entrar no seu lugar - arrepiei até os pêlos dos pés aquele momento. Então eu ia estrear, de verdade - eu quero que você faça aquilo que costuma fazer no seu time. Se movimente, como um elemento surpresa. E dê vida a aquele setor. Vai Ben ! - e então eu fui. Tremendo, mas fui. Mas bastou eu receber a bola pela primeira vez para a confiança voltar. Os jogadores eram outros, o estádio era outro, mas a dupla de ataque era a mesma. E com a minha dupla, eu era entrosado até demais. Bastou 3 minutos em campo. Eu recebi a bola da direita, cortei pro meio, entrei na área. Tentei chutar, mas um zagueiro tirou. Ele, que já costumava ficar atento aos meus rebotes no Brasil FC, só fez emendar em mais esse. 1 x 0. 10 minutos depois, confusão na área, pênalti. Ele cobrou e marcou. 2 x 0. E o jogo amornou a partir dali. Foi falta de pontaria, realmente. Conseguíamos fazer a jogada, mas não conseguíamos marcar. Até que aos 45, a zaga falhou e o Rafa enfiou a bola pra mim em condição. Na saída do goleiro eu marquei. 3 x 0. Chorei. Era o meu primeiro gol a seleção brasileira. Placar final Brasil 3 x 0 Paraguai.
HORAS MAIS TARDE
Entravamos dentro do quarto, exaustos mais felizes.
- Mais uma vez, a gente dá certo juntos - falei, jogando minha mala num canto.
- Eu sabia que se você entrasse, tudo daria certo.
- Você acha que eu consigo a vaga de titular ?
- Depois de hoje, eu tenho quase certeza - tirei meu fone de ouvido, me joguei na cama, liguei a TV - mas sabe o que eu estive pensando. Essa Copa América vai expor bastante a gente.
- E ?
- A gente pode receber proposta do exterior. E... Eu não sei se quero me separar dele você Ben.
Continua
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