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Três horas da tarde de uma sexta-feira que parecia não ter fim para Humberto. Parecia que as horas não passavam. Aquela chata e monótona reunião com os tios e o conselho estava ficando intragável. Não via a hora de chegar em casa e tirar aquela maldita roupa de executivo e cair na piscina. A gravata e o cinto já estavam quase o sufocando. Os sapatos então, sem comentários. Mas tentou não focar sua atenção para aquilo. Afinal, em menos de duas horas estaria em casa. Estava feliz com a chegada do primo. Com ele por perto tudo ficava mais leve. Aliás, o que será que Fred estaria fazendo agora?
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Depois do excitante telefonema que teve com Rodrigo, Fred acendeu outro cigarro. Tinha ficado um pilha e precisava se acalmar. Sentou de novo na cadeira debaixo do guarda-sol e respirou fundo. Deu uma tragada no cigarro. Ouviu passos vindo do corredor e viu uma silhueta bastante conhecida. Dante!
Dante era igual Humberto fisicamente. Só tinha os cabelos mais claros. Matinha também uma barba muito bem cuidada como a do irmão. Só tinha um porém: ele era uma espécie de "objeto". Onde colocavam Dante, ele ficava. Se recordou um episódio em que ele e Pillar discutiam e a ela o mandou calar a boca e subir para o quarto. E foi exatamente o que ele fez. Parecia que ele não tinha escolhas ou decisões próprias. E isso chatiava Fred.
- Eu sabia que era você! Ninguém reconhece esses passos lentos tão bem quanto eu, Dante!
- Fred! Até que enfim eu te achei. O papai subiu no meu quarto pra me avisar de sua chegada e não te achei na cozinha.
Fred levantou e abraçou o primo. Ele parecia mais forte!
- Andou malhando, baby? - perguntou o loiro enquanto estava abraco.
- Sim! Estou querendo ficar bem forte!
"Isso deve compensar sua total falta de atitude". - pensou Fred.
O loiro apertou um dos braços do primo.
- É, está funcionando!
Dante sorriu.
- Fred, que saudade! Como foi a viagem?
- Foi ótima! - disse sentando novamente na cadeira. - O Desfile foi ótimo. As modelos italianas são muito educadas para trabalhar. Eu adorei!
- Que bom! E...você conheceu alguém por lá?
Fred estranhou a pergunta do primo.
- Hã... Sim, conheci. Tive alguns encontros na semana que fiquei por lá com o produtor do desfile. O nome dele é Rodrigo. Mas... Por que a pergunta, Dante?
Dante sentiu que tinha sido pego por Fred. Mas respirou fundo.
- Por nada. Só curiosidade!
Por nada? Acho que não. Dante sabia muito bem o que perguntar. Tinha recebido um torpedo de Beto para que ele o informasse sobre tudo o que aconteceu na viagem de Fred. Afinal, se Beto perguntasse, Fred não diria tudo.
"Oi mano, tudo bem? Viu, se você já falou com o Fred, pergunte à ele sobre tudo o que rolou e se ele conheceu algum cara. E, por favor Dante, seja discreto e me mantenha informado. Abraço, Beto"
Dante tentou disfarçar.
- Primo, vamos entrar? A Samantha ta louca pra ver você.
- Vamos sim. Também quero vê-la.
Os dois entraram. Passaram pela cozinha e Fred viu seu tio tentando ajudar sua tia. Pillar ficava com um humor do cão quando estava brava. Ninguém à tolerava, somente Rogério mesmo. Subiram as escadas na parte de cima haviam três quartos. O do meio, claro, era de Humberto. Os outros dois era de Dante e Samantha. Do corredor reconheceu a voz da prima. Ele e Dante entraram no quarto. Samantha estava no telefone. Quando ela viu Fred, interrompeu a ligação dizendo à pessoa que ligaria mais tarde.
- Primo! - gritou. - Que saudades!
Fred e Samantha se abraçaram. O loiro a adorava. Era a única em que ele confiava a suas aventuras sexuais.
- Na próxima viagem que eu tiver, você vai junto Sá. Você vai pirar! - disse Fred. - Aliás, você e o Dante vão junto se puderem! Sinto saudades de quando viajavamos juntos.
- É verdade. Acho que podemos ir sim não é Dante?
- É... Se a mãe deixar nós pode...
- Ai Dante, mas que saco isso! - cortou Samantha. - Você é maior de idade. Não precisa da permissão dos nossos pais. Já falei pra você parar de ser tão submisso.
- A Sá tem razão, Dante. Deixe que com a sua mãe, eu me entendo.
- Hahahaha. Ok, ok Fred. - Disse Dante sentando no sofá do quarto da irmã.
- Mas me conta Fred, conheceu algum italiano lá? - Perguntou Samantha sorrindo.
Dante pegou o celular e começou a jogar para fazer de conta que não estava prestando atenção na conversa.
- Ai Sá, conheci. Ele chama Rodrigo. Um gato. Bem mais velho que eu.
- Ai que tudo Fred.
- E ele vai estar no Brasil amanhã. E nós combinamos de nos vermos na segunda.
No mesmo instante, Dante escreveu uma mensagem de texto do que tinha ouvido para Beto.
"O Fred conheceu um tal de Rodrigo e eles vão se encontrar segunda."
- E por que você não vê ele amanhã?
-Por que hoje é sexta, e também essa "recepção" não irá durar pouco. Então reaolviarcar segunda mesmo, já estarei mais descansado.
-É, eu posso imaginar o por que você quer estar descansado.
- Você me conhece tão bem, Sá. - riram os dois.
- E você e o Henri? Nada? - piscou os olhos para a prima.
- Ai Fred, nada! Na nca conheci alguém tão lerdo quanto ele. Detesto esse tipo de homem que não conseguem captar as coisas. Eu praticamente me jogo pra cima dele e ele NADA!
- É, eu entendo. Mas as vezes ele não quer avançar o sinal pra, sei lá, não te assustar.
- Aí, será mesmo? Por que se for isso, eu é quem vou avançar o sinal dele! Hahahahaha.
- É Sá, as vezes nós é que temos que tomar atitude.
- Eu sei disso. Só que no fundo, a gente sempre espera que eles tomem.
- Mas se formos pensar assim, ficaremos sem sexo.
- Tem razão! Hahahahaha.
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As horas se passaram e já estava caindo a noite. Gian Carlo e Desirée tinham chego junto com Thiago e Beatriz e estavam na sala conversando com Rogério e Pillar. No quintal, estavam Samantha, Dante e Henrique. Fred estava na parte de cima, no quarto de Humberto, no telefone com Rodrigo. Após desligar o telefone, olhou a hora e estranhou Humberto não ter chego ainda. Resolveu descer. Quando estava descendo as escadas, Humberto estava entrando pela porta da casa, com sua pasta e sua paletó na mão, a gravata frouxa e a camisa para fora da calça.
- Até que enfim você chegou!
Beto olho pra cima e viu Fred parado na escada com as mãos na cintura. Subiu a escada.
- Me perdoe o atraso Fred, mas fiquei preso com um cliente. - disse o moreno abraçando Fred.
- Sem problemas! Bom, eu vou descer e te esperar lá fora com o pessoal.
- Espere! Antes eu quero falar com você. Vamos pro meu quarto.
- Pode falar aqui!
-Não, vamos lá pro quarto mesmo. Preciso tirar essa roupa.
- Ta bem!
E subiram para o quarto de Beto. Fred entrou primeiro e sentou no sofá. Humberto chrgou em seguida já jogando o que estava na mão no chão e tirando os sapatos e a camisa. Fred estava olhando de canto de olho. Como Humberto era lindo!
- E então Beto, sobre o que quer falar comigo?
Humberto sentou no sofá ao lado do primo.
- Só queria saber mesmo como foi a sua viagem.
Fred estranhou.
-Foi ótima, como a eu disse pra você de manhã.
-Que bom! E... você conheceu alguém por lá?
- Sim, conheci.
- É aquele tal de Rodrigo?
Fred encarou Humberto com um olhar firme. "Como ele sabe?", questionou o loiro.
- Onde você quer chegar com isso Humberto?
- Em lugar nenhum. Só quero ter certeza de que esse cara não vai fazer nada com você.
- Eu sei quem contou isso pra você. Foi o Dante, não foi? - disse Fred já impaciente.
- Não foi isso o que eu te perguntei.
Fred explodiu. Odiava essa mania de Humberto de se intrometer nos seus assuntos tos pessoais.
- Sim Humberto, eu transei com o Rodrigo sim. Sou adulto.
Humberto arregalou os olhos.
- Ei, calma! - disse Beto colocando a mão no ombro do primo. - Eu não estou bravo com você por ter feito isso.
-Hahahahahahahahahahaha. Você jura mesmo que eu estou preocupado com o que você pense sobre isso? Eu tenho a minha vida, meu trabalho e não fico te bisbilhotando com quem você transa ou deixa de transar.
Fred foi levantando do sofá mas foi impedido por Beto.
- Porra meu! Que mania chata essa sua de surtar por qualquer motivo.
- Eu não surtei por qualquer motivo. Eu conheço você! Você fica jogando com as pessoas pra elas falarem o que você quer saber. Só que comigo não funciona isso. E me dê licença, por favor! - Fred desviou de Beto para sair do quarto mas foi impedido novamente pelo primo.
- Você está virando uma putinha Fred, e da pior espécie.
Do jeito que Humberto falou, Fred lançou um tapa no rosto do primo. Humberto sentiu um ardor no rosto e se arrependeu do que disse.
- Da próxima vez que você me falar um absurdo desses, vão ser as últimas palavras que você vai ter comigo! - Disse o loiro espumando de raiva.
Humberto mesmo percebendo a raiva do primo, não saiu da frente da porta.
Fred respirou fundo.
- Humberto, por favor, saia da minha frente.
Humberto encarou o primo com um olhar triste. Tudo bem que ele sabia que não devia se intrometer na vida pessoal dele, mas sentia tanto medo de que alguma coisa acontecesse com o primo que isso era inevitável.
- Me desculpe. Eu só não quero que ninguém te machuque.
Fred virou a cara. Por um momento se arrependeu do que tinha feito.
- Eu sei Beto.
- Vem cá. - Humberto abraçou o primo. Sentia muito amor em Fred. Um amor do tipo pai e filho, fraternal.
Fred desabou naquele abraço. Era incrível como Humberto conseguia irritar e ao mesmo tempo acalmar ele tão bem.
Ficaram os dois abraçados por um tempo.
- Eu vou descer Beto.
- Ok! Eu vou daqui a pouco. Preciso tomar um banho. E de novo, me desculpe.
Fred chegou perto do primo e deu um beijo no rosto do mesmo.
- Está desculpado. Só não quero que se repita.
- Não vai Fred, eu prometo.
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Oi pessoal, como vão? Me perdoe pela demora. Aconteceram uns imprevistos e eu não tive tempo de escrever mais. Mas aqui está mais um capítulo dessa excitante história. Espero que gostem. Grande beijo.
Léo.