Personagem: Fernando.
*Tempo que se passa a história: Indefinido.
A música reverbera pelo ambiente quase vazio, com exceção dos rapazes que estão limpando aqui e alí, não há ninguém. Diferente de ontem, quando todo o espaço estava tomado de homens de todos os tipos, agora o lugar está calmo e agradável. Ontem (da noite de ontem, para a madrugada de hoje) havia homens bonitos-pobres, com dinheiro somente para curtir a noite com um bom rapaz, ricos-feios, com dinheiro o suficiente para comprar um dos garotos da casa e fazê-lo escravo sexual se quisesse; homens altos-atraentes, baixinhos-charmosos, morenos-simpáticos, brancos-rudes, loiros-brutos, musculosos-devassos e tanto outros 'estilos'. Todos reunidos alí para uma só razão: o prazer. Prazer sexual, alcoólico, do ego, da alma, de tempo e tantos outros. Uns buscando dar prazer, outros pensando somente no seu próprio.
O Diamonds é um lugar que te proporciona os mais diversos prazeres. Se você for homem, te leva aos mais diversos tipos de céus, ou infernos - no sentido bom e figurado da palavra. Mas se você for mulher, nada contra, mas O Diamonds é lugar para homens, embora algumas mulheres vá lá, ver seus maridos se enroscarem com outros homens, enquanto as mesmas massageiam seus clitóris e babam vendo seu homem com outro. É um lugar depravado? Não, é um lugar de prazer, onde tem depravados. Todos somos depravados nesse mundo, não negue. Sem hipocrisia pro meu lado, ok? Localizado num ponto estratégico da cidade, O Diamonds se tornara um lugar bastante frequentado e com uma clientela sofisticada e exigente. Por isso só trabalhavam os melhores alí. Os caras gatos, os caras legais. Os que são submissos quando ordenado, os que ordenam quando se pedem para fazer isso, pagando altas quantias para tais regalias. Para ser claro, o Diamonds é uma casa gay, pode ser boate, pub, confessionário, tudo que você quiser.
Encostado na parede, eu olho pros lustres de cristais que pendem acima da minha cabeça, são bonitos e quando estão ligado a meia luz criam uma atmosfera de mistério. Calebe, um dos meninos que trabalha aqui, sentado em cima do balcão do bar, lixa as unhas, fala com seu sotaque carregado.
Calebe: Feerrniando está-ri com a cabessi-a na lua - ele é um francês que acabara de chegar ao Brasil. Esnobe e um tanto diferente, é odiado pelos demais rapazes que moram aqui no Diamonds. Ele é bonito, encorpado, com um charme francês natural. Empresários pagam o triplo para estar com ele, outros vendem casas para passar a noite... pelo menos é o que ouvi dizer.
Eu falo rude pra ele: Cuida da tua vida, gringo - ele ri e volta sua atenção para as unhas.
Eu, sou o sócio da dona do lugar. Nara é uma mulher firme, decidida e que soube ganhar dinheiro e dar dinheiro. Conhecida na cidade por sua versatili e espontânedade, logo se tornou uma das pessoas de maior prestígio no município, mesmo não tendo chegado aos seus 30 anos. Ela me ajudou quando deixei meu namorado e resolvi dar um tempo da casa dos meus pais, dos meus amigos e tudo que me lembrasse do meu ex.
Me chamo Fernando, 22, cabelos lisos escuros, pele branca-parda, traços orientais levemente evidentes, corpo esbelto, uma boca que deixa qualquer ser humano em choque quando beijado e uma áurea sombria. Calado e observador.
Tenho fama de ser rude, nada agradável, por tratar as pessoas como elas são e não como elas devem ser tratadas, por falar verdades, mesmo apanhado depois, por ser eu mesmo não importasse com quem fosse. Quando cheguei aqui, eu não vim para trabalhar como streep ou GP. Vim como cliente, duas semanas após o rompimento com meu namorado. Ele era (ainda é) minha alma gêmea, irmão, amigo, um completava o outro. Mas por ciúmes, por desconfianças e uma rotina horrível, pedi para darmos um tempo, sendo assim ele decidiu ir embora. Ele fora embora e eu? Cai em total ruína pois não sabia viver sem ele. E o pior, meus amigos lembravam ele, minha casa lembrava ele, tudo lembrava ele. Eu sofri nos primeiros dias, não chorava, mas algo dentro de mim tinha sido arrancado, tirado e sido levado com ele. Com meu amor. Um zumbi era eu. Um morto vivo. Sem motivos para seguir em frente.
Então soube do Diamonds, eu precisava esquecer ele um pouco, aliviar aquela deprê. Cheguei no lugar, tinha 600 reais na carteira (eu ficara sabendo por um amigo que alí era um lugar caro, mas que valia a pena). Lembro que entrei, depois de dar 100 pau pra um segurança para eu sair de uma fila de homens que esperavam ansiosos, e o que vi me deixou boquiaberto quando entrei no salão. Havias homens de cueca dançando, alguns de camisa molhada, com farda de polícia, bombeiro, e em suas cuecas, suas jebas eram notáveis. Havia uma área reservada, somente para os ricaços, com executivos apreciando os dançarinos gostosos a rebolarem para eles. Reconheci um deputado estadual e esse estava enroscado com um cara musculoso e que lhe chupava o queixo. Reparei em um cara de bunda de fora, ela era linda, peluda, branca e redondinha... lembrava a do meu ex. Sacudi a cabeça fui até o bar e pedi um whisky. Bebi o líquido sofregamente.
Barman: Hey, rapaz. Vai com calma.
A bebida desceu queimando tudo. Tossi e o barman riu. Olhei feio pra ele e pedi outra dose embora a primeira quase tivesse me matado. Então uma voz de mulher falou.
- Problemas no relacionamento? - olhei pra ela desconfiado. Alí não era lugar pra mulheres. Era lugar pra gays. Homens machos que gostam de homens machos. A mulher tinha os cabelos lisos escuros perfeitos, cortados a altura dos ombros, usava um vestido elegante vermelho (azul talvez, pois sou daltônico) com um decote ousado, brincos que valeriam um rim meu e um colar de pérolas. Na mão um cigarro e na outra um drink. No todo era uma mulher muito charmosa... muito mesmo.
Eu falei seco: Talvez.
A mulher: Isso é sempre um problema fútil. Relacionamentos são limitados, limitam as pessoas. Se tornam rotinas e pronto... a limitação se torna irritação, desconfiança.
Eu ainda na defensiva: Exato. Mas o ruim é quando há amor envolvido.
De alguma forma a mulher se abriu comigo, e eu com ela. Ela contou da sua vida, das dificuldades e eu fiz o mesmo, claro que com mais cautela. No fim ela tinha gostado de mim e eu dela, pois partilhávamos dos mesmos pensamentos. Principalmente dos homens, que homens querem algo criado. Ela me disse que não curtia muito fazer boquete, eu também, mas para sermos o par legal da relação, faziamos quando nossos machos pediam. Ela raspava a vagina e eu meu minha bunda, porque nossos machos gostavam assim. O companheiro legal rir das brincadeiras tolas dos seus machos, o companheiro legal está na moda, se arruma e se sujeita a coisas de que não gosta. Mas se o macho gostar e pedir, tudo bem, então nos sujeitamos. Eu não era um companheiro legal, eu queria ser eu mesmo e acabei criando uma crise, afastei meu macho, só que recuperei meu eu. Descobri que meu homem gostava do cara legal, de um cara inventado, não de mim mesmo. O que diz não quando não quer transar e que prefere ler um livro a ter que assistir um jogo ruim de futebol na TV.
A mulher: Esqueci de me apresentar, sou Nara. Lady Nara para a ralé, mas para você, mocinho... Nara.
Eu: Sou Fernando, para você, mocinha, Nando.
Nara: Sou dona desse lugar.
Fiquei surpreso: Sério?! Caralho, que maneiro. Espero que role um desconto com um dos seus meninos para mim essa noite.
Ela ri: Escolha um - sua mão voa para o salão, como se mostrasse seus produtos. - Qualquer um.
Eu: O que caiba no meu orçamento.
Ela: Hoje é por minha conta.
Pisquei incrédulo. Então escolhi. Havia um mulato lindo com o corpo liso e musculoso, vi outro, um ruivo, troncudo e esbelto com cara de novinho. Mas o branco alto e careca me chamou a atenção. Tinha uma leve barriga de shoop e uma pelugem vasta nos peitos Era ele.
- Ele - falei. Nara riu, mandou chamarem o cara e ele veio. Usava uma calça risca de giz e sapatos sociais lustrosos. Riu malicioso para mim. Seu rosto redondo era lindo, bem garotinho maroto.
Nara: Esse é Fernando. Cuide dele a noite toda. Ele é vip agora.
Eu: Eu logo vou indo. Não pretendo ficar a noite inteira.
Nara piscou pra mim: Então aproveite antes de ir.
O cara riu pra mim e se apresentou como Carlos. Pegou na minha mão e me levou para a parte de cima do Diamonds. Lá entramos em um quarto e ele logo me tasca um beijo. Ele era alto e forte, seu cheiro de macho... era o que bastava. Tirei minha camisa e ele chupou meus peitos. Chupava com destreza e ritmado. Passei as mãos na sua careca e meu coração apertou por lembrar de meu ex. Mas aquilo estava bom de mais. Meu pau pulsava na calça e quando ele tirou a mesma e abocanhou minha rola, eu delirei. Sua boca quente chupou meu pau e engoliu-o por inteiro. Soltei um urro quando sua garganta ardente tocou a cabeça da minha pica. Comecei a foder a boca dele e ele gostava daquilo.
Carlos: Que pica linda e saborosa, cara.
Eu: Me chama de Fernando. Na intimidade.
Ele malicioso passou a língua na minha pica e falou: Meu Fernando.
Chupou meu saco e eu delirei de prazer. A boca do cara era suave de mais, diferente da do meu ex que era rude e extremamente máscula. Digo pro cara tirar a calça dele e assim ele o faz. O pau dele era médio, estava bomba e eu chupo com vontade. Carlos urrou e segurou minha cabeça dos dois lados e fodeu minha boca com uma gingada ritmada do quadril. Mandei ele virar, sua bunda era lisa de mais, apertei as nádegas e constatei a dureza delas. Enterrei a cara na bunda dele, no cu dele e fodi aquele anelzinho com ferocidade com minha língua.
Carlos gemeu alto, e eu chupava aquele cu sem pensar no amanhã. Eventualmente eu mordia uma banda e outra e o cara delirava. Ele era forte, os músculos da costa eram evidentes, com a língua eu fui subindo do seu rego até suas costas e cheguei na nuca e me demorei ali, chupando o seu pescoço. Meu pau roçou na sua bunda e eu perguntei se ele queria pica? Ele fez que sim com a cabeça. Sentei na cama e pedi uma camisinha. No quarto havia uma mesinha com uma tigela cheia de camisinhas e lubrificantes em pacotinhos. Carlos foi até lá, abriu uma das camisinhas, volto até mim, colocou a camisinha na cabeça da minha pica e com a boca, foi encapando toda ela até chegar na base. Lambeu minha barriga e foi subindo até minha boca, me deu um beijo enquanto abriu um pacote de lubrificante, empapou meu pau e massageou-o com a mão suavemente.
Carlos: Você é gostosinho. Cara de novinho mas com uma picona deliciosa.
Não falei nada. Ele se posicionou pra sentar, e fui sentindo o cuzinho dele apertar minha rola e o calor me atiçar. Meu pau foi entrando, ele fez pressão e apertou meu pau. Comer um homem é algo indescritível, algo que deixa qualquer um com o ego na mesosfera. A pica de Carlos estava durissima (o que sempre dá prazer para o ativo, ver a pica do passivo dura, mesmo que esse esteja entalado numa rola) e tocou minha barriga quando ele sentou por inteiro no meu pau. Mandei ele rebolar e ele o fez. Fiquei alí, sentado, observando ele calvagar em mim. Ele parecia gostar, estava adorando aquilo, eu estava curtindo. Peguei ele e apertei sobre mim, seu cu já acostumado a minha pica já deveria aguentar umas bombadas. Soquei ainda sentado e Carlos gemia alto... O som vindo da parte de baixo da Diamonds deixava o momento mais excitante. Mordi um dos peitos de Carlos enquanto bombava rola naquele cu e ele começou a quase gritar. Senti o cheiro de suor dos cabelos do seu peito e mordi com vontade seu mamilo direito.
Carlos: Ahhhh delícia, que gostoso. Me come meu macho.
Mandei ele sair de cima de mim, disse para ficar de quatro e por trás eu soquei fundo. Ele choramingou e eu meti forte. Não falei uma palavra, só sentia o sexo. Ficamos assim por uns 3 minutos, virei ele e mandei-o deitar na cama, de frango assado comi ele, beijei sua boca com a minha pica alojada dentro de si e minha bolas batendo na sua bunda fazendo um "plac-ploc" delicioso. Sem tocar na pica, Carlos gozou. Seu cu fez uma pressão imensa na minha rola e eu não segurei o gozo. Puxei a pica pra fora dele, tirei a capa e as últimas esporradas melaram a barriga de Carlos que ficara mole na cama. Meu corpo tremia de prazer, fora uma delícia, mas poderia ter sido melhor. Pelado, fui até minha calça, tirei um cigarro e fumei pensativo.
Carlos: Nossa, você é muito gostoso fodendo. Amei. Nunca tinha gozado sem tocar na minha pica.
Ele falou mais, não olho pra ele e penso em outro cara que está longe de mim. Que ria comigo quando gozávamos juntos. Ouvi um "comer essa sua bundinha" e virei pra Carlos.
Eu: Me comer?
Carlos: Eu adoraria.
Eu ri. Joguei meu cigarro num cinzeiro: Você é gato e teu uma pica linda. Mas meu cu é de um homem só - me vesti, tirei uma grana e dei pra ele. - Não não, a Nara disse que é por conta da casa - retrucou ele.
Fiz questão e disse pra ele não contar pra ninguém. Me vesti e sai.
Carlos: Volta mais vezes, vou adorar ter você como meu cliente vip.
Ri e pisquei pra ele. Aí quando desci as escadas, encontrei a esplendorosa Nara. Ela perguntou: Já? Se divertiu?
Eu: Foi muito bom.
Nara: Sabe, gostei de você e preciso de alguém me ajudando aqui.
Eu olhei pra ela: Quer que eu seja um dos seus garotos?
Nara: Não, quero que você ajude-me com eles. Selecione os melhores, avalie os que já estão aqui. Pago bem. E além do mais, isso vai ajudar a esquecer o outro lá.
Eu: Uau... vou pensar.
Ela me entregou um cartão.
Dias se passaram e eu ficava mais deprê em casa, no trabalho e na facu. Resolvi aceitar o emprego de Nara. Eu fazia bastante coisa, ajudava Nara com os rapazes e também em outras coisas que envolvia as finanças. Carlos ficara gamado em mim, mas logo deixei claro que não queria nada. Desde o dia que entrei na Diamonds, não me relacionei com ninguém. Era só trabalho e por sorte eu ganhara um lugar alí para morar.
Eu tratava todos de forma calada e logo a maioria não foi muito com minha cara. Nara e eu nos tornamos inseparáveis e ela era minha conselheira. As vezes eu lembrava do ex e chorava no colo dela em busca de consolo. As vezes era ela que vinha atrás de colo. Dois irmãos.
Saio dos meus devaneios e vejo alguém vindo determinado até mim.
Patrício vem apresado e fala apontando o dedo na minha cara: Estou indo embora, não fico mais aqui. Nem um segundo se você não me der mais atenção.
Eu me limito a olhar para ele e digo: Faz falta não - chamo Kelvin, um cara alto e forte, e digo para jogar as malas de Patrício na rua se preciso. O Patrício era bonito, tinha uma bunda linda e uma pá de clientes da alta. Mas era muito irritante, vivia querendo atenção e sua vibe era de lástimas. Eu particularmente não o aturava. Dei graças quando ele disse que iria embora, falei com Nara, ela disse que sentia muita mas eu podia fazer o que fosse melhor para o Diamonds. Embora Calebe, o francês, fosse nojentinho, Patrício se superava em termos de ser praticamente apelativo.
Patrício: Quero falar com Nara!
Eu indiferente: Já falei. E quero você fora. Volta segunda pra pegar o resto da tua grana.
Sua voz melosa altera: Escuta aqui...!
Digo para os meninos da segurança retirar ele. Não estava com saco para tal. Esse sou eu, o sócio de uma casa de prazeres gay, taciturno, calado e as vezes grosso com todos. Adotado por uma mulher chamada Nara, a dona da bagaça, e ajudante em quase tudo, menos sendo um dos meninos do prazer. Mas eu poderia ser se quisesse. Sabia truques na cama que até o capeta duvidava. Mas não. Sou apenas o polivalente.
Calado, rude e calado. Esse é o Fernando. Esse sou eu. Antes falador e alegre, agora sou amargo e ressentido. Sofrendo por um amor o qual não busco ir atrás por orgulho. Não vou atrás de alguém que escolheu ficar longe de mim para se sentir bem. Não vou. Chupo os dentes e observo o salão vazio agora com alguns meninos ensaiando passos de danças sensuais.
A musica enche meus ouvidos.
"1 2 3, 1 2 3, Drink.
1 2 3, 1 2 3, Drink.
1 2 3, 1 2 3, Drink."
E os caras dançam ao som. Calebe se levanta do balcão do bar, passa por mim e sorre: Aquela Parrá-tricio era um boboca. Adieu, cher. (Adeus, querida), não volte nunca.
Riu para Calebe. Ele não ia com a cara de Patrício.
Ouço alguém me chamando, um dos seguranças diz que tem alguém querendo me ver na portaria, vou até lá com o semblante fechado. Penso na noite de hoje, haverá clientes especiais e os meninos estão nervosos, tenho que tranquilizar eles com uma das minhas broncas. Reparo no salão do Diamonds e vejo que é igual a um daqueles cabarés de luxo da França. De muito luxo. Paredes revestidas com papel de parede importados da Suíça, o chão com lajotas tão próximas que parecem ser uma só, e todas lustrosas. Os candelabros são outra peculiaridade e os quadros em molduras barrocas também. O teto de gesso é iluminado com luzes especiais, você se sente em um hotel 5 estrelas aqui. Chego na entrada e lá vejo a forma grande de um pessoa, com as mãos no bolso e boné na cabeça.
Depois de 7 meses longe, meu ex havia voltado. Ele está alí, mais lindo do que nunca. Me olha e fala: Não aguento mais ficar longe de você.
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Hey, você que leu isso. Saiba que tudo é fictício e nada real. É só minha colaboração para o conto da minha Amiga linda Nara M.