Eu não consigo entender o problema das pessoas em querem tanto que a outra pessoa seja como a julga ser “certo”, acho que isso é digno de pena, pessoas assim devem pensar que são o centro do universo e que vão gozar de uma vida eterna no “paraíso”, eu imagino que para onde elas iram não seja nenhum paraíso, realmente odeio essa hipocrisia e falta de compaixão com o próximo, minha natureza é essa, e meu maior defeito é sem dúvidas acreditar que essas pessoas um dia possam mudar.
Sou o Julian, tenho 25 anos, moreno, 1,65m de altura, corpo levemente definido, olhos pretos, pele parda, formado em fotografia e apaixonado pela natureza, pela lua e pela água. Bem resumidamente esse sou eu, e claro antes de mais esclarecimentos sou gay, porém muitos dizem que não pareço nem um pouco, deixei minha cidade natal há muito tempo, já morei em New York, Londres, Veneza, Paris, Lisboa, nesses lugares fiz muitos trabalhos, mas quando morava em Veneza, minha terceira cidade depois de sair do Brasil, fui contratado por uma revista de Londres que me paga para viajar o mundo tirando fotos de lugares exóticos e fazendo algumas reportagens, não sou formado e jornalismo, mas me dei muito bem nessa área, já tenho três anos de empresa e quantas vezes já fui a cede? Nenhuma isso é bom vivo na mais plena liberdade só curtindo a vida e sua natureza perfeita, atualmente estou fazendo uma viajem pela Itália, para ser mais preciso estou em Palermo, uma linda cidade, mas bem o que eu um pobre fotografo que vive de viajar pelo globo tem de tão especial? Eu não sei, aliás, eu vivo sozinho mesmo, desde que sai do Brasil nunca falei com minha família, porque quando me assumi fui rejeitado, a única pessoa que me defendeu foi meu primo, que sempre foi super gente boa comigo, porém nunca o vi com outros olhos, não esbanjo luxo, embora tenho uma conta bem gordinha, como já disse sou pago para viajar então todas minhas viagens são pagas pela revista, que saiba sou o melhor profissional que eles tem e que mais dá lucros, o material eu mesmo banco, trabalho sozinho, único gasto deles comigo é as passagens mesmo e meu salário claro, que convenhamos é bem gordinho e em dólar.
Cheguei à Itália tem alguns dias e vim direto para Palermo, sou fluente em inglês, português, italiano, francês, espanhol, japonês e arranho no alemão, me instalei num hotel que fica mais afastado do centro como eu gosto, ainda não tive coragem para sair, estou revisando minha última matéria que fiz em Milão, meu forte são paisagens naturais, mas admito que algumas paisagens urbanas me encantam e a noite de Milão, nossa perfeita, sobre justamente paisagens urbanas além de muitas artes de rua, os italianos estão sempre de bom humor e claro a massa italiana é a melhor que já provei, assim como a moda aqui é uma coisa muito valorizada, onde você vai vê pessoas bonitas e muito bem vestidas, como não sou de ferro tive minhas noites por lá com uns italianos de tirar o chapéu, quem saiba eu conte mais sobre ele algum dia.
- Nossa é muito tarde – eu disse vendo as horas no meu pulso – amanhã eu termino e envio para a revista.
Sai da frente do computador e fui tomar um belo banho para relaxar, tirei meu relógio, minhas roupas e entrei na banheira, onde passei bons minutos, sai me sequei e pus somente um short curto com uma regata branca, olhei o relógio que marcava pouco mais de 2h da manhã, repousei sobre minha cama que estava muito confortável, paguei a luz do abajur sobre o criado mudo e logo me deixei levar pelo cansaço até dormir.
Bem algumas pessoas devem estar pensando o que leva uma pessoa a se afastar de todos e viver solitariamente assim como eu vivo, é bem simples de explicar, o desgosto que as pessoas causam a você, o desprezo, junto com muitos outros fatores faz você querer qualquer pessoa longe de você, eu que no meu mais intimo sonho em ter uma bela família prefiro manter isso só em sonho mesmo, namoros nunca tive, sempre funcionou assim sexo casual, uma noite de prazer e na manhã seguinte nem lembrar o nome da pessoa, embora todas às vezes eu estivesse mentindo, um dos meus “dons” é guardar muito bem rostos e nomes, então se algum dia eu conhecer alguém e essa pessoa conseguir prender minha atenção, é certo que se eu encontrar essa pessoa dez anos depois, eu irei lembrar do seu rosto e do seu nome, não rola com pessoas que não dou importância, mas se fui pra cama é porque no mínimo eu dei importância a pessoa.
Então esse meu estilo de vida é só para esconder meu lado mais sentimental e me refugiar do que as pessoas podem fazer comigo, como disse no começo odeio essa coisa da sociedade querer dizer que você está errado em querer ser quem você é deixando de ser quem ela quer que você seja um hipócrita como muitos que ela já formou por ai, caras que por medo de assumir o que são, casaram, teve filhos, e o pior, dão suas “escapadas” para matar seus desejos com outros homens, esse para mim são os piores hipócritas e covardes que existem certo a luta para se conquistar o respeito das pessoas ao mostrar quem você é, é muito difícil e dolorosa, mas não impossível.
Posso ser novo, mas tenho uma carreira sólida, se hoje eu for demitido da revista que estou no outro dia recebo muitas outras propostas de trabalho, além do trabalho na revistar ser reconhecido em muitos países, há dois meses eu montei em paris uma exposição de fotos como um projeto pessoal/profissional que teve ótimas críticas e uma boa repercussão, então aqui na Europa eu já tenho nome e posso ser reconhecido na rua por alguém que já viu meu tralho, vocês devem estar pensando “Ah ser fotografo não é tudo isso”, pois eu digo, quando você faz o que gosta e coloca todo seu empenho naquilo nada é impossível.
Acordei com sol já imponente tocando meu rosto, me levantei, passa um pouco das dez da manhã, tomei um banho e fui à procura de uma roupa, abri o guarda-roupa e peguei uma bermuda cinza apertada que ia até o joelho e uma regata branca com bolinhas, coloquei um chapéu e os óculos engatado na camisa e desci para o restaurante do hotel para comer algumas coisa, fiz meu pedido e fiquei pensando por onde começar minha reportagem. Após comer voltei ao quarto e dei uma última olhada no meu trabalho e enviei para a revista, peguei minha câmera e sai.
- Hora de conhecer Palermo!
No hotel tem um serviço que aluga motos, peguei uma e falei que colocasse na minha conta, o hotel fica num dos estremos da cidade, bem próximo à praia, sai indo em direção à praia, nessa região tem muitos traços históricos, até parece mentira, mas a arquitetura dos prédios lembra muito a romana, acho que são bem preservados, parei num café bem próximo a praia e fiquei admirando o lugar, estacionei e fui me sentar numa mesa, logo o garçom veio fazer meu pedido.
- Posso prendere il tuo signore ordine? – ele perguntou.
- Naturalmente, un cappuccino, si prega di – respondi voltando a apreciar a paisagem do local enquanto ele ia fazer meu pedido, peguei a câmera e não pude evitar e bati algumas imagens.
Outra coisa que já reparei que eu faço, até que involuntariamente é pegar as pessoas nas fotos, como posso explicar melhor eu gosto de tirar fotos das pessoas quando estão distraídas com a paisagem, e isso que eu estava fazendo, havia um casal correndo pela areia, pareciam duas crianças e logo foram para o mar e claro eu atento peguei todos os ângulos que pude.
Alguns minutos depois o garçom trouxe meu cappuccino e fiquei ali degustando e observando a vista, me informei com o mesmo garçom onde eu poderia ver mais amplamente a praia e ter uma vista natural do mar, ele disse que mais a frente havia uma cadeia de rochedos de fácil acesso e que a vista era linda, decidi arriscar, paguei a conta e fui. Quando cheguei ao pé da subida estacionei a moto e fui subindo, nossa era um pouco cansativo subir aquelas rochas, mas no fim valeu a pena.
A vista era perfeita, o mar amplamente lindo e com suas variações de azul que deixam qualquer um maravilhado, me abaixei e tirei algumas fotos, e me virei para praia que ficava linda daquele ponto e claro as rochas também montavam um contraste perfeito, quando me estava enquadrando para uma foto, eis que me surge aquele cara lindo, perfeito que fez eu perder a concentração por alguns segundos e acabei batendo a foto sem querer, a beleza dele me tirou qualquer concentração que eu tinha, fui ver a foto e sai perfeita, ele saiu de enquadro e a paisagem de fundo só realçou a beleza dele, um ruivo de olhos verdes e algumas tatuagens pelo pescoço e um óculos de charme, quase tive um enfarto com tamanha beleza e fora o corpo esculpido na medida certa, estava ali analisando a foto quando escuto a voz dele me chamando a atenção.
- Mi scusi, penso che si frugò le tue foto? – ele disse com um forte sotaque de mineiro que eu percebi logo.
- Não imagina saiu até que bonita, e nossa difícil achar um brasileiro por aqui ainda mais mineiro – falei levantado o olha a ele que ficou um pouco sem graça.
- Sinal que meu sotaque me delatou né?
- Um pouco – ri.
- Cauã Fernandez, prazer – disse estendendo a mão.
- Julian Sinclair – disse apertando a mão dele e nossa meu coração quase saiu pela boca, mexeu comigo admito, nunca tinha ficado assim perto de cara nenhum, é como se minhas defesas tivessem caído todas.
#CONTINUA
Bem oi gente olha eu aqui de novo, esse é um novo projeto um pouco mais ousado e bem dos contos que eu já li nunca vi nenhum com o mesmo digamos "enredo" então eu quis isso passar bem longe da zona clichê da casa, espero que gostem e está com vocês se devo ou não continuar, sobre " O Amor mora ao Lado" ter uma segunda temporada, bem futuramente quem sabe! conforme eu tiver tempo penso em algumas coisa, quem sabe até escrevo e arquivo para quando terminar esse ou outro futuro eu publique a segunda temporada, não é nada certo só uma suposição, comentem votem e digam oque acharam bjs do Lucas <3