Mudei o título do conto!kkkkk
Capitulo 2-A vida sem você!
Narrador:Daniel
Depois de algum tempo rodando,Vitor finalmente encontrou uma lanchonete aberta.Ele estacionou e nos descemos,entramos e sentamos numa mesa a um canto.
-Vitor eu não quero...Não estou com fome.-insisti pela décima vez.
-Cala a boca.-Ele resmungou em resposta fazendo um sinal para a garçonete.
Ela veio e Vitor pediu dois lanches.Quándo ela saiu,ele começou a falar do hospital e do meu trabalho,embarquei na conversa sem jeito.Mas logo entrei em seu ritmo e quando vi já estávamos conversando que nem velhos amigos e eu ja tinha comido metade do meu lanche.
Conversamos sobre vários assuntos até que chegamos a mim,melhor,minha opção sexual.
-Eu não sou preconceituoso!...Só não entendo como um homem pode gostar de outro.Cara,Deus fez a mulher para o homem e vice versa,não devia existir essas aberrações.-Ele explicou
-A gente não escolhe isso...acontece.-Eu me defendi sem jeito.
-Se eu chegar a pensar em outro macho com tesao,eu me mato!-Ele disse dando uma gargalhada alta em seguida.
Eu tentei rir mais estava constrangido demais com a situação para isso.
-Você é a Mariana,estão juntos a muito tempo?-Eu perguntei tentando mudar de assunto.
-Um ano mais ou menos. -Ele respondeu.
-Vocês planejam se casar?-Eu perguntei sem nenhuma curiosidade.
-A mari e uma mulher maravilhosa....Nos já até estamos morando juntos,faz dois meses.-Vitor respondeu sem animo.
-Você a ama?-Eu soltei essa pergunta antes que pudesse segurar.
-Eu a adoro muito,não sei se conseguiria viver sem ela hoje.A mari foi um presente que a vida me deu,em um momento que eu estava prestes a desistir de tudo.Nao diria que é amor,mais sinto algo bastante forte por ela.E você?Amava o Nicolas?-Ele respondeu após algum tempo pensativo.
-Claro...O Nick e minha vida.-Eu respondi apressado.
-E sua família?Onde anda?-Ele perguntou curioso.
-Minha família era o Nick,agora estou sozinho.-Eu respondi sentindo um aperto no peito.
-Você ainda é novo,vai acabar encontrando outra pessoa.-Vitor disse em tom baixo.
-Não,não vou!...Não quero mais perder ninguém.Joguei tudo para o alto para viver com o Nick,perdi minha família,meus amigos e a minha vida.Nao suportaria perder mais nada!-Eu disse sentindo o aperto no peito se itensificar e lágrimas encherem meus olhos.
-Eu sei como é.-Ele disse enquanto me encarava.
-Não!...Você não sabe!-Eu disse sentindo as lágrimas descerem pelo meu rosto.
-Também já perdi alguém que eu amava muito.Achei que sem ela a vida não valeria a pena,mais percebi que ela que queria que eu continuasse,não desistisse de viver.-Vitor após alguns minutos em silêncio,de cabeça baixa.
-Como você conseguiu?-Eu perguntei agora sentindo uma dor profunda.
-Focando nos meus sonhos e objetivos.Mergulhei de cabeça no meu trabalho e nos meus projetos.E tinha a Mari e o Alberto que nunca me abandonaram e aguentava as minhas crises de desespero.-Vitor respondeu com um olhar triste.
-Ela foi assassinada como o Nick?-Eu perguntei o observando.
Vitor me encarou e em seguida foi até o caixa e pagou a conta.Se virou e saiu,fazendo um sinal para que eu acompanhasse.Eu fui e percebi que ele já havia entrado,então abri a porta do carona e me sentei ao seu lado.
-Desculpe,eu não queria...-Tentei me desculpar por ter feito algo a ele.
-Ela foi estrupada de uma forma cruel.Estava esperando um filho meu e por conta desse ato...Nojento,ela perdeu o bebê.Cecilia não suportou tantas coisas e se matou.-Ele disse em voz baixa,me interrompendo,enquanto apertava o volante com força.
-Você sabe quem fez isso com ela?-Eu perguntei chocado por tamanha violência contra um ser tão frágil.
-Sei,mas ele já teve o castigo que merecia.-Vitor respondeu emocionado com um brilho diferente nos olhos.
Naquele momento eu não consegui parar de olhar para ele,pois não estava acreditando no que estava vendo.Vitor ara autoritário e sempre frio,que eu achava que nada poderia lhe atingir.
Sem pensar eu peguei sua mão e apertei,ele retribuiu e uma corrente elétrica subiu pelo meu corpo me fazendo arrepiar.Ele me encarou e eu não consegui desviar meus olhos dos seus,cheios d'agua.Ele era lindo por dentro e por fora!
Seu celular tocou e ele soltou minha mão,saindo em seguida do carro.
O que estava acontecendo comigo?O Vitor era hetero e tinha mulher,e eu havia acabado de perder o Nick e eu o amava ainda,mais do que tudo.
Talvez fosse isso,a perda estava me deixando sensível e eu tava querendo confundir amizade com outra coisa.
Ele voltou e ligou o carro,eu me sentei o mais longe possível e não quis olhar para ele.Não havia feito nada de mais,mas me sentia constrangido.
-Você está bem?-Ele perguntou enquanto dirigia.
-Tô!-eu menti enquanto me encostava.
-Porque não me conta o que está passando nessa sua cabecinha?-Ele perguntou com um tom de riso na voz.
-Bem...e que nos estamos nos dando tão bem e antes não era assim,sabe?...As vezes me pergunto,o que o Nick pensaria de uma estarmos nos aproximando.-Eu respondi com tristeza.
-Eu nunca lidei muito bem com o fato de vocês serem parceiros e sinceramente,acho bom que você não seja nenhum pouco afeminado...Mas o meu problema com o Nicolas e bem mais profundo do que apenas sexualidade dele.-Ele explicou enquanto tentava prestar atenção aonde estáva indo.
-Você sempre o chama de Nicolas!-Eu disse percebendo esse detalhe só agora.
-Porque é o nome dele.-Ele disse agora sério.
-E em relação a mim?O que mudou?-Eu perguntei curioso.
-Nunca gostei muito de você por ser um via...Por ser Gay...Mas desde a morte do Nicolas e o seu sofrimento,achei que precisaria de um amigo.Então desde que não de em cima de mim,esta tudo certo.-Ele respondeu dando umas sorrisinho logo em seguida.
-Você não faz o meu tipo!-Eu disse também me permitindo sorrir.
Após algum tempo chegamos a frente da casa do seu pai.Vitor parou mais não desceu,parecia que nao viria até a casa.
-Você não vem?-Eu perguntei com a mão na porta.
-Não!-Ele respondeu
-Você vai ao enterro?-Eu perguntei já prevendo a resposta.
-Eu já o enterrei a muito tempo.-Vitor respondeu frio.
Eu me despedi dele com um breve Tchau e desci do carro,indo em seguida para a casa.Quando entrei só havia cinco pessoas.Nao comprimentei ninguém é fui até o caixão,vendo o Nick ali até parecia que ele estava dormindo.Passei meus dedos por seu rosto gelado e senti uma emoção forte tomar conta de mim.
Me sentei ao lado do caixão e ali fiquei o resto da noite,o vigiando.No dia seguinte as pessoas começaram a chegar e a hora do enterro logo chegou.
No caminho para o cemitério eu tinha a sensação de que nada era real e só queria fugir.Quando baixaram o caixão dele na cova e começaram a jogar terra,meu mundo desmoronou.
Minha ficha caiu de vez e eu percebi que ele se foi de verdade e não ia voltar mais.Um desespero me invadiu e as lágrimas saíram como em uma cachoeira.O que eu ia fazer daqui para frente sem ele?Como eu ia voltar para casa sem ele estar lá?
Quando terminaram,todos começaram a ir embora.Eu nem me mexi,queria ficar e fazer companhia a ele ali para sempre.
Os pais do Nick vieram até mim então e falaram,argumentaram e acabaram me convencendo a aceitar uma carona.Quando cheguei em frente ao prédio onde morava,senti minhas pernas ficarem bambas e a custo cheguei ao elevador.Parei no meu andar e em seguida entrei no meu apartamento.
A mesa ainda estava pronta com os pratos que arrumamos,as panelas com a comida ainda continuavam no fogão.Aquela era para ser uma noite feliz,porque tinha que ter acabado assim?
Caminhei até o quarto e abri o guarda-roupa,peguei suas camisas e abracei com força,sentindo seu cheiro.E imaginar que ele nunca mais as vestiria para mim?
Fui para a cama em que tantas vezes dormimos juntos e abracei suas camisas com força.Minha vida havia acabado,eu não era nada sem ele.
Quinze dias se passaram,um pior que o outro.Eu tinha pesadelos com o Nick ensanguentado e as vezes ficava esperando ele entrar pela porta.Não havia saído de casa desde o seu enterro,eu não tinha mais vontade de viver.
Eu mal comia ou bebia algo,apenas passava o dia abraçado as suas roupas chorando e me lamentando .Tentando entender o que havia acontecido.Porque tiraram ele de mim?
E assim mais um dia veio,a mesma dor,o mesmo desespero e eu já não suportava mais a saudade dele.Nao aguentava mais ter que viver um dia sem poder toca-lo ou ouvir ele dizendo que me amava.Então decidi que estava na hora de me juntar a ele.Peguei um bocado de remédios que estava no banheiro e os juntei em um frasco só.Em seguida fui para a sala e me preparei para toma-los.
Quando eu terminasse o veria de novo e dessa vez nada nos separaria.
Continua...
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Acabei de chegar em casa e fiz este as pressas,espero que gostem.
Obrigado a todos que leram e acompanham.
Martines antes do amor,um pouquinho de dor e depois também kkkkkk espero que goste desse capítulo.
VALTERSÓ gostou do título?Kkkkk
Até a próxima!