BELEZA MORTAL II
A mulher, assim que despertou, arregalou os olhos para Adriano. Espantou-se com a sua presença e agiu como se nunca o tivesse visto:
- Ai, meu Deus, o que é que esse homem está fazendo na minha casa? E, ainda mais, despido desse jeito? Saia do meu apartamento, agora mesmo, ou eu vou gritar por socorro! – Reagiu a bela mulher.
- Mas moça, foi a senhora mesma que insistiu para que eu entrasse e até se ofereceu para mim – gaguejou o taxista – a senhora não se lembra?
A mulher ficou desconcertada. Levou as duas mãos à cabeça, demonstrando sentir muita dor ali. Ajeitou-se no sofá, tentando cobrir a própria nudez. De vez em quando olhava para o homem, como se quisesse se lembrar dele. Por fim, perguntou:
- De onde eu lhe conheço?
- Trouxe-a no meu táxi, desde a clínica, não está lembrada?
- N-não lembro, moço. Ai, Cristo. Ando me esquecendo facilmente de tudo. Desde que comecei o meu tratamento, vem acontecendo umas coisas estranhas comigo. E depois, sempre vem essa dor insuportável, como se minha cabeça fosse explodir. O senhor me desculpe se fiz ou o levei a fazer algo que não devia, mas realmente não me lembro como cheguei aqui.
- Esse apartamento é seu? – Perguntou o taxista, olhando em volta, curioso. Viu uns porta-retratos sobre um móvel e a pessoa da foto não se parecia em nada com ela. A imagem era de uma mulher nariguda e de feições pouco atraentes. Poder-se-ia dizer que era uma mulher feia que estava retratada na moldura. Ela percebeu que ele mirava a foto e pegou-a, trazendo para perto. Olhou demoradamente para a imagem, antes de admitir:
- Sinto que esta sou eu, mas minha imagem refletida no espelho me diz que não. Tenho certeza de que este apartamento é meu, mas não me lembro desde quando o tenho. Os vizinhos me olham atravessado e por isso vivo escondendo meu rosto sob o capuz. Já me perguntaram pela dona do apartamento e ficam desconfiados quando afirmo que sou eu. Acho que estou ficando louca, moço – disse a mulher caindo em prantos.
Adriano não sabia o que fazer. Estava meio empulhado por ter-se aproveitado do corpo da coitada há pouco, mas ela também não parecia se lembrar disso. Suspirou:
- Bem, se a senhora quiser, posso ir-me embora, já que sequer se lembra de mim.
Aí, de repente, ela pareceu recordar-se de algo. Arregalou os olhos, depois baixou as vistas, encabulada. Levantou-se, tendo o cuidado de cobrir os seios e o sexo, e foi até o dormitório. Voltou com o dinheiro da corrida e já vestida com uma roupa qualquer.
- Tome. Foi esse o preço registrado na corrida, não foi? Pode ficar com o troco.
Adriano já estava terminando de vestir as calças. Balançou negativamente a cabeça. Não queria cobrar a viagem. Ela, no entanto, insistiu.
- Pegue. Eu queria contratá-lo para vir sempre me buscar e me trazer nos dias de minha consulta. O senhor me liga lembrando, nas datas e a tempo de eu me consultar lá na clínica. Vou lhe dar o calendário de consultas – disse ela abrindo uma das portinholas de um móvel na sala, retirando de lá uma cadernetinha e uma caneta. Copiou o endereço e calendário que estava escrito numa receita e passou o pedaço de papel para ele.
O taxista o leu com atenção, depois dobrou-o e colocou no bolso, junto com o dinheiro recebido. Prometeu vir apanhá-la nos dias indicados e se despediu dela. Ela ainda demonstrava estar com muita dor de cabeça, massageando a fronte com os dedos.
Quando desceu, havia alguém na portaria. Perguntou de onde ele vinha e, quando disse, despertou a curiosidade do recepcionista:
- O senhor conhece bem a nova moradora do 720 A? Ela é novata no prédio, e parece que vive se escondendo.
- E o senhor, conhece a moradora anterior do apartamento? – Devolveu-lhe a pergunta, o taxista.
- Ah, era uma coroa feiosa – sussurrou o homem, aproximando-se mais do taxista para que não ouvissem que ele estava fofocando. Havia duas senhoras conversando perto, na entrada da recepção – porém, desapareceu, dando lugar a essa bonitona que agora mora lá. Mas ninguém nunca a tinha visto por aqui, nem sabe de onde veio. Porém, tem pago as contas em dia, em nome da outra...
Adriano informou que era taxista e que apenas a tinha trazido numa corrida, e se despediu do cara. Mas ficou intrigado com toda aquela história. Aí, seu celular tocou. Era a sua esposa avisando que já tinha sido medicada e que o esperava na clínica para ser levada para casa.
Quando chegou lá, a mulher reclamava de dores no rosto e nas pernas. Queria chegar logo em casa, para descansar. Mas, durante toda a viagem, não tirou os olhos do volume entre as pernas do marido. Fungou o ar:
- Estou sentindo cheiro de sexo – Adriano quase bateu com o carro, do susto de ouvir aquelas palavras – você andou trepando por aí, amor?
- Cla-claro que não, minha nega. Você sabe muito bem que só você me interessa. E nunca cansei de dizer que você é a mulher da minha vida...
- É que depois que eu tomei essa nova dose do remédio, estou me sentindo estranha. Além das dores por todo o corpo, estou com uma imensa vontade de fazer sexo. Não vejo a hora de chegarmos em casa – confessou ela.
- E você vai conseguir ser penetrada, nega? Vem reclamando das dores no útero. Não me deixa nem encostar...
- Não importa a dor. Estou, realmente, doida para foder!
O taxista estranhou a mulher estar pronunciando aquelas palavras. Ela não era de exaltar as intimidades comuns de um casal ou sequer dizer palavrões. No entanto, sem que ele esperasse, ela abriu a sua braguilha e caiu gulosamente de boca no seu pau. Reclamou que ele estava com gosto de cu mas, mesmo assim, não o tirou da boca. Adriano estranhou mais ainda a sua atitude. Ela não era de perdoar-lhe qualquer traição. No entanto, parecia não ter dado a mínima importância ao fato de ele ter fodido há pouco.
- Goza. Goza na minha boca. Mete este caralho bem fundo na minha goela! – Gemia ela.
O taxista encostou o carro de qualquer jeito, segurou a cabeça dela com as duas mãos e lhe enterrou o cacete goela adentro. Mesmo sufocando no início, ela movimentou a cabeça e engoliu o falo até as bolas. Continuou fodendo-o com a garganta. Quando ele já estava já gozando, ela ajeitou-se em seu colo. A mulher, que parecia ansiosa por um orgasmo, rasgou a própria calcinha para ter mais facilidade no coito. Em plena luz do dia, com as janelas do taxi abertas, as pessoas que transitavam por perto repudiavam a atitude do casal.
- Tem motel por perto, para isso, cara – disse uma mocinha que passava.
- Mete no rabo dessa piranha – falou um coroa, assomando a cabeça pela janela do carro. Adriano nem a mulher pararam de foder. Ele apenas pediu licença para fechar a janela de vidro fumê, de modo a não serem incomodados. Aí, pela primeira vez, a mulher pegou o caralho dele e levou-o, ela mesma, ao seu buraquinho estreito. Ele deu um longo e arrastado gemido, quando ela se enterrou totalmente em seu falo.
FIM DA SEGUNDA PARTE