Futebol dos Héteros... Ou Não Cap.25

Um conto erótico de Gustavinho
Categoria: Homossexual
Contém 1330 palavras
Data: 06/04/2016 02:24:00

Cap.25

NARRADO POR RAFAEL

Depois de uma longa viagem de 11 horas, cheguei em Barcelona. O aeroporto estava lotado, muita gente estava me recebendo. Mas eu não estava feliz. Não conseguia nem esboçar um sorriso. Passei por todos aqueles torcedores apenas acenando e então entrei no carro do clube, junto com o meu empresário.

-Porquê você está com essa cara ein ? - ele perguntou

-Não... Eu deixei uma pessoa muito importante lá no Brasil...

-Sua mãe ?

-Também... Mas não só ela... - ele me deu um leve tapinha nas costas.

-Ah garanhão, tá apaixonando por alguma mulher né – ri... Fiquei calado. Minha vontade era dizer a verdade, mas eu não podia...

DIAS DEPOIS

Assinei meu contrato com o Barcelona. Pedi para um tradutor ler o meu discurso porquê eu não falava quase nada de Espanhol e não queria virar o novo “Joel Santana”. E então fui apresentado a um condomínio. Era hora de alugar a minha nova residência. Preferi não comprar um imóvel em Barcelona, porquê não sabia quanto tempo iria ficar lá, e não pretendia ficar para sempre. Escolhi uma casa que me lembrava muito a antiga. Acabamento incrível, áreas de lazer idem. Aquela casa me conquistou.

-Então vai ser essa ? - o empresário perguntou

-Vai...

Mobiliei da forma que achava melhor. Porém, depois que fui colocar a Mobília no lugar, é que me toquei. Havia comprado tudo ao gosto dele. Cores idênticas a que ele gostava, móveis parecidos com os que ele achava bonito. Não tinha jeito, ele dominava completamente os meus pensamentos. Apesar de eu tentar demonstrar felicidade, não estava nenhum pouco feliz. Ele fazia muita falta, para mim.

NARRADO POR BEN

Voltei para casa arrasado depois daquela ida ao aeroporto. Apenas tranquei a porta e corri para o meu quarto. Chorei. Era como se uma parte de mim tivesse sido levada. Eu tinha certeza, seria difícil me acostumar com a ausência dele. O cheiro dele ainda estava impregnado na minha cama. Eu o amava. Tinha certeza disso. Corri para a minha geladeira, peguei uma caixinha de cervejas e começei a beber. Naquele dia eu não estava ligando para nada. Só queria beber, tentar aliviar a minha dor. Fiquei bêbado, dormi por lá mesmo. Mas realmente não estava ligando. Eu queria me livrar daquela dor.

NO DIA SEGUINTE

Acordei pela manhã, todo torto jogado no chão, com meu celular vibrando. Uma forte dor de cabeça tomava conta de mim, e cada vibraçao era uma tortura.

-Alô – esbravejei no celular com raiva.

-Já acordou querido ? - imediatamente meus olhos se arregalaram. Era a voz de Rafael. Era como se a dor fosse embora, se tudo melhorasse.

-Rafael ? Como você está ? Chegou bem ? Está tudo bem ? - ele riu.

-Ei, calma... Sim, eu estou bem. Mas, estou muito triste porquê você não está aqui...

-Se você soubesse o quanto eu já chorei... Mas não ligue para isso. Você tem que se concentrar no seu novo time... - eu sabia qual era o meu remédio. O meu remédio era ele.

DIAS DEPOIS

E então a noite, pude ver na TV ele vestindo a camisa do Barcelona. Ele realmente não parecia feliz. Mas eu estava feliz, por vê-lo naquela camisa, realizando o sonho dele. Pena que aquilo não era o que mais me fazia feliz. Eu não estava 100% feliz. Não tinha como.

NARRADO POR RAFAEL

Treinei pela primeira vez. As estruturas do time era impecáveis, as melhores que eu já tinha conhecido. Ria de alguns jogadores, pois era estranho para mim ver o jeito que eles falavam. Alguns deles não falavam apenas espanhol. Falavam uma língua parecida, porém inintendível para mim. Logo descobri que era o catalão. E o primeiro jogo chegou. Para minha surpresa, fui escalado no time titular. Nem acreditei que de cara iria poder jogar. O estádio estava completamente lotado. Era monstruoso ver aquela torcida, ainda maior que a do Brasil FC. O jogo começou. Eu começei muito perdido em campo. Não era o time que eu estava acostumado. Não eram os jogadores que eu estava acostumado. E principalmente, ao meu lado, não era o homem que eu estava amando. Porém, depois de errar uma jogada de uma forma que há muito tempo eu não fazia, acabei tentando me concentrar mais. Aliás, era a única coisa que eu poderia fazer ali. Me concentrar. Começei a entrar mais nas jogadas, buscar a bola. E uma boa vantagem que eu tinha era de ser desconhecido no futebol. Os jogadores não sabiam como eu costumava jogar. Resultado, logo fiz um gol. Passei a fazer um gesto que eu já havia planejado. Sempre que eu fizesse um gol, faria um coração com as mãos sobre o meu peito, e desenharia o B no ar. Seria uma forma de lembra-lo que eu ainda era incrivelmente apaixonado por ele.

NARRADO POR BEN

Ele jogou primeiro que eu depois daquela separação. De início eu fiquei nervoso, ele não estava indo bem. Mas parecia que depois de ele cometer um erro que eu sabia que ele não costumava cometer, ele enfim entrou no jogo. E quando fez um gol, a surpresa. Fez um sinal de coração para a câmera, e desenhou um B. Nem acreditei. Tinha certeza que aquela homenagem era para mim. Voltei a treinar. E no meu primeiro jogo, também estava perdido. Aurélio me colocou fora da posição que eu estava acostumado a jogar. Me tirou da direita e me colocou meio que centralizado, numa posição parecida com a que ele jogava. Assim, fiquei ligeiramente perdido em campo. Ficava tentado a correr para a direita em alguns momentos, mas acabava relembrando que devia jogar pelo meio. E parece que o meu cérebro entendeu aquilo. Me lembrava das jogadas que ele fazia, e começei a tentar repetir. E depois, algo dentro de mim me fez criar coragem. E eu criei minhas próprias jogadas. Só conseguia explicar de uma forma. Modéstia parte, era o talento falando mais alto.

2 MESES DEPOIS

NARRADO POR RAFAEL

Já haviam se passado dois meses da minha mudança. Eu tinha conseguido me achar no time. Estava fazendo gols, a torcida gostava de mim. O meu processo de adaptação foi mais curto do que eu pensava. Já conseguia falar ligeiramente bem o espanhol, e não sofria mais quando precisava me comunicar. Porém, continua recluso. Não saia para festas, baladas, ou outras diversões. Preferia ficar em casa, horas conversando com Ben pelo Skype.

-Sério mesmo ? - dizia eu, perguntando sobre um cachorro que ele tinha comprado

-Sério... -falou, me mostrando pela câmera do computador – comprei hoje – ri

-E qual o nome dele ?

-Rafa Jr. - falou, rindo em seguida.

-Você colocou meu nome nesse cachorro Ben ?

-Coloquei ! Eu acho tão fofinho – apenas ri – serve para amenizar a falta que eu sinto de você, que não é pequena.

-Oh meu amor. A gente vai se ver logo, você vai ver.

-É... Eu sei...

-Mas enquanto isso, lembra que eu te amo tá ? Não vai dar moral para qualquer rapaz que aparecer por aí – ri

-Rafael ! Você sabe que eu nem olharia no rosto de outra pessoa...

O fim da temporada vinha chegando. No Brasil. Porquê na Espanha a temporada continua em Dezembro. Infelizmente eu não podia voltar para o Brasil. Tinha que ficar lá, sozinho. O Ben foi campeão do Brasileirão. Fiquei muito feliz, mais uma vez o nosso time estava no topo. E eu... Bem, meu time é líder do Espanhol. Estamos nas oitavas da Liga dos Campeões. Não tinha do que reclamar. Ou melhor, tinha. Ele não estava lá. Mais uma dia se iniciava. Mais uma vez começava a minha rotina idêntica a dos outros dias. Descia as escadas da casa, fazia um café na cafeteira. Pegava algumas torradas integrais, comia. Tomava um café. Pegava uma maça, ia comer em frente a TV. Ligava a TV, via algumas notícias. Quando de repente o meu celular começou a vibrar. Atendi sem ver o número.

-Alô ?

-Vem me buscar aqui no aeroporto. Vim passar o fim de ano com você...

Continua

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Comentários

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Deve ser barra uma situação como essa. Deve ficar no ar um medo de ser esquecido ou de esquecer...

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É o irmão dele! Chupem essas kkkkkk, espero que nal seja a-a e seja o Ben, mas é o que eu acho hehehe

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Quem será? ?? Certeza que é o Ben ou espero né kkkk capítulo showw.

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Vish que não seja problemas kkkkk. Abraços 😄

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apesar da tristeza dos dois foi legal o cap, espero de coração que seja o Ben que tenha ido passar final de ano com o Rafa

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