Fui até o casarão que trabalharia suado para reformar e descobri que toda a trupe de Marina estava hospedada por lá, eles pareciam uma enorme família. Há muito eu não vivenciava um clima familiar tão saudável, mesmo com todas as briguinhas e as batidas na porta do banheiro incessantes para que quem estivesse dentro saísse logo.
Celso era o cozinheiro daquela noite, além de um belo dançarino era um maravilhoso chefe de cozinha, preparou uma macarronada maravilhosa. Depois de muita conversa e descontração com toda aquela galera, Marina fez um sinal e me chamou para dar uma volta pelo jardim.
- Eles gostaram muito de você.
- Você acha? Eles são muito bacanas, há muito não me divertia tanto!
- Você tem um sorriso lindo, sabia? – Marina segurou minha mão e parou em minha frente – É um sorriso misterioso e melancólico... Não sei explicar.
- Melancólico? Acha meu sorriso melancólico?
- Você sorri com a boca mas, seus olhos continuam sérios, vazios como se fugissem pra um lugar só seu.
- Bobagem. – Apertei sua mão e a levei até minha boca depositando um beijo – Adorei a noite de hoje, queria que não acabasse.
Sorrindo Marina se aproximou, passou os braços pelo meu pescoço e me beijou.
Conversamos por muitas horas sobre coisas das quais gostávamos e das quais não tínhamos opiniões formadas e das quais não gostávamos. Entre um assunto e outro Marina me beijava e eu fazia carinho em suas mãos e em seu rosto.
Voltei pra casa feliz e dessa vez liguei para ela assim que cheguei, embora minha vontade fosse de não ligar só pra ela voltar a aparecer na minha porta logo cedo.
Passamos uma semana tomando café da manhã juntas e tendo inúmeros encontros para “discutir a reforma do casarão”, só não ficávamos mais tempo juntas porque ambas precisávamos trabalhar, eu durante o dia e Marina quase sempre durante a noite.
Chegou o dia que a companhia dela seguiria viagem para outros estados e Marina era só choros e abraços, fiquei bastante preocupada com ela que não parecia que ficaria bem sem sua família de dançarinos. Depois de deixá-los no aeroporto coloquei Marina no carro, liguei o som e dirigi, passei direto pelo casarão e não parei.
- Meu bem, acho que você se esqueceu de me deixar em casa.
- Não vou deixá-la sozinha em uma casa daquele tamanho, só vai te fazer mal. Você vai pra minha casa.
- Não precisa Olívia, de verdade, eu vou ficar bem! Eu quero ficar um tempo sozinha.
- No meu apartamento tem um quarto de hóspedes, você pode ficar lá e eu juro que não vou te incomodar.
Marina sorriu fraco e concordou.
Chegamos no meu apartamento e Marina correu para o sofá, afundou o rosto em uma almofada e chorou. Sentei ao seu lado e coloquei sua cabeça em meu colo, deixei que chorasse o quanto quisesse e fazia carinho em seu cabelo cantarolando músicas que me vinham a cabeça. Depois de um tempo Marina dormiu, retirei a almofada do seu rosto e tentei levantar sem acordá-la, a tomei nos braços e a levei para o quarto de hóspedes quando ia deixando-a na cama ela despertou.
- O que está fazendo?
- Você estava dormindo toda torta no sofá, achei melhor te colocar na cama.
- Esse é o seu quarto?
- Não, esse é o quarto de hóspedes, prometi que daria seu tempo sozinha, certo?
- Quero ficar no seu quarto, com você! Se não for incômodo, claro.
- Meu amor, claro que você pode ficar comigo em meu quarto. É tudo que eu quero.
Sorri e peguei-a pela mão guiando-a para o meu quarto. Entramos e Marina jogou-se em minha cama e batendo no espaço vazio ao seu lado me chamou para que deitasse com ela.
- Se importa se eu tomar um banho primeiro?
- Claro que não, ficarei te esperando.
Desabotoei minha camisa e fui para o banheiro do meu quarto e terminei de me despir. Não tinha o costume de trancar a porta afinal, estava sempre sozinha. De repente Marina entrou e abriu o box, estava nua e me olhava sorrindo como quem se convida para uma festa. Dei espaço para que ela entrasse, ela pegou a esponja da minha mão e começou a passar em meu corpo. Eu estava em êxtase, o corpo nu de Marina me encantava. Seus seios de tamanho médio caberiam na palma da minha mão de uma maneira perfeita, sua cintura fina deixando o osso de seu quadril exposto me deixava com vontade de beijá-la.
Eu já estava mais do que excitada, me segurando para não agarrá-la ali mesmo. Marina soltou a esponja no chão e beijou minhas costas segurando em suas mãos os meus seios, gemi timidamente. Ela subiu sua boca até o meu pescoço e deixou mordidas e beijos enquanto seus dedos brincavam com meus mamilos enrijecidos, Marina levou a boca até meu ouvido e em um sussurro disse:
- Eu quero você. Quero te sentir.
Ali todas as minhas barreiras desmoronaram.