No momento em que Diogo e Ana Amélia, ainda Brandão, saíram do escritório do pai e marido Saulo naquela noite, os dois se dirigiram para o quarto do rapaz em total silêncio. Diogo ainda demonstrava sentir um ódio mortal pelo homem que era o melhor e maior pai do mundo na sua visão. Assim que a porta foi fechada...
_ Por que você nunca me contou essa história sobre o seu primo que infelizmente é o meu pai biológico? Por que você omitiu a verdadeira história, mãe? Você é a vilã dessa trama toda... E você me fez odiar o único homem que nada fez de mal a você ou a mim durante todos esses anos... POR QUE? O QUE VOCÊ PRETENDIA COM TUDO ISSO, MÃE?
Ana Amélia ficou assustada e acuada após ouvir o grito do filho. Ele a olhava em expectativa e ela temeu pelo que pudesse acontecer com a retomada do diálogo que teria com ele...
_ Eu preciso que você se acalme, Diogo.
_ Você, o quê? E se eu te disser que não quero me acalmar? E se eu te disser que exijo uma explicação para tudo isso? Há meses que você vem me dizendo coisas sobre o meu pai não gostar de mim, sobre como o Renato esta aos poucos tomando o meu lugar junto a ele na empresa, que ele não me valoriza por me achar imaturo e tantas outras coisas mais... Por que você começou com isso, mãe? Você ouviu o que ele disse? Ele disse que me amava com todas as forças. Como que um homem que diz amar seu filho pode ser tão mau ao ponto de não querer ele por perto?
_ Medo... Por medo, Diogo.
_ Medo de quê, Santo Deus? Nossa vida sempre foi harmônica. Você sempre se mostrou apaixonada por ele. Aqui em casa as coisas sempre foram o famoso mar de rosas que muita gente fala por aí... Você tava me usando para algum proposito pessoal, né? O que você queria com isso, mãe? E olha o que você acabou conseguindo...
_ Ele não pode fazer nada contra isso. Você é filho dele e pronto. Sua herança esta assegurada.
_ Mais eu não sou como você, mãe. Eu não posso aceitar nada dele. Eu não tenho esse direito. Você na sua ganância e mesquinharia acabou de me tornar um nada perante meu pai e toda a família.
_ O que você quer dizer com isso? Que eu sou uma mulher...
_ Você ta se revelando uma mulher amarga que quer a qualquer custo se vingar da vida por alguma razão pessoal e que me usou pra conseguir seu objetivo.
_ Você não sabe o que esta dizendo, Diogo.
_ E a senhora não tem noção do que acabou de fazer com todos nós... Se teu casamento estivesse em crise que você resolvesse o problema com lucidez. Se fosse o caso de separar, que vocês separassem e pronto. Agora jogar na cara do homem que você diz amar, e você disse isso há poucos instantes atrás, que um de seus filhos não é dele e querer que ele fique de boa... Isso é demais, não acha não?
_ Você foi burro em antecipar todas as coisas... Não passa de um garoto imaturo... Não tem como entender as minhas razões...
_ Esse é o seu discurso agora? E quando tava fazendo a minha cabeça contra meu pai eu era totalmente capaz e maduro pra levar até o fim sua vingancinha pessoal, não é?
_ Filho entenda que...
_ Eu não quero mais saber das suas razões ou dos seus medos... Você não é quem eu pensei que fosse... Eu tô mal com tudo isso. Não dá pra reparar o mal que você me fez desencadear... Eu perdi D. Ana Amélia Novaes Brandão... E a culpa é sua. Me deixa sozinho, por favor...
Duas horas depois da mãe sair de seu quarto, Diogo Brandão desceu as escadas com duas malas e antes de sair de casa sob os olhares tristes dos irmão gêmeos e de sua própria mãe, ele voltou a ver o homem que chamou de pai a vida toda no escritório em que ele ainda estava...
_ Filho, você...
_ Não. Por favor não me chama mais assim... Eu só vim aqui pra te agradecer por você ter sido o meu pai por todos esses anos da minha vida. Saber que não tenho mais esse direito é o que mais dói. Desculpa se sou o causador dessa dor... Eu não tô bem e pra completar a vergonha que tô sentindo por tudo o que fiz... Isso tá acabando comigo.
_ Nada muda entre a gente, rapaz...
_ Tudo mudou, pai... Desculpa... É força do hábito te chamar assim...
_ Você tá indo pra onde a essa hora e com essas malas, filho?
_ Vou pra casa da minha avó, não se preocupe. Posso te procurar um outro dia pra saber como ficará a minha situação?
_ Já disse a você que nada mudou, Diogo. Tem certeza que quer ir pra casa da sua avó?
_ Tenho sim. Tenho que colocar as coisas em ordem. Tenho muita coisa pra pensar...
_ Se precisar de alguma coisa me avisa, ok?
_ Vai ficar tudo bem... Boa noite.
_ E você vai assim sem um abraço, filho?
_ Eu procuro você, ok?
_ Tudo bem, filho. Boa noite.
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Os dias não foram mais tão iguais nos meses que se seguiram a saída de Diogo de casa.
Ana Amélia não perdeu tempo em assegurar aos filhos a partilha dos seus bens com o iminente divórcio.
Os gêmeos se uniram surpreendentemente durante todo o processo que culminou com a saída do irmão mais velho e do pai que idolatravam de casa.
Renato Brandão não tinha coragem de olhar a mãe de frente. Ele se sentia de certa forma responsável por tudo o que estava acontecendo em sua casa e com sua família. Sua revelação ao pai , na sua visão, foi o fator que desencadeou toda a gama de acontecimentos que ora todos os moradores do duplex viviam.
As famílias Novaes ( Ana Amélia ) e Brandão ( SAULO ) nada comentavam apesar de lamentarem os acontecimentos e pouca coisa foi revelada aos colunistas sociais da Cidade que estavam ávidos por novas notícias ( FOFOCAS ).
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Após se instalar no apartamento que a Brandão Engenharia usava para hospedar parceiros comerciais que sempre visitavam a Cidade, Saulo tratou de saber quem era Armando Castro e por tabela Fernando, seu irmão gêmeo.... E as surpresas começaram a acontecer.
Um irmão era o oposto do outro apesar do rosto, altura, peso, cor e voz serem quase os mesmos. Enquanto Armando se revelava um ser humano sem caráter ou escrúpulos, Fernando era o jovem sempre apontado como o bom filho, o melhor dos irmãos e o amigo para todas as horas... E isso fascinou ainda mais ao grande empresário Presidente da Brandão Engenharia.
Armando Castro sempre tinha alguém na sua cola.
Fernando passou a ser monitorado e treinado pelos melhores assessores que Saulo pôde colocar em sua caminhada dentro da Brandão Engenharia.
Durante o treinamento já era possível notar a segurança e desenvoltura do jovem Corretor de Imóveis que ao final do curso foi contratado com uma das maiores médias alcançadas pelo pessoal que a Empresa formava.
No seu primeiro mês conseguiu vender três unidades residenciais e oito comerciais ainda sob supervisão do gerente do setor. No segundo mês ficou na equipe responsável pela venda das trezentos e oitenta lojas do novo shopping que a Empresa havia erguido numa das áreas mais nobres da cidade - O garoto vendeu em tempo recorde a sua cota de imóveis obtendo uma das maiores comissões para um novato na função. No terceiro mês já liderava duas equipes de vendas no showroom da Empresa... e foi quase no final do expediente que ele recebeu o aviso de que teria que comparecer na sala da Presidência sem falta.
_ O senhor mandou me chamar, Dr. Saulo?
_ Sim, pedi para lhe chamarem.
_ E o que posso fazer pelo senhor?
_ Que tal aceitar o meu convite para jantar?
Ele demorou a responder porque não sabia o que dizer. " Se o Presidente da Empresa estava lhe chamando pra jantar era porque alguma coisa ele tinha feito ou "... Interrompeu os pensamentos por conta do olhar incisivo do homem que estava a sua frente...
_ Dr. Saulo eu teria que ir em casa pra poder trocar de roupa e isso levaria um tempo considerável. Agora se o Senhor me permitisse lhe dar uma sugestão...
_ Pode falar Fernando. Qual seria a sua sugestão? Saulo tava se divertindo com o aparente controle e total nervosismo do rapaz.
_ A gente pode comer alguma coisa num shopping. Eu sei que não é um lugar para se jantar mas...
_ Ótima ideia, Fernando. Faz muito tempo que não janto um bom Hamburger.
_ O senhor gostou mesmo da ideia, senhor?
_ Você acha que já sou um velho e não sei que jovens da sua idade trocam qualquer coisa por um bom sanduíche. Já fui jovem, rapaz. Então, você tem ou não uma sugestão melhor que essa?
_ Então o senhor vai mesmo?
_ Claro rapaz. Vamos que tô com uma fome de comer um leão.
Durante todo o trajeto até o shopping mais badalado da cidade os dois iam conversando aleatoriamente e em alguns momentos riam como se fossem dois adolescentes. Apesar da pouca idade o jovem Fernando era um homem praticamente formado. Havia muita segurança em suas colocações e posições diante dos assuntos que Saulo colocava na pauta das conversas dentro do carro. Tudo fluía normalmente sem que houvesse silêncio entre os dois. E uma vez na lanchonete que escolheram, a mais badalada por sinal, o papo entre os dois ficou mais descontraído ainda...
_ O senhor não tá se sentindo um peixe fora d'água aqui não? E Fernando deu mais uma mordida no seu sanduíche.
_ Na verdade não. Por que você perguntou isso, Fernando? E Saulo bebeu mais um gole da coca-cola...
_ Somos os únicos de paletó e gravata no meio dessa gente toda.
Saulo Brandão então percebeu que era a mais pura verdade o que acabara de ouvir do jovem funcionário da sua empresa.
_ Temos que fazer algo sobre isso, rapaz. Ele então levantou e tirou de uma vez só o paletó e a gravata que tratou de colocar no bolso e dobrou as mangas da camisa social até os cotovelos...
_ Faça o mesmo Fernando. Não podemos chamar tanta atenção por sermos diferentes deles...
Em seguida o papo foi mais descontraído ainda. Falaram sobre a faculdade do garoto, o trabalho na Empresa, o quanto que a vida de Fernando havia mudado para melhor com a oportunidade que recebera do patrão, a amizade com os filhos do mesmo que continuava firme e forte, dos sonhos que cada um tinha e também de metas pessoais que queriam muito alcançar...
_ E você tem alguém em sua vida, Fernando? E Saulo percebeu no olhar do garoto que tinha sido inconveniente.
Ele nada disse por quase um minuto todo...
_ Desculpa Fernando... Eu não deveria ter perguntado isso. E você nem precisa dizer nada sobre isso porque tenho quase certeza que tem uma fila de garotas só esperando a oportunidade certa para ficarem com você.
_ Não senhor, Seu Saulo.Não há fila nenhuma na minha cola, não. Quem sabe um dia eu possa ter alguém e que possa amar e ser amado...
_ Então somos dois, Fernando. Também tô sozinho. Quem sabe um dia eu possa ter alguém pra amar e ser amado, né mesmo? Os dois se olharam e por um longo momento não desviaram os olhos de jeito nenhum. Fernando Disse:
_ Quem sabe, né mesmo?
Saulo Brandão fez questão de deixar o jovem em casa e mais uma vez a companhia do jovem durante o trajeto foi mais que agradável. A casa do garoto era realmente longe e assim que Saulo parou o carro na esquina onde Fernando morava disse:
_ Será que poderemos repetir esse jantar mais vezes?
_ Desde que na próxima o Senhor dê a sugestão.
_ Nesse caso vou pensar em algo bem legal. Agora desce e vai pra casa. Amanhã você tem aula e você deve acordar muito cedo pra ir pra Faculdade.
_ Como dizia minha querida avó... Acordo com as galinhas. Obrigado pelo jantar, Dr. Saulo.
_ Foi um grande prazer, Sr. Fernando.
As mãos foram apertadas enquanto o sorriso dos dois e o olhar que trocaram começou a revelar que o desejo dos dois podia ser realizado antes do que eles imaginavam... O amor estava no ar.
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Bia BBW, Agatha(1986)/Agatha28, Drica Telles(VCMEDS), Plutão, marc01CL, enailil, Malévola, FlaAngel, Ru/Ruanito, Diabinha apaixonada, Monster, Ninha M, paiper trovao, Kevina, ze carlos, Rose Vital, ®Red®, FASPAN, LuCaS✈✈, Hpd, prireis822, flor de lis, RAQU£L*-*, esperança, barli, ❤juju_gordinha_sapeca❤️, Ghiar, shay16, Domanque82, S2DrickaS2, FlaAngel e os demais querido amigos... Nenhuma palavra ou frase que escrevesse seria suficiente ou correta para expressar o meu agradecimento a cada um de vocês. Seus nomes sempre serão suficientes. Grande abraço. Nando Mota.