capítulo
Uma hora da manhã parei o carro a porta da pousada onde estava hospedado. Para minha surpresa, Mauricio juntamente com Dona Carmem estava sentado à porta conversando, diga de passagem, muito sorridente. Sentados um do lado do outro em duas cadeiras de macarrão, Mauricio, de pernas cruzadas, smoking no colo era só sorriso. Ao vê-lo gostei da cena, de alguma forma a alegria dele me tocou, porque era uma alegria não fingida, não maldosa, ou caracterizada de algum cinismo. Era puramente alegria de alguém que tinha maior prazer pela vida.
Quando parei o carro ele veio ao meu encontro com o smoking a mão direita. Abriu a porta do carro e disparou:
- Passa para outro banco, pois agora eu dirijo.
Obedeci.
Ele continuou:
- Vou ti levar no cás da cidade para tu conhecer. – Jogou o smoking no banco de trás, afrouxou a gravata, e enrolou a manga da camisa até o cotovelo.
- Agora? Não é melhor durante o dia?
- Quando se vamos viajar pela madrugada? Não. Vamos aproveitar a oportunidade.
Insistiu Mauricio, e eu por minha vez me dei por vencido, embora morrendo de sono.
Deu partida no carro e saímos.
Avisou-me:
- Não é longe daqui e também não vamos demorar.
- Ok. – Ascenti com a cabeça.
- Gostou da Letícia? Ela tava muito a fim de você.
- Gostei. O problema foi depois de deixá-la em casa eu acertar a pousada.
- Teve dificuldades?
´- Um pouco. Para deixá-la na casa dela nenhuma, por obvio ela me guiou. A dificuldade foi da casa dela para pousada. Mas cheguei. – Expliquei a Mauricio.
- E o sexo foi bom? Ela manda bem no boquete?
- Muito. Eu tava precisando gozar.
Olho para ele e o pego olhando para mim sorrindo, nossos olhares, portanto se cruzam e acabamos rindo junto.
- Macho é macho. – Diz ele muito satisfeito pelas minhas palavras.
Fiquei feliz em vê-lo feliz.
Dobrou a esquina e o rio Turiaçu apareceu. Porém, quando o carro foi se aproximando fazendo alcançar toda a extensão do Cás, verifiquei que apenas por um lado dava de apreciar o rio , e que isso se dava porque havia muito bares cujo resultado era empatar a visão privilegiada.
- Porque seu pai permite isso? - Encareio procurando respostas.
- Votos. A explicação são os votos.
- Mas, isso além de prejudicar o meio ambiente, prejudica o turismo.
- Que turismo?
- Não tem?
- Não. Mas, não tô a fim de falar de política.
Não havia uma viva alma nos bares. Ao longe os barcos com luzes de lamparina, o que de fato achei muito interessante.
Saímos do carro e fomos em direção a uma ponte que se estendia até no meio da maré, por onde os barcos, lancha após aportarem seguiam pela ponte a terra.
- Muito lindo isso aqui. – Comentei lisonjeado por tanta beleza natural.
- Sabia que iria gostar. Todos gostam.
- O que fizeste após eu ter deixado o coquetel e o que falou para justificar minha ausência ao Prefeito. – Questionei puxando conversa.
- Com o meu pai eu me viro. E quanto à parte do que fiz resumidamente: Trepei. Trepei...Com duas. Devo confessar que gozei bastante. – Respondeu meu questionamento muito satisfeito igual um meninão que ganhou bala do pai escondido da mãe.
Virou-se de lado, assim dando-me as costas. Desceu o zíper, e notei que estava mijando.
- Caio, sou um cara tarado. Sim, um cara tarado. Não sei viver sem sexo. E há ainda um detalhe, gosto de maltratar a nega no cacete. – Revelou enquanto urinava.
Embora, tivesse permanecido na minha, uma vontade gigantesca se apoderou de mim para, de alguma forma, tentar ver o tamanho. Era uma grande oportunidade. Resignado me mantive estático olhando ao longe a fim da brisa fria oxigenasse o meu celebro.
Ele terminou de urinar, abandonou a posição que estava que era de lado, e ficou na arizontal da ponte, de frente para o dito lugar, onde os navegantes saltavam dos barcos. Nesta posição certamente sem grandes esforços daria para matar minha curiosidade, que era saber se, de fato Mauricio era dotado ou não. Contudo, foi assumir essa posição virei por outro lado, com uma única atitude, respirar fundo.
Aquele homem estava me tentando, só pode. Meu coração bateu forte. Esfriei, considerei que minha pressão tinha caído de leve, fiquei apreensivo. Naquele momento eu era um misto de curiosidade e apreensão. Se não o bastasse ter virado, complicando minha situação, ainda por cima balançou o cacete a fim de se livrar de eventual gotícula de mijo.
“Tá de brincadeira comigo. Só pode tá de brincadeira.” Pensei num estado de pura excitação. Continuei olhando ao longe no propósito de conseguir me desvencilhar do que ocorria ao meu lado, pois se desse lugar, deixasse fluir com certeza faria besteira, o que era totalmente prejudicial. Segurei-me, não sei de onde tirei força, o fato é que conseguir me segurar.
A parte de balançar foi golpe baixo, mas ainda assim me contive, graças a Deus. Depois de balançar guardou o cacete na cueca e subiu o zíper. Permaneci na mesma posição, fazendo a mesma coisa, a saber, olhando o longínquo quando de repente sentir os braços de Mauricio repousar sobre meus ombros, e me trouxe quase para debaixo da sua axila, já que ele era maior do que eu.
Enquanto media um e setenta e cinco, ele; não sei dizer ao certo, chegava a um e noventa. Da primeira vez que o vi precisei um e oitenta, mas mudei neste exato momento. Mauricio era enorme tanto pra cima quanto para o lado, uma verdadeira parede ambulante, um típico brutamonte repleto de músculos.
- Pô, estou feliz por você tá aqui na nossa cidade para efetivar o grande sonho da nossa gente, ver a estrada construída. No inverno Mariana fica isolada, porque a chuva forma crateras e torna intrafegável para carro. Isso agora vai mudar.
- Mas não estou fazendo nada demais, a não ser o meu trabalho, aliás, estou recebendo muito bem pra isso. O mérito deste projeto é do Governador e do teu pai. – Fui honesto debaixo das asas de Mauricio. Alias, debaixo das asas dele pude sentir o seu perfume, inalei o quanto pude, como era bom o cheiro daquele homem. Tive uma ereção só de sentir o cheiro que irradiava da camisa dele, do corpo dele.
- Eu sei pô. Mesmo assim.
- O que posso dizer então? Obrigado. – Discretamente ajeitei o meu pau na cueca no propósito dele não perceber que eu estava de pau duro.
- Caio, o que acha de pegarmos a estrada logo, em vez de esperar até cinco da manhã? Assim por assim, temos mesmo que ir para Nova Correia. – Mauricio sugeriu sem abandonar a devida posição que estavamos.
- Não vejo objeção.
- Então, tá decidido. - Distanciou-se de mim estendeu os braços em forma que lembrava uma cruz e gritou bem alto. – Agora a estrada sai. Obrigado meu Deus!