Cap.9
Após perceber aquilo, eu apenas sorri e olhei para ele, que apesar de estar na frente de todos, não desfez aquela posição. Eu me sentia bem, me sentia protegido ali. Mas que era estranho, era.
(EDUARDO) : Acho que já vou dormir, estou com sono – falou, enfim me soltando do abraço. Apenas acenei para ele, assim que ele começou a se distanciar de mim, e então a conversa continuou.
MINUTOS DEPOIS
Algumas outras pessoas se foram e ficaram apenas as mais firmes ali. Ria das piadas que alguns contavam quando de repente um garoto se aproximou de mim.
-Oi – ele falou. Eu não o conhecia formalmente, apenas de vista.
-Oi. Tudo bem ?
-Tudo... Você é o Carlos, não é ?
-Sim, queria falar comigo ? - ele riu.
-Não, apenas conversar. Vi você aqui sozinho e... a gente quase não conversa na sala de aula. Meu nome é Ezequiel – falou, me cumprimentando.
-Prazer, Ezequiel – ficamos conversando sobre algumas coisas e ele tinha alguns gostos parecidos com o meu. Era engraçado, e era agradável ter a sua companhia.
-Jura que você gosta dessa série ? - ele perguntava.
-Juro, ela é bem interessante e legal...
-Eu assisto ela desde que tinha 10 anos kkkk
-Imagino... - de repente então senti uma mão me cutucar...
NARRADO EM TERCEIRA PESSOA
Era Eduardo, que havia retornado ao local aonde Carlos se encontrava após procurar seu celular e não encontrar, e em seguida lembrar que havia deixado com Carlos.
(EDUARDO) : Meu celular... - falou, entregando o papel. Carlos tirou do bolso e devolveu, ao mesmo tempo que o papel.
(CARLOS) : O que você vai fazer agora ? - Eduardo apenas leu aquilo e o ignorou. Sim, ele havia visto Carlos e Ezequiel conversando sorridentes, e havia ficado com ciúme. E quando Eduardo tinha ciúme de alguém, ele era rude.
NARRADO POR CARLOS
Eu não consegui entender nada. Nem adiantava chamá-lo, ele não iria me ouvir mesmo. Era estranho. Será se ele não havia lido o que eu havia escrito ? Pouco tempo depois, fui então dormir também pois já estava ficando chato ficar a beira daquela fogueira. Entrei no carro em silêncio, ele estava virado para a parede. Me aproximei dele, o cutuquei mais ele não respondeu.
-Será se ele já dormiu ? - perguntava a mim mesmo... Não obtive nenhuma resposta através dos cutucões. Julguei que ele havia pegado no sono, então apenas me deitei na cama e deixei o sono me levar mais uma vez. Porém, intrigado.
NO DIA SEGUINTE
Naquele dia voltamos para casa. Pela manhã, estranhei quando não o vi mais no quarto, e mais porquê ele não me acordou. Estranhei quando nada ele falou durante o café. Ele estava frio comigo, e estava estranhando tudo aquilo. No fim da tarde, o ônibus nos trouxe de volta. Ele não subiu ao meu lado no ônibus e não sentou perto de mim. Só então percebi que ele estava com raiva de algo. Porém de quê ?
MINUTOS DEPOIS
Durante o nosso trajeto de volta, fiquei pensando naquilo. Será se ele estava com ciúmes da conversa que eu tive com Ezequiel ? Mas, nós só conversamos, não teve nada além disso que pudesse despertar ciúmes. Porém eu não obtive respostas de nada daquilo. Voltei para a minha casa de táxi e quando cheguei, me joguei no sofá.
-Carlos ? - era a voz da minha mãe.
-Sim, mãe...
-Preciso que você vá no shopping comprar aquele presente para o chá de bebê da sua prima ! - uma prima minha estava grávida.
-Mas eu acabei de chegar, porquê a senhora não vai ?
-Porquê eu preciso ir lá ver se tá tudo certo com ela. Vou te deixar no shopping e na volta você pega um táxi e vem...
MINUTOS DEPOIS
Não discuti. Ela me deu o cartão e eu fui. Durante o caminho, aquele assunto permeou completamente o meu pensamento. Eu estava intrigado com tudo aquilo, com o porquê dele me ignorar desde aquela noite. Só tinha uma explicação, ele estava com ciúmes. Mas ciúme de quê ? Se nada tinhamos. Só se... Ele estivesse apaixonado por mim. Entrei no shopping sozinho, começei a caminhar em direção a loja que ela queria que eu comprasse o presente. Entrei lá, falei com a vendedora, escolhemos o presente, paguei, mandei embalar. E quando estava saindo da loja, de repente um brilho cegou os meus olhos. Quando eu consegui enxergar novamente, percebi que aquele brilho vinha de uma loja da frente. Me aproximei, e era de dois anéis brilhosos que estavam na vitrine. Sorri, pois eles eram lindos. E mais uma vez, como das diversas outras vezes, lembrei de Eduardo. Decidi comprar os anéis.
-Moça, vou querer aqueles dois anéis que estão na vitrine – falei. Ela então olhou para vitrine, olhou para mim.
-Mas eles são para casal meu jovem... - pensei durante alguns segundos. E...
-Não importa. Vou querer eles... - quando tive eles em minhas mãos, pude confirmar. Eram lindos !
MINUTOS DEPOIS
Na hora de voltar, em vez de ir para casa, o táxi me deixou na frente da casa dele. Toquei a campainha, e quem me atendeu foi o pai dele.
-Ah... Carlos ! Você por aqui ?
-Sim. Eduardo está ?
-Está, no quarto dele...
-Ah, obrigado – apenas me despedi dele e corri para o quarto dele. Bati, a porta se abriu- oi... - falei. Ele soltou a porta e eu pude entrar.
(CARLOS)– O que está fazendo ?
(EDUARDO)-Testando se a água chega no aquário por esse cano – dizia fazendo algumas ligações no cano.
(CARLOS)-Poxa, fiquei chateado com você. Me deixou sozinho no ônibus, isso é coisa que se faça – e então ele parou de mexer no cano.
(EDUARDO)-Achei que você tinha um novo amigo – arregalei os olhos ao ler aquilo -Eu vi você todo cheio de sorrisos conversando com aquele garoto esquisito – ri.
(CARLOS)-Ele não é esquisito. O nome dele é Ezequiel. E eu não posso acreditar que eu simplesmente iria deixar você de lado por um garoto que mal conheço.
(EDUARDO)-Ah, não me lembro de você ser tão aberto comigo – ri de novo.
(CARLOS)-Você está com ciúme Eduardo ? É isso mesmo – calado ele ficou – pega então. Vê se eu daria isso aqui para qualquer um amigo – escrevi, entregando a ele a caixinha dos anéis. Ele pegou, e desconfiado abriu. Arregalou os olhos com o que viu.
(EDUARDO)-São anéis...
(CARLOS)-Sim. Eu comprei pensando em você mas agora você não quer mais ser meu amigo... - falei, de brincadeira porquê sabia que ele ia ficar nervoso com aquilo.
(EDUARDO)-Espera. Mas estes anéis são de casal
(CARLOS)- É, são. Se sente com cara de idiota agora ? - ele ficou bem envergonhado ao receber aquilo e ler aquilo.
(EDUARDO) – Mas porquê você comprou se são de casais ? - aquela pergunta eu não respondi. Não tinha resposta, não conseguia pensar numa resposta. De repente então comecei a me distanciar rumo a janela para tomar um ar, quando de repente ele me puxou, forte. Para minha surpresa, me beijou. Foi incrível, me deixou extasiado, sem ar.
-Eduardo ! - ele sorriu.
(EDUARDO) – Tenho um segredo para te contar...
Continua
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