BELEZA MORTAL - Primeira parte
O táxi parou na frente da clínica ginecológica cujos fundos davam para um beco estreito e ermo. Uma mulher visivelmente enferma desceu do táxi, ajudada pelo motorista. Este, todo cuidadoso, perguntou:
- Não quer que eu te leve até a recepção? Não sei por que uma clínica tão grã-fina faz suas pacientes entrar pelos fundos, ainda mais num beco tão deserto.
- Você devia dar graças a Deus termos encontrado essa médica disposta a me tratar sem nos cobrar um centavo. E você mesmo reconhece que eu estou melhorando a olhos vistos.
Ele aquiesceu com a cabeça e deu-lhe um beijo carinhoso na testa. Ficou olhando-a caminhar com dificuldades até a entrada dos fundos do prédio. Quando ela desapareceu de vista e ele já se preparava para entrar no táxi, eis que alguém o chama. Era uma mulher de aparência jovem, metida numa jaqueta de malha com capuz. Fazia sinais para o taxista esperar. Também caminhava com dificuldades, como a outra que acabara de sair do veículo. O motorista abriu a porta do carro, mas quase não havia espaço para ela entrar, naquele beco estreito.
Quando conseguiu sentar-se no banco de trás do veículo, a mulher teve o cuidado de esconder mais ainda o rosto com o capuz. Com voz arrastada, falou para o taxista:
- Moço, eu queria que o senhor me levasse para casa. Mas terá que subir comigo até o meu apartamento, pois deixei o dinheiro lá...
- Sem problema, dona. Diga para onde quer ir...
- Eu irei dando o itinerário – foi a resposta seca da mulher. Depois, cobriu mais o rosto com o capuz e descansou o corpo no encosto do banco.
O motorista deu de ombros e manobrou para sair do beco estreito. Pouco depois, estavam numa avenida movimentada do bairro dos Aflitos, no Recife. Aí, após um tempo calada, a mulher perguntou:
- O senhor é casado? Como se chama?
O motorista estranhou a primeira pergunta. Mas achou que ela apenas queria puxar assunto para quebrar o silêncio. Respondeu:
- Meu nome é Adriano. E a senhora deve ter cruzado com uma dona quando saiu da clínica. Aquela é minha esposa.
O taxista, olhando pelo espelho retrovisor, percebeu um sorriso satisfeito no rosto encoberto da mulher. Ela resmungou algo que ele não entendeu muito bem. Parecia:
- Então, não haverá problemas para mim. Breve estará na mesma situação que eu...
- O que a senhora disse que eu não entendi?
- Nada, nada... Entre naquela rua à esquerda. Eu moro próximo.
Adriano não perguntou de novo o que ela havia falado antes. Manobrou o táxi e entrou na viela. Viu um conjunto residencial cuja pintura estava bastante estragada. Parecia um prédio pobre num bairro classe média. Perguntou se a mulher queria ajuda para descer e, com a negativa dela, disse tranquilo:
- A corrida foi breve, senhora. Não precisa me pagar.
A mulher pareceu pega de surpresa. Rejeitou imediatamente a caridade do taxista. Disse que fazia questão de pagar o transporte. Ele só teria que acompanhá-la até seu apartamento, no último andar do segundo bloco. Apoiou-se no braço de Adriano e ele a ajudou fazer o percurso até o elevador. Não encontraram ninguém na portaria. Ela continuou de cabeça baixa, como se estivesse se escondendo de alguém do condomínio. Mas o taxista manteve-se na dele, dominando a vontade de fazer-lhe qualquer pergunta.
Finalmente, quando entraram no apartamento, a moça tirou a jaqueta. Para o espanto do homem, seu rosto era belíssimo, e seu corpo parecia de manequim. No entanto, tinha o braço enfaixado, como se estivesse ferida ali. E continuava se movendo penosamente, demonstrando estar muito doente. Ela disse, um tanto ofegante:
- Sente-se no sofá e fique à vontade. Vou tirar essa roupa e trago já o seu dinheiro.
O taxista a olhou com mais vagar, enquanto ela se afastava. Não tinha jeito de mulher de programa, como as muitas que viajavam em seu táxi. Inclusive, ele mantinha amizade com algumas delas. Mas nunca fora mulherengo. Sua esposa havia sido a sua primeira namorada e se casaram pouco tempo depois dele conhecê-la. Viviam felizes, até que ela contraiu câncer de útero. A doença se desenvolveu depressa e ela já teria morrido se não tivesse conhecido a médica que agora lhe tratava. Por conta da enfermidade da esposa, havia tempos que o casal não transava. Mas ele, apesar de sentir desejo, dominava com certo esforço a vontade de traí-la. Não seria agora que faria isso - pensou.
Por isso, quando a mulher apareceu nua à sua frente, ele não se exaltou. Mesmo quando ela se ajoelhou entre suas pernas e tentou abrir-lhe a braguilha. Aí, sim, Adriano levantou-se:
- Moça, a senhora me desculpe, mas eu sou muito bem casado. Não preciso estar fazendo sexo com quem nem conheço...
- Por favor... eu preciso! O tratamento que estou fazendo contra a doença me provoca uma vontade louca de foder, foder e foder – revelou a mulher, demonstrando estar realmente ansiosa e carente de sexo.
O taxista afastou-a de perto de si com as duas mãos espalmadas no peito dela:
- Não, eu não sou de trair minha esposa. A senhora terá que encontrar outro para as suas safadezas!
- O senhor não entende. Não sabe o quanto eu preciso. Por favor, moço. Logo, sua esposa estará agindo assim, também, como eu... – insistiu ela.
- Não sei do que está falando. Minha esposa é uma mulher recatada, nunca foi nem de me insinuar sexo.
- Eu te imploro, moço. Eu te juro, o senhor estará salvando a minha vida!
O taxista olhou para a mulher e viu sinceridade e desespero nos olhos dela. Mesmo desconfiado, sentou-se de novo no sofá. Mas afirmou:
- Está bem, mas só se for de camisinha. E eu não tenho nenhuma aqui – ele procurava dificultar a situação, para que ela desistisse. A senhora tem preservativos em casa?
Mesmo antes de ele terminar a frase, ela já corria em direção ao quarto. Voltou imediatamente, com um par de camisinhas envelopadas. Rasgou uma das embalagens e vestiu desajeitadamente o preservativo nele. E, imediatamente, sentou-se em seu colo, mesmo o pau estando ainda flácido. A boceta da mulher era quentíssima, e ele sentiu o calor através da camisinha, ficando imediatamente excitado. Ela começou a cavalga-lo com urgência, nem bem seu pau lhe adentrou a vulva. E logo apressou o galope, quando sentiu aproximar-se o primeiro orgasmo. Tremeu-se toda, gozando várias vezes. Urrou de prazer, enfiando-se mais nele. Adriano prendeu o gozo. Sabia que ela iria exigir nova foda. Ele nunca havia trepado com uma mulher tão fogosa. Literalmente, pois a sua xoxota parecia em brasa. Aí, depois de várias gozadas, ela pareceu desfalecer.
O taxista, no entanto, ainda estava excitado pois não havia gozado. Sentiu uma ponta de remorso por estar traindo a esposa. Mas logo admitiu para si mesmo que era uma oportunidade única que Deus estava lhe dando. Acreditava que nenhum dos seus amigos havia tido tamanha sorte de foder uma mulher tão bela quanto aquela. Seu instinto animal também ansiava por ser liberado – pensou ele. Portanto, aproveitou que a mulher estava desfalecida e cuspiu na mão, lubrificando mais a camisinha. Deitou-a no sofá, de bruços, e apontou a cabeça do pau para o ânus dela. Temeu que ela acordasse e o rejeitasse. Porém, o pênis entrou como faca na manteiga e ela continuou inerte. Então, ele satisfez seus desejos profanando o corpo desfalecido da mulher. Meteu em seu cuzinho até se fartar. Gozou mais de uma vez, antes que ela gemesse se acordando. Adriano, então, retirou-se de sobre o seu corpo e deitou-se exausto, ao seu lado, no sofá.
FIM DA PRIMEIRA PARTE